segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A Marca da Besta

“Faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.” Apoc 13;16 e 17

À medida que o fim se aproxima, textos de cunho escatológico tendem a ser mais escrutinados, sobretudo esse, que trata da famigerada “Marca da Besta”.

Ouvindo diversos intérpretes percebo que, a maioria deles, pregadores renomados, esposam a ideia que a “marca” é uma identificação ideológica, afinidade espiritual, atual, não uma marca, literalmente.

Estar na mão tipificaria nossos atos, e na testa nosso modo de pensar; Como Deus ordenou um memorial amarrado no braço ou preso entre os olhos.

Os que não se alinharem com o sistema global em gestação, serão excluídos; essa exclusão equivaleria a tolher de mercadejarem no mundo globalizado.

Quem costuma ler o que escrevo sabe que minha levada não é prioritariamente escatológica; movo-me mais na área da edificação que na de intérprete das últimas coisas. Há tantos mais aptos por aí; todavia, agora me atrevo.

E, atrevido, ouso discordar desses renomados que defendem que a “marca” não será literal, e que, muitos, por afinidade com o “admirável mundo novo” inda embrionário, já estariam marcados.

Primeiro; a ordem de se trazer consigo uma lembrança foi entendida e praticada literalmente, pelos judeus; “As atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos.” Deut 6;8 Assim, embora o teor fosse espiritual, o “veículo” para ter o mesmo na memória era físico, literal.

Logo, o argumento da imitação faria o inimigo ser de mais acuidade e percepção espiritual que O Criador; pois, Esse, ordenou-o, literalmente; mas, para a oposição bastaria mera afinidade espiritual; assim, com o devido respeito, o argumento da contrafação é pueril.

Segundo; quem tem algum discernimento, e consegue ir além das narrativas fajutas da mídia prostituta sabe que o “zelo com saúde” que restringe uma série de coisas e requer diversas vacinas para o mesmo mal, tem a ver com controle de massa, rebanho; saúde nunca foi preocupação dessa gentalha que pretende governar o mundo.

O tal “Passaporte sanitário” tencionado em várias partes, eventualmente imposto, agora, rejeitado em países da América do Norte e Europa foi um ensaio, para quando a marca de “Cidadão do Mundo” for obrigatória. 

Se, o “ensaio” requeria um documento comprobatório de submissão ao sistema, por quê, quando for à vera seria meramente ideológico?

Terceiro; se a “Marca” fosse afinidade espiritual e ideológica com o sistema mundano, por quê e como, poderia ser de três maneiras diferentes? Pode ser “O sinal, o nome, ou o número do seu nome...”

A tecnologia possibilita inúmeras formas de identificação; digitais, íris, voz, reconhecimento facial, identidade digital... Sendo, como acredito, um sistema ancorado na tecnologia, as possibilidades de identificação excedem em muito a três; parece que o sistema e seu príncipe escolherão três modos distintos com a mesma funcionalidade.

Em tempos de criptomoedas e adjacências, ninguém precisa ser gênio, ou profeta para saber que breve o dinheiro físico desaparecerá; no império tecnocrático, quem não “andar na linha” traçada pelo Capiroto será excluído; alijado do sistema. Não tendo acesso ao mundo virtual, óbvio que não poderá comprar nem vender, como vaticina A Palavra de Deus.

Todos os documentos se fundirão numa identidade digital, sem a qual, nada feito.

Temos ainda os Adventistas com sua ideia fixa do “Decreto Dominical” por darem ao sábado, um peso maior que A Bíblia dá. Todas as leis do reino fugaz do capeta serão contrárias À Lei de Deus por completo. A inversão de valores que grassa já é amostra do pano. A Palavra que inda pregamos com apenas sinais de perseguição será vetada completamente.

Pouco importa qual dia será escolhido pela fé ecumênica concomitante ao reino; será um motim contra O Ungido, Jesus Cristo, não, contra os mandamentos dados mediante Moisés. Ver salmo segundo.

O que faz desnecessário O Eterno marcar literalmente os Seus, senão com O Selo do Espírito Santo é Sua Onisciência, capaz de ler o Espírito do Homem; “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

O que tornará obrigatório a marcação literal dos servos do inimigo é sua limitação de criatura, privado de Onisciência e Onipresença. Sua “ubiquidade” possível virá pela árvore da ciência, pois à da Vida ele não tem acesso.

