quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Com ciência



“Não há trevas nem sombra de morte, onde se escondam os que praticam a iniquidade.” Jó 34;22

Não significa que só os iníquos não podem se esconder; “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” heb 4;13

Os que agem de modo probo, não têm motivos para se esconder; “Quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;21

Não são presumidas boas obras, que nos dão confiança ante O Eterno; antes, viver num princípio que Ele ama, a verdade, o que nos aproxima e permite comunhão. “Deus é Espírito; importa que os que O adoram, adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Carecer esconder algo é confessar nossa ciência de termos agido mal. Como disse alguém: “Queres saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.” Z. Rossa. Se pode mentir com atitudes, não, necessariamente, com palavras.

A aproximação do Criador nunca fora problema para Adão, até que ele deu ouvidos a um “profeta”, com sugestões “libertárias”, e a “garantia” que as consequências funestas da desobediência eram “fakes”. Tendo aceitado o embuste, o incauto Adão passou a ter algo para esconder; à visita do Eterno, o “homo caídus” foi à moita: “... Ouvi Tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.” Gn 3;10

Davi versou sobre a ideia inglória de se esconder. “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua mão me guiará e Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.” Vs 7 a 11

Quando Moisés pensou matar um egípcio, a consciência o avisou em tempo, que ele estava prestes a agir mal; “Olhou a um e outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Ex 2;12

A consciência é uma luz no “painel” da alma, a advertir sobre a qualidade da ação intentada, diante de Deus; ela não pode mais do que isso. Valora, informa, e deixa ao arbítrio a decisão, sobre agir segundo Deus, ou não.

A reiterada recusa em atentar para seus reclames faz cada vez mais tênue sua voz, até que deixa de ser ouvida. Quando suas funções não se fazem sentir mais, temos tudo para terminar em nada; digo, na perdição. Escrevendo a Timóteo, Paulo aconselhou: “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Ti 1;19

Sempre que discorro sobre consciência, lembro de uma frase de Samuel Bolton, pregador puritano; “Se a consciência não for um freio, - disse - ela será um chicote.” De outra forma: Se ela não nos detiver antes de praticarmos coisas más, nos pesará depois.

De qualquer modo, ainda é melhor assim; digo, uma consciência culpada, ainda pode levar seu detentor ao arrependimento e mudança; outra, cauterizada, será como um vigia sonolento, que deixa de advertir quando o perigo se aproxima.

Quando o pecador erra, seu erro o incomoda; o dissoluto de consciência inativa nem liga; “fiz mesmo, e daí?” Esse desceu tanto, que já não se envergonha de não ter vergonha. A sociedade chama de psicopata. A Palavra de Deus não é tão leniente que adjetive como doença, o fruto de uma sucessão de escolhas morais; ou, imorais. “O caminho da mulher adúltera (do homem adúltero) é assim: ela/e come, depois limpa sua boca e diz: Não fiz nada de mal!” Prov 30;20

O mesmo capítulo traz: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” v 12

Segundo a proposta inicial do “profeta” aquele, a desobediência facultaria aos humanos decidirem por eles mesmos, sobre bem e mal; dissolutos, acham seus prazeres doentios, um bem; aversão ao erro, pelos defensores da justiça, um mal. Tipo nossa Suprema Corte que persegue aos honestos e dá asas aos ladrões.

O juízo virá; por mais rebuscados que sejam nossos esconderijos, Deus dirá: “Eu sei o que você fez no verão passado;” então, muitas mesas cheias de pratarias trabalhadas e cristais excelentes, se verão cobertas de sapos, quando as cascas forem partidas a aparecer o âmago da noz; de nós.

domingo, 30 de julho de 2023

Veredas antigas


“Veio A Palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que te digo.” Jn 3;1 e 2

Segunda chance dada ao profeta, que, preferira morrer a obedecer ao mandado do Senhor. Tivera três dias no ventre do peixe, para repensar.

