sábado, 5 de fevereiro de 2022

A "Periquita" do Bonde


“A embriaguez excita e traz à luz todos os vícios, tirando aquele senso de pudor que constitui um travão aos instintos ruins.” Sêneca

À luz dessa reflexão do pensador latino devemos concluir que nossa geração está embriagada. A falta de pudor atinge tão alarmantes espaços, que os instintos ruins nunca estiveram tão lépidos, como agora.

Outro dia, falando com um irmão sobre música, (eu e ele gostamos mais das antigas) disse que parte disso se deve ao nível moral atual. Que a arte também apodrece, onde a vida apodreceu.

Bastava uma palhinha dos intérpretes de outrora, e presto os identificávamos, pois, tinham identidade; hoje a coisa foi massificada de tal forma, que, passando uma manhã inteira ouvindo essas rádios que tocam o tal “sertanejo universitário” a impressão é que são os mesmos cantando sempre; mudam os nomes. A pobreza poética e harmônico/vocal da coisa salta aos danificados ouvidos.

Digo porque muitas vezes ouvi, passivamente, gente trabalhando perto de mim “curtindo um som” assim, e torrando-me os escrotos.

Não bastasse a indigência melódica vimos o concurso da indecência. “Se te pego, ai, ai...” o “leque-leque”, o “lepo-lepo” “meu pau te ama”, e demais náuseas afins, agora deparei com a “Periquita” do “Bonde do Forró”, onde a vocalista enumera personalidades, para quem daria, e para quem não, a referida ave; tudo com uma coreografia chula apontando pra “gaiola”.

Não se trata de moralismo. Tudo pode ser dito, com as palavras certas, no devido contexto.

Trata-se de bom gosto mesmo, ou, no caso “paladar estragado”, como falava outro amigo.

Uma excursão abaixo da linha de pobreza, no campo da criatividade, o concurso do despudor ao cubo, e desrespeito a muitas pessoas públicas, voam nas asas da “Periquita.”

Outrora, a cor dos olhos da amada, a ousadia de um beijo roubado, pasmem! Um “biquini de bolinhas amarelinhas!” o namoro no portão e simplicidades afins, serviam de pano de fundo para poesias dos amantes.

Agora temos a pornografia cantada em prosa e verso, e consumida pela maioria de uma geração embriagada, que já não sente vergonha de não ter vergonha. É a dissolução total.

Uma triste e inexorável tendência; à medida que o rio do tempo avança, fica cada vez mais sujo, como ensina a Bíblia; “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

A salvação é categórica! Não existe meio termo, alguns tons de cinza entre preto e branco. Ou se está salvo, ou não. Ou se tem o paladar apurado ou, se come toda sorte de porcarias.

O Salvador desafia cada um a deixar patentes suas escolhas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Pois, mesmo nos que se dizem cristãos há uma versão “gospel” para muitos lixos do mundo. O despudor grassa, maculando corpo, pelas vestes indecentes; alma; pela mentalidade e vontade malsãs; e espírito, pelo consumo das drogas espirituais que profanam Ao Santo.

Eu sei que quem não gosta basta não ouvir; faço isso desde sempre, exceto quando sou “fumante passivo”. Estou analisando uma doença social, não, reivindicando um espaço pessoal.

O apodrecimento moral do homem moderno atrai maldições sobre a terra; “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Como, quem está acostumado com o lixo não se ressente da falta de limpeza, para muitos desses, se tiverem contato com essa modesta diatribe, tudo seguirá como sempre, o maluco, o fora da casinha serei eu; “... sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;22

A Bíblia previu a “baixaria” dos altos; “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4 e vaticinou que a ascensão de gente assim, indigna moralmente, daria margem à baixaria geral; “Os ímpios andam por toda parte, quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.” Sal 12;8

Será assim, até o dia em que a Santa Paciência acabe, e, em atenção à minoria justa, O Eterno recoloque as coisas em ordem; “Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Então, não haverá mais choque de pudor, cada um terá o devido habitat, pois, “A indecência pode perverter um inocente, assim como a inocência pode chocar um pervertido.” Thimer

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