Claro que, afinidade espiritual com O Santo é imprescindível, e com a oposição será letal. Porém, Deus regenera filhos, o inimigo arrebanha gado; natural e lógico, pois, seu “ferro em brasa.”

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Os grandes vazios


“Irei aos grandes e falarei com eles; eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Jr 5;5

Na iminência de um juízo severo, o profeta recebera ordem de procurar algum sujeito decente; “Dai voltas às ruas de Jerusalém, informai-vos, buscai pelas suas praças, pra ver se achais alguém; se há um homem que pratique a justiça, busque a verdade; Eu lhe Perdoarei.” v 1

Esse ditoso, caso existisse, seria poupado do julgamento vindouro.

Triste decadência! A nação que fora chamada para ser “Reino sacerdotal, povo santo”, sendo investigada em minúcias para ver se nela se encontraria um justo.

Religiosos eram, porém, hipócritas; “Ainda que digam: Vive O Senhor, de certo, falsamente juram.” v 2

Apesar do COVID da época o povo não mudava; não emendava seus caminhos segundo Deus. “Ah Senhor, porventura não atentam Teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os e não quiseram receber correção; endureceram suas faces mais que uma rocha; não quiseram voltar.” v 3

Óbvio que Deus enviara enfermidades, juízos mediante a natureza, e nada; nenhum sinal de mudança, arrependimento.

A breve oração de Jeremias evidencia que sua busca por um justo se revelara fracassada. Então, decidiu aprofundar a “pesquisa;” “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres, loucos; não sabem o Caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem...” vs 4 e 5

Talvez, pensou o infeliz investigador, a questão nem seja tanto por maldade, mas ignorância; esses são a ralé. Vou aos grandes, aos entendidos, lá acharei. Triste ingenuidade. “...estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” v 5

A condição social elevada nunca foi sinônimo de moral mais alta; geralmente é o contrário, como cantou Elis Regina: “tá cada vez mais down the high society”. (cada vez mais baixa a alta sociedade) “... o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Observando nosso STF, e o Congresso, salvas três ou quatro honrosas exceções, não precisamos vistas mui apuradas para constatar o cumprimento cabal da profecia citada.

Nos Seus dias, Cristo ensinou todos, pequenos e grandes; mas, a rejeição mais ferrenha foi dos da elite religiosa; Falando com esses, O Salvador colocou os pingos nos is: “... Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes, mas os publicanos e as meretrizes creram...” Mat 21;31 e 32

O cerne da questão era ouvir, crer e se arrepender, a despeito da condição social.

Essa balela rapino-ideológica de “inclusão social, preferência pelos pobres” nunca foi ensino das Escrituras. Deus busca aos fiéis, malgrado, seus bens. “Os Meus Olhos buscarão aos fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Riqueza não é agravante, nem pobreza, atenuante; justiça e direito contam. “...numa demanda não falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

Como, normalmente os “grandes” se mostram orgulhosos, cheios de justiça própria, e a humilhação é o juízo predito para o orgulho, Deus chama aos pequenos, por duas razões: a possibilidade deles ouvirem é maior; os que ouvem e mudam servem, quando exaltados, de juízo e confusão aos “grandes” presunçosos.

“Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Antes de pensarmos iludidos que somos melhores que os ímpios dos dias de Jeremias, algumas considerações são necessárias: Acaso a pandemia que grassa logrou reacender das cinzas a chama do temor esquecido? Aumentaram conversões de gente que, à amostra grátis do juízo porvir decidiu arrepender-se?

A fúria da natureza, enchentes, furacões, tufões, tsunamis teve algum contraponto em mudança de vida para melhor??? De novo, como naqueles dias, se verifica o mesmo; “... Feriste-os, não lhes doeu; consumiste-os, não quiseram receber correção; endureceram suas faces mais que uma rocha; não quiseram voltar.”

Os apelos do amor se revelando insuficientes, só sobra ao Eterno a necessária justiça. “Deixaria Eu, de castigar por estas coisas, diz O Senhor, ou não se vingaria a Minha Alma de uma nação como esta?” Jr 5;9

Ainda, o Amor lança derradeiros brados; breve será o juízo, sem apelação. “O que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Excesso de bagagem


“Todo homem, a quem Deus deu riquezas, bens, e lhe deu poder para delas comer e tomar sua porção, gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus.” Ou;

“Um homem a quem Deus deu riquezas, bens, honra; nada lhe falta de tudo quanto deseja; Deus não lhe dá poder para daí comer; antes, o estranho o come; também, isto é vaidade, e má enfermidade.” Ecl 5;19 e 6;2

Temos nesses versos a exposição de duas situações semelhantes: Pessoas abastadas, porém, com predicados diferentes. Uma pode usufruir suas posses, a outra, não.

