domingo, 20 de setembro de 2020

A Regeneração das Pedras


“Tomarás duas pedras de ônix e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel... Porás... por pedras de memória para os filhos de Israel; Arão levará seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do Senhor.” Êx 28;9 e 12

Paramentos do culto no Antigo Testamento. Duas pedras de ônix com os nomes dos filhos de Israel escritos, engastadas em ouro, presas ao manto sacerdotal, sobre os ombros do sumo sacerdote Aarão.

Quando o Eterno escolhe algo para memorial tem em vista nossa memória, não a Sua. Não pensemos que Aquele que não dorme nem tosqueneja, tampouco se cansa ou se fadiga, sofra de Alzheimer, tenha algum problema de memória.

Quando criou o Arco Celeste após o dilúvio disse que seria símbolo de Sua Aliança com a humanidade; “Vendo-o me lembrarei da Aliança que fiz”, usou o modo humano de falar, como se Ele sofresse oscilações de ânimo, carecesse ser lembrado das Promessas por algum fator externo. Nele não há mudanças nem sombra de variação, ensina Tiago.

O real sentido era que vendo o arco após as chuvas nós lembraremos de Sua Aliança e não temeremos novo dilúvio.

Se, alguns decidiram usá-lo como bandeira da perversão sexual, diante de Deus e de quem O serve tem um sentido muito diferente.

As coisas do culto no Antigo Testamento são tipos proféticos do Novo. A Epístola aos Hebreus chama de sombras dos bens futuros; “... tendo a lei a sombra dos bens futuros, não a imagem exata das coisas...” Cap 10;1

Assim, o cordeiro da páscoa tipificava a Cristo; os pães de proposição, Sua Palavra; o povo de Israel, agora mais amplo comportando todos os crentes, judeus e gentios, promessa feita a Abraão que nele seriam benditas todas as famílias da Terra; os sacrifícios de animais tipificavam o Sacrifício perfeito de Cristo; o sacerdócio de Aarão, uma “sombra” do nosso Eterno Sumo Sacerdote...

Eis o papel das coisas no Antigo Testamento, cuja transição para o Novo, foi explicada de modo bem didático na epístola dirigida, justo ao povo que vivera sobre aquelas condições, os Hebreus!

“Vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Cap 9;11 a 14

Se, o Sumo Sacerdote temporal usava algo precioso sobre os ombros como memorial, Seu Antítipo, o Eterno traz algo vergonhoso para nós como memorial do custo do Seu amor; “Eis que nas palmas das minhas mãos Eu te gravei...” Is 49;16

Nos Seus Ombros uma cruz; nas mãos nossa resposta ao Seu Amor.

Pois mesmo as pedras preciosas e ouro, usados na confecção do manto aquele eram simulacros pobres das verdadeiras riquezas diante de Deus.

Pedro diz que a fé é muito mais preciosa que o ouro; a sabedoria fala coisas parecidas também; “Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto do que o ouro; que o ouro refinado, e meus ganhos mais do que a prata escolhida.” Prov 8;18 e 19

Quando desafiados a edificar sobre o Único Fundamento, Jesus Cristo, somos instados ao uso do melhor “material de construção.” “Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará...” I Cor 3;12 e 13

Essa manifestação se dará mediante prova de fogo, o que elimina a eficácia das coisas combustíveis, como madeira, feno, palha...

Se, aquelas preciosidades envergadas por Aarão eram símbolos de valores maiores diante de Deus, esses valores simbolizados é que importam. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado, incontaminado. I Ped 1;18 e 19

O Eterno trabalha com pedras brutas; para que, uma vez regenerada a Preciosa e Bendita Imagem de Deus, Ele possa se sentir em casa, habitando conosco;

“Chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;4 e 5

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