Então, orou: “Na minha angústia clamei ao Senhor, e Ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e ouviste minha voz.” Cap 2;2

No desenrolar comum da vida, O Eterno o chamara pra uma missão, e ele recusara ouvir; então, na ânsia da morte, “... do ventre do inferno, gritei - disse - e tu ouviste minha voz.” Vemos a Graça do Senhor em sua imensa abrangência. “... torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Is 55;7”

Jonas considerara sua situação, como estar no interior do inferno, mesmo assim, orou; isso lembra o cântico de Davi: “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, ali estás também.” 139;7 e 8

Nova ocasião foi dada ao profeta, para fazer exatamente o que se recusara, quando da primeira. “... prega contra ela a mensagem que te digo.”

O regatear, comum nas esferas humanas, quando alguém considera algo difícil ou, por mera preguiça reluta obedecer, e, assim, o proponente acrescenta vantagens, recompensas para “motivar”, não cabe na relação Divino/humana. A segunda chance é a nossa possibilidade de rever pensamentos, posturas, em relação às mesmas condições, que foram recusadas.

No caso da Páscoa, quando alguém tivesse óbices para participar, teria nova oportunidade; “Quando alguém entre vós, ou entre vossas gerações for imundo por tocar corpo morto, ou achar-se em jornada longe de vós, contudo, ainda celebrará a Páscoa ao Senhor. No mês segundo, no dia catorze à tarde celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão.” Nm 9;10 e 11

Nova oportunidade se deveria oferecer aos que tivessem impedimentos por velório, viagem; não, por pecados.

Balaão, o profeta mercenário, quando contratado para amaldiçoar Israel, tendo O Senhor vetado isso, ao aumento da oferta pelos seus serviços, tentou regatear com O Santo. “Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que Eu te disser.” Nm 22;20

Essa “segunda opinião” era uma ironia; tendo falado e não sido ouvido, Deus enviou o anjo da morte contra o “teólogo da prosperidade”, mas, fez a jumenta dele falar, para que não fosse morto.

Não que as palavras do amaldiçoador de aluguel tivessem poder de se fazer cumprir; mas, Deus não permitiria mesmo assim; “farás o que Eu te disser.” “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” Nm 23;8

Pois, os que pretendem editar à Palavra do Senhor, no fundo, fazem o mesmo que o famigerado profeta. Alguma coisa os faz pensar que, seus desejos desorientados devam ser caros ao Criador, como o são, para si. “Não aceitaram Meu conselho, desprezaram toda Minha repreensão.” Prov 1;30

Leram, ou ouviram, a expressa Vontade do Eterno, mas, algumas “letras miúdas” do contrato os incomodam; gostariam de as banir, para que, A Palavra da Vida se tornasse, mais palatável, inclusiva; menos “radical.”

Gostar da proteção Divina, ou, de mera reputação de pertencer ao Santo, quase todos gostam. Entretanto, aceitar as condições, aí já não se pode dizer o mesmo. Se, ao menos os desavisados tivessem a noção de Jonas, que, a desobediência encaminha ao “ventre do inferno” ...

Deus não tem uma segunda opinião, nem mesmo, primeira; opinar é algo incerto, próprio de seres imperfeitos; ora acertamos, outra, erramos. Deus É A Sabedoria. Não está aprendendo, tampouco, evoluindo. Então, Suas coisas “velhas” estão sempre atuais; “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

É Justamente o Amor Divino que O faz tão “radical”; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Seu amor pela justiça, não permite que estreite a porta da salvação a uns, e alargue a outros. Como ama a todos, não quer que ninguém se perca, envia Sua Graça e Seus termos, iguais, a todos.

“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

No atinente à salvação, O Senhor não dá aos perdidos uma segunda chance; antes, cada dia é uma nova oportunidade. Que tal aproveitar à presente, para mudar o futuro?

sábado, 29 de julho de 2023

O amor caluniado


“Vós, que amais ao Senhor, odiai o mal...” Sal 97;10

Atualmente, os fogos apaixonados que se acende por aí, produzem calor sem gerar luz; o deserto de valores faz com que, qualquer poça insalubre pose de água potável; os que caparam os cérebros de uma geração, fazem triunfar o sensível ao inteligível; a opinião põe limites à razão; a ofensa usurpa o argumento; fatos são suplantados pelas narrativas.

Qualquer patifaria, se, interessa ao sistema corrupto, os patifólatras se apressam em rotular que foi feita pelo, ou, em nome do amor; por outro lado, discursos e atos retos, se nascem dissidentes ao interesse do sistema, presto sofrem as pechas de “fascismo, nazismo, radicalismo, fundamentalismo, discurso de ódio.”

