sábado, 22 de fevereiro de 2025

Diagnóstico espiritual


“No meio da congregação e da assembleia foi que eu me achei em quase todo o mal.” Prov 5;14

Congregações, nos escritos de Salomão, são os lugares onde A Palavra é ensinada. “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11

Se, as congregações são diversos, a fonte de instrução é ímpar; “O Único Pastor.” Jesus Cristo. A balela do ecumenismo não se firma nem com um “andador”.

Ao frequentarmos uma assembleia onde A Palavra do Senhor é pregada retamente, natural que nos vejamos em “maus lençóis.” “... me achei em quase todo o mal.”

Para admitirmos nossos males, contudo, carecemos da graça do Espírito Santo incidindo sobre nós, para que, por ela, tenhamos apreço pela verdade, mesmo a que nos desconforta, mais que, pela comodidade, que prefere manter nossos maus hábitos escondidos. Cristo ensinou: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que, suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A alma ímpia prefere enfrentar o mundo, ao qual não pode vencer, a enfrentar a si mesma, luta na qual, ajudada pelo Santo, pode e deve ser vitoriosa.

A escada da ascensão espiritual tem degraus para baixo, rumo à humilhação; porém, o homem natural tende a subir, qual um balão de ar quente, pela inflamação doentia do próprio ego. O sujeito pode estar com as quatro patas no inferno; quando avalia a si mesmo, se acha super do bem, merecedor de altos encômios, pela cegueira na qual erra. Desgraçadamente, a maioria desses pavões evita as congregações onde a Palavra da verdade é pregada.

Enquanto não ousarmos no enfrentamento das nossas misérias, por religiosos que desfilemos, engajados filosoficamente que pareçamos, não passaremos de fugitivos, covardes tentando se evadir às próprias sombras; fuga inglória.

Resultam inevitáveis certos constrangimentos, quando as enfermidades das nossas almas são diagnosticadas. Mas, só após isso a cura delas será possível. Deus não trata nossos males “no escuro”; nos faz ver e convida a sermos partícipes, com uma vontade submissa, no processo de regeneração das nossas vidas segundo Ele; “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13 Reconhecermos, nos arrependermos, confessarmos; eis, nossa parte no processo!

Tiago amplia: “Porque se alguém é ouvinte da Palavra e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla no espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai e logo esquece de como era.” Tg 1;23 e 24

Logo, se nos portarmos como uma criança mimada que se recusa a receber remédios amargos, não seremos forçados a nada. Todavia, nossos males seguirão sem o necessário e urgente tratamento. “Porque O Senhor corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho; se suportais a correção, Deus vos trata como filhos, porque, que filho há, a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então, bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

Paulo apresentou a escravidão do homem sem Deus, como tendo um desejo tênue pela virtude, mas jazendo sob um feitor que o empurra para o vício; “Acho então, esta lei em mim; que quando eu quero fazer o bem, o mal está comigo; porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus; mas vejo em meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado, que está em meus membros.” Rom 7;21 a 23

A “morte do espírito” derivada da queda é isso; o espírito do homem ainda existe, deseja as mesmas coisas segundo Deus. Porém, como caiu da comunhão perdeu sua mordomia, sua força para fazer o que deseja. Sabedor disso, O Salvador começa Sua regeneração nas vidas dos que se arrependem, exatamente por aí; capacitando-os a agir como sabem que devem, em espírito. “A todos que O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

Algumas pessoas que suspeitam que podem ter uma enfermidade mortal se recusam a fazer exames sobre aquilo; preferem “não saber”.

Pois, irmos às congregações onde A Palavra da Vida é ensinada fatalmente deixará exposta nossa doença mortal, o pecado. A boa notícia, é que, quem expõe, é A Palavra da Vida; ela tem a cura. O arrependimento e a submissão a Jesus Cristo, O Salvador.

