domingo, 8 de dezembro de 2024

A grande ceia

 “... comprei um campo e importa ir vê-lo, rogo-te que me hajas por escusado; outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los, rogo-te que me hajas por escusado; outro disse: Casei, portanto, não posso ir.” Luc 14;18 a 20

Desculpas que uns e outros apresentaram para não comparecer a uma ceia. Frustrado com a negativa dos seus concidadãos, o anfitrião mandou seus servos em busca da ralé, até ver cheia sua casa, para o banquete que preparara.

A afronta daqueles, pela recusa em participar “patrocinada” por desculpas esfarrapadas, os tornara “personas non gratas”; nem mais seriam recebidos, caso intentassem. “Porque eu vos digo que, nenhum daqueles homens que foram convidados, provará minha ceia.” Os que antes foram desejados, então, não mais seriam aceitos.

Como sabemos que seus “motivos” eram fajutos, derivados da má vontade? Ora, a ceia é a última refeição do dia, feita à noite. Acaso o que comprara um campo iria vê-lo no escuro? O que adquirira cinco juntas de bois as iria experimentar à luz do luar? Ou, o que casara deixaria de comer? Vemos que, nenhum dos motivos apresentados para as ausências no banquete era plausível; o que deixa evidente, a mera recusa, a má vontade.

Óbvio que, isso figurava a rejeição do convite ao Reino de Deus. O Salvador falou aos grandes, aos líderes religiosos de então; todos eles acharam “motivos” para descrer do que Ele dizia. Fosse porque Ele seria “contra Moisés”; porque teria vindo de uma terra sem tradição profética como Nazaré; por ser “amigo de publicanos e pecadores”; eles tinham “fundadas razões” para recusarem o convite do Mestre.

Como os servos da parábola da grande ceia, Ele saiu pelos valados convidando a quem O quisesse ouvir. Foi ouvido por muitos dos mais baixos na sociedade de então. Em dado momento chegou a dizer aos “grandes” que o recusaram, que os pequenos estavam em vantagem. “... em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós, no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois, vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32

Paulo ampliou a ideia da admissão dos maus, dada a soberba dos “bons”; “... não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos nem nobres, que são chamados; mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir às sábias; escolheu às coisas fracas deste mundo, para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;26 a 29

Como a Sabedoria Divina se revelara “insuficiente” dada a arrogância dos que se achavam líderes espirituais, O Eterno escolheu um método mais simplório ainda, para deixar a arrogância bem mais longe da porta. “Visto como, na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar aos crentes pela loucura da pregação.” Cap 1;21

Dessa escolha Divina, deriva nossa necessidade de humildade para sermos aceitos na “Grande Ceia”; “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens, a fraqueza de Deus, é mais forte que eles.” Cap 1;25 Logo, “... se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.” I Cor 3;18

Quem quiser “motivos” para recusar ao convite de Cristo os encontrará aos montes. Entre os que se dizem cristãos, há muitos que não são; agem de modo mercenário, vil; outros são adúlteros, promíscuos, homossexuais, até. Quem quiser se “lavar com lama”, encontrará fartas banheiras preparadas, infelizmente.

Quem buscar a mensagem de salvação emoldurada por uma linguagem culta, também corre risco de se decepcionar; uma ou outra exceção; ilhotas aqui, acolá. Mas em geral, a Palavra da Vida anda em barcos toscos, singrando no mar da simplicidade.

Se, os pregoeiros da sã doutrina podem ser culturalmente simples, necessariamente, serão moralmente limpos, espiritualmente sadios. Os que assim não são, estão fora do lugar. O Senhor é cioso das Suas coisas que são Santas; não comissiona curiosos, enxeridos, ou desqualificados, para fazer convites em Seu Nome.

Os motivos dos que recusam o convite estarão sempre neles mesmos. Como dizia o pastor Dave Hunt, “a incredulidade tem muitas faces”; por trás dela, um mentor que a recrudesce; “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que É a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Como tornou-se um dito dos tempos atuais: “Quem quer dá um jeito; quem não quer, dá uma desculpa.” Quem vai querer?

sábado, 7 de dezembro de 2024

Homens de bem


“O homem de bem alcançará o favor do Senhor; mas o homem de intenções perversas, Ele condenará.” Prov 12;2

“A palavra "perverso" deriva do latim "perversus", que significa "invertido" ou "desviado". Ao ser aplicado a pessoas ou situações, o adjetivo "perverso" é frequentemente usado para transmitir a ideia de maldade, depravação ou distorção de valores, éticos, sociais”. (Site significados das palavras) e distorções de diretrizes espirituais, acrescento.