Ora, se o direito à propriedade é sagrado em qualquer regime democrático, por que alguém não pode usufruir o que possui? Acontece que essa restrição não reside nas leis humanas; antes, na alma de tal “rico”. Para o que pode, o dinheiro é um meio; para o outro, um fim. Aquele, do que possui faz sua vida regalada; esse, do que ainda não tem, o alvo da sua cobiça.

Assim foi com Acabe, por exemplo; mesmo com as regalias do palácio real, sofria por não ter a vinha de Nabote. A megera rainha Jezabel maquinou como possuí-la a preço de fraude e sangue; isso lhe custou a vida.

Então, quando Deus “dá poder” para usufruir, devemos entender com isso uma alma iluminada quanto ao papel dos bens forjando um coração liberal, altruísta. “Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também, isto é vaidade, aflição de espírito.” 6;9

Muitos católicos que fazem peregrinações, como a de Santiago de Compostela na Espanha, por exemplo, dizem que o primeiro aprendizado é que devem descartar tudo o que for supérfluo para que a bagagem seja um socorro essencial, não, um peso.

Se sabemos que a vida terrena é mera peregrinação, posto que mais extensa que aquela, por que nos sobrecarregarmos de bagagens mui pesadas que não poderemos levar além? “Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer muito; mas, a fartura do rico não o deixa dormir.” 5;12 Algumas nuances do “não poder” desse ser, materialmente apegado.

Desgraçadamente, muitos que se dizem evangélicos, ao invés de viver e ensinar o vero sentido de nossa peregrinação, cujo alvo é ser sal e luz aos semelhantes e ajuntar Tesouros no Céu para si, ensinam a cobiça mundana, como se, âncora e asas fossem sinônimos.

Ora, o Salvador denunciou que, do que o coração está pleno, a boca fala. Lógico e natural que seja assim. Como apresentaria eu, a outrem, como desejável, aquilo que não for desejável para mim? Assim foi o pecado original. Satanás propôs como alvo ao primeiro casal algo que era seu sonho; ser como Deus.

Então, quando um pilantra qualquer acena ainda que pisoteando textos bíblicos, com a busca de mais bagagem mediante a fé, obscenamente expõe seu avarento coração; e sua mensagem só ecoa noutro igual. Assim, tais igrejas vivem sua “simbiose”; incauto e mercenário completam-se, numa versão gospel de otário e vigarista.

Claro que em casos de privação alheia, os bens são a primeira “oração” que devemos fazer em socorro de um necessitado qualquer; não se trata de omitir o óbvio. 

A ideia é uma profilaxia para evitar que a mosca dourada da cobiça nos possa inocular seu vírus. “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” 5;10

Não alude aos bens em si; antes, a um sentimento deslocado que faz amar coisas, bens, quando deveria fazê-lo em relação a pessoas. Paulo amplia isso: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e transpassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;10

O livro de Atos traz o exemplo de Ananias e Safira que, por amor ao dinheiro mentiram solenemente perante Deus; isso lhes custou mais que dores; a vida.

Conheço pessoas de bem poucos bens que vivem felizes; e outras de muitas posses, que sofrem; todos conhecem! Certo que é saudável certa emulação ao vermos a prosperidade de nossos semelhantes, que nos faz trabalharmos também, em busca de melhorias das nossas condições de vida. 

Entretanto, é insano e destrutivo dar asas à cobiça desenfreada; pois, além de não apreciarmos devidamente o que temos, podemos incorrer em ilícitos almejando o que sequer carecemos. Façamos nossa a oração de Agur.

“Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, …ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o Nome de Deus em vão.” Prov 30; 8 e 9

O sábio e o louco


“Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia sua loucura.” Prov 13;16

Seguidamente deparo com uma frase onde alguém diz gostar de ver um sábio fingindo ser tolo, observando ao tolo que finge ser sábio.

Algumas “sabedorias”, dessas diluídas por coladores de banners que se sentem filósofos; não passam de jogos de palavras, cujo sentido, se for devidamente escrutinado traz algumas varáveis que escapam ao “jogo.”

