sábado, 15 de janeiro de 2022

Sede de justiça


“Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram; julga minha causa.” Lam 3;59

Rejeitado como porta-voz do Senhor, Jeremias fora agredido, preso, humilhado; agora, ante uma cidade arrasada, irmãos cativos na Babilônia, coisas que profetizara em tempo de se evitar e não fora ouvido, compunha seus tristes cânticos, as Lamentações de Jeremias.

“Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram...” Ele não estava perguntando se O Eterno vira; antes, afirmando. Sabedor da Onisciência Divina, segundo ela se portava. “Julga minha causa.”

Quando O Salvador declarou: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça...” referiu-se aos que, mesmo sofrendo injustiças várias, não partem para um revide, antes, entregam o juízo a Quem de direito: O Senhor. “Julga minha causa.”

O “juízo” alienado do Eterno traz em seu bojo uma maldição. Ao desconsiderar o Veredicto do Juiz dos Vivos e dos Mortos, quem assim faz acaba age no conselho da oposição; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Poderia parecer bem aos dirigentes da Igreja primitiva a morte de Saulo de Tarso; quando esse os perseguia feroz. Aos Olhos Divinos coisas maiores deveriam ser feitas e foram, como sabemos.

Aos que servem ao Senhor, pois, se ordena que renunciem ao “modus operandi” do mundo, de onde presumivelmente saíram, para, só depois serem partícipes do “Segredo do Senhor.” “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Afinal, “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Portanto, além de ensejar uma inversão blasfema, a presunção de sermos agentes da justiça, muitas vezes a coisa se revela contraproducente também. Se, a opção pelo pecado que rompia com O Criador trouxe maldição, perseverar na causa, necessariamente fará perseverante, também, a consequência. De outro modo; seguirmos colocando nossos anseios em lugar da Vontade Divina, isso fará seguirmos sob maldição.

O mesmo Jeremias dissera: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia No Senhor, cuja confiança é O Senhor.” Cap 17;5 a 7

Se, a maldição da autonomia profana, de certa forma cega seus pacientes, “... não verá quando vem o bem;” por certo a bênção nas vidas que se submetem ao Salvador permite ver além do que está latente, seja o bem, seja o mal.

Como o prisioneiro José, no Egito que, farto de injustiças manteve sua confiança obediente. Chegado o tempo aprazado pelo Eterno, a ele foi facultado ver catorze anos de história, ainda porvir, na célebre interpretação do sonho de Faraó, que nenhum outro “sábio” conseguiu.

Dada a atuação do servo do Eterno, o soberano, invés de ver um homem acima da média viu Deus nele; “Disse Faraó aos seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja O Espírito de Deus?” Gn 41;38

Uma pergunta retórica que trazia embutida a resposta: Não há outro igual.

Quando O Salvador ordenou aos Seus que oferecessem a outra face a quem lhes ferisse, não tinha em mente um masoquismo doentio, tipo gostar de apanhar; antes, ensinar que deixemos o juízo com Deus; demos outras oportunidades aos que agiram impiamente para conosco. O ímpio mesmo. O falso cristão a Palavra ensina nem comer junto.

Jeremias viveu no contexto do Antigo Testamento; todavia, no Novo, as coisas tendem a um crescimento. Jesus agonizando na cruz orou: “Pai, perdoa-lhes; eles não sabem o que fazem.” Estêvão morrendo apedrejado seguiu caminho semelhante: “... Senhor, não lhes imputes este pecado.” Atos 7;60

Não significa isso, que o Senhor não julgará pecadores não arrependidos com devida justiça; tais atos apenas patenteiam a grandeza espiritual de quem, habitado pelo Espírito Santo, consegue perdoar coisas desse calibre.

Se, a atuação de José deixou “visível” O Espírito Santo pela Luz irradiada, esses casos O deixam também, pelo amor.