Na antítese entre o homem de bem e o perverso, temos um que anda, em grande parte, segundo o propósito para o qual foi criado, e quando não o faz, admite; e outro que se porta de modo reverso. Um signo pujante a indicar a perversão do ser humano é a inversão de valores.

“Ai dos que ao mal chamam, bem; e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz; e da luz, trevas; que fazem do amargo, doce; e do doce, amargo.” Is 5;20 As coisas não mudam suas essências; mal segue sendo mal aos Olhos de Deus. Mas, os perversos tencionam ser deuses e ressignificam ao seu gosto.

A impiedade corrente não se satisfaz em apenas se manter alheia a Deus, Seus Valores, Sua Palavra; atualmente os perversos partem para o ataque contra tudo que lembra O Criador, Seu propósito, Honra, Sua ordem estabelecida, Suas Leis. Não são apenas alienados do Eterno; antes, adversários. Na sua louca corrida rumo ao abismo, transformam predicados em sujeitos, como se, escolhas doentias fossem tipos de pessoas, não, de atitudes. A perversão desconhece limites; é de rompê-los que ela vive.

Não se satisfazem como outrora, em dizer; sei que o certo é assim, mas, infelizmente estou errado; ouvi de um senhor: “Não sou ateu, sou à toa.” Os perversos dão uma banana aos conceitos de certo e errado, pretendendo redefinir por eles mesmos, o que deve e o que não; nem que, para tanto careçam banir Deus, dos seus horizontes. Por que não, “atualizarem” à Palavra do Eterno?

Isaías anteviu os dias maus nos quais estamos vivendo; “Por isso, o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar; sim, a verdade desfalece, quem se desvia do mal, arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça.” Is 59;14 e 15

O primeiro ladrilho que a perversão assenta no muro da separação com Deus, pois, é a ruptura com a justiça.

A necessária qualidade do “homem de bem”, pois, será admitir que é mau; que é um pecador e carece da Divina misericórdia. Quem tem problemas com a verdade, não espere contar com o favor do Senhor.

Quando a Palavra adjetiva como homem de bem, não pretende selar o tal, para que esse suposto virtuoso seja salvo pela própria “bondade”. Apenas, diferi-lo dos perversos, que, invés de admitirem seus lapsos, tentam se justificar pervertendo os fatos, com as versões que eles julgam convenientes; está na moda a “narrativa” sua roupagem moderna.

O homem de bem move-se por certos princípios e conhece as coisas que deve evitar; “... não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Tem noção das coisas probas e das abjetas.

Não será salvo por isso, por evitar essas coisas; mas pela sua inclinação à honestidade certamente identificará seus maus passos; além do não! às situações vistas acima, dirá seu sim! a outra, vital; “Tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Salm 1;2 Não estabelece novas leis, antes, busca se adequar às estabelecidas pelo Criador.

Ele não pretende dar sua “versão” às coisas; entende que precisa conhecer e abraçar à do Criador. “Deixe o homem ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar; porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Qual o sentido de “conversão”, senão, adotarmos a versão Divina revelada e andarmos por ela? Qualquer coisa que destoe disso, será mera perversão.

Por isso, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Mesmo um “homem de bem” carece ter seus caminhos endireitados; a diferença dele e dos perversos é que admite isso, e busca pelo Único que o pode fazer, O Salvador.

Enquanto perversos lutam sem sentido, contra O Todo Poderoso, os de boa índole lutam contra seus pecados, ajudados pelo Espírito Santo.

Cancelamento


“Falou Caim com seu irmão Abel; sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra seu irmão Abel, e o matou.” Gn 4;8 

Como Abel confiou em ir junto com seu irmão ao campo, possivelmente Caim arranjou um pretexto para atrair seu descuidado irmão, a uma armadilha.

O primeiro “cancelamento”, quando, a quarta parte da humanidade foi morta num dia, motivado pela inveja. Certo que, só existiam quatro humanos, então.