Poderíamos dizer que, ambos, o sábio e o tolo, pretendem parecer o que não são. Ora, a simples difusão de ideias alugadas, por quem se recusa a pensar por preguiça mental, ou sei lá o motivo, já traz em si certa pretensão de possuir uma luz ausente. Fazer cortesia com chapéu alheio, como se diz. Assim, temos um tolo pretendendo-se sábio, e denunciando aos que isso fazem.

“Pensar é o trabalho mais duro que há; essa, talvez, seja a razão pela qual tão poucos se ocupam disso.” Henry Ford

Segundo a Bíblia, dito por aquele que foi o mais sábio dos homens, Salomão, o melhor disfarce para um tolo se esconder é o silêncio; “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28 Como poderia “se disfarçar de sábio” sem “matéria-prima” para isso?

Pois, as facilidades da tecnologia interativa são tentadoras demais, para que alguém ainda use esse disfarce, o silêncio; “Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia sua loucura.” Prov 13;16

Como uma lata rolando vazia tende a fazer mais barulho que outra, cheia, assim, mais fala quem precisaria ouvir.

O silêncio do sábio não visa escondê-lo; como, sua fala também não tem necessidade de aparecer; se, é de fato sábio, já fez seu assento acima dos aplausos e das vaias circunstantes.

Seu silêncio é consorte da sua leitura da vida; sua fala uma tentativa de difundir um feixe de luz. Há um provérbio hindu que diz: “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o teu silêncio”. Temendo que sua fala possa não ser assim, muitas vezes se cala.

Quando digo sábio, porém, não pretendo identificar um manancial de conhecimento, com sapiência para dar e vender; antes, um que, por ciente das suas ignorâncias tenta aprender; enriquecer sua alma com o mais precioso dos bens; “Pobreza e afronta virão ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.” Prov 13;18

Sua “Sabedoria” consiste em identificar a sede de conhecimento, e beber na Fonte certa; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Notemos que os opostos ao sábio, nem são por razões intelectuais; ignorância. Antes, por insanidade que os indispõe à sabedoria; são loucos.

Embora o sábio possa ter em seus depósitos coisas pra dividir é uma alma sempre disposta à aquisição de mais, das riquezas que, deveras, contam; “Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, ele te amará. Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em doutrina.” Prov 9;8 e 9

Esse, pois, não se finge de tolo, age com prudência; sabe das suas tolices contra as quais luta diuturnamente, na arena da instrução. Não vive desnudo exibindo seus “músculos” tatuados; sua intervenção é pontual, quando julga oportuno. Prudência caminha com ele.

Infelizmente são os números que valoram bens nessa sociedade consumista, não a essência das coisas. Daí, “influencers” cujos seguidores são muitos, malgrado, sua influência seja pífia, inútil, deletéria até, estão “bombando”; pois, a galera quer “Causar” não mergulhar nas profundezas em busca das pérolas do saber.

De novo, Salomão: “Melhor é a sabedoria que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada, e suas palavras não foram ouvidas. As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais que o clamor do que domina entre os tolos.” Ecl 9;16 e 17

Desnecessário perguntar se a geração atual prefere ler bons textos, ou rir de “memes” jocosos, e expor frases breves sobre as quais nem se ocupa em pensar. Vivem “colando” alheios pensares e sentem-se descolados.

Todos já ouviram versar, ensinam até, que a verdade liberta; pacífica sentença. Todavia, quando a Verdade diz que meu algoz sou eu mesmo, que preciso negar-me em submissão a Cristo para ser livre desse verdugo inclemente, o desejo pecaminoso, logo a brincadeira perde a graça. Os “influencers” ensinam que devo ser eu mesmo...

Por isso o oposto do sábio é o louco. Suicida-se em nome do comodismo, enquanto aquele, nega-se por amor à vida. Assim, o sábio parece “morto” por amar à vida; e o tolo camufla de curtir a vida, os andrajos da sua morte.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

A Ira Divina


“Não se desviará a Ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do Seu Coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” Jr 23;20

Certa vez um pastor perguntou: “De quê, Jesus Cristo nos salva?” Alguma hesitação reinou no ambiente, dado o inusitado da questão; então, um respondeu; do inferno; outro, da perdição; um terceiro, da morte; ... dos pecados, do juízo... finalmente, um, para deleite do pastor disse: Ele nos salva da ira porvir.

