terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Deusa dos mares da ignorância

“Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” Mat 8;27 Essa pergunta dos atônitos discípulos quando Jesus acalmou vento e mar, bem que poderia ser feita a nós; sobretudo, hoje. 

Segundo pesquisa da revista Veja de alguns anos, 98% dos brasileiros creem em Deus. Digamos que tenha caído pra noventa. Ainda assim, se perguntássemos nas ruas sobre quem é Jesus, imensa maioria diria que é O Filho de Deus, que É Deus, O Senhor.

Ele denunciou outrora, que, malgrado o terem como Pai, Senhor, lhe ofereciam um culto vil, que O estava irritando; “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se, sou pai, onde está a minha honra? Se, Senhor, onde está o meu temor? diz o Senhor dos Exércitos a vós, sacerdotes, que desprezais o meu nome...” Ml 1;6 Não os lábios, mas, as ações contam.

Acontece que, hoje, milhares de “cristãos” estão fazendo passeatas, oferendas, preces, pagado promessas à “Rainha dos mares;” pra uns, “Iemanjá”, outros, “Nossa Senhora dos Navegantes.” Seria essa entidade que presidiria os mares, protegendo devotos em tais domínios.

Qual foi sua participação na criação? Façamos aos seus seguidores o questionamento que o Criador fez a Jó: “quem encerrou o mar com portas... Quando pus as nuvens por sua vestidura, a escuridão por faixa? Quando eu lhe tracei limites, pus portas e ferrolhos, e disse: Até aqui virás, não mais adiante; aqui parará o orgulho das tuas ondas?” Jó 38;8 a 11 A Própria pergunta traz amalgamada a resposta; foi obra do Criador.

No evento inicial, onde O Senhor conteve vento e mar, a “simples” ação deveria ser já a resposta à questão dos discípulos. Se, até o vento e mar lhe obedecem, deve ser Deus. Então, não importa que 90% ou mais, afirme as coisas corretas; se seguem em procissão aos ídolos, fantoches de produção humana, é nisso que creem.

Mas, que mal há? Não pode cada qual crer no que quiser? Claro! Liberdade de crença é prerrogativa inalienável de seres arbitrários como nós. Contudo, se alguém “crer” que o esquadro é redondo, ou, o círculo triangular, com razões sobejas duvidarei da sua sanidade.

Deus não proíbe que se creia em ídolos, mas, que isso se faça à parte; em separado de Seu templo, de Seu nome. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um, seus ídolos, pois, a mim não me quereis ouvir; mas, não profaneis mais meu santo nome com as vossas dádivas, e com os vossos ídolos.” Ez 20;39 Noutras palavras: “Vão, cultuem as imagens que desejardes, mas, me incluam fora disso”.

Noutra parte, O Santo mencionou sem censura o culto de imagens mediante povos ignorantes; “Um ao outro ajudou, e ao seu irmão disse: Esforça-te. O artífice animou ao ourives, o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a firma, para que não venha a mover-se.” Is 41;6 e 7

Contudo, a idolatria de Israel, que conhecera a Deus, causou espanto: “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi, nunca te rejeitei?” vs 8 e 9

Seguiu descrevendo a relação que tivera de fidelidade com o povo rebelde, por fim, lançou um desafio aos ídolos: “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente vejamos. Eis que sois menos do que nada a vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Vs 23 e 24

Bem poderíamos parafrasear o desafio de Elias: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se O Senhor é Deus, segui-O; Porém