O que ocasionara a queda fora a sugestão do inimigo, prometendo autonomia para decidir, acerca do bem e do mal, se desobedecessem ao Criador. Nessa inspiração, Caim decidiu que seria um bem, livrar-se do irmão. Invés de independência, como o prometido, sucedera a morte espiritual e consequente cegueira, como ficou evidente.

A causa da rivalidade dele contra seu irmão, fora porque, quando ambos foram cultuar a Deus, Abel e seu sacrifício foram aceitos; Caim, não. Isso ensejou um abatimento emocional tal, que se fez visível. O Senhor inquiriu: “... por que te iraste? por que te descaiu o semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, sobre ti será o desejo dele, mas sobre ele deves dominar.” Vs 6 e 7

O peso da servidão a satanás é que todo o servo dele é instigado a olhar para fora, buscar no outro, razões de eventual infortúnio, quando, elas estão em si. Alguém cunhou: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” Deus responsabiliza a cada um pelas suas escolhas. Somos mordomos das nossas almas.

Não foi expresso o mal, no qual Caim incorrera; se, trouxera oferendas de má qualidade, ou prestara um culto sem alma, apenas por emulação ao fato do seu irmão estar cultuando. Algo no agir de Caim desagradara ao Eterno; deixou claro, todavia, que não tinha preferidos. Se fizeres bem, serás aceito, disse.

Ora, se a frustração do tal derivara de não ter sido aceito perante O Eterno, pretendia reparar isso matando seu irmão? Acaso uma temeridade dessas não aumentaria exponencialmente a distância? Nem eu, nem ele, é a “lógica” da inveja, que, invés de reparar lapsos em busca de restabelecer a comunhão, preferiu banir da vida, aquele, cuja relação com Deus, incomodava.

As redes sociais refletem isso; não concordou comigo? Basta banir, cancelar. Se não gosto do que ele publica, idem. A forma virtual de “matar”. Por perdidos que estejam, medíocres que sejam, a maioria das pessoas só aceita aplausos e seguidores. Ensinos? Textões? Zombam, para prejuízo próprio. “Eu pago minhas contas”, defendem-se; como isso os guindasse acima do bem e do mal.

Essa é alógica do diabo. Uma vez que não existe possibilidade de salvação para ele, labora com todas as forças para barrar aos que podem ser salvos; nem eles nem eu, é a ideia. Embora Caim tenha sido o autor do homicídio, o “mérito” a mentoria foi do encardido; Jesus ensinou: “... ele foi homicida desde o princípio...” Jo 8;44 Não significa que o homem agindo em consórcio com ele não seja culpado; sua culpa principal, aliás, foi seguir àquele, em detrimento do Altíssimo.

O sonhado meio-termo, onde o homem agiria por si, sem relação com Deus, nem com o inimigo não existe. Quem estiver em cima do muro pertencerá ao dono do muro; o da separação entre o homem e Deus, foi “construído” pelo capiroto, via difamação; “O homem perverso instiga a contenda; o difamador separa aos maiores amigos.” Prov 16;28 Assim, os “livres-pensadores” não são nada livres; antes, cativos.

Interessante que, em nossa língua, derivada do latim, inveja vem de “invídia” que é a recusa de ver as coisas como realmente são. Uma espécie de cegueira voluntária. Pois, se é o traidor quem cega, para isso ele necessita de uma “qualidade” em sua vítima; que essa seja incrédula ante o que Deus falou. “O deus desse século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que É A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Quem crê no que O Salvador falou, invés de direcionar sua luta contra o semelhante, vai à raiz do problema; o ego. “... negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Nenhum de nós, por bem intencionado, piedoso que seja, oferecerá culto aceitável ao Senhor, sem Cristo. “Sem Mim, nada podeis fazer...” ensinou.

O “fazer bem” para sermos aceitos, significa fazer, em submissão a Ele. Como não conseguimos dominar sobre o pecado que jaz à porta, carecemos do domínio Daquele que o venceu. “A todos que O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

O plágio


“A quem proferistes palavras, de quem é o espírito que saiu de ti?” Jó 26;4

Quando alguém profere obviedades, coisas que até uma criança sabe, tal descuido, numa demanda que requer coisas melhores, está a portar-se abaixo do nível desejado, como se, por um momento esquecesse sobre o quê, e principalmente, com quem estava falando.