“Todas as respostas têm uma parcela válida; mas, essas coisas citadas são nuances da expressão da Ira do Senhor.” - ensinou.

Com isso concordam os textos bíblicos; aos religiosos ímpios que descansavam à sombra da própria religiosidade João Batista questionou: “... Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” Mat 3;7

Aos que recusam a mudar seu modo de vida a ameaça da Ira permanece. “Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

Contudo, parece que a Ira Divina, mesmo se expressando, eventualmente, não é entendida como tal; por isso, “... nos últimos dias entendereis isso claramente.”

Geralmente as manifestações pontuais da Ira Divina são diluídas como fatalidades, ou, “força da natureza.”

Nos dias de Ageu, como os “sinais naturais” não bastaram para deixar patente o descontentamento Divino, O Eterno enviou o profeta como um que deixa claro o que, deveria ser óbvio; “Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; o que recebe salário, recebe-o num saco furado... Por causa da Minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa. Por isso retém os céus sobre vós o orvalho; a terra detém seus frutos.” Cap 1; v 6, 9 e 10

Sempre a “ciência” tem uma explicação aparentemente satisfatória para as grandes catástrofes naturais; a ideia dessas coisas serem manifestações da Ira Divina em pequenos “adiantamentos”, como apelos do Pai para que emendemos nossas vidas, soaria como coisa ridícula, devaneios “negacionistas” dos que descreem da “ciência.” Pois é.

A Palavra de Deus é categórica: “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Maldições por causa da impiedade.

O cenário porvir será demasiado trágico; lá, essas “explicações científicas” é que cairão no ridículo quando, a Ira Divina se expressar de forma diáfana.

Será tão clara que seus alvos clamarão pedindo um “plano B”, mesmo que suicida, para tentar fugir dela. “Diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, escondei-nos do rosto Daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da sua ira; quem poderá subsistir?” Apoc 6;16 e 17

Embora, para o catolicismo existam sete “pecados capitais”, sendo um deles, a ira, a Bíblia jamais apresenta assim. Essa, por um motivo justo é uma reação esperável; malgrado, seja uma má conselheira e não devamos atuar movidos por seu calor, se nos concede esse direito; “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira.” Ef 4;26

Se ela fosse pecado, Deus, que não pode ser atraído pelo mal, não a sentiria; “Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias.” Salm 7;11

A segurança dos salvos em Cristo, pois, está no fato que, além da mudança cabal da vida aqui, Ele nos livra das consequências da ira, lá; quando, ao seu tempo, se manifestar. Além de adorar ao Salvador, agradecidos, estamos a “Esperar dos céus a Seu Filho, (de Deus) a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” I Tess 1;10

E aos que se sentem seguros em suas idiossincrasias, achando que, vivendo cada um da sua maneira tudo está bem, é um direito que lhes assiste, a mesma pergunta feita por João Batista cabe: “Quem vos ensinou a fugir da Ira futura?”

Diferente da ideia que O Relojoeiro criou um “relógio automático” e deixou-o à sorte para que funcione sozinho, esse planeta será chamado a prestar contas dos seus atos, pelo seu Criador.

As alternativas são duas, claras; lutar contra Deus, o refazer a paz com Ele. “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim, na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, e faça paz Comigo; sim, que faça paz Comigo.” Is 26;4 e 5

Paz com Deus requer negar a si mesmo, submisso a Cristo; então, “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Abaixo à opressão!


“Depois, voltei-me, atentei para todas opressões que se faz debaixo do sol; vi as lágrimas dos que foram oprimidos, dos que não têm consolador, e a força estava do lado dos seus opressores; eles não tinham consolador.” Ecl 4;1

Se os “socialistas” soubessem desse verso, certamente o usariam, até para “provar” que Paulo Freire é “bíblico” em sua dicotomia monótona de oprimidos e opressores.

Uma coisa que O Eterno preza acima de tudo, é a verdade; jamais Sua Palavra negou a existência de opressores, tiranos, injustos... tampouco, ensinou a proceder como eles.

Todavia, não propõe as soluções “inclusivas” dos esquerdóides, ou, abona a menor injustiça a pretexto de “inclusão social.” Também não patrocina “movimentos sociais” 
reivindicatórios como se, uma turba nas ruas pleiteando o que quer que seja, faça tal reivindicação justa; antes, adverte: “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito.” Ex 23;2 Para Deus não é o pleito da maioria que prepondera; antes, retidão, direito.