Não importa a grandeza dos nossos erros pretéritos; a grandeza do Méritos de Cristo as supera. “Olhai para Mim e sereis salvos, vós, todos os termos da Terra; porque Eu Sou Deu, e não há Outro.” Is 45;22

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O preço de conhecer a Deus



“... ninguém conhece o Pai, senão O Filho, e aquele a quem O Filho o quiser revelar. Vinde a Mim todos...” Mat 11;27 e 28

O Salvador falou da Sua intimidade com O Pai, e do direito de partilhar isso com quem quisesse. Antes que alguém derive desse texto, a conclusão que há uma “elite” pré-escolhida, para a qual O Senhor teria reservado essa revelação, O mesmo Senhor expressa, com quem deseja repartir Sua luz: “Vinde a Mim, todos...”

Muitos serem convidados, e poucos, escolhidos, não tem a ver com o propósito Divino; antes, com a resposta humana, ao chamado do Santo. Embora Cristo queira revelar O Pai a todos, não são todos que recebem essa revelação, como a dádiva preciosa que é. A maioria das pessoas religiosas busca por coisas, não, por Deus, infelizmente. A Palavra é categórica: “É necessário que aquele que de Deus se aproxima creia que Ele existe e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

A escolha dos salvos não é prévia; mas, após ouvirmos o Evangelho, conforme a resposta de cada um. “Os Meus Olhos procurarão os fiéis da terra para que estejam comigo; O que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6 Cristo disse mais: “... se alguém Me ama, guardará Minha Palavra, e Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Mostramos nosso amor a Ele pela obediência; Ele, por Sua vez, manifestar-se-á pela comunhão em nosso espírito.

O Caminho Reto aos Olhos do Pai, é o caminho estreito, em Cristo. Ele diz: “... Ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6 Eventuais boas obras, devem ser feitas porque pertencemos a Cristo, não para que sejamos salvos sem Ele, o que é impossível; “Porque somos feitura Sua, criados em Jesus Cristo para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10 Assim, um eventual caminho reto, se mostra primeiro pelas nossas motivações; depois, pelas ações.

A Palavra expressa a abrangente e misericordiosa, vontade do Eterno: “O Senhor não retarda Sua promessa, ainda que, alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão, que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;9

O conhecimento de Deus não é algo mero, que bastaria alguém dizer: Quero! E estaria feito. Antes, requer um comprometimento emocional, um relacionamento afetivo que prioriza a Deus, não, mera curiosidade intelectual que acondicionaria tal conhecimento na prateleira comum do “algo mais.”

Não por acaso, o maior, e mais importante mandamento do decálogo, que resume aos primeiros quatro, atina ao relacionamento do homem com Deus. “... amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, toda tua alma, e todo o teu pensamento; esse é o primeiro e grande mandamento.” Mat 22;37 e 38 O segundo que resume aos outros seis, trata das relações familiares e interpessoais; “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas.” Vs 39 e 40 Tudo o que foi escrito relaciona-se com esses objetivos; amor a Deus e ao semelhante.

Diferente das formas corriqueiras de conhecimento, na esfera das coisas imanentes, o conhecimento de Deus requer um relacionamento com Ele, mediante Sua Palavra e as transformações que ela opera em quem a obedece; “... a Minha doutrina não é Minha, mas daquele que Me enviou; se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Notemos mais uma vez que, tal conhecimento, está condicionado, não à vontade Divina; antes, ao desejo humano; “... se alguém quiser fazer a vontade Dele, conhecerá...” Obedecer; eis o preço de conhecer!