Num lapso desses de um dos conselheiros, Jó perguntou: a quem proferistes palavras? Ou seja: Ainda lembras de, com quem estás falando? Quando se precisa falar apenas por falar, não por ter algo a dizer, o silêncio faz melhor figura.

O cerne daquela disputa era que os amigos dele sem nenhuma revelação que apontasse nessa direção, tampouco, algum fato, atribuíam aos supostos pecados de Jó os infortúnios que ele sofria. Não vimos nada, nem sabemos; mas se está sofrendo assim, alguma deve ter aprontado.

Em seu “achômetro” casuísta diziam meras obviedades; como associar semeadura e colheita, coisas que o sofredor bem sabia; isso falavam como se estivessem dizendo uma grande coisa, “levantando uma lebre” que teria passado despercebida ao patriarca.

Assim, aquele que, além de educar seus filhos com ensinos e exemplo, ainda sacrificava a Deus, rogando perdão por eles, na hipótese de deixarem subir maus pensamentos aos seus corações, eventualmente, era tratado como um beócio alheio às coisas espirituais; “Para quem proferistes palavras?” Não se tratava de uma atitude arrogante; antes, de situar ao descuidado paroleiro, para que ele não perdesse o fio da meada. “Também eu tenho entendimento como vós, não vos sou inferior; quem não sabe de tais coisas como essas?” Cap 12;3

“Até o tolo quando se cala é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28

Quando, invés de um engajamento veraz, na empatia pela dor do semelhante, se descamba para o lugar comum, qualquer descuidado serve “comida fria” encontrada no prado dos chavões; a necessidade de silenciar ante o que ignoramos, assumindo isso, é desconsiderada, e facilmente nos perderemos na aridez das platitudes, apenas cansando que nos ouve, invés de ajudar a lenir seu sofrimento. Se incomodar com a dor do próximo é uma qualidade; mas contribuir para agravá-la, nos faz pesos.

Foi numa precipitação assim, que Jó identificou um “plágio” pulsando nas balelas rasas que teve que ouvir; ... de quem é o espírito que saiu de ti? Noutra parte dissera que o ouvido prova as palavras como o paladar aos alimentos; tendo provado àquelas as encontrou sem o necessário tempero. “Comer-se-á sem sal o que é insípido, ou haverá gosto na clara do ovo? Minha alma recusa a tocá-los; para mim, são como minha comida repugnante.” Jó 6;6 e 7

Pois, seja alegria ou tristeza que verta no coração do semelhante, não foi facultado aos que observam de fora, ingerir nas emoções alheias. Somos desafiados à empatia; “Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram.” Rom 12;15 Afinal, “O coração conhece sua própria amargura; o estranho não participará, no íntimo, da sua alegria.” Prov 14;10

Os plágios nunca foram tão fáceis. Além do antigo sistema, copia e cola, onde qualquer um "filosofa”, sem conhecer filosofia, ou serve profundos conselhos espirituais, estando espiritualmente morto, agora a chamada Inteligência Artificial filtra, altera, edita, escreve, modifica ao bel prazer do usuário.

Já existem “pregadores virtuais”; até um “Jesus” gerado por essa inteligência, que, alimentado por dados coletados das redes, “revela, aconselha, ensina” como se, deveras, conhecesse as vidas que o buscam.

A Palavra de Deus anteviu o plágio mor, e deu nomes aos bois: “Foi lhe concedido que desse espírito à imagem da besta para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos que não adorassem à sua imagem.” Apoc 13;15

Sabendo e vivendo o básico, poderemos, como Jó, recusar alimentos insossos, identificar as fraudes da oposição. Entretanto, essa geração sonolenta que pergunta às máquinas, sobre o significado “oculto” do nome, sobre as maiores virtudes e defeitos que possui, e pasmem! quem foi em “vidas passadas” e partilha as respostas, como identificará e denunciará o engano, se aprendeu a viver nele, e dele, gosta?

A pergunta de Jó será oportuna quando esse “Jesus” pretender dar pitacos em nossas vidas: “... de quem é o espírito que fala em ti?”