Sobre a parcialidade se cunhou uma expressão para denúncia dos que a ela se dão: “venha a nós, tudo; vosso reino, nada.” Ou, “aos inimigos, os rigores da lei; aos asseclas, as benesses.”

Nessa mesma linha, quando julgam algo que se abriga sob a bandeira de sua predileção, sempre está a serviço da virtude, por cruel, indecente, indigno que seja; se não, presta um serviço ao vício, ao ódio, como se, bandeiras, interesses, fossem aferidores morais.

A Palavra de Deus? Associam-se para lutar contra ela; “Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor e Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;2 e 3

Não há nada errado com o ódio, em seu devido lugar. Mesmo as coisas boas, em lugares impróprios perdem suas funções, como disse Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.”

O ódio no lugar certo é um preceito bíblico; “Vós, que amais ao Senhor, odiai o mal...” Do escolhido do Senhor diz: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais que teus companheiros.” Sal 45;7

A Palavra versa também sobre a essência do amor; além de outros predicados, traz: “O amor é sofredor, benigno; o amor não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas com a verdade;” I Cor 13;4 a 6

A bem da verdade, com a qual o amor folga, a sugestão de que caberia ao homem a definição de bem e mal, foi um conselho de Satanás, que levou o primeiro casal, à queda.

Quem segue nesse caminho, por religioso, espiritual que pareça, está a obedecendo ao Capeta. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

A alma humana carece da Palavra de Deus, pois a Ele compete estabelecer os termos do que é bom, ou mau. “Escondi Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;11 “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Extrapolar a isso, leva quem o faz, à inversão de valores, tão em voga; “Trocaram a noite pelo dia; a luz está perto do fim, por causa das trevas.” Jó 17;12

Isaías ampliou um pouco mais: “... o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu, e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça.” Is 59;14 e 15

Isso antes da vinda do Salvador já; depois, Ele ressurreto exortou que cada um faça firmes suas escolhas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Desde dias idos, A Palavra apontava para um descanso porvir, para além dos males que grassam na terra; “Levantai-vos, e andai, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição, sim, destruição enorme.” Os 2;10

Os que hoje têm A Palavra por desprezível, quando ela for tirada, então, tardiamente entenderão ao quê, desprezaram: “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir As Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro, do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando A Palavra do Senhor, mas não a acharão.” Am 8;11 e 12

Os que vociferam contra os “discursos de ódio”, ouvirão apenas os ecos das suas vozes, quando o amor for silenciado.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Águas que saram


“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para se desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

A qualificação da fonte é muito importante; pois, nem todas têm esse predicado. “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11

Os que bebem na Fonte da Vida são reputados sábios; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor; que sabedoria têm?” Jr 8;8 e 9

O Salvador ensinou: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Além de matar a sede, a Água da Vida, que Cristo dá se torna um manancial em quem a bebe. A vida espiritual flui como um curso de água limpa, a morte espreita qual um caçador, com suas armadilhas dissimuladas.

Como nenhum laço tem atrativos, para obter seu intento, carece de camuflagens; estar disposto em local estratégico, quiçá, usar-se algum incentivo extra, uma isca. Esconder-se em Deus é o antídoto para essa armadilha e similares; “Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.” Sal 91;3

Esconder-se Nele significa viver conforme Sua Palavra, não, selecionar textos favoritos; O Eterno só está para relacionamentos sérios; essas coisas pueris e interesseiras lhe dão asco. “Este povo se aproxima de Mim com a sua boca e Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8

Engana-se quem acha que se pode “ficar” com Deus, curtir um pouco, antes de partir para outra. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33 Sua Palavra é vida, não, mera satisfação de curiosidade efêmera.

As camuflagens dos laços da morte são imitações feitas por gente descompromissada com O Eterno; esses, alugam alguns cacoetes religiosos e saem em busca de incautos. Geralmente aparentam excessiva intimidade com O Senhor; prometem em Nome Dele, facilidades, enquanto esperam vantagens terrenas. “Do que o coração está cheio, disso a boca fala.”

