quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O quê pedir a Deus?


“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

Eventualmente deparo com: “O que você pediria a Deus nesse momento”; as mais variadas respostas surgem; e, algumas questões também vêm à tona vivenciando isso.

É que, o verbo no futuro do pretérito, “pediria” traz uma ideia quase de subjuntivo, fica implícito um, “se fosse possível, se Deus lhe ouvisse,” ou, algo assim.

Para muitos a impressão que dá é que Deus seria um “Gênio da lâmpada” que, uma vez “liberto” concederia três pedidos ao bel-prazer do seu benfeitor.

Como vimos, os pedidos são negados, quando os alvos são egoístas, mesquinhos. “Pedis e não recebeis porque pedis mal ...”

Uns fazem uma interpretação conveniente de determinados textos, e à luz dessa “interpretação” Deus se lhes torna “Devedor”;

Por exemplo: “Deleita-te no Senhor; Ele te concederá os desejos do teu coração.” Sal 37;4 Aí algum incauto decide que está alegre no Senhor; portanto, O Eterno lhe “deve” satisfazer os três pedidos, digo; os desejos do seu coração. Será que é assim mesmo?

Ora, quando minha alma se deleita, (alegra) “no Senhor” ela não deseja mais nada senão, O Próprio Senhor. Quando me alegro Nele, na Sua Presença, Ele me concede mais disso; “Ao que tiver, mais se lhe dará...” Pois, “Se alguém me amar será amado do Meu Pai; viremos para Ele e faremos nele morada.”

Claro que, O Todo Poderoso não é encontrável nalguma garrafa envelhecida, imagem esculpida ou coisa assim. Se dá a conhecer mediante Sua Palavra, e Seus valores; Davi, pois, desejou contemplar a Face de Deus na Justiça; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça;me satisfarei da Tua Semelhança quando acordar.” Sal 17;15

Se, socorrendo um desvalido estamos fazendo-o a Jesus, então, as possibilidades de “vermos Deus” são muitas.

Paulo, malgrado seu privilégio de conhecer Cristo fisicamente disse que não era aquilo que importava; mas, conhecê-lo espiritualmente provando das transformações que isso enseja; “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, agora já não O conhecemos deste modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;16 e 17

Demócrito dizia que para se transformar a realidade precisamos antes, conhecê-la.

Conhecer O Senhor é diferente de conhecer a uma pessoa qualquer, ante à qual dizemos: “Prazer, eu sou...” O conhecimento de Deus é facultado pelo Seu Espírito e Sua palavra; diante disso nossa realidade fica mais clara e dizemos: “Perdão Senhor! Sou indigno pecador.”

O Eterno não ameniza nossa confissão para diminuir seu peso, antes, aconselha uma mudança, enquanto perdoa; “Deixe o ímpio seu caminho; o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus; diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

“A alegria do Senhor é nossa força”
como disse Neemias, e O Senhor se alegra quando falamos coisas retas, “Filho meu, se teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu; sim, o meu próprio. Exultarão meus rins, quando teus lábios falarem coisas retas.” Prov 23;15 e 16 Nada mais reto que um pecador reconhecendo seus caminhos tortos.

Se, por um lado Deus não se nos dispõe, como fez com Salomão, “Pede-me o que quiseres!” O Salvador ensinou; “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” Mat 7;7

Todavia, no contexto imediato Ele desaconselhou a ajuntar tesouros na Terra; advertiu da impossibilidade de se servir a Deus e as riquezas, e ensinou priorizarmos O Reino de Deus e Sua justiça, não as demais coisas; isso deveria deixar claro, que tipos de pedidos nos serão atendidos.

