domingo, 20 de fevereiro de 2022

Os grandes vazios


“Irei aos grandes e falarei com eles; eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Jr 5;5

Na iminência de um juízo severo, o profeta recebera ordem de procurar algum sujeito decente; “Dai voltas às ruas de Jerusalém, informai-vos, buscai pelas suas praças, pra ver se achais alguém; se há um homem que pratique a justiça, busque a verdade; Eu lhe Perdoarei.” v 1

Esse ditoso, caso existisse, seria poupado do julgamento vindouro.

Triste decadência! A nação que fora chamada para ser “Reino sacerdotal, povo santo”, sendo investigada em minúcias para ver se nela se encontraria um justo.

Religiosos eram, porém, hipócritas; “Ainda que digam: Vive O Senhor, de certo, falsamente juram.” v 2

Apesar do COVID da época o povo não mudava; não emendava seus caminhos segundo Deus. “Ah Senhor, porventura não atentam Teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os e não quiseram receber correção; endureceram suas faces mais que uma rocha; não quiseram voltar.” v 3

Óbvio que Deus enviara enfermidades, juízos mediante a natureza, e nada; nenhum sinal de mudança, arrependimento.

A breve oração de Jeremias evidencia que sua busca por um justo se revelara fracassada. Então, decidiu aprofundar a “pesquisa;” “Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres, loucos; não sabem o Caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem...” vs 4 e 5

Talvez, pensou o infeliz investigador, a questão nem seja tanto por maldade, mas ignorância; esses são a ralé. Vou aos grandes, aos entendidos, lá acharei. Triste ingenuidade. “...estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” v 5

A condição social elevada nunca foi sinônimo de moral mais alta; geralmente é o contrário, como cantou Elis Regina: “tá cada vez mais down the high society”. (cada vez mais baixa a alta sociedade) “... o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Observando nosso STF, e o Congresso, salvas três ou quatro honrosas exceções, não precisamos vistas mui apuradas para constatar o cumprimento cabal da profecia citada.

Nos Seus dias, Cristo ensinou todos, pequenos e grandes; mas, a rejeição mais ferrenha foi dos da elite religiosa; Falando com esses, O Salvador colocou os pingos nos is: “... Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes, mas os publicanos e as meretrizes creram...” Mat 21;31 e 32

O cerne da questão era ouvir, crer e se arrepender, a despeito da condição social.

Essa balela rapino-ideológica de “inclusão social, preferência pelos pobres” nunca foi ensino das Escrituras. Deus busca aos fiéis, malgrado, seus bens. “Os Meus Olhos buscarão aos fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Riqueza não é agravante, nem pobreza, atenuante; justiça e direito contam. “...numa demanda não falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

Como, normalmente os “grandes” se mostram orgulhosos, cheios de justiça própria, e a humilhação é o juízo predito para o orgulho, Deus chama aos pequenos, por duas razões: a possibilidade deles ouvirem é maior; os que ouvem e mudam servem, quando exaltados, de juízo e confusão aos “grandes” presunçosos.

“Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Antes de pensarmos iludidos que somos melhores que os ímpios dos dias de Jeremias, algumas considerações são necessárias: Acaso a pandemia que grassa logrou reacender das cinzas a chama do temor esquecido? Aumentaram conversões de gente que, à amostra grátis do juízo porvir decidiu arrepender-se?

A fúria da natureza, enchentes, furacões, tufões, tsunamis teve algum contraponto em mudança de vida para melhor??? De novo, como naqueles dias, se verifica o mesmo; “... Feriste-os, não lhes doeu; consumiste-os, não quiseram receber correção; endureceram suas faces mais que uma rocha; não quiseram voltar.”

Os apelos do amor se revelando insuficientes, só sobra ao Eterno a necessária justiça. “Deixaria Eu, de castigar por estas coisas, diz O Senhor, ou não se vingaria a Minha Alma de uma nação como esta?” Jr 5;9

Ainda, o Amor lança derradeiros brados; breve será o juízo, sem apelação. “O que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

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