De vital importância nesses dias tenebrosos, é o discernimento de espírito para que não caiamos nesses laços. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Ser espiritual, ao contrário do que pensam alguns, não equivale a se exibir em dons barulhentos, supostos milagres, revelações e trapaças afins; coisas que podem facilmente ser imitadas por gente desonesta; os “prodígios da mentira.”

Os veros espirituais adquirem discernimento do bem e do mal, exercitando-se no que aprendem; colocando por obra a Doutrina do Mestre; ou como Ele mesmo prescreveu, “permanecem nas Minhas Palavras.” “Qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;13 e 14

Aprenderam a eficácia regeneradora da Água da vida, e a seriedade necessária no relacionamento com O Santo; por isso têm aversão a toda sorte de fontes espúrias; “... todas minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7

Se, o afastar-se de Deus deixasse o homem “à deriva”, apenas; digo, se, abandonando ao rico Manancial Celeste ele não colocasse algo falso no lugar, talvez a gravidade fosse menor.

Porém, como o homem foi criado com um “vazio” com formato de Deus, se o devido preenchimento não for feito, alguma fraude, necessariamente, ocupará o espaço do Santo.

“Houve alguma nação que trocasse seus deuses, ainda que não fossem deuses? Todavia Meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor. Porque Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;11 a 13

Assim, até uma fonte fajuta, no fundo, é um laço da morte. Por isso, o venturoso descrito no Salmo primeiro, além de evitar ímpios conselhos, caminhos pecaminosos e ambientes de escárnios, sabe onde beber, para preservação da vida. “Tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita de dia e de noite.” v 2

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Inclinações


“Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo, não se faça culpado Judá...” Os 4;15

Exemplos circunstantes sempre são usados como atenuantes, quando alguém age de modo indigno, ante eventual reprovação.

“Fulano também fez; beltrano pensa da mesma forma; todo mundo faz isso”, defesas usuais que escutamos.

Os que estão edificados no Senhor, é preciso mais que os abalos sísmicos morais, adjacentes, para que estremeçam em suas convicções; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Essa balela de “atualizar” ao que é eterno, aperfeiçoar ao que é perfeito, é inglória tentativa de mascarar a desconfiança, subproduto da incredulidade, dos que, apesar disso querem status de cristãos. Para quê, serviria esse?

Um “cristão” de rótulo foi figurado como sal degenerado, sem nenhuma utilidade, exceto, estar sob os pés dos ímpios. Aquele que for tido por veraz, será alvo de ataques, difamações, assassinato de reputação, até, dado o nível do ódio que esse mundo nutre contra os tais.

Sempre que alguém se baseia em exemplo alheio, a imensa maioria o faz, observando maus exemplos, não os bons. Por quê? Porque todos trazemos algum tipo de inclinação interna; e, ao vislumbrarmos outrem agindo de acordo, nos identificamos; vemos nisso um incentivo para darmos asas aos desejos, que, pouco a pouco deixam o casulo da timidez e ganham o teatro das ações.

Eventualmente as pessoas partilham: “O certo é certo, mesmo que ninguém o esteja praticando; o errado é errado, mesmo que todos estejam fazendo.” Pleno de verdade esse dito; porém, “Como as pernas do coxo, que pendem flácidas, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Prov 26;7

Pois, ao escopo dessa geração, que, lê e não entende; se entende, não pratica, quando pratica, eventualmente, não persevera, ou, o faz em busca de aplausos aprovação humana; nesse mundo “líquido” como definiu alguém, as verdades absolutas são como esparsas rochas, assomando ao longo de águas velozes e sujas. Até sabem da existência das mesmas e as citam, porém, não se detêm apenas ao “obstáculo” de uma pedra no caminho.

Parecer intelectual, espiritual ou probo, basta a esses cultores de aparências, que ainda não adquiriram jeito para essências.

Essas camuflagens ridículas podem satisfazer nossa necessidade de aceitação social, embora, perante Deus nada valham.

O fato de Ló ter vivido na região de Sodoma não foi motivo para que agisse como aqueles; antes, “este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8 

Todos a volta dele estavam fazendo coisas abomináveis ante O Senhor; isso não bastou para que ele abdicasse da vereda de justo.