Em se tratando de sabedoria para servir com justiça, como fez Salomão, sempre será um pedido agradável ao Santo; algo que também poderemos fazer, embora, nosso esforço nesse sentido deva concorrer também. “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares, como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus.” Prov 2;3 a 5

Quanto às posses materiais eu gosto da sobriedade esposada por Agur, nas palavras que escreveu; “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem pobreza nem riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o Nome de Deus em vão.” Prov 30;7 a 9

terça-feira, 1 de setembro de 2020

O Necessário e o Proveitoso


Sabe aquela frase mágica que ainda não foi dita, pensada ou escrita? Eu também não sei. Morremos dez minutos em busca de uma ideia original e descobrimos ter morrido em vão. O fato de estarmos morrendo a prestação, em consórcio com o tempo não significa que não estejamos...

Se, penso contrapor a voz à quietude, vem Eduardo Galeano, ou, um provérbio hindu, prescrevendo a fala só quando for melhor, ou mais digna que o silêncio. Mas, isso é possível?

Não há dignidade em se tomar à força o lugar de outrem; não creio que as palavras brotem em atenção a valores nobres ou dignos, mas por ser uma necessidade psicológica. A alma carece “ir ao banheiro.”

Me ocorre certo personagem bíblico; “Porque estou cheio de palavras; o meu espírito me constrange. Eis que dentro de mim sou como o mosto, sem respiradouro, prestes a arrebentar, como odres novos. Falarei, para que ache alívio...” Jó 32;18 a 20 

Se, a qualidade do que se vai falar difere de uns para outros, eventualmente, a necessidade de fazê-lo é comum a todos.

O problema do silêncio é que ele fala demais, e nem sempre cabe na bainha; aí então, a palavra brota, não como planta valiosa, mas como mera intumescência, um inflado tumor, incômoda espinha.

Seguidamente recorro a uma frase de Plutarco: “A mente não é um vaso para ser cheio, mas um fogo a ser aceso.” Então, quando me disponho a pensar, e uma “Ordem Unida” de frases feitas vem bater continência, me vejo tentado a empilhar ideias alheias, onde deveria deixar que nasçam as minhas. Enfim, encher o vaso invés de acender o fogo.

Não que seja desprezível ter um depósito de boas coisas que outros pensaram antes de nós e nos deram de bandeja. Mas, a droga do lugar comum, do comodismo, da preguiça mental soam mais, como a proverbial boca torta pelo vício do cachimbo, que um bom uso da arte de falar. E nesse caso o silêncio seria mesmo mais valioso. “O tolo quando se cala é reputado por sábio”.

Se, a arte de escrever nos permite sermos tagarelas discretos, isso não muda o fato de que falamos quando poderíamos ter silenciado.

E, desculpem mas, preciso pegar um feixe da prateleira, um provérbio chinês sobre o tema; diz: “A palavra que tens dentro de ti é tua escrava; a que deixas escapar é tua senhora”. Assim, sem nenhum motivo aparente saímos alforriando nossas escravas, enquanto rumamos à senzala das cobranças, voluntariamente.

Vivemos tempos estranhos, de valores invertidos, onde se apregoa a torto e a direito que, o ser vale mais que parecer, ou mesmo, ter; e que qualidade é superior à quantidade.

Entretanto, a praticidade da vida normalmente mostra o contrário; a roupa vale mais que o corpo, as coisas anexas ao casamento, mais que o amor; o culto importa mais que Deus, a cerimônia fúnebre mais que o morto, e falar de coisas profundas mais que se aprofundar no sentido das mesmas.

O Salmo primeiro menciona como abençoado um que, depois de rejeitar maus conselhos, maus caminhos e ambientes, medita na Lei do Senhor dia e noite. O que é meditar, senão, aprofundar-se?

Adiante a figura é mui eloquente; diz que o tal será como árvore plantada junto a um curso d’água, que, mesmo em tempos de seca não deixa de dar fruto. 

Se, em tempos de estio a água não está na superfície, aquele que aprofundou suas raízes na compreensão do que é valioso, “bebe” o necessário para dar frutos, quando as circunstâncias sugerem que não.