Se, parece que nossas causas passam alheias Ao Eterno, lembremos: Sendo Eterno, não sofre limitações temporais. Quando julgar será notório; “... um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor e lembraram Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e quem não serve.” Ml 3;16 a 18

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

As leis dos homens


“Tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, nomeia magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está dalém do rio; a todos os que sabem as Leis do teu Deus; ao que não as sabe, lhe ensinarás.” Ed 7;25

Esdras enviado por Artaxerxes para restaurar o culto e observância da Lei de Deus; “Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para fazeres inquirição a respeito de Judá e de Jerusalém, conforme à Lei do teu Deus, que está na tua mão;” v 14

Foram restituídos os vasos do templo, muitas ofertas e doações concorreram; ainda, ordenou o rei, que se desse ao sacerdote Esdras, tudo que ele pedisse, conforme as necessidades.

Malgrado, a ordem tenha partido do rei da pérsia, os parâmetros para juízo “dalém do rio”, eram os preceitos da Lei de Deus. “Nomeia ... todos os que sabem as Leis do teu Deus, ao que não as sabe, lhe ensinarás.”

Que diferença entre aquele padrão e os juristas do mundo! Esses fazem bacharelado, doutorado, mestrado... tudo o que é possível haurir nos bancos colegiais; formados, uns prestam concursos para carreiras públicas, outros se estabelecem autônomos, para, segundo as leis dos homens, defender o direito de quem os procura.

As leis humanas muitas vezes são casuísticas, parciais, preconceituosas até, como as cotas raciais. 

Isaías apresenta a maldição consumindo à Terra por terem os homens mudado o que não deveriam. “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra; os que habitam nela são desolados;” Is 24;5 e 6

Aos magistrados de então, a Lei Divina bastaria. Isaías mencionou um “curso de direito” que faria durante a noite; “Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9 Orar de madrugada para aprender justiça.

No contexto imediato vemos que o óbice ao aprendizado não era alguma limitação intelectual, antes, moral; “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça...” v;10 A impiedade como modo de vida tolhe o aprendizado. Ela é uma escolha, não uma necessidade; e não se pode escolher justiça e seu oposto, ao mesmo tempo.

A virtude não é desprezada porque não se apresente devidamente como é; mas, além de ser um tribunal de apelação aos justos, ela acaba sendo um desafio que, os que escolhem o mal se recusam a aceitar. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” I Jo 3;19 e 20

Seguir no “conforto” do mal indispõe muitos, ante o desafio da justiça. Nunca é uma escolha sábia, embora, usual.

Pois, a sabedoria está consorciada com a retidão; a vida segundo o império da justiça. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo...” Prov 2;7 e 8

A menção da “verdadeira Sabedoria” implica a existência da falsa. Paulo fez essa distinção também; “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas, falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;6 e 7

Conhecer à Lei de Deus e segundo ela viver, não é algo de pequena monta; coloca os ditosos que assim fazem, acima dos príncipes do mundo. “Tu, pelos Teus Mandamentos, me fazes mais sábio que os meus inimigos; pois estão sempre comigo. Tenho mais entendimento que todos meus mestres, porque Teus Testemunhos são minha meditação.” Sal 119;98 e 99

Nos dias sombrios atuais, a perversão entrou tão fundo na mata, digo; a inversão de valores grassa de tal forma, que, viver e valorar decisões segundo A Lei do Senhor, coloca-nos em diametral oposição com o sistema; e pasmem! Em muitas “igrejas” o “politicamente correto” parece mais respeitável que A referida Lei.

Segundo a lei dos homens um ladrão está apto a concorrer à presidência; em Cristo, apenas concordar com isso já me faz culpado; “Quando vês o ladrão, consentes com ele...” Sal 50;18 “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

A Mentira

“Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa.” Mat 5;11

Mais de uma vez vi “cristãos” pegos em falcatruas, sonegação, evasão e similares evocando esse verso - “O que aconteceu, (missionário, bispo, pastor?) - “É Mateus 5;11 se cumprindo”; respondia.

Certo que os cristãos são perseguidos; tanto mais, quanto mais fiéis forem. Mesmo nas igrejas onde congregam, esses “albinos” sofrem invejas, rejeições, maledicências; “... todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

O Salvador apresenta nossas perseguições sofridas como bênçãos disfarçadas, mas, uma palavrinha chama atenção; “mentindo”.