Dada a mordomia intransferível que cada um tem da própria alma, jamais poderá lançar sobre outrem a responsabilidade pelas suas escolhas. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

Pois, no final das contas, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Então, maus exemplos em nossas circunstâncias, não devem ser fatores de encorajamento para trilharmos o mesmo caminho. “Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo, não se faça culpado Judá...”

Vendo alguém que desceu a ladeira resta o apelo à prudência, a fim de que, quem ainda se mantém num lugar aceitável, permaneça. “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.” I Cor 10;12

Sabedor que o ego é a origem de todos os descaminhos humanos, O Senhor começa Sua Obra por aí; “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Aquele que segue após as seduções voláteis desse mundo, de certa forma nega a si mesmo; nega seu imenso potencial individual e se deixa massificar pelo sistema corrente; a diferença é que a renúncia por Cristo nos chama um modo de vida agradável a Deus, segundo Sua Palavra. Enquanto o que se perde na anulação amorfa da massa, apenas perde-se, sem nenhuma virtude, tampouco, recompensa.

Dos que perdem a vida natural por amor a Cristo, disse Jim Elliot: “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter, em troca de algo que não pode perder.”

Enfim, adotar o vício como modo de vida, com argumento que, quase todos o fazem, é lavar-se com lama. Um servo de Cristo é desafiado a ser luz, não um habitante das sombras.

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; uma dá luz a todos que estão na casa.” Mat 5;14 e 15

domingo, 23 de julho de 2023

Conversão salta aos olhos


“Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.” II Cor 8;21

Alguns fazem um uso conveniente às suas predileções ímpias, do “não julgueis”; o menor aponte para a Vontade revelada do Senhor, já seria um indevido julgamento.

Quando suas atitudes destoam da postura esperada, escudam-se sob um véu de boas intenções, onde estariam corretos perante O Santo, embora, atuando errado, diante dos homens. “Quem me julga é o Senhor”. Dizem seguros, o que deveriam fazer com temor. “Considera a bondade e a severidade de Deus...” Rom 11;22

O fato de Deus ser-nos invisível é suprido pelas Suas Obras que O fazem compreensível; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20 Sonegar o evidente equivale a tentar deter a verdade; postura inglória; “Porque do Céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” Rom1;18

Nosso amor por Ele deve se tornar visível no nosso trato com o semelhante; “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” I Jo 4;20 e 21

O que é o batismo, senão, uma confissão aberta, que deixamos o modo mundano de viver e passamos a pertencer a Cristo? Desses, Ele diz: “Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos Céus.” Mat 10;32

O pretenso escapismo que permitiria sermos tortos diante dos homens, e nos presumirmos retos diante de Deus é uma agressão à lógica, deturpação dos fatos, desprezo à coerência; “Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens.”

O agir de um convertido deve ter a eloquência da luz, que dissipa mal-entendidos e faz visível a transformação operada, e quem operou; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16 “... muitos o verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

O ímpio carece de todas as redes sociais e ambientes possíveis, para mostrar-se, (aberto a curtidas, lisonjas, refratário aos ensinos e correções, “a diferença entre o café e sua opinião, é que o café eu pedi”, postam, rebaixando joias de valor eterno ao nível movediço das opiniões) do cristão se espera que não seja tão melindroso e intratável assim. “Negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me".

Quando nossa postura ficar aquém, diante dos homens, invés de uma defesa incongruente, deveríamos fazer uma séria avaliação, pelo fato que, quem nos julga é O Senhor. O silêncio do Eterno não significa que Ele compactua; tampouco, Sua longanimidade, que os nossos pecados caem, por decurso de tempo, sem arrependimento, confissão e abandono. “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Nossos pecados não tratados continuam na “nuvem”; a qualquer momento, O Eterno pode dar um “Up” e ressurgirão na “tela” da memória.

Se, estivéssemos ante a apreciação humana, apenas, tranquilamente poderíamos mascarar nossas culpas, maquiar nossos erros, e tudo estaria “bem”. Porém, quem nos julga é O Senhor. “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face?” Sal 139;7

As insanidades que o ímpio fala em sua “defesa” testificam contra ele; aos apóstolos pouco importava a rejeição humana, se ao custo dessa, estivessem em obediência ao Eterno. “... Julgai se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus;” Atos 4;19

Não significa, como pretendem certos “cristãos” moderninhos, que toda sorte de paixões deva ser encorajada, para fazermos “boa figura” ante os homens; recebermos aplauso do mundo; antes, que nosso cristianismo deve ser coerente com A Palavra revelada, o que se fará visível diante de todos, a despeito de como isso pareça aos olhos de cada um.