Quantos que, em virtude da pandemia que grassa brincam que esse ano não valeu, não o somarão em suas idades, e coisas do tipo; embora o tom jocoso para muitos é sério; pensam mesmo assim. Que em tempos de restrições, do “estio” de calor humano e das festanças várias, a vida não faz sentido. Pelo medo da morte estão sujeitos à servidão, como diz em Hebreus.

Todavia, esse estio é um tempo oportuno para quem tem raízes profundas produzir frutos mais valiosos ainda.

Se, a Palavra dita se nos fará Senhora, por quê não, invés de nossas falas, repetirmos à Bendita Palavra de Deus? Fazendo isso ou não, ela tem autoridade sobre nós de qualquer maneira. “... A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

Enfim, se no prisma existencial, apenas, a cada minuto que passa morremos um minuto, para quem “Nasceu de novo” herdou vida eterna, foi feito “Plantação do Senhor” junto ao Rio da Água da Vida, esse estio de valores, mais letal que qualquer pandemia, não o faz murchar; antes, produzir oportunamente o Delicioso Fruto do Espírito.

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Alvo Excelente


“O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;20

Vulgarmente se diz: “Diga com quem andas e direi quem és.” A ideia é mensurar caráter, de acordo com as companhias de nossa identificação. Nesse sentido o mero andar junto serve de aferidor. Afinal, disse Deus mediante Amós: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” cap 3;3

Entretanto, “andar” com um sábio requer algo mais para se tornar como ele. Digo, não basta a postura de cúmplice, nem mesmo fã; se requer a “sabedoria” de se fazer discípulo. “Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio...” Prov 9;9 “... todo o discípulo que for perfeito será como seu mestre.” Luc 6;40

Afinal os “sábios” humanos são aquele que estão cônscios das suas próprias ignorâncias. Só os de postura assim são ensináveis, moldáveis como certos metais preciosos. Os “Sábios aos próprios olhos” são intocáveis como porcos-espinhos.

É comum e triste ver tolos afirmando “urbi et orbi” (a cidade e ao mundo) via redes sociais, que já são obras acabadas, que não precisam de retoques. Mesmo “Cristãos” postam e partilham: “Não deixe de ser quem você é por causa da opinião alheia”. Patenteando suas perfeições de obras prontas.

Não que devamos levar a sério tudo o que se diz alhures sobre nós; muita coisa é reles, gratuita, fugaz.

Mas, quantas vezes pessoas que veem a vida de outro mirante, enxergam mais longe, e com um conselho simples alargam nossos horizontes! Graças a muitos desses sou bem melhor que já fui, e muito pior do que serei, se eles continuarem me ajudando, pois, ainda estou na escola.

O reconhecido como mais sábio de Atenas, Sócrates, usava como bordão a frase: “Tudo o que sei é que nada sei.”

Não era um sábio do tipo que dita sentenças, como foi Salomão. Antes, uma espécie de garimpeiro, cuja excelência em “escavar”, o método dialético, fazendo as perguntas certas, destruindo a insensatez pela ironia, levava seus discípulos a descobrirem repostas dentro de si mesmos, como se cada alma fosse uma mina, a ignorância as escórias, e a razão uma pepita encontrável usando as ferramentas adequadas.

No seu contexto, não dispondo da Revelação Divina como nós, inegável que o sujeito fez proezas; embora, não se possa endossar tudo o que ele defendia. Sua maior descoberta, ao meu ver, foi que quem comete uma injustiça é mais infeliz do quem a sofre. Isso combina com a Bíblia.

Todavia, O Sábio com qual devemos andar, é desejável demais, para que nos detenhamos perto de outro invés Dele, Jesus Cristo. “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;3

Assim, os “sábios” horizontais só o são, à medida que tiverem o Santo como alvo. Sem o necessário princípio, fica inatingível o fim; “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” Prov 1;7

O conhecimento espiritual é como um escada inversa; digo, pela qual se “sobe” descendo. Quanto mais houver em nós, Dele, menos de nós mesmos; o “negue a si mesmo” necessário à salvação, ou, o “quando estou fraco, então sou forte” a bênção de ser meio de atuação do Espírito Santo, invés de agir mediante o braço carnal.