Os que tentam suprir o lapso de relacionamento, com mera religiosidade, pois, incorrem numa escolha que afronta à Divina vontade, como diz A Palavra do Senhor: “Porque Eu quero misericórdia, não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” Os 6;6

Jesus Cristo pela Sua encarnação, fez O Pai, visível; “O qual, sendo o resplendor da Sua Glória, e a expressa Imagem da Sua Pessoa, sustentando todas as coisas pela Palavra do Seu Poder, havendo feito por Si mesmo, a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas.” Heb 1;3

Há um círculo virtuoso pelo qual somos chamados a orbitar; conhecer à Palavra equivale a conhecer à verdade; conhecer à verdade é conhecer a Cristo; por fim, conhecer a Ele, faculta que conheçamos também, ao Pai. “Estou a tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem vê a Mim, vê o Pai...”
Enfim, “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” Os 6;3

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Fuga ou refúgio



"Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Quem perseguia a Judas quando ele fugiu e foi se enforcar? “O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28;17 Ele estava sob o peso de ter entregado Cristo à morte, e isso o assombrava.

A Palavra ensina que a vida da carne está no sangue; Lev 17;11 Quando do primeiro assassinato, O Criador disse a Caim: “... a voz do sangue do teu irmão clama a Mim, desde a terra.” Gn 4;10 Isso deveria nos ajudar a entender por que O Sangue de Cristo nos purifica; a Vida Perfeita Dele, é colocada em lugar da nossa, eivada de pecados.

Se, o homem culpado de sangue foge dos fantasmas que a culpa apresenta, todos os ímpios fogem de Deus. A rigor a vida em pecado tem o mesmo peso, ainda que, os pecados cometidos sejam de tipos diferentes. “Porque o salário do pecado é a morte...” Rm 6;23 Mesmo que não tenhamos matado alguém, estritamente, por nossos pecados somos culpados pelo Sangue de Cristo. Isso basta para colocar em fuga, quem não ousa se arrepender.

Sabedores das suas culpas, os ímpios preferem manter “distância segura” de Deus, invés de se aproximar buscando a necessária reconciliação. “Porque todo aquele que faz o mal, odeia à luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Invés de alguém fugindo até à cova, como o homem com crimes de sangue nas mãos, temos os que fogem para o escuro, pela certeza da reprovação que suas escolhas merecem.

“Trágico não é uma criança com medo do escuro; antes, um adulto com medo da luz.” Platão. À ousadia de crer, sucede a de obedecer; fazendo assim, a eficácia da regeneração se verifica em nosso favor. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Para ter ousadia, carecemos antes ser justificados. Aos que se arrependem e se lhe submetem, O Senhor atribui Sua Justiça; desde então, são chamados “justos”; como vimos, “... os justos são ousados como um leão.”

Além de ensinar o sentido e abrangência do Sacerdócio de Cristo, a Epístola aos Hebreus traz: “Cheguemos, pois, com confiança ao Trono da Graça, para que possamos alcançar misericórdia, e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” Heb 4;16

Os pecados comuns, e os crimes de sangue em especial, “falam” da necessidade de vingança, de juízo. Porém, nos que se arrependem e se rendem a Cristo, o preço necessário aos Olhos da Divina Justiça já foi pago. Assim, invés de fugir temendo as consequências das nossas culpas, podemos ter ousadia santa, pela justiça a nós atribuída, pelos Méritos de Jesus.

Quando do primeiro Crime, a voz do sangue derramado clamava por vingança, junto a Deus. Como O Eterno prefere tratar nossas culpas em misericórdia, não em juízo, chama-nos em Cristo, ao arrependimento; “Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva; convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ez 33;11

Ele mesmo disse: “Vinde a Mim todos que estais cansados e sobrecarregados, Eu vos aliviarei; tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, encontrareis descanso para vossas almas...” Mar 11;28 e 29

Invés de fugir pelas nossas culpas, fuga inglória como tentar se afastar da própria sombra, devemos nos refugiar em Cristo, para que a eficácia eterna do que Ele fez por nós, se verifique em nosso favor.

O cântico número quinze de nosso hinário traz uma definição mui feliz, do que ocorre na conversão: “Mas, um dia senti, meus pecados e vi, sobre mim a espada da Lei; apressado fugi, em Jesus me escondi e abrigo seguro, Nele achei.”

