sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Efeitos colaterais


“Crescia a Palavra de Deus; em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

“crescia A Palavra...” figura de linguagem para dizer que crescia sua influência, difusão; daí a multiplicação célere dos discípulos, chegando mesmo a alcançar lideranças praticantes do judaísmo.

“... grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Diferente do que possa parecer, a fé bíblica é mais que uma teoria para adesão mental, só um escapismo intelectual inconsequente. A “fé” que não gera obediência é mera abstração, simpatia ideológica sem o necessário engajamento que enseja mudança de vida.

O simples discurso, sem um procedimento conforme, foi combatido por Tiago como sendo coisa morta. “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens fé, eu tenho obras; mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios creem e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” Tg 2;17 a 20

Logo, mero crer sem compromisso duma atuação conforme, iguala-nos aos demônios. Uma crença que gera medo, estremecimento, não, frutos.

Sendo a fé algo demonstrável, isso não pode ser feito no campo puramente ideológico. Será nossa atuação no teatro da vida, que a mostrará; ou deixará patente nossa reles presunção. “Mostra-me tua fé sem as obras; e te mostrarei a minha, pelas obras.”

O fato da salvação nos ser dada mediante a fé, sem concurso das obras não nos isenta de as praticarmos; antes, demanda que as pratiquemos com a motivação correta; porque somos de Cristo, e não para que passemos a ser, mediante elas. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Quando, gente espiritualmente descompromissada com O Reino dos Céus, se dispôs a fazer algo, no calor da excitação por terem visto a extraordinária multiplicação de pães, O Salvador requereu primeiro o compromisso de fé, antes do serviço. “... Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29

Sem fé em Cristo todos estão mortos, alienados da Vida; a fim de quê, Ele demandaria boas obras de mortos? Primeiro cuida da regeneração; “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

Longe do Santo a inversão de valores; que, ao mal chame bem, ou vice-versa. Mas, uma boa obra feita por um “morto” herda a “qualidade” do seu agente fazendo-se obra morta. “Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e fé em Deus.” Heb 6;1

No entanto, se nossas “boas obras” de antes são reputadas como mortas, também as más entram no mesmo rol, depois que formos regenerados em Cristo; pois, “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo.” Heb 9;14

Purificados para servir. Removida a morte que estava em nós pelos pecados, somos guindados de criaturas a filhos de Deus, e capacitados Nele, a agirmos conforme. “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

A fé em Deus, pois, demanda obediência à Sua Palavra; os imitadores conseguem toda uma teatralidade que os assemelha aos filhos da cruz, sem terem tomado para si, os mandamentos a obedecer.

Esses até operam sinais, pregam, profetizam comem “com Cristo”, sem, contudo, Dele serem conhecidos; pois, recusa-se a conhecer desobedientes. “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? e em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;22 e 23

Aqueles que falam como filhos da luz, até ensinam aos preceitos Santos, mas, vivem na impiedade, se fazem piores que os que desconheciam o chamado da “porta estreita”. “Se teus olhos forem maus, o teu corpo todo será tenebroso. Portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

As ações dos que se dizem cristãos são as mais eloquentes declarações de fé. A “eloquência” que Deus preza é a verdade.

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