Aqueles que sabem mais do que nós não são nosso alvo; são bênçãos, sinalizadores do caminho “acendedores de lampiões” colocando placas para que cheguemos onde importa; “Ele mesmo (O Senhor) deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Notemos, voltando ao ponto inicial, que, o que anda com os sábios, a esse se reserva uma aquisição; ficará sábio; enquanto o oposto, o companheiro dos tolos, por “não precisar” mais nada, nada adquirirá; se lhe mensura apenas o fim; será destruído.

Jacó sonhou que uma escada foi posta ligando Terra e Céus, pela qual anjos subiam e desciam; Quando A Sabedoria encarnada chamou a Natanael para o discipulado apesentou-se como sendo a Mesma; “Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o Céu aberto, e anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” Jo 1;51

Anjo é uma palavra grega que significa mensageiro. Além dos celestes há humanos, que, nos ensinando alguma coisa sobre O Sábio, diminuem a altura de nossa ignorância; nos fazem descer um degrau mais, rumo à Sabedoria que brotou da Terra.

“A verdade brotará da terra, e a justiça olhará dos céus.” Sal 85;11

domingo, 30 de agosto de 2020

Suprema Humilhação da Justiça



Uma coisa que deixa Kiko e Chaves, meus dois neurônios, disputando uma bola quadrada é nossa incoerência. Desprezamos à falsidade, e morremos de medo da sinceridade.

Se, alguém é falso conosco odiamos ao saber; se é sincero, mas do teor da sinceridade discordamos, também lidamos mal, como se, preferíssemos ser enganados, à dor de ser contrariados, eventualmente. Como não lembrar da música aquela? “Mente pra mim mas, diz coisas bonitas...”

Não poucas vezes fui excluído, algumas excluí desafetos de meu rol de amizades, pelo “péssimo” hábito de dizer o que penso. 

Nossa sociedade precisa Voltaire, digo, voltar à filosofia aquela; “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas defenderei até a morte teu direito de dizeres o que pensas.”

Nem sempre digo, claro! só, quando suponho que o interlocutor tem estatura suficiente para lidar com algo diferente do lugar comum, da falsidade corrente, ou da ditadura do “politicamente correto”.

Me engano ao julgar outrem por meus valores e, tardiamente descubro que o presumido Golias era só um Zaqueu, que precisa subir para enxergar alguma coisa.

A mentalidade filosófica que lida com argumentos, não com paixões, e nesses coteja visões opostas em busca da verdade está cada vez mais notável, pela ausência, que pela existência.

Nesse antro de cérebros walking deads, grassa a pós verdade; alquimia que muda fatos ao sabor das paixões, pelo “toque de Midas” das narrativas fraudulentas.

Se essa pandemia de desonestidade intelectual fosse uma doença dos arrabaldes mentais até se explicaria; ser, um trabalhador braçal como eu o ignorante, normal, acontece.

Mas, os maiores doentes disso são juristas, políticos de renome, e sobretudo, jornalistas.

Diferente da outra pandemia, o tratamento dessa demandaria rasgar máscaras invés de usá-las. A vacina seria o apreço pela verdade, mas como foi Bolsonaro que “descobriu a cura”, que “a verdade liberta” deve ser descartada. Tudo o que ele faz ou diz, deve estar errado.

O quê se dizia dele durante a campanha? “Ele não!” É “nazista, fascista, racista, machista, homofóbico”... Se eleito perseguirá negros, mulheres, gays, implantará uma ditadura restringindo liberdades, etc.

Pois, está há vinte meses no poder. Onde se registrou mínimo deslize segundo aquelas sombrias “previsões”? Os que aquilo diziam já fizeram “mea culpa” e disseram que estavam enganados, que os fatos os desmentiram? Nada! O Jair segue não prestando por outros motivos que eles vão inventar.