Todos os dons dados por Deus são preciosos; mas nada supera o discernimento, que fruem aqueles que vivem todo o tempo em comunhão com O Espírito de Deus. “Não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus para que pudéssemos conhecer, o que nos é dado gratuitamente por Deus.” I Cor 2;12

Quando o “Jesus” de plástico se insinuar, discerniremos; sabendo que é o diabo que tenta falar por detrás.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

"Bons" demais


“... vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus, os que a ouvirem, viverão.” Jo 5;25

Duro para o orgulho humano, admitir sua condição de morto espiritual, sem O Salvador. Alguns postam em letras garrafais, que não é preciso religião para ter caráter.

Caráter e religião; coisas que precisam ser vistas nas letras miúdas. Caráter é a íntima índole, que direciona o ser; como consequência, pauta o agir. Se dizemos que determinada forma de atuar é a característica, de certa forma, estaremos lendo o caráter de alguém. Acontece que, um de bom caráter, na escravidão, é só um escravo.

O que é certo ou errado, num sentido amplo, todo o homem sabe, mesmo sem auxílio religioso. Paulo diz: “Porque, quando os gentios que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles, lei, para si mesmos são lei; os quais mostram as obras da Lei, escritas em seus corações, testificando juntamente sua consciência, e seus pensamentos; quer acusando-os, quer defendendo-os.” Rom 2;14 e 15

A consciência é um “resíduo” do homem original, que perseverou após a queda. Quem lograsse segui-la, estritamente, não pecaria. Ela, se consultada, adverte dos erros antes de cometermos, e os acusa depois que neles tropeçamos. Como disse Samuel Bolton, “Se a consciência não for um freio, será um chicote.”

Com ou sem caráter, todo homem quedou escravo do pecado após o primeiro; como “O Salário do pecado é a morte” Rom 6;23 A humanidade que fora criada para Glória do Criador, tornou-se mero reino da morte. “... a morte reinou desde Adão até Moisés...” Rom 5;14 Os que foram julgados no dilúvio não tinham mandamentos, apenas essa lei íntima; transgrediam e foram condenados.

Mesmo eventual homem de bom caráter acaba fazendo o que não quer, mercê da escravidão. “O que faço não aprovo, o que quero, não faço; o que aborreço, faço... de maneira que já não sou eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 e 17 O “eu” do sujeito em apreço é prisioneiro de um feitor que o coage a fazer o que não quer. Não passa de um cativo desejando ser liberto, pois.

Então, mesmo os homens “bons” carecem de Jesus Cristo. Cornélio era um homem de oração, boas obras, de modo a ser conhecido nos Céus; nem por isso, pode prescindir de ser salvo nos termos Divinos. Teve uma visão onde lhe era ordenado que mandasse chamar a Pedro, para ouvir sobre Jesus. Pois, sem Ele, pelas próprias obras, ninguém será salvo, por razão simples: todos pecam; o pecado mata; fecha a porta. Por isso, apenas os “mortos” que ouviram a Voz de filho de Deus”, viverão.

Sé Ele religa o homem que fora desligado desde o Éden, a Deus; “Isto é: Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo; não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Desse “religare” deriva religião. Cristo é uma pessoa, não uma religião, sabemos. Mas, uma pessoa que pelo Seu Sangue e nos termos que ensinou, reconcilia pecadores ao Pai; todas as demais religiões, por bem intencionadas que sejam, justas que pareçam, são simulacros pobres, drogas espirituais tentando lenir o desejo de vida, que só Cristo pode saciar.

Esses que falam como Renato Gaúcho, “Eu sou bom, sou bom demais!” quando Cristo lhes é anunciado, mostram a mesma arrogância, o mesmo orgulho para vergonha alheia, exibido por aquele, noutro contexto.

Os refratários ao Senhor, não o são por bondade; antes, para que suas maldades fiquem onde estão, encobertas. No agir cauterizaram às próprias consciências que as denunciariam; no tocante a Cristo, mantêm “distância segura”, para traírem a si mesmos preservando a pose invés de receber a vida. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz para que suas obras não sejam reprovadas; mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;20 e 21

Muitos desses, travestem seu orgulho e arrogância de aversão à “religiosidade”, nome pejorativo, com qual tencionam desacreditar a disciplina e a obediência, vitais no Reino de Deus.