Além daqueles profissionais da camuflagem, alguns de mentes rasas também equacionam erroneamente o fato de alguém falar contra eles, como sendo uma nuance desse texto; nem sempre. É preciso que a perseguição seja por causa de Cristo, (em nós) e que as ofensas sejam mentirosas. “mentindo disserem todo mal contra vós...”

Só é possível falar mal de uma pessoa digna, justa. Quando se trata de um patife, estelionatário, mentiroso, adúltero, profano, etc. Ao se dizer que o tal faz essas coisas, quando, de fato faz, não se está falando mal; antes, segundo a verdade. 

Não significa que devamos propagar tudo que sabemos apenas por ser verdade; mas, que quando falamos coisas que de fato são, não fazemos um mal, apenas repercutimos o mal que outrem fez.

Quantas vezes, em momentos de ira, chamamos um canalha, patife, ou, biltre qualquer, pelo que ele é; invés de se ofender o tal fica rindo? Quem está acostumado com o lixo não se ressente da falta de limpeza.

Porém, essa geração é tão superficial, que, o mero discordar de uma ideia já soa como ofensa grave. Presto saem da arena das ideias para ataques rasteiros de caráter pessoal.

Diga que você não pretende se vacinar; presto uma chuva de pedras cai sobre você, como se, o mero exercício de um direito fosse um ataque à sociedade, à vida.

Os que se vacinam correriam riscos por minha causa? Como, se eles estão imunes?

Não se trata de saúde, mas de controle social; os já imbecilizados e controlados odeiam os que seguem livres; como um cão preso no pátio emite latidos de protesto, quando outro passa nas ruas; assim esses, ante a menor sinal de liberdade alheia; uma vez que são ineptos, covardes, ou, indolentes demais para lutarem suas.

Dizem que somos contra a ciência, como se essa fosse uma deusa, malgrado seus repetidos erros. A própria ciência adverte que a inoculação de substâncias estranhas ao organismo, pode ensejar, efeitos colaterais.
E admite que os efeitos das famigeradas vacinas são desconhecidos, ainda; sendo que, uma fabricante, a Pfizer, disse não assumir responsabilidades pelos eventuais danos à saúde derivados das vacinas.

Então o que os paladinos da nova sociedade interligada chamam de negacionismo, na real, é apenas prudência de gente que ousa pensar por si mesma, avessa à manipulação da mídia e pressões de grupos multimilionários globalistas, cuja agenda prevê, entre outras coisas, a “redução da população”.

Esses são defensores do aborto que mata inocentes indefesos, e querem que eu acredite que lutam para salvar velhos que não fazem mais parte da força produtiva??

Portanto, as coisas que a mídia prostituta diz, bem como as pressões de grupos obscuros, com interesses escuros também, a nosso respeito, dos cristãos conservadores, que pelejam por valores individuais segundo Cristo, mais que um globalismo amoral e imoral, não passa de crassa mentira.

Outro dia um desses me deu um “científico” conselho dizendo que, na minha idade, se recusar a terceira dose o risco de morrer é muito alto. Ora, eu sei dos riscos de estar vivo num mundo assim.

Mas, não tomei nenhuma dose, tampouco o farei. Os riscos que corro dizem respeito a mim; não faço mal a ninguém. Se, os vacinados estão imunes não precisam temer; se a coisa não imuniza, por quê a tomam, malgrado, possíveis riscos inda desconhecidos?

O sistema faz contorcionismos para abafar toda sorte de dissidências; se fosse mesmo para defender a saúde, faria vistas grossas como sempre fez.

Chega a ser espantoso como algo com uma lógica assim diáfana, passe despercebido e seja defendido até, por toda uma geração. Quem acredita que se pode encontrar castidade no bordel que o faça; mas, respeite o direito dos que acham que as putas são mesmo putas, e nada do que disserem muda isso, pelo que fazem.