Antes de nos abrigarmos Nele, nossos pecados eram como o de Caim; um amontoado de culpas clamando por juízo; depois do Bendito Sangue de Cristo, a voz da vingança foi silenciada, em favor de outra que fala de perdão; Pois, pelo sacrifício do Calvário chegamos “A Jesus, O Mediador de uma Nova Aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.” Heb 12;24

Entre a fuga e a ousadia, há mais que meras possibilidades comportamentais. Concorre também o testemunho de como está nossa relação com O Senhor. O medo fala de inimizade ainda; a ousadia, de comunhão. Não temas, vem.

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Fracasso de público


“Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

A luz espiritual quando ela nos foca costuma deixar-nos em maus lençóis. Cristo explicou: “Porque todo aquele que faz o mal odeia à luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 A verdade expõe a quem age mal; e, em dado momento todos agimos.

Como uma loja que coloca seus melhores produtos nas vitrines, e eventuais trastes, coisas ultrapassadas deixa nos fundos, em geral, a alma humana. Deixa visíveis suas presumidas virtudes, e camufla, tanto quanto pode, os defeitos.

Não se importa de ser vista em momentos de exaltação, na verdade deseja; mas quando tropeça nalgum lapso, prefere abafar, esconder.

Deparei com um vídeo onde Caio Modesto, que criticara Deive Leonardo, recebeu uma resposta do “coacheólogo.” A crítica se baseava no fato duma pregação dele ter sido antropocêntrica, não, bíblica. (todas dele são assim)

Ele começou sua “defesa” dizendo ter mais de 40 milhões de seguidores. Ora, se a porta da salvação é estreita, poucos entram, muitos são chamados, mas poucos escolhidos, essa avalanche de aprovação é testemunho a favor, ou, contra ele? Anitta, Pablo Vittar, Filipe Neto etc. também têm seus milhões, e daí? Quem disse que a verdade ancora seu barco na enseada dos números?

Invés de reconhecer que a sua errônea pregação fora corretamente criticada, preferiu atacar seus críticos, dizendo serem pessoas frustradas, sem esperança, cuja teologia seria derivada das suas frustrações.

Ora, só existe um tipo decente de teologia; a que interpreta corretamente a mensagem Divina, o relacionamento de Deus com o homem. Eventuais passagens polêmicas, difíceis, a boa teologia deixa margem para interpretações alternativas; mas no que é claro, não. As que recebem o verniz das experiências particulares não são teologias; antes, “empiriologias.”

Essa história de “Deus como você o concebe”, invés de pintar um “Retrato da Divindade” expõe um grau alarmante de miopia espiritual. “Nada podemos contra a verdade.” Somos criaturas de Deus, não, criadores.

Quem fala estritamente a verdade, não precisa atacar nada, exceto, à mentira. Não carece contorcionismos, diversionismos, números para “testemunhas”. Pode ser lacônico como Pilatos: “... o que escrevi, escrevi.” Jo 19;22

Desgraçadamente, pelo que se tornou a humanidade, após a queda em consórcio com Satanás, a verdade está condenada a ser um fracasso de público.

Assim, quem usa o “sucesso” como argumento, de modo oblíquo admite que é um farsante, um espertalhão amoral preenchendo um “nicho de mercado”.

“Porque virá o tempo em que não suportarão à Sã Doutrina, mas tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme suas próprias concupiscências, desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4 Tais “profetas” são fomentadores desses anseios que, tentam camuflar a impiedade com as vestes rotas da religiosidade vazia.

Quando Jesus Cristo multiplicou pães e peixes, se tornou um sucesso. No dia seguinte uma multidão maior o buscou. Não tendo dado nada, então, ao estômago, mas falado do pão que as almas necessitam para salvação, pouco a pouco viu seu público evadir-se, ficando apenas os doze que escolhera.