O Problema não são os presumidos defeitos do Bolsonaro; é sua existência que incomoda; sobretudo, tendo a chave do cofre que sempre foi do “Mecanismo”.

Aquela facada dado pelo celerado do Adélio pode ser adjetivada de mil maneiras; covardia, traição, desespero, frieza, vileza, e o escambau; mas, para efeito dessa análise, ela foi um atestado de autocrítica do Sistema.

Sabiam que o homem era imbatível nas urnas, e incorruptível no poder. Os que hoje sofrem de “crise de abstinência de propina” como bem definiu Roberto Jefferson, prevendo a crise atual tentaram se antecipar a ela com aquele “argumento”.

O jeitão tosco e impulsivo do Bolsonaro não mudou, nem precisa, isso não nos incomoda. Nem a eles, mas não tendo nada mais a falar as prostitutas fingem que são freiras com seus falsos escrúpulos moralistas. Canalhas!!

Dezenas de atos ditatoriais foram tomados pelo militante STF; expuseram publicamente uma reunião de Estado sem motivos para que o fizessem; atuam contra a liberdade de expressão, sobretudo, perseguindo jornalistas e blogueiros identificados com o Presidente.

Mas, não era ele a ameaça de ditadura? Fabricaram a fictícia propagação de “fake News”. Tudo o que apoiar ao Governo Federal deve ser falso por sua ótica doentia.

Desgraçadamente nossa sociedade foi treinada para chamar cães de Majestade, quando eles se assentam na cadeira do rei. 

Digo, militantes ordinários, parciais, rábulas indignos, palhaços mentirosos dever ser nominados de “excelência” porque se alojam indignamente num lugar que deveria ser nobre, a Suprema Corte; têm agido reiteradamente em defesa de bandidos e da desordem democrática, pela interferência indevida em outros poderes. São um partido de oposição, não um poder moderador como deveriam ser.

A coisa é tão “Suprema” que outro dia Luiz Roberto Barroso fez uma “live” com o conselheiro pornográfico de crianças e adolescentes, Filipe Neto; Gilmar Mendes, por sua vez fez outra com os terroristas do MST. Mas eu os devo chamar de “Excelências”, claro!

Não bastassem essas coisas o “Excelente” Barroso gravou um vídeo/áudio em inglês, para consumo externo onde diz que a democracia por aqui está ameaçada e a esperança de salvaguarda são eles...

P*** que o pariu!!! O sujeito se presume intelectual, escritor de livros, jurista?? O Chaves aqui acaba de se esconder em seu barril de vergonha alheia.

“A justiça sem a força é impotente, a força sem justiça é tirana.” Blaise Pascal

As Moscas no Mel


“Come mel, meu filho, porque é bom... é doce ao teu paladar. Assim será para tua alma o conhecimento da sabedoria...” Prov 24;13 e 14

Interessante figura; como mel ao paladar, o conhecimento da sabedoria, à alma.

Ezequiel quando se lhe deu um livro com as Palavras do Senhor para que comesse registrou: “Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, enche tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi; era na minha boca doce como mel.” Ez 3;3

Porém, João teve dupla sensação; “Tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; na minha boca era doce como mel; havendo-o comido, meu ventre ficou amargo.” Apoc 10;10

Se, crescer em conhecimento, tem um quê de doce, também tem uma parcela de amargo, como versou Salomão; “Porque na muita sabedoria há muito enfado; o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18

Não que o conhecimento seja doloroso; mas, pela luz que enseja nos leva a ver coisas que doem. Inicialmente nossas próprias maldades; depois, maldades adjacentes, mal disfarçadas com as pífias máscaras humanas; e tantas obscenas, sem disfarce nenhum.