Segundo a Bíblia, acreditar na mentira é juízo para quem desprezou à verdade. “... Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tes 2;11 e 12

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Em Cristo; nova mente

 

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Sendo a mente abstrata, óbvio que, sua firmeza deve ser entendida nesse contexto. Como a firmeza em se tratando de coisas concretas é uma qualidade de algo que não se deixa mover, abalar facilmente, uma mente perene manterá sua postura, mesmo ante circunstâncias adversas.
O paralelismo da poesia hebraica acrescenta dados sobre a ideia de uma mente firme; “... ele confia em Ti.” (em Deus)

A paz com Deus tem peculiaridades diferentes da do mundo. Por isso, a distinção do Salvador; “Deixo-vos a paz, Minha Paz vos dou; não vos dou como o mundo dá...” Jo 14;27
A paz mundana muitas vezes abafa situações que a fariam morrer, se fossem visíveis; daí o dito que, “o que os olhos não veem, o coração não sente.” Testemunho oblíquo de que, certas nuances da “paz” vivida derivam da cegueira.
A paz com Deus jamais será construída no escuro. Esse é o habitat do mal; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A Paz de Cristo traz consequências com os semelhantes, e purificação, perante O Eterno. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7
Tal bem, como a Palavra apresenta, não é uma causa; antes, uma consequência de termos andado como O Príncipe da Paz, que nos justifica, ensinou; “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Jr 32;17
Justiça segundo O Senhor requer primeiro ouvidos, depois ações coerentes com o que ouvimos, para só então, fruirmos essa bendita consequência. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” s 48;18
A observância das Palavras do Eterno demanda um modo, muitas vezes, passivo, embora possa ser ativo também. Digo; uma espera confiante pode demonstrar uma mente firme, enquanto um ativismo religioso temerário derivará da dúvida, trará à luz incertezas, invés de paz. Há “orações” que nem deveriam ser feitas, por vidas alienadas da justiça; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9
Normalmente a impiedade é a força motora da agitação, quando a espera confiante seria a coisa certa a fazer. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21
Não podemos esquecer que a confiança é testada em cenários cujos contornos ensejariam desconfiança. Não carecemos guarda-chuvas sob o sol radiante, mas quando chove. Camões dizia: “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.”
Suponhamos que, O Eterno, que anseia ser também Amado pelos que ama, decida por à prova a veracidade da nossa afeição; e, teste à firmeza da nossa mente, em circunstâncias adversas tais, que não reste nenhum testemunho, do Seu cuidado, “apenas” o conhecimento da Integridade que há no Seu Nome. Os probos, de mentes firmes, fés enraizadas haverão de passar incólumes sob provas assim. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu Servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10
Em casos assim, sem luz nenhuma, aquele que entende o significado do Santo Nome, tem luz bastante para confiar. Os demais acendem fogos alternativos, como se algum ritual mágico desfilando no carro do ativismo religioso “obrigasse” Deus a agir só porque eles querem.
Desse calibre são as “orações fortes”, “determinações”, “decretos”, e similares profanações que navegam nas águas do fetichismo. Para Deus, apenas falta de fé, fruto de uma mente volúvel a friccionar o galho da dúvida contra o da presunção, com fito de ver voarem as faíscas do autoengano. “Eis que todos vós, que acendeis fogo, vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão; em tormentos jazereis.” Is 50;11
A postura de uma mente firme, na qual devemos confiar e esperar, contudo, não justifica nem patrocina eventual indolência, quando sabemos que devemos agir. “Tudo tem seu tempo determinado”, ensina a Palavra.
Serão somente os obedientes que terão o discernimento necessário para os passos e as esperas em cada situação. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

domingo, 9 de janeiro de 2022

O Culto dos Mortos


“Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas ele se fez culpado em Baal, e morreu.” Os 13;1

Cinco palavras: Comunhão; autoridade; exaltação; apostasia e morte.

Quando Efraim falava... pelos predicados inerentes à fala, fica óbvio que falava segundo Deus; em comunhão com Ele.

