quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Divirta-se


“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo.” Col 4;5

É comum vermos “cristãos” mostrando incisivas armas, em ditos agressivos contra toda e qualquer aproximação; “Só me dê conselhos quando fores perfeito; pague minhas contas antes de palpitar na minha vida; sua opinião é sua; fique com ela...” coisas dessa estirpe, para deixar patente que não deseja proximidade, interação, muito menos, conselhos. Como uma tartaruga, esconde-se na própria carapaça.

“... cada qual cuida de si, e os outros que se danem...” Cantou Nelson Gonçalves.

Nos alheios a Cristo, ainda sob domínio do ego, embora insana, é compreensível a postura. Mas, os que se dizem cristãos não têm direito de agir assim. Se, pertencem ao Senhor devem ter entendido o “Negue a si mesmo.”

Somos membros de um corpo, cuja cabeça é Jesus Cristo; assim, vivemos interdependentes. Malgrado, as funções sejam diferentes, todas são necessárias. Paulo explicou: “O olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;” I Cor 12;21 e 22

Vai além da esfera funcional; atinge até mesmo a emocional; “De maneira que, se um membro padece, todos padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos se regozijam com ele.” v 26
Assim, um “cristão” avesso a correção, conselhos, ensinos ainda não entendeu sua posição.

Pois, como vimos no texto que encabeça essa reflexão, até com os que estão fora devemos interagir, interessadamente; “Andai com sabedoria para com os que estão de fora... vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Prudência no falar; nuance da prescrita sabedoria; e, claro! como disse Pedro, termos ciência das razões pelas quais cremos; “santificai ao Senhor Deus em vossos corações; estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós;” I Ped 3;15

Uma pregação mais eloquente que palavras, atitudes; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Embora, fé venha pelo ouvir, ao nos verem atuar diferente nas questões espirituais e morais, isso despertará curiosidade neles, sobre nossos motivos para assim agir; nosso modo de caminhar na vereda da fé deve ser um precursor do Evangelho, como prescreveu Paulo: “calçados os pés na preparação do evangelho da paz;” Ef 6;15 Notemos que nosso andar é uma preparação, não pregação; feito isso O Espírito Santo completará a obra.

Como negar a eloquência da salvação, numa vida que, outrora errava em toda sorte de vícios, perversões, maldades; após ouvir o “vinde a Mim”, pouco a pouco foi sendo transformada num vaso novo; onde habitaram vícios vários, agora a virtude de Cristo faz assento?

O testemunho aos olhos é muito importante. Também capaz de gerar mudanças, como versou o salmista: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Se, o mau testemunho gera uma reação dos que nos veem, “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13 Eles nos pisariam. 

Eventual bom exemplo, enseja inquietações nas suas mentes; mais que ter algo a contar, fomos chamados a ‘sermos’ testemunhas vivas, por nosso modo de viver; “... ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém quanto em toda Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Como o ensinado na parábola do Bom Samaritano, o próximo é aquele que se importa com a dor alheia, independente da raça, ou da função religiosa que exerça; o mandamento de amarmos ao próximo como a nós mesmos amordaça aquelas malcriações todas, próprias de egoístas, individualistas.

Não que falarmos a coisa certa baste; mas, não falarmos as erradas já é um primeiro passo; o caminhar demanda fazer as coisas que Cristo faria, ou aprovaria.

Fomos figurados como sendo sal e luz; nenhuma dessas coisas existe para si mesma; antes, para servir, ou, O Salvador errou as figuras, ou, muitos de nós inda erramos no entendimento.

Se, alguém descrê porque assim escolheu, paciência; ainda assim, deve ser alvo de nossas orações, para que receba o mesmo perdão regenerador que recebemos. “Para o tolo, cometer desordem é divertimento; mas para o homem entendido, divertimento é ter sabedoria.” Prov 10;23

Nenhum comentário:

Postar um comentário