quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O quê pedir a Deus?


“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

Eventualmente deparo com: “O que você pediria a Deus nesse momento”; as mais variadas respostas surgem; e, algumas questões também vêm à tona vivenciando isso.

É que, o verbo no futuro do pretérito, “pediria” traz uma ideia quase de subjuntivo, fica implícito um, “se fosse possível, se Deus lhe ouvisse,” ou, algo assim.

Para muitos a impressão que dá é que Deus seria um “Gênio da lâmpada” que, uma vez “liberto” concederia três pedidos ao bel-prazer do seu benfeitor.

Como vimos, os pedidos são negados, quando os alvos são egoístas, mesquinhos. “Pedis e não recebeis porque pedis mal ...”

Uns fazem uma interpretação conveniente de determinados textos, e à luz dessa “interpretação” Deus se lhes torna “Devedor”;

Por exemplo: “Deleita-te no Senhor; Ele te concederá os desejos do teu coração.” Sal 37;4 Aí algum incauto decide que está alegre no Senhor; portanto, O Eterno lhe “deve” satisfazer os três pedidos, digo; os desejos do seu coração. Será que é assim mesmo?

Ora, quando minha alma se deleita, (alegra) “no Senhor” ela não deseja mais nada senão, O Próprio Senhor. Quando me alegro Nele, na Sua Presença, Ele me concede mais disso; “Ao que tiver, mais se lhe dará...” Pois, “Se alguém me amar será amado do Meu Pai; viremos para Ele e faremos nele morada.”

Claro que, O Todo Poderoso não é encontrável nalguma garrafa envelhecida, imagem esculpida ou coisa assim. Se dá a conhecer mediante Sua Palavra, e Seus valores; Davi, pois, desejou contemplar a Face de Deus na Justiça; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça;me satisfarei da Tua Semelhança quando acordar.” Sal 17;15

Se, socorrendo um desvalido estamos fazendo-o a Jesus, então, as possibilidades de “vermos Deus” são muitas.

Paulo, malgrado seu privilégio de conhecer Cristo fisicamente disse que não era aquilo que importava; mas, conhecê-lo espiritualmente provando das transformações que isso enseja; “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, agora já não O conhecemos deste modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;16 e 17

Demócrito dizia que para se transformar a realidade precisamos antes, conhecê-la.

Conhecer O Senhor é diferente de conhecer a uma pessoa qualquer, ante à qual dizemos: “Prazer, eu sou...” O conhecimento de Deus é facultado pelo Seu Espírito e Sua palavra; diante disso nossa realidade fica mais clara e dizemos: “Perdão Senhor! Sou indigno pecador.”

O Eterno não ameniza nossa confissão para diminuir seu peso, antes, aconselha uma mudança, enquanto perdoa; “Deixe o ímpio seu caminho; o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus; diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

“A alegria do Senhor é nossa força”
como disse Neemias, e O Senhor se alegra quando falamos coisas retas, “Filho meu, se teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu; sim, o meu próprio. Exultarão meus rins, quando teus lábios falarem coisas retas.” Prov 23;15 e 16 Nada mais reto que um pecador reconhecendo seus caminhos tortos.

Se, por um lado Deus não se nos dispõe, como fez com Salomão, “Pede-me o que quiseres!” O Salvador ensinou; “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” Mat 7;7

Todavia, no contexto imediato Ele desaconselhou a ajuntar tesouros na Terra; advertiu da impossibilidade de se servir a Deus e as riquezas, e ensinou priorizarmos O Reino de Deus e Sua justiça, não as demais coisas; isso deveria deixar claro, que tipos de pedidos nos serão atendidos.

Em se tratando de sabedoria para servir com justiça, como fez Salomão, sempre será um pedido agradável ao Santo; algo que também poderemos fazer, embora, nosso esforço nesse sentido deva concorrer também. “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares, como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus.” Prov 2;3 a 5

Quanto às posses materiais eu gosto da sobriedade esposada por Agur, nas palavras que escreveu; “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem pobreza nem riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o Nome de Deus em vão.” Prov 30;7 a 9

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