Uma fala que faz estremecer não é prerrogativa humana; embora se diga vulgarmente que a voz do povo é a Voz de Deus, não é bem assim. “A Voz do Senhor é Poderosa; É cheia de majestade... A Voz do Senhor Separa labaredas do fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto...” Sal 29;4ss

Falar com autoridade tal, que enseje tremor é uma qualidade de quem fala segundo Deus. Jesus, a Voz de Deus encarnada, “... ensinava como tendo autoridade; não como os escribas.” Mat 7;29 Assim, os que O Servem.

Comunhão e autoridade estão amalgamadas, pois; são frutos do mesmo baraço. Cheias estão as redes sociais de anúncios que prometem me fazer um pregador assim, ou assado; com técnicas, esboços, ilustrações criativas...

Ora, colocar artimanhas humanas em lugar do Bendito Espírito Santo é regar flores de plástico. A autoridade não deriva de fontes rotas; “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7 Jeremias denunciou: “O Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Quando deparamos com mensagens “redondinhas” em conteúdo e vazias em autoridade, presto discernimos um papagaio espiritual repetindo coisas que ouviu alhures, por omisso em buscar na Fonte.

Exaltação; essa, provinda de Deus não traz o concurso raso das paixões por fama, renome, posses... antes, O Eterno se agrada de, em tempo, realçar àquele cujo viver, lhe apraz; para tal, o lugar alto se torna uma ameaça a mais, um risco de olvidar de onde veio, contra o qual costuma estar vigilante. Afinal, “diante da honra vai a humildade.”

Um “exaltável” aos Divinos Olhos, pode errar à sombra, até o momento oportuno; como José, na cadeia; ou, o do exemplo de Salomão; “Encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem.” Ecl 9;11

Como diz no Talmude que, “A grandeza foge de quem a persegue, e persegue quem foge dela.” assim, a vera exaltação.

Apostasia; “se fez culpado em Baal...” É uma doença espiritual que, a tentativa de “cura” diagnostica a enfermidade, mais que, outro sintoma qualquer.

Quando precisamos de algo para ocupar o lugar de Deus em nós, é porque esse já está vazio; nos afastamos Dele. Esse é tão especial, que, mais nada pode preencher. Por isso, um “abismo chama outro”, quando, um simulacro revela sua inutilidade e buscamos mais do mesmo em diferentes embalagens. Não bastando Baal, Efraim buscara os bezerros como deuses; “Agora multiplicaram pecados, da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos segundo seu entendimento, todos obra de artífices, dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros.” Os 13;2

Morreu. A morte espiritual geralmente não é devidamente compreendida. Há quem pense que ativismo religioso equivale à vida. Pois, se haviam imagens de Baal e dos bezerros, havia culto “espiritual”; todavia, os cultuantes estavam mortos.

Há tantos mortos em evidência pelos maus frutos que ostentam... pensam que basta “gospelizar” tudo, digo; rotular doentias paixões e mundanas maneiras para que estejam espiritualmente vivos. Não. A Palavra é categórica: “... O Senhor conhece os que são seus, qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 Sobre a mistura com valores e credos ímpios diz: “saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei;” II Cor 6;17

Pois, os que se preocupam mais com rótulos que com o produto, acabam tendo apenas as reputações religiosas, privados da Vida Em Cristo; “... Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.” Apoc 3;1

Tantos lugares, amplos espaços para se morrer lá fora, mas, os enganadores de si mesmo e de quem lhes escuta preferem morrer dentro das congregações dos salvos.

Andam de um lado para outro maquiando seus diabos de estimação, e esforçando-se em seus artifícios, para que o morto se movimente, como se estivesse vivo.

O “Marketing” de um servo de Deus não o coloca na passarela; antes, no combate contra a própria carne, o mundo e o inimigo; os que estão vivos frutificam até em ambiente árido. “Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;8

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

O Engano Multicor


“Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Gn 2;7 

A criação de tudo; por fim, o homem, como Obra de Deus. Isso deveria dar a Exclusividade a Ele; se, não por outro motivo, pelos “Direitos Autorais”.

