sábado, 26 de fevereiro de 2022

Questão de peso


“Agora, pois, ó Israel, que é que O Senhor teu Deus pede de ti, senão ... que guardes os mandamentos do Senhor, Seus Estatutos, que hoje te ordeno, para teu bem?” Deut 10;12 e 13

Quando entendermos que, os nãos de Deus significam Sua proteção, mais que Seu veto; ou, que Seus mandamentos, invés de tolher “direitos” atuam para nosso bem, então, veremos as coisas como, deveras, são.

Tendemos a ter os mandamentos como castração de liberdade, restrição de direitos, estreitamento de vida; entretanto, Aquele que sabe onde os caminhos levam, conhece o fim desde o começo, o que o que cada semente produz, adverte que o erro de avaliação pode ser letal; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Quando prescreve que entremos pela porta estreita, não o faz por algum prazer sádico de nos ver andar estreitados; mas, pela Sabedoria Amorosa a antever, que, na amplidão, nos perderemos.

Embora, o motivo dos Divinos encargos seja Seu amor, ama também à justiça, a qual, demanda que seja um muro, um limite para os que tencionam ser Seus. “Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante Dele.” Jó 34;23

Sobrecarga significa peso excessivo. Um sábio não requereria de ninguém que levasse uma carga maior que suas forças. O príncipe desse mundo que veio para roubar, matar e destruir, não está nem aí se alguém for esmagado sob sua carga; desconhecendo amor, misericórdia, compaixão e demais sentimentos nobres, se satisfaz em sua sanha destrutiva.

O Criador se preocupa até com cargas dos animais; ordenou que se superassem divergências, para socorrê-los, quando fosse o caso; “Se vires o jumento daquele que te odeia caído debaixo da sua carga, deixarás, pois, de ajudá-lo? Certamente o ajudarás a levantá-lo.” Ex 23;5

Quanto mais, com os que Criou com Suas Mãos, para serem Reflexo de Sua Santa Imagem? Por isso O Salvador chamou-os: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós Meu jugo, aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas. Porque Meu jugo é suave, Meu fardo, leve.” Mat 11;28 a 30

O Salvador veio para um povo que ainda era inimigo de Deus; senão, não seria necessária Sua mediação reconciliadora; “Isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Dizemos que, o costume do cachimbo deixa-nos com a boca torta; uma figura de linguagem para ilustrar o que os hábitos fazem com o caráter. Nos habituamos a agir de certo modo; se, for proposto que façamos diferente, estranharemos; quiçá, acharemos pesado.

O homem natural não age diferente das suas vontades desorientadas. Abrir mão delas, (negue a si mesmo) pela Vontade Divina; (tome sua cruz e siga-me), ao primeiro momento parece insuportável.

Mas, à medida que cambiamos nossos pensares pelos Divinos, fruímos a paz interior e alívio que o Perdão de Cristo enseja, vamos percebendo que, as coisas passam a ficar mais leves; João ensina: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos Seus mandamentos; e Seus mandamentos não são pesados.” I Jo 5;3

Depois que a obediência se faz usual, os valores humanos se alinham aos Divinos, até o “caminho estreito” fica mais amplo; ouçamos Pedro: após recomendar uma caminhada com fé, virtude, ciência, temperança, paciência, piedade, amor fraternal, caridade, concluiu: “Porque assim vos será ‘amplamente’ concedida a entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Ped 1;11

Quem aprendeu, finalmente, a obediência, não precisa de argumentos externos para concluir que os mandamentos, além de não serem pesados, são para o seu bem. Tendo sido resgatado do cativeiro do inimigo pelo Sangue de Cristo, frui uma paz interior, uma leveza de consciência que compensam; além disso, uma luz espiritual que “insiste” em crescer; “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Claro que, ao homem natural, obediência soa pesada; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7 

Assim, o “negue a si mesmo” não é a castração de um direito; antes, o enfrentamento de um adversário.

A regeneração daquele que foi criado À Imagem e Semelhança de Deus, requer o banimento do que foi deformado, segundo as perversões do inimigo.

Deus nos imporia pesos, querendo nos elevar aos céus? “Os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas...” Is 40;31

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