Invés de correr após os fugazes prometendo mais pão, interpelou ao seus: “vós também, não quereis ir?” Jo 6;67 se o preço por falar e defender à verdade fosse ficar sozinho, O Senhor ficaria. Mas, Pedro pontuou a falta de opções; “... para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” V 68

Os filósofos gregos consideravam às multidões, bestas acéfalas. Monstrengos sem cérebros. Todavia, esses farsantes usam o apoio das multidões como “argumentos”. Bem disse o filósofo dinamarquês, Sören Kirkegaard: “Para dominar às multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentiras.”

A verdade pode tremular solitária como uma bandeira no cume do Everest; mas, seguirá sendo verdade.

O sucesso dos pregadores mentirosos, a rigor, é juízo contra os consumidores disso; “Por isso Deus os enviará a operação do erro para que creiam na mentira, para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;11 e 12

No sentido estrito, o texto se refere ao surgimento do anticristo, mas, esses são precursores dele, e andam no mesmo espírito.

Não é minha vivência, minhas experiências que determinam como eu devo ler a Divina revelação; antes, essa, como nos foi dada, é apta para moldar nossas vidas, regenerá-las, conforme o propósito Daquele que nos criou.

A conversão deve se dar em nós não no Senhor, que É Perfeito. “De sorte que, fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela Glória do Pai, assim andemos nós, em novidade de vida.” Rom 6;4

A perseverança


“Sereis odiados por todos, por amor do Meu Nome; mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.” Mc 13;13

Se, por amor do Nome de Cristo seremos odiados por todos do mundo, isso já evidencia que O Nome Santo, não tem nada a ver com essa amálgama, insípida, adaptável à impiedade, que muitos “Teólogos liberais” da vez, têm anunciado.

Nem o “Jesus” motivador dos palanques coachs, nem o enriquecedor da “Teologia da Prosperidade”, tampouco, o “inclusivo” do ecumenismo e da sexualidade alternativa, causam mal estar no mundo ímpio, se fazendo alvo de ódio. Tal “desidratação” da doutrina, e omissão da necessária santidade, é uma perversão que o mundo aplaude, até.

A própria Palavra sentencia o porquê, dessa simbiose; “Do mundo são, por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve.” I Jo 4;5 Dos servos do Senhor o apreço é diverso; “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes, Eu vos escolhi dele, por isso o mundo vos odeia.” Jo 15;19

Os que derivaram por mundanos caminhos, se andaram um dia na senda estreita, por certo, foram omissos na exortação quanto à necessária perseverança; caíram na apostasia. Seu desejo pela aceitação humana se mostrou mais forte que o amor por Deus, e pela verdade.

“A palavra perseverar tem origem no latim, “perseverare”, que por sua vez, deriva de “severus”, que significa severo, ou rígido. O termo foi herdado diretamente do latim, com a ideia de manter-se firme, constante numa determinada ação, ou objetivo. “Per”, totalmente; “severus” sério.” (Origemdapalavra.com.br)

Logo, quem perseverar até o fim, permanecerá totalmente sério na interpretação e no cumprimento da doutrina, isso o fará confrontar o mundo, invés de amoldar-se a ele. Esse confronto de valores atrairá contra os santos, o ódio do ímpio sistema; já acontece. Pois, estão matando cristãos idôneos em muitos lugares; ridicularizando-os, onde a violência inda não estendeu suas garras.

Aqueles que odeiam ouvir de Cristo, como Ele É, presto acusam de “discursos de ódio” às mensagens que confrontam suas ímpias maneiras de viver.

Diferente da doutrina calvinista que coloca como necessária a “perseverança dos salvos”, A Palavra de Deus apresenta como consequência natural, a salvação dos perseverantes. Nesse caso, a ordem dos fatores altera grandemente o produto.

Não há “pré-salvos” que, serão forçados a perseverar; antes, os “eleitos” o foram, Nele, (em Cristo) e para permanecer em Cristo num mundo que O odeia, é necessária a perseverança.