Entretanto, a terra está eivada de deuses. Foi precisamente a incapacidade humana de ver o óbvio, que deu azo às criações mais estapafúrdias; “... o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas... (ímpios) dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes e de répteis.” Rom 19, 20, 22 e 23

Por se recusar a ver o que está manifesto, o ser humano se agarra no que é flagrantemente “manifalso”.

Deparo com “bênçãos” de “Pretos Velhos”, boas vibrações holísticas da “Nova Era”, imagens diversas oferecendo a “proteção” dos “Santos”, mensagens Espíritas “Psicografadas” por ícones da doutrina aquela, humanismo oferecendo-me as chaves pra abrir o “Poder da Mente”, imagens de Budha que trariam prosperidade, e pasmem! até quem descobriu o “segredo da vitória financeira” na Bíblia. “Mamon convertido”.

Uma coisa em comum; todos, exceto O Deus Vivo, me prometem facilidades incondicionais. Querem me “abençoar”; o máximo que demandam é pequeno ritual, uma mandinga qualquer, sem o menor traço que eu deva mudar de vida nos quesitos obediência, justiça, santidade... o esperável de um Deus Santo.

Onde esses estavam na criação? “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou mal, para que nos assombremos e juntamente vejamos. Eis que sois menos que nada; vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Is 42;23 e 24

Matemáticos indianos teriam descoberto os números negativos, mas foram os que criaram tais “deuses” que os inventaram; ao apreço da Divina Sabedoria são “menos que nada.” Valores abaixo de zero na “temperatura” espiritual.

Jeremias sentencia: “... Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra, de debaixo deste céu.” Jr 10;11

Se, a alternativa à obediência, proposta no Éden, foi a divinização das paixões humanas, óbvio que essa miscelânea de “buracos negros” se pretendendo estrelas deriva daí.

Não que haja muitos deuses; “Adonai Echad!” Nosso Deus é Único.

No fundo, essa coletânea de enganos sistematizados são desdobramentos do culto a si mesmo. Por isso que, tais deuses, invés de mensagens de correção de rumos, advertências de juízo porvir, acenam sempre com facilidades incondicionais. Tais aberrações mostram o “sonho de consumo” religioso do homem caído.

Para esse, o “negue a si mesmo” condição para reconciliar com o Eterno, soa como ameaça.

Assim, quanto ao Deus Vivo nutre inimizade, apenas. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Quando do nascimento do Salvador três coisas foram cantadas por anjos: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Glória a Deus nas alturas mediante completa obediência; Cristo o fez, “sendo obediente à morte, e morte de cruz.” Paz ‘na’ terra, não, paz ‘com’ a Terra. Uma paz diferente que desfaz a inimizade com os Céus; “... minha paz vos dou; não vos dou como o mundo dá...” Jo 14;27 Boa vontade para com os homens é o anúncio dessa possibilidade de reatamento em Cristo. “... Deus estava Em Cristo reconciliando Consigo o mundo...” II Cor 5;19

Com qual dos outros deuses aqueles, o ser humano estava em inimizade, de modo a carecer reconciliação? Ora, os fantoches todos são frutos da inimizade estabelecida desde a queda.

Óbvio que soa mais agradável uma mensagem sem sacrifícios, sem custo, uma graça barata que fecha os olhos para todas nossas maldades e nos “abençoa”; mas, como foi no princípio, o que a serpente embalou no pacote de um upgrade espiritual, no fundo, era só a camuflagem da morte; ainda é assim.

O Eterno não engana ninguém. O único acesso possível é Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão, por Mim” Jo 14;6 Nele carecemos a cruz da renúncia, num mundo mau, perseguidor, profano, onde concorrem muitas aflições. Difícil e sério assim; porém, é verdade.

Erra quem pensa comprar joias de valor em lojas de quinquilharias. Vida Eterna é gloriosa demais para ser fácil. 