A própria vida de Salomão foi, de certa forma, um reflexo desse trânsito entre doce e amargo, nas coisas que escreveu. Seu lado doce pintou o amor nos Cantares; “As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente desprezariam.” Cap 8;7

No tempo amargo, na velhice, quando escreveu o Eclesiastes desprezando quase tudo, inclusive à sabedoria, como mera vaidade. “... me engrandeci, sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento. Apliquei meu coração a conhecer a sabedoria os desvarios e loucuras; vim a saber que também isto era aflição de espírito.” Cap 1;16 e 17

No intermédio foi um filósofo escrevendo Provérbios; “Ele (O Senhor) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.” Cap 2;7 e 8

As sensações de doçura, ou, amaras, não são testemunhas confiáveis; muitas delas não têm relação com os fatos circunstantes, mas com nossa percepção deles; se essa for doentia, fabricaremos nossas próprias amarguras.

“Sábio é quem não se aflige com o que lhe falta e se alegra com o que possui.” Demócrito. 

Assim a sabedoria não seria uma ferramenta para produzir coisas, mas para ensinar como reagir a elas, algo com o qual Salomão também concordava; pois, dissera: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

O alvo da sabedoria espiritual não é o produto de sensações, ainda que essas acompanhem seres sensíveis; sua excelência reside nos frutos preciosos aos quais conduz; “Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto que o ouro; que o ouro refinado, e meus ganhos mais que a prata escolhida. Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo. Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha seus tesouros.” Prov 8;18 a 21

Assim, invés de “doçuras” eventuais quase sempre enganosas, o cardápio predileto no restaurante dos falsos profetas, a sabedoria espiritual insta conosco para que, nela busquemos bens permanentes; ou seja: Vida Eterna.

Por isso, Aquele que a dá, quando chamou a si cansados e oprimidos, não lhes acenou com doçura; antes, com um “Jugo suave”, cujo “peso” ensejaria “descanso às almas”.

E, Paulo aconselhando ao jovem Timóteo lhe prescreveu que exercitasse mais à alma nas virtudes celestes, que o corpo, tendo em vista os bens permanentes propostos; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

O duplo sentir de João, doce na boca e amargo no ventre também nos ensina algo; Na boca a Palavra de Deus é doce; fácil recitar. Agora no ventre, comer, praticar, traz o concurso do amargo; luta contra nossa natureza inclinada ao vício.

Cheias estão as redes sociais de trechos da Palavra de Deus partilhado por gente que nem liga para ela. Mel é produto de abelhas, no qual as moscas se lambuzam gostosamente.

Não que seja vetado a ninguém fazer isso; mas excelência é ter a Palavra nos lábios e comê-la também. Diamante não foi feito para usar na funda.

sábado, 29 de agosto de 2020

Maus Samaritanos

“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” Gál 6;2

Normalmente quando pensamos em cumprir leis, o que nos ocorre é a observância de certas regras, diretrizes, às quais, atentando agimos bem. Nunca a ideia de empatia, solidariedade é a primeira coisa que ocorre ao meditarmos no assunto.

Entretanto, a “Lei de Cristo” invés de um rígido conjunto de normas prescreve um modo solidário de se relacionar com o semelhante. Não sem razão, os Dez Mandamentos foram resumido a dois; amor a Deus e ao próximo.

Se, “o cumprimento da Lei é o amor”, onde esse estiver fará coisa certa, a despeito de saber dos pormenores ou não. Amor ágape, entenda-se; não o mero sexo e derivados que, insanos chamam de “amor”.

Contudo, mercê de algum egoísmo, e certamente de ignorância sobre partes importantes, nem sempre avaliamos devidamente a “carga” do semelhante.

O que ocorre amiúde é que, sendo a cruz alheia “mais leve” que a nossa, somos “vítimas de salteadores,” mais que, “samaritanos”.

Por quê, a carga alheia parece fácil, enquanto a nossa pesa sobremaneira? A primeira razão, óbvia, é que, por ser alheia, não sentimos seu peso; e, mesmo repetindo à exaustão que as aparências enganam, tomamos nossas decisões calcados nessas enganadoras.

A facilidade para com os pesos alheios é tal, que mesmo os Fariseus atavam pesados fardos e lançavam sobre terceiros, era mui leve a coisa, para eles.