Chesterton disse com certo sarcasmo, que, segundo o calvinismo, Deus julga as pessoas antes de nascer. Faz sentido essa análise.

Quando Paulo fala aos romanos, que Deus endurece a quem quer, está combatendo a ideia do “povo santo” ser alvo exclusivo da Divina Graça; se Deus os quer deixar de lado, por um pouco e abrir a porta aos gentios, que direito têm de reclamar? Ele É Soberano.

Se acreditasse na pré-escolha, não teria escrito o que segue: “... enquanto for apóstolo dos gentios, exalto meu ministério, para ver se, de alguma maneira posso incitar à emulação aos da minha carne e salvar alguns deles.” Rom 11;13 e 14

Se esperava que a emulação, o sentimento de rivalidade, poderia despertar alguns de modo que viessem a crer, para ser salvos, atrelou, necessariamente, a salvação às escolhas humanas, não a uma pré-escolha Divina.

Certo é que, sem O Espírito Santo não podemos fazer essa escolha; mas, mesmo com Sua persuasão e iluminação, ainda podemos resistir. “Homens de dura cerviz, incircuncisos de coração e ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo...” Atos 7;51

Essa balela de que, resistiram porque não eram eleitos, inverte o lugar de causa e consequência; e como dizia Spurgeon, “uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.”

Embora a salvação seja pela fé, não, pelas obras, a fé sadia produz as obras que testificam da mesma, e encomenda as recompensas de cada um, segundo a fé que demonstraram mediante atitudes. “Não erreis, Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8

A alegoria da casa edificada sobre a rocha, tipifica a perseverança; as intempéries que a assolam, as perversões doutrinárias, as perseguições que colocam nossa fé em xeque.

A suposta defesa da soberania Divina esposada pelos calvinistas, a rigor, é a defesa da soberania, da idiossincrasia de Calvino.

Deus não carece ser defendido; mas deseja ser amado, compreendido, correspondido. Não direciona esse desejo a um grupo restrito, antes, “quer que todos se salvem e venham ao conhecimento da verdade.” I Tim 2;4

sábado, 15 de fevereiro de 2025

A venturosa riqueza


“Bem aventurado o homem que acha a sabedoria, homem que adquire o conhecimento... é árvore de vida, para os que dela tomam, são bem aventurados todos que a retêm.” Prov 3;13 e 18

Interessante a figura: A sabedoria como árvore de vida. Quando instruiu ao primeiro casal, O Criador vetou que eles comessem da árvore do conhecimento, porém, colocou a Árvore da Vida no meio do jardim e nada disse sobre ela.

Portanto, a conclusão necessária é que era permitido comer da mesma. Se não fosse, O Eterno teria vetado também; mas não o fez.

Por que as coisas proibidas excitam mais o homem, que as permitidas? Haveria um espírito com essa inclinação por trás? Sabemos que há; o mesmo que patrocinou a desobediência no Éden. É dessa fonte que fervilha o “algo mais” a perverter aquilo que é menos. Ouçamos seu discurso nos lábios da mulher adúltera: “As águas roubadas são doces, o pão tomado às escondidas é agradável.” Prov 9;17

Depois de expor como fala aquela, o sábio sentencia: “Mas não sabem que ali estão os mortos; seus convidados estão nas profundezas do inferno.” V 18

Desde então, pelo consórcio do homem caído com o canhoto, é uma tendência humana, minimizar aos bens que possui, e maximizar, aos que espera possuir, mesmo sem ter certeza que as coisas que anela são mesmo, boas.

De onde verteu o dito; “Eu era feliz e não sabia,” senão, dessa doentia percepção, que leva a desprezar uma situação estável, tranquila, até que, tendo decaído dela, se possa ver melhor, e enfim, apreciar os bens que ela continha? “Mais vale um pássaro na mão que milhares voando” dizem, nos botecos da vida, enquanto, entre uma bebida e outra, devaneiam com “aves” proibidas.