Essas “mudanças” buscadas no grito, ao arrepio das leis, são desencorajadas; “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição, e a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22

O direito à propriedade, por exemplo, está contemplado nos dez mandamentos, quando diz: “Não furtarás”. A submissão às autoridades começa em casa já, com dever de honrar pai e mãe.

Um homem decente jamais rejeitará a inclusão dos menos favorecidos; embora, pela mesma decência, recusará a considerar vagabundos e diligentes, como se fossem iguais; a decência “contamina” a inteligência também. Chamamos de honestidade intelectual.

O que repudiamos veementemente no esquerdismo, além dos valores anticristãos da ideologia, claro! é a hipocrisia. A narrativa da virtude como posse exclusiva deles, não obstante, vivam os mais crassos vícios.

Via de regra usam rótulos certos nos produtos errados. Sua ideologia totalitária, intolerante, ao ponto de invadir e queimar igrejas por exemplo, como fizeram no Chile e ameaçam começar por aqui, para eles é a mais pura expressão “democrática”. Tanto que, ditaduras com mais de meio século, como a de Cuba, são “exemplos de democracia”.

Não se dão ao trabalho de pesquisar nazismo e fascismo para saber o que foram; mas, assim rotulam gratuitamente quem discorda.

Se, os cristãos aprendem a lidar com a verdade, quer ela os favoreça, quer não, esses lidam com narrativas falaciosas; douram pílulas dos alinhados ideológicos, malgrado, os fatos insistam em mostrar o contrário.

Assim, a divergência não é entre defesa de pobres ou ricos, como os mestres das falácias tentam fazer parecer; antes, o pleito se estabelece entre a defesa da verdade, contra a da mentira.

Em nosso país, com eles no poder discursaram por quase duas décadas sobre socorrer ao sofrido nordeste, com a transposição do rio São Francisco. Gastaram bilhões pulverizados pelo sopro dos ventos da corrupção e a coisa nunca saiu de esboço; só discursos.

Os sertanejos vitimados pelo estio seguiam dependendo de caminhões pipas, ou, buscando águas distantes no dorso de jericos. Mas, os “defensores dos pobres” estavam cuidando deles.

Agora, um “maldito Capitalista, liberal, fascista, nazista” está no Governo; em pouco tempo fez, sem vestígios de corrupção, o que eles prometeram sempre e jamais fizeram. Quem cuida dos pobres, dos desfavorecidos??

Então, fora com essa balela de protetores dos excluídos, detentores da virtude, que tanto esses gostam de usar!

Nos importamos com os pobres, mas não legitimamos usurpar nada de ninguém para favorecê-los. Que haja certo assistencialismo em situações extremas, e meios para ganhar o pão para todos. Contudo, dos preguiçosos indolentes A Palavra de Deus versa também; “Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.” II Tess 3;10

Preguiça se expulsa a pontapés, não usurpando fruto do trabalho alheio e apelidando de “causas sociais”.

A Palavra de Deus com essa mania “opressora”. Sabemos que há muitos vagabundos usurpando à Própria Palavra; o “socialismo”, apesar de ateu, migrou para a religião também. Mas esses, que fazem injustiças com as coisas santas receberão juízo conforme. Verdade e justiça, O Eterno Ama.

Repartir o pão é mandamento, mas cada um em particular decide se quer ou não, obedecer.

Nada mais inclusivo que O Reino de Deus! Todos podem entrar a despeito das condições sociais. Para todos, o “ingresso” é o mesmo; a cruz.

Entrando pela porta estreita e nela perseverando, cada um herdará, enfim, um Reino de Justiça e Paz.

O opressor tem planos eternos para seguir oprimindo no inferno, mas O Salvador chama: “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei.” Mat 11;28

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Os pés na cova


“... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus;” Atos 4;19

Os apóstolos desafiando o Sinédrio a um julgamento lógico da situação. O que seria justo? obedecer aos homens, ou a Deus? A resposta parece óbvia.

Embora a lógica tenha sido estudada e sistematizada pela filosofia, (Aristóteles) não foi uma invenção filosófica; antes, é um estudo de algo que permeia a vida humana e é amplamente encontrável nas Escrituras Sagradas.