Egoísmo é uma doença dos ímpios; cristianismo veraz requer uma interação permanente, como têm os membros de um corpo; “Para que não haja divisão no corpo, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.” I Cor 12;25

Os que rechaçam à Palavra da Vida com pedras do “Não se meta na minha vida”, são denunciados por Jeremias: “... serão como a tamargueira no deserto, não verão quando vem o bem;” Jr 17;6

sábado, 22 de julho de 2023

Os rebeldes


“Ouvi, ó Céus, dá ouvidos, tu, ó Terra; porque fala O Senhor: Criei filhos, engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra Mim.” Is 1;2

Algo bem “simples” que os liberais, pretensos editores da Palavra de Deus, precisam aprender: Quando O Eterno fala, aos Céus e à Terra só cabe ouvir.

Não fala como se, estivesse colocando algo em votação, carecendo uma resposta favorável. “... a Palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Deus.” Ez 12;28 O pretérito de então, já testificava da Sua fidelidade. “Palavra alguma falhou de todas as boas coisas que o Senhor falou à casa de Israel; tudo se cumpriu.” Js 21;45

Ele mesmo desafia a colocarmos à prova Sua Integridade; “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará... porque a Minha Boca tem ordenado; Seu espírito mesmo as tem ajuntado.” Is 34;16

O fato de termos sido criados arbitrários, recebido o direito de escolha, podendo obedecer ou nos rebelar, não nos permite irmos além disso; nosso direito esgota-se aí. Não chega ao absurdo de a coisa criada suplementar ao Criador; da imperfeição “melhorar” ao Perfeito; “Porventura também tornarás tu, vão o meu juízo, ou Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8

Podem cobrir o mundo de “livros sagrados” que, lhes soem mais palatáveis; no final, ceifarão vergonha, esse fruto costumeiro colhido pelos que semeiam rebelião; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm?” Jr 8;8 e 9

Aos que já tinham sido “modernizados” foi dito: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas dizem: Não escutaremos.” Jr 6;16 e 17 “Não andaremos... não escutaremos... se rebelaram contra Mim.”

Se, O Eterno leva liberdade de escolha e expressão, às últimas consequências, inevitável é o determinismo forjado desde a criação; que cada semente reproduza “conforme sua espécie.” “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

A criação original tinha posto o homem num patamar elevadíssimo: “Tu o fizeste um pouco menor que os anjos, de glória e honra o coroaste; o constituíste sobre as obras de Tuas Mãos;” Heb 2;7

Todavia, após a rebelião e a queda, aquele que fora criado um pouco menor que os anjos, colocou-se abaixo dos animais; “O boi conhece seu possuidor, o jumento, a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, Meu povo não entende.” Is 1;3

A desobediência precisa da assessoria da incredulidade; a alma humana é tentada a crer que as consequências não serão tão sérias assim; “certamente não morrereis;” a incredulidade oferece uma “cabeça de ponte”, um ancoradouro às ações do inimigo, que vem e espalha sua bruma de vetar entendimentos; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Um exemplo prático de um abismo chamando outro; a incredulidade traz a desobediência; essa nos lança no domínio do inimigo, que cega-nos vetando entender de onde vêm as aflições. Quem não sabe o que quer, acaba buscando o que não precisa. “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4;6

Aflições nascidas da sede de Deus, são “supridas” com drogas, bebidas, promiscuidade... essas coisas, malgrado produzam uma ilusão momentânea, acabam aumentando o vazio, acentuando a distância.

Não é que a conversão seja tão radical em si mesma; mas, o homem, alienado da luz afastou-se tanto, que precisa deixar tudo o que “aprendeu”, e reaprender de Deus, começando do zero; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;7 a 9

Os iluminados por Cristo, não anseiam mudar a Palavra; antes, mudam de atitudes, segundo A Palavra da Vida.