Imaginemos alguém em paz, com alimento e saúde; de repente assomam inquietações na alma, cuja causa não detectou. Bem pode nosso hipotético inquieto, invés de orar grato pelo que tem, e buscar luz sobre as causas que o assolam, sair reclamando bravo do “tédio” de “não ter nada para fazer”.

Nos momentos seguintes, acusar sinais de enfermidade física, mal estar, sentir febre, ânsias... logo nosso “entediado” diria: “Eu era feliz e não sabia.” Tudo daria para volver ao “tédio” anterior. Um pequeno lapso, não identificado pela falta de sabedoria, dera azo a um grande descontentamento; por isso Sophia é tão preciosa. Permite-nos ver o que está bem, e extrair cirurgicamente, apenas o mal.

Muitas vezes, nossas inquietações derivam de nossa lentidão espiritual, em atender ao Espírito Santo que nos chama a fazer algo, ou, desfazer, mediante arrependimento e mudança de postura.

O que temos, em geral, é melhor que o que esperamos ter, senão, pela essência, ao menos, pela incidência. O que esperamos ter é um devaneio, nem sempre comprovadamente sadio; o que temos é um fato. Considerando essas coisas, o mesmo sábio escreveu: “Melhor é a vista dos olhos, que o vaguear da cobiça; também isso é vaidade e aflição de espírito.” Ecl; 6;9

Se, o vaguear da cobiça é um derivado da vaidade e aflição de espírito, é para esses males que um sábio deverá buscar a cura. Enquanto o cobiçoso olha, para quem possui mais do que ele, desejando ter as mesmas coisas, quiçá, superá-lo, outrem que tem menos, talvez olhe para ele, com o mesmo olhar. Ambos os casos são enfermiços. Duas almas que recusam a se contentar com os “nichos” que lhes são próprios.

A saúde espiritual independe de posses; mesmo de saúde física, como disse Paulo: “... porque já aprendi contentar-me com o que tenho; sei estar abatido, e também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto a ter fome, tanto a ter abundância, quanto a padecer necessidade; posso todas as coisas em Cristo, que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Sabemos que evoluir, prosperar é uma tendência sadia, da alma humana. Quando, a referência é a própria alma. Não estamos competindo com o semelhante; antes, convivendo. Devemos superar a nós mesmos, em aprendizado, melhoria espiritual, de caráter, posses até, por que não? Mas, não devemos inverter os valores, colocando as coisas efêmeras, como se mais valiosas que as eternas.

As coisas circunstanciais não devem suplantar às essenciais; “No dia da prosperidade, goza do bem, no dia da adversidade, considera; porque também Deus fez este em oposição àquele...” Ecl 7;14

Se, posses oscilam por essas variações, a sabedoria não precisa traçar os mesmos caminhos. Podemos crescer nela, mesmo quando os bens diminuem.

Todos somos pobres nesse aspecto, mas desejando de coração, seremos enriquecidos; “Se alguém de vós tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá liberalmente...” Tg 1;5

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Corações bilíngues


“Do homem são as preparações do coração; mas do Senhor, a resposta da língua.” Prov 16;1

As preparações do coração, uma forma prolixa de dizer, planos. Do homem os planos, do Senhor a resposta; favorável, ou não. Quem se coloca na condição de servo, mormente aquele que tem uma vocação ministerial, deve ter em mente mais vívido, que o cristão comum, que a liberdade de desejar certas coisas, concedida pelo Senhor, não é sinônimo, necessariamente, de que aquelas coisas têm a Divina aprovação, e lhe serão dadas.

Entendo por cristão comum, o que não tem um ministério especial, que o faça se locomover ou atuar, de modo distinto dos demais; podendo cuidar das suas coisas enquanto serve ao Senhor; não significa que haja dois tipos de cristãos, estritamente. Mas os dons e incumbências do Eterno, eventualmente, diferenciam uns e outros, quanto ao serviço que devem prestar.