“... dos ímpios procede a impiedade...” I Sam 24;13 “... pelo fruto se conhece a árvore...” Mat 12;33 “... se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.” Jo 8;39 etc. O que são esses fragmentos, senão, cristalinos exercícios de lógica?

Lógica deriva do grego “Logos” que foi traduzido por “Verbo”. “No princípio era O Logos, e O Logos Era Deus.” Daí, lógico é aquilo que soa verdadeiro, pleno de sentido, racional.


Aristóteles dividiu a lógica em três princípios. Identidade, não contradição e terceiro excluso. A identidade limita o ser ao que é, não comporta anexos. A é A e ponto final. Não pode ser outra letra. 

A não contradição, demanda coerência do ser; é impossível ser e não ser, ao mesmo tempo, ou ser outra coisa oposta, que contradiria a identidade, diluindo-a. 

Por fim, a exclusão de terceiro. Segundo esse princípio, só existem duas opções; afirmativa ou negativa. Pedro é arquiteto ou Pedro não é arquiteto. Não há neutralidade ou variante lógica.

A dualidade da vida confirma isso; é verdade, ou mentira; está vivo, ou morto; é reto, ou torto; é luz, ou trevas; vê, ou é cego; está se movendo, ou inerte, é macho, ou fêmea, está grávida, ou não, é bíblico ou não é, etc. Estados intermediários entre luz e trevas, como aurora e crepúsculo, por exemplo, têm seus próprios seres, sua lógica.

O que é hipocrisia, tão denunciada pelo Salvador, senão, uma discrepância lógica, onde as palavras afirmam determinado ser, e as ações deixam patente, outro? Paulo disse mais claro; “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Como é mesmo a frase aquela? “O que és fala tão alto que não consigo ouvir ao que dizes”. Assim, o ser é mais eloquente que o falar.

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.”

Em nome do “progressismo”, o que até ontem fora lógico, sem um nexo plausível, deixa de ser. Valores se diluem como se, líquidos; o que era perene, de repente se revela caduco; quem ainda ousa manter sua locomotiva nos trilhos lógicos vira radical, fundamentalista, “negacionista”...

Segundo a lógica, uma vacina imuniza; possíveis efeitos colaterais são conhecidos; determinada droga é testada exaustivamente até seus efeitos se tornarem ciência; imunizados estão fora de perigo, (exclusão de terceiro) guardiães da Constituição guardam-na; sexo é um fator biológico independente de escolhas; cristãos escolhem para governantes gente que representa seus valores...

Essa lógica é chata mesmo. Que mania que ela tem de contrariar às pessoas; se elas querem ser “Metamorfoses ambulantes” como cantou Raul Seixas? “Se hoje sou estrela, amanhã já se apagou; se hoje te odeio amanhã lhe tenho amor, lhe tenho horror...”

Dos Seus, Deus demanda integridade acima de lucro, vantagens ilusórias; um “cidadão dos Céus” é, “... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4

Infelizmente tem sido recorrente ver postagens de “cristãos” nas redes sociais, onde defendem certa candidatura de notório ladrão, corrupto, anticristão que defende tudo o que se opõe aos nossos valores, como sendo a melhor escolha na eleição que se aproxima. Não falo de predileções políticas, mas de identidade de valores. Defendem aborto, drogas, ideologia de gênero, protegem bandidos, ditadores sanguinários, são corruptos, perseguem à fé como fizeram recém em Curitiba, etc.

Dos “cristãos” sem noção, Deus Fala moralmente; “Quando vês o ladrão, consentes com ele...” Sal 50;18 e os avalia intelectualmente; “... o coração do tolo está à sua esquerda. Até quando o tolo vai pelo caminho, falta-lhe o entendimento e diz a todos que é tolo.” Ecl 10;2 e 3

Até podem orar com as palavras de santos, mas fazem escolhas como imbecis.

Então, do ponto-de-vista lógico, esses não são convertidos, embora atrapalhem cultos com suas indignas presenças, e cansem com a cantilena de suas falácias ocas. Tais, pensam estar emulando gente de bem com suas postagens fora da casinha, como se, lhes negássemos o direito de serem estúpidos.

Esse direito deles é inalienável; mas, é também um derivado da lógica, que toda causa gere consequências; “Quem abrir uma cova, nela cairá, e quem romper um muro, uma cobra o morderá.” Ecl 10;8