Somos desafiados a ser gregários, formarmos um rebanho após O Único Pastor. Os que preferem ser rebanhos de um homem só, os supostos “templos do Espírito Santo”, se realmente fossem habitados por ele, teriam mais luz acerca da verdade, pois Ele, “convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Os que estão convencidos que não precisam Cristo, por causa de seus bons caracteres, ainda não ouviram ao Espírito Santo.

domingo, 1 de dezembro de 2024

Desgraçando-se


“Amados, procurando escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que foi dada aos santos; porque se introduziram alguns, que já dantes estavam escritos, para esse mesmo juízo; homens ímpios, que convertem em dissolução a Graça de Deus, negam a Deus, Único Senhor e Dominador nosso, Jesus Cristo.” Jd vs 3 e 4

Judas disse que pretendia escrever sobre amenidades, a salvação comum; mas se viu forçado a tocar um clarinete marcial. O motivo? Dissolutos infiltrados.

“se introduziram...”
primeira distinção entre alguém chamado, e o “meteco” espiritual: Enquanto aquele aguarda submisso e paciente em pleno preparo por eventual convocação, esse é autônomo, metido, se introduz por meios espúrios em busca de espaço.

Seu “modus operandi”; converte em dissolução a Graça de Deus. Dissoluto é um esbanjador irresponsável, como o filho pródigo; aquele o fez no tocante aos bens materiais, de uma herança que reclamou antecipadamente.

Os infiltrados fazem a Graça parecer mais graciosa que é, como se, o fato de Deus ser “grandioso em perdoar” como ensina Isaías, significasse que é incapaz de julgar; um sentimental que tudo tolera em nome do amor. Será?

Paulo aconselha: “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus; para com os que caíram, severidade; para contigo, benignidade, se permaneceres na Sua benignidade; de outra maneira, também serás cortado.” Rom 11;22

A Graça faculta que nos assentemos em lugares que não seriam para nós pelo mérito. A santificação requer que mantenhamos esses assentos limpos; ou, nos incomodemos quando assim não estiverem; devemos buscar o “sabão dos lavandeiros” como vaticinou Malaquias, aludindo à Doutrina de Cristo.

Embora a cruz de Cristo seja a maior declaração de amor do universo, há mais coisas nela que o amor; “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.” Sal 85;10 

A misericórdia não sacrifica a verdade, antes, revela-a; não faz vistas grossas ao pecado; chama aos errados de espírito para que se arrependam e perdoa; depois, preceitua: “Não peques mais.”

A justiça de Cristo reconcilia-nos com Deus, não com o ímpio sistema; “Isto é; Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhe imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

A consequência do reatamento, “O efeito da justiça será a paz...” Is 32;17 alinha-nos com O Divino querer expresso na Sua Palavra. Isso faz desnecessários os contorcionismos “teológicos”, o pretenso revisionismo dos “editores” da Palavra, eufemismos e sofismas, dos que, tendo sido chamados para confrontar o sistema ímpio, por comodismo ou covardia, optam por se amoldar.

Infelizmente, pessoas que tiveram um começo ministerial saudável, alentador, ao decurso do tempo, talvez vítimas de efeitos colaterais do agir desses infiltrados, de repente começaram e pregar de modo que, suas mensagens pretéritas seriam inimigas das que hoje entregam. Teriam sido vítimas da “Síndrome de Lúcifer” como escreveu Caio Fábio, ou sido desvirtuados pelos barateadores da Graça? Talvez, as duas coisas concorram.

O que são as Igrejas “inclusivas”, as “versões” caramelizadas da Palavra de Deus, os mercenários dos shows góspeis, a igrejas com paredes escuras, jogos de luzes como espetáculos mundanos, os inúmeros desvios doutrinários, senão, vistoso stand da apostasia, onde os dissolutos infiltrados expõem seus frutos? “Pelos frutos se conhece a árvore”, ensinou O Salvador.

O Batalhar pela fé que Judas preceitua, remete a um aspecto quase impensável, em se tratando de linguagem marcial. Devemos aprender para vencer essa luta; ser edificados até à Estatura de Cristo. Só assim, teremos o antídoto necessário contra os que pervertem à fé. Devemos crescer nisso, “para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor, por todo vento de doutrina, pelo agir de homens que, com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Quando Paulo empregou a metáfora do soldado, para ilustrar a luta espiritual, entre outras petrechos mencionou a justiça e a verdade. Por fim, a Espada do Espírito, como figurou À Palavra de Deus.