Outros fatores concorrem para que nossas cargas pareçam mais pesadas. Um deles, é a parcialidade de nossas aferições.
Sempre houve e sempre haverá em nosso redor pessoas que desfrutam posições superiores à nossa, também inferiores. Adivinhe com quais usamos cotejar nossa sorte? Fulano (a) sim que é feliz, tem isso, aquilo, vive aqui, acolá, pode fazer tais e quais coisas...

Se é vero que muitos desfrutam de coisas que não temos, também é que dispomos de coisas que fazem falta a outros tantos.

Outro fator determinante para o erro das nossas análises é que sempre cogitamos das nossas sinas em momentos adversos, de dores, privações; quando tudo nos vai bem nem nos ocupamos em pensar nisso. Assim, se “vendemos nossas ações na baixa” natural pensar que as alheias valham mais que elas.

Ainda ignoramos uma faceta doentia da alma humana que por prezar o amor próprio mais que a verdade, tende a viver “vitrines” em sociedade, enquanto esconde tanto quanto pode seus entulhos íntimos.

Podem estar vivendo as maiores privações, dores, carências, humilhações até; para efeito de consumo externo as pessoas buscam ostentar uma alegria, realizações, bens, que nem sempre condizem com a realidade; uma vez mais, sabedores do logro das aparências não nos furtamos em buscar sua enganosa sombra. A “leveza” da cruz alheia pode pesar chumbo.

Por último, é sempre oportuna a distinção entre meios e fins. O Salvador ensinou: “A vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui”. 

Quantas pessoas famosas, ricas, saudáveis, de repente, sem nenhum sinal prévio que sugerisse algo assim, se suicidam, matam, cometem desatinos assomando um deserto que, a redoma de ouro e fama disfarçavam?

Assim, embora os meios materiais sejam coisas importantes, muitas vezes cargas mortais, como escórias se mesclam ao ouro; cegadas pelo brilho desse nem ligamos para aquelas.

O Senhor ensinou a ordem devida das riquezas a se buscar; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

As coisas necessárias à manutenção da existência devem ser tratadas como tais, não como se fossem o sentido da vida; Paulo ampliou: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

Pelo prisma, dos valores verdadeiros, muitas vezes alguém está carregado de joias quando o supomos de pedras. “As estrelas podem ser vistas do fundo de um poço escuro, quando não podem ser discernidas do topo de um monte. Assim também, muitas coisas são aprendidas na adversidade, com as quais o homem próspero nem sonha.” Spurgeon

Aí, como a samaritana observamos que ele não tem como tirar água comum, estando ele pleno da Água da Vida”.

Mas, o fato que, das dores Deus pode forjar riquezas não é motivo da nossa omissão para com quem sofre.

O sacerdote e o levita ignoraram ao ferido, pois, tinham “deveres” religiosos a espera.

Ora, meus interesses posso cuidar quando quiser; mas, as cargas do próximo nem sempre estão próximas; quando estiverem, um pouco, são minhas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Somos Psicopatas?


Deparei com um vídeo de “Elias Obeid Artista”. Cujo título é “Toda religião é uma psicopatia.” (doença de alma)

Agravou todos os credos; acusou a religião de tolher nossa atuação como cidadãos que fazem valer seus direitos, pois, ante um agravo sofrido, atribuímos aquilo aos espíritos não a quem nos maltrata; afirmou: “Religião é um empecilho para a evolução humana”.

Citou algumas nuances da crença espírita, mas se deteve mais sobre o cristianismo; de Cristo disse que o respeita como Xamã, (curandeiro) mas blasfemou Dele como Mestre, sobretudo, ridicularizou o ensino sobre dar a outra face.

Segundo ele, ínfima minoria detém a maior parte das riquezas da Terra; a solução seria uma revolução que tomasse essas riquezas e as distribuísse igualmente.