Ouvi um pregador dizendo que, se Deus permitiu que eu veja e deseje alguma coisa, certamente é porque o desejo já foi gerado em meu coração por Ele, que, no seu tempo me vai dar aquilo.
Confundir anseios do coração, com revelações ou propósitos do Espírito Santo, é o embrião de onde nascem os falsos profetas e ministros réprobos.

Nos dias de Jeremias, alguns corações assim, eivados de pretensões espirituais tentavam se opor a Ele, que era um escolhido. “Assim diz O Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não, da Boca do Senhor.” Jr 23;16

Quando Jeremias advertiu do cativeiro de setenta anos, foi enfrentado por um “profeta” do coração, Hanani, que disse que não passaria de dois anos. Lógico que seria mais agradável ouvir a esse; mas os fatos mostraram que era mentira. No final, foram mesmo sete décadas. A primeira nuance de um profeta idôneo é que ele não se preocupa mais, em ser agradável, que, verdadeiro.

Pelo mesmo profeta, O Senhor valorara nosso coração; “Enganoso é o coração mais que todas as coisas e perverso, quem o conhecerá?” Jr 17;9 Então, supor alguém, que as coisas mais veementemente acariciadas, nos corações, serão as que O Senhor nos dará, necessariamente, é desconhecer, tanto O Senhor, quanto, o próprio coração.

Alguns desses que pregam a doentia sonhologia, ensinam que, José sonhou coisas grandes, por isso realizou, virando primeiro ministro de Faraó; Não. Ele não sonhou nada, no sentido de desejar coisas grandes, como fazem parecer esses “intérpretes” das próprias cobiças invés da Palavra.

O Senhor revelou a ele em sonhos, o que lhe faria em dias futuros; ele não entendeu aquilo, contou a quem nem deveria e sofreu as consequências. No tempo oportuno, a fidelidade Divina fez cumprir o que mostrara a José desde sua juventude. Foi um vaso escolhido, não, um sonhador competente.

Se fôssemos chamados para devanear com grandezas, nem poderíamos entrar pela vereda do Evangelho. O convite aponta a uma porta estreita, que se abre no início de um caminho apertado, para o qual, a bagagem do ego, com seus anelos de grandezas não deve ser levada; “Negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.”

Então, antes de estendermos as verdes lonas da esperança, ancorando-as nas estacas que nossos próprios desejos cravam, convém lembrarmos que O Eterno não se responsabiliza pelos nossos anseios, mas pela Sua Palavra.
Devemos reter a “esperança proposta” Heb 6;18, não o devaneio acariciado.

Nosso coração é permeável como uma esponja; se não filtrarmos o que acolheremos nele, correremos o risco de desejar coisas indevidas, impuras até, esperando para isso, a “bênção” do Senhor. Por isso, oportuno lembrar certa advertência: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Disse mais o mesmo conselheiro: “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento.” Prov 3;5

Tendemos ao egoísmo, por causa do concurso na natureza carnal em nós; e um coração não disciplinado segundo a Palavra da Vida, facilmente trai a si mesmo, tentando “culpar” a Deus pelo que ele deseja.

Não que não seja permitido fazermos planos, acalentarmos desejos; mas, antes de os levarmos a efeito, consultemos a Deus, abertos ao que Ele responder. Sem tentar fazer dos nossos anseios, fiadores do que O Santo não tencionou para nós. Não esqueçamos, pois, que, “Do homem são as preparações do coração; mas, do Senhor, a resposta da boca.”

Na parábola do Semeador, o coração que figura a boa terra, é o que muito frutifica, não, o que devaneia com as coisas dessa vida. Nada valerá balirmos quais ovelhas, se nosso coração “bilíngue” ainda falar o dialeto dos lobos.