domingo, 20 de setembro de 2020

Pegadas Ovinas do Dragão


No Apocalipse João descreveu um ser, tendo chifres de cordeiro e falando como o Dragão. O Dragão que fala, sabemos, é Satanás.
Enfim, parecia Cristo, O Cordeiro; mas, falava como Satanás, o Dragão.

Se, a boca fala do que o coração está cheio, óbvio que o dito bicho, malgrado sua dócil aparência estava cheio de Capeta.

Como fala Satanás? Sabendo que o apelo visual normalmente é mais forte que nossa acuidade auditiva, aos olhos apresenta-se como cordeiro; disso, seu objetivo: Enganar.

Como se engana falando? A forma mais tosca é a mentira. Contudo, se pode usar duplo sentido, eufemismos, descontextualização, desonestidade intelectual, inferências maliciosas, camuflagens nobres para fins vis, ironia, sarcasmo, etc. A coisa é mui vasta.

Quando falou com Eva ofereceu liberdade, autonomia e divindade. Esses três motivos “brilhantes”, usou para empacotar desobediência, pecado e morte. Tivesse trazido essas coisas nuas e cruas, a mulher as teria rejeitado.

Quando falou com Jesus diretamente, desafiou-O ao orgulho, mostre quem és, faça pão de pedras; poder global em submissão a si; por fim, a tentar ao Eterno exigindo cuidados indevidos; mediante Pedro mostrou “Compaixão”; “De maneira nenhuma te sucederá isto”. Seu “bom sentimento” visava desviar ao Salvador do objetivo.

Enfim, quando o dragão fala, não importa o modo, nem a beleza do que esteja oferecendo, a rigor, sempre estará oferecendo um dragão; não pode dar mais do que possui. Sabendo os problemas de marketing do inferno, redefine e promete o Céu.

Não temos em nossa natureza caída e perversa, meios para evitar os múltiplos enganos que o bicho semeia.

Sem o socorro do Espírito Santo, Seu Discernimento facultado aos servos, todos caímos nas arapucas do maligno. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Diz noutra parte que, “O ouvido prova as palavras como o paladar prova aos alimentos”, daí a exortação repetida no Apocalipse; “Quem tem ouvidos, (espirituais, acrescento) ouça, o que O Espírito diz às igrejas.”

Assim, quem recebe essa graça de discernir as coisas “enxerga” ao dragão, malgrado, a beleza do seu disfarce.

Cheias estão as redes sociais, infelizmente, de gente que tenta se parecer com cordeiro, mas se comporta como dragão.

Em suas nuances “cordeiras” esposam textos bíblicos, comportamentos humanistas, defesas de causa nobres, etc.

Mas, à menor contrariedade passam a funcionar no modo dragão; “Pague minhas contas antes de se meter na minha vida”; Estou cag**** e andando para tua opinião sobre mim;” “Daí se fulano é gay, se cicrana deu para beltrano, cuide da sua vida!” “Se não te deram valor escolha outro ou vá piranhar um pouco...”

Parecem-se com o burrico do Shrek que casou com um dragão e não para de gerar dragõezinhos.

Todas essas “sutilezas” de porcos-espinhos, são derivadas da autonomia, e egoísmo; “bens” do Dragão.

Não que alguém por ser cristão deva ser enxerido, metido na vida d'outrem, juiz alheio. Mas, quem possui o ministério do ensino, por exemplo, tem dever de dividir a luz que possui.

Quando ensina segundo Deus, realça valores que são incidentes sobre si também. Não está “atirando pedras”, antes, difundindo luz.

Os cristãos verdadeiros são chamados a ser tão “metidos” que as coisas alheias lhe dizem respeito sim; “Para que não haja divisão no corpo, antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos padecem com ele; se um membro é honrado, todos se regozijam com ele.” I Cor 12;25 e 26

O que é o perdão, mandamento-base do cristianismo, senão, ousadia de “pagarmos” a dívida alheia para conosco? O que é a caridade, senão, a arte de “nos metermos” na vida alheia para seu socorro? O que é o ensino, senão, acender uma luz no caminho do semelhante ajudando-o para que ele veja melhor?

Ninguém é obrigado a ser uma coisa nem outra; que cada um faça suas escolhas. Só, não dá para ser as duas ao mesmo tempo.

O Senhor foi categórico e excludente: “... próximo está o tempo. Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;10 e 11

Fomos escolhidos e armados para o bom combate; isso demanda de nós que pareçamos com cordeiros e falemos como tais.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo.” II 10;4 e 5

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