Paulo desafiou que surgisse uma cabeça pensante capaz de propor soluções, fazer as grandes perguntas que, respondidas colocariam a humanidade na senda da sabedoria. “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século...” I Cor 1;20

Com uns dois milênios de atraso, enfim, surgiu o homem apto a colocar a nave Terra na devida rota; pena que Paulo não possa ver.

Contudo, verificada a coisa com algum critério surgem problemas. Temeridade filosófica; erro de perspectiva; de método; por ignorância histórica e antropológica.

A temeridade filosófica= Não é próprio de um filósofo fazer afirmações categóricas sobre aquilo que desconhece; um dos grandes, Aristóteles dizia: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que são diferentes.”

A única crença que pode ser chamada de religião, no sentido étnico da palavra, (que religa homem e Deus) é na Pessoa Bendita de Cristo.

Essa ensina que todas as outras são falsas, “Ninguém vem a Pai senão por mim;” disse O Senhor; dos deuses alternativos fala também; “...fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, juntamente o vejamos. Eis que sois menos do que nada; vossa obra é menos do que nada...” Is 41;23 e 24

Portanto, colocar todas as religiões no mesmo balaio é maldade ou estupidez.

A perspectiva= Nunca foi parte dos ensinos de Cristo nem de Seus seguidores a proposição de um “mundo melhor”; O mundo sempre foi apresentado como principado usurpado de Satã, que jaz no maligno, está condenado e, em tempo será julgado; os veros servos de Deus são estrangeiros, embaixadores, peregrinos nele com missão de salvar almas mediante o Evangelho, não o planeta.

Portanto, julgar ao cristianismo porque ele não faz o que não se propõe a fazer, soa mais como elogio que crítica.

O método= Invés de argumentos verazes e demonstração de lapsos doutrinários parte para ofensas e blasfêmias com uma “hermenêutica” rasa, tosca em flagrante inaptidão para interpretar textos; ora, oferecer a outra face é uma figura de linguagem para “Dar nova oportunidade” a quem falhou conosco; o cristianismo sadio não considera toda a maldade como possessão; isso é exceção, não regra; e adverte aos maus que prestarão contas por seus feitos.

Somos desafiados e vencer o mal com o bem numa intenção de emular ao arrependimento, “amontoar brasas sobre suas cabeças” não porque sejamos sub-cidadãos.

Ignorância histórica e antropológica= Acaso o ilustre nunca ouviu falar sobre “Revolução socialista” e que a “Religião é o ópio do povo”?

Essas bostas já foram ditas por Karl Marx em meados de 1800. Ah, mas ele sabe disso! Então por quê não assume abertamente que seu discurso é só mais do mesmo do velho lixo comunista ateísta? Tal foi experimentado em mais de sessenta países; em nenhum logrou o teórico e prometido igualitarismo a tal, “justiça social”? Sempre acabou em tirania, ditadura, enriquecimento dos cabeças e miséria do povo, com milhões de mortes de opositores.

Propor isso deriva da ignorância antropológica; sobre o ser e o agir do ser humano sem Deus. Quando quer cooptar idiotas úteis esse promete liberdade, igualdade, o cacete. Quando um naco de poder está em suas mãos se revela apenas um diabo encarnado que joga com vidas, sentimentos, e direitos alheios em prol de suas cobiças doentias. Mas a psicopatia é a religião, claro!!

Não que eu defenda religiões que nada valem; mas, desagravo a Cristo e Sua Doutrina, pois essa transforma quem a ouve. Não prioriza os males sociais, ainda que aconselha eventual socorro onde necessário.

Como todos os males que assomam na terra derivam dos corações humanos, nos que se deixam persuadir o Médico dos Médicos faz o necessário transplante. “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo...” Ez 36;26

Feito isso, trabalhamos não por um mundo melhor, mas, por um Reino que por agora, não é desse mundo.

Sim há muitas almas doentes; pecados, ignorância, presunção... quando lobos virarem ruminantes teremos um mundo melhor com essa “matéria prima”...