“Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, julgai-o segundo vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: Não nos é lícito matar pessoa alguma. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando que morte havia de morrer)” Jo 18;31 e 32
Duplo cinismo dos religiosos; primeiro; mentiram, dizendo que não lhes era lícito matar, quando a Lei prescrevia pena de morte para blasfêmias, feitiçarias, adultério... Segundo; fingiram trazer O Prisioneiro a um julgamento, quando em seus lábios já estava um pedido de morte pela mão alheia, portanto, era uma farsa a ideia de justiça. Tratava-se de condenação sumária; solicitado só, que fosse aplicada pelos romanos.
Contudo, por agora o enfoque é outro. O segundo verso está entre parêntesis, o que significa que não consta no manuscrito original, sendo um anexo interpretativo de um escriba qualquer.
No entanto, a coisa não brota do nada. Lendo isso me inquietou para saber, onde Jesus teria dito algo que significasse que a morte morreria?
Não lembrei; e, decidi reler o Evangelho de João, para ver onde estava isto que, lendo vária vezes não percebera.
Então, logo no segundo capítulo temos o episódio do Senhor derrubando as mesas dos cambiadores, purificando o templo. Alguns inquiriram sobre com que autoridade fazia aquilo ou, quem Ele pensava ser para tal ousadia.
“Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo; tu o levantarás em três dias? Mas, Ele falava do templo do seu corpo.” Vs 19 a 21
A vitória sobre a morte era vaticínio antigo, “Eu os remirei da mão do inferno, os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, tuas pragas? Onde está, ó inferno, tua perdição?” Os 13;14
Essa profecia Paulo interpreta resultando do feito de Cristo; “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte... Quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde está, ó inferno, tua vitória?” I Cor 15;26, 54 e 55
Contudo, os mortos se presumem vivos demais, para carecer de quem os livre da morte. Julgam mera existência como se fosse vida; pois, no prisma espiritual quem está separado de Deus está morto, embora, ainda respire por um pouco de tempo.
Assim como Adão e Eva morreram quando pecaram, e isso não significou inexistência, mas separação de Deus, medo e esconderijo em lugar da antiga comunhão, os mortos espirituais também procuram manter “distância segura” de quem os busca para dar vida.
O Salvador foi categórico em dizer que sua mensagem buscava mortos; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25
Paulo tentando emular aos dormentes de Éfeso usou a mesma linguagem: “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14
Portanto, a entrega a Cristo, a conversão, não se trata de “mudá de religião”, “Passá pa crente” como dizem alhures. Trata-se de algo de peso eterno, “nascer de novo” da Água, (palavra) e do Espírito, (Santo); ou seja: Passar da morte para a vida.
Grosso modo todo mundo tenta se “identificar” com Cristo. Vejam os cemitérios. Todos que “dormem” lá trazem uma estrela anexa ao ano de nascimento, e uma cruz, ao da morte. Mesmo tendo existido impiamente.
Ora, quem teve o nascimento anunciado por uma estrela, e morreu numa cruz, foi apenas Ele, O Salvador Bendito. Acontece que Ele não É Deus de mortos. Temos que nos identificar consigo em vida. Tomar Seu Jugo e seguir Seus passos.
“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4
Novidade de vida, doravante, segundo a “Mente de Cristo” não nossas inclinações rasas; testemunho necessário de quem “venceu à morte” em Cristo.
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; tampouco apresenteis vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos; vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” Rom 6;12 e 13
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