Enfim, batalhar pela fé não significa lutar pelo inalienável direito de crer; antes, empreender todas as forças, para preservação do teor daquilo em que cremos, desfazendo o mínimo postulado que se insinue num caminho alternativo; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruir às fortalezas; destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo; estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;4 a 6

Notemos que, só tem autoridade para corrigir, aquele que tem a humildade de obedecer. Os que, invés disso se esforçam em ampliar à Graça, assim fazendo, mostram que suas vidas não cabem na “Porta Estreita”.

Têmpera da fé


“Todos esses, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa. Provendo Deus alguma coisa melhor ao nosso respeito, para que eles, sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;39 e 40

Todos esses quais? Um vasto rol de fiéis ao Eterno, que, perseveraram crendo até o fim. São chamados de “Heróis da fé”. Mas, se morreram sem alcançar o que criam, não são eles uma demonstração prática de que a fé não faz sentido?

Seria a “conclusão lógica” de um cético preguiçoso, com olhos apenas para o que deseja, invés de um investigador honesto em busca da verdade.

No pórtico da “galeria dos heróis da fé” está descrita a natureza da mesma: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se espera, a prova das coisas que se não vê; porque por ela, os antigos alcançaram testemunho.” Heb 11;1 e 2

Se, não foi possível na terra, ver o que esperavam, mesmo assim prosseguiram fiéis, isso evidencia que podiam “ver” além do imanente; serão os olhos da fé? De Moisés está dito: “Pela fé deixou o Egito não temendo a ira do rei, porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;27 Para seguir firme numa empresa tão arriscada, certamente estava de posse de algo que escapa ao alcance das vistas.

Quem equaciona fé à uma espécie de moeda para obtenção de coisas daqui, ainda não a conhece. É tão mais valiosa e preciosa, e tem objetivos tão mais excelentes, que pode prescindir de todas as posses, apenas por descansar segura na integridade de quem prometeu; isso assegura a certeza das riquezas porvir. “As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.” I Cor 2;9 A fé não cogita que Deus prometeu; antes, está certa que Ele as preparou.

Na escola da fé, lições são escritas em baixo-relevo; a capacidade de suportar perdas, privações, incompreensões, motejos, sem descrer, são as ligas que temperam na forja da vida, a essência dos que herdarão a vida porvir. Não estamos numa fila de doações para receber; antes, para sermos doadores.

Os vencedores nela têm alterado o ser, não o ter. “Se alguém está em Cristo nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17 Cada velharia inda latente em nossa natureza é algo que deve ser purgado no processo de santificação.

Nosso papel é viver de modo tal, que as transformações que O Senhor opera fiquem evidentes; “Porque somos feitura Sua, criados em Jesus Cristo para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

O salmista expressou isso bem claro: “Esperei com paciência pelo Senhor, Ele se inclinou para mim e ouviu meu clamor; tirou-me de um lago horrível, um charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos; pôs um novo cântico nos meus lábios, um hino ao nosso Deus. Muitos, verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;1 a 3

Nossa “pobreza” ante os que não excedem ao alcance das retinas é o disfarce de uma riqueza eterna. Andamos, “como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo muitos; como nada tendo e possuindo tudo.” II Cor 6;10 Devemos entender que os heróis que anjos aplaudem, não raro, são “covardes” que o mundo apupa.

Se aqueles heróis morreram sem alcançar a promessa, de certa forma, também o faremos; a promessa alude ao devir. “Se esperarmos em Cristo apenas nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." I Cor 15;19

Aqui fomos desafiados ao que Deus quer; então, seremos galardoados acima do que queremos.

Fomos honrados, apesar de pecadores frágeis, de nada termos de heroico como aqueles, com o fato de que eles esperam por nós, para que, a ventura dos salvos seja comum. “Provendo Deus alguma coisa melhor ao nosso respeito, para que eles, sem nós não fossem aperfeiçoados.” Aqueles desejaram saber de Cristo, como sabemos e não puderam; “... muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não viram; ouvir o que ouvis, e não ouviram.” Mat 13;17

Então, o autor bíblico usa a figura de um estádio lotado, como se aqueles que esperam por nós para a festa comum da salvação, observassem nosso desempenho, diante dos quais, não devemos fazer feio; diz: “Portanto, nós também, que estamos rodeados por uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta.” Heb 12;1

Invés de força, paciência; o heroísmo de crer não quebra pedras; permanece crendo, ainda que os montes se abalem.