sábado, 5 de setembro de 2020

Perto de Deus, mas não muito


“Porque os judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria;” I Cor 1;22

Dois povos ansiando por luz, cada um de um jeito; os gregos pelo caminho da reflexão filosófica, uma espécie de “Novo Testamento” da era mitológica de deuses imortais com vícios humanos que seus antigos forjaram. A razão derivada dos mitos seria o “antítipo” das figuras aquelas.

Foi por contestar coisas assim, aliás que Sócrates foi acusado de “corromper à juventude”; em sua busca racional ousava desacreditar, eventualmente, grandes figuras, bem com seus escritos; Homero, em seus poemas dissera que determinados deuses mentiam; Sócrates em sua análise contestou: “Se, são deuses não podem mentir; se, mentem não podem ser deuses.” Assim de uma só vez desbancava Homero, e algumas partes da farta mitologia existente.

Os judeus esperavam algo de Celeste Origem. Dado o pretérito de ricas intervenções Divinas em favor do Povo, das promessas aos Patriarcas, e muitas profecias existentes, sendo que uma delas, falava, justo, que Deus lhes daria um sinal; “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, dará à luz um filho e chamará Seu Nome Emanuel.” Is 7;14

Quando a “Estrela de Jacó” outro sinal prometido brilhou, estrangeiros vieram de terras distantes para ver, enquanto dormiam os que estavam perto.

Emanuel significa Deus Conosco; entretanto, quando Jesus se dizia Filho de Deus o queriam apedrejar por blasfêmia.

Afinal, Deus conosco significa Ele nos amparando, dirigindo, abençoando, não necessariamente assumindo a forma humana. Seria essa uma interpretação plausível do texto.

Porém, havia mais sobre a “Encarnação do Verbo”: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o principado está sobre Seus ombros; se chamará o Seu Nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Is 9;6

Assim, invés de uma blasfêmia era um promessa; portanto, algo a se esperar.

Para os gregos, os muitos deuses deveriam fruir as delícias do Monte Olimpo, seu habitat, sendo sempre imortais. A ideia de um que se deixasse matar por mãos humanas seria insensatez.

Aos o judeus a coisa seria ainda pior; admitido que Deus se fizera carne, como deveriam esperar segundo as profecias, e, invés de honrá-lo adorando-o, o mataram, isso os escandalizava sobremaneira. “Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.” Vs 23 e 24

O ato insano dos judeus derivou da falta de sabedoria; “... sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” Cap 2;7 e 8

Pregando aos filósofos gregos no Areópago Paulo fez a necessária separação entre O Eterno e os deuses humanos; fossem esculturas, ou mesmo, os mitos todos de produção terrena; disse: “Deus fez o mundo e tudo que nele há... Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, prata, ou pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17;24, 29 e 30

Se, aos judeus faltou sabedoria, e “sábios” gregos viviam tempos de ignorância, todos navegavam no mesmo barco. “Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte...” Vs 24 e 25

Em ambos os povos as reações foram semelhantes; rejeição pela maioria e conversão de poucos. A luz soa desejável, jamais nos incomoda quando mostra a nudez alheia; o problema da Luz de Cristo é que ela mostra a nossa.

Platão dissera: “A verdadeira tragédia não são as crianças com medo do escuro; antes, adultos com medo da luz.”

O Salvador denunciou isso; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Enfim, quando busco as coisas do meu jeito, ainda estou no princípio satânico aquele que sou eu que decido acerca do bem e do mal.

Sendo “O temor do Senhor o princípio da sabedoria...” invés de derivados, busquemos Ao Senhor; se Ele se agradar de nós, nos galardoará segundo bem lhe parecer. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

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