“Saber o que é correto e não fazer é falta de coragem.” Confúcio

“Quanto ao tímidos... sua parte será... a segunda morte” Apoc 21;8

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Qual é o fim do homem?


“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Se, um sábio não perguntaria isso, se deduz que, em seus domínios a resposta deveria ser óbvia; ele deveria saber.

Desgraçadamente, quanto mais a humanidade se aproxima do fim, (dos tempos) mais se afasta do fim, (objetivo) para o qual foi criada; assim, os dias passados são melhores que os atuais se, não pela virtude neles encerrada, mas pelo contraste com o “progresso” da desabalada carreira rumo à degeneração.

Aristóteles defendia que “todo ser tem um fim, isto é, uma finalidade que lhe é própria. A faca, por exemplo, tem por finalidade cortar algo; a finalidade dos instrumentos musicais é produzir música. Quando um ser realiza perfeitamente aquilo para o qual foi feito, ou seja, sua finalidade, podemos dizer que ele alcançou a excelência, sua virtude.” (filosofia do início)

Segundo o mesmo pensador, a fim do homem seria encontrar a felicidade. O que, na sua concepção equivale a “alcançar a excelência das faculdades mais elevadas de nossa alma.” (ibidem)

Paulo que também conhecia a filosofia grega disse que o limite de tempo espaço dado ao homem visa reconduzi-lo a Deus. “... determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27 

Por quê será que seguem infelizes os que buscam fama, riqueza, poder, mesmo encontrando essas coisas? Porque a felicidade veraz não habita nelas.

Se, na consumação porvir da Divina Obra, “Deus enxugará toda lágrima, não haverá mais pranto nem dor...” resulta que a felicidade será em perfeita comunhão com Ele. Davi sabia o que dizia: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;2

Malgrado, a doutrina espírita advogue que vivemos um processo de aperfeiçoamento, a Bíblia apresenta a decadência ambiental, moral, e espiritual em franca “evolução”. Da natureza diz: “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha...” Is 24;4 “sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” Rm 8;22

A derrocada espiritual não se satisfaz e desobedecer ao que O Eterno ordenou; além disso, atreve-se a mudar as Ordens Dele; “têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado A Aliança Eterna.” Is 24;5

Feito isso, o caminho para a felicidade queda cada vez mais distante, e os frutos da perversão saltam aos olhos na falência moral que grassa; temos, “homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” II Tim 3;2 a 4

Notemos que, o último do nefasto rol reflete bem a distorção perversa do que seja felicidade. “Mais amigos dos deleites, (prazeres) que amigos de Deus.” 

Pois, antes da felicidade reservada para o fim, o “vinho melhor”, é preciso desfazer a inimizade que a desobediência ensejou. “... Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Cabe-nos sofrer nessa dupla natureza o apelo incessante da perversão da carne, mortificando-o na cruz, pois, o fim das criaturas é louvarem ao Criador, para então, fruírem prazer em consórcio com Ele. Dos ímpios Ele diz: “... estes escolhem os seus próprios caminhos, a sua alma se deleita nas suas abominações... fizeram o que era mau aos Meus Olhos, escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;3 e 4

Satanás vendeu que o homem fora criado para ser autônomo, independente; uma vez aceita essa perversão, a felicidade plena, nunca mais habitou a terra.

Há uma fábula que diz que o machado queria ser amigo das árvores, mas elas relutavam receosas; até que uma, vendo seu cabo de madeira assentiu, ele é um dos nossos. No fim as incautas árvores foram dizimados pelo novo “amigo”.

O Criador não dá boas-vindas à destruição, mesmo que aparente ser de outro naipe. O homem natural pós-queda é mau, inclinado ao mal; por isso a reconciliação demanda renunciar a esse indigno, por Cristo. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me.”

Se, na terra doentia dos contrastes, quanto mais se aproxima do fim, o homem ímpio mais se distancia do seu fim; o fiel, quanto mais se “desinteressa” por prazeres efêmeros, mais se habitua ao modo de vida necessário para adentrar em bem aventuranças eternas, onde, “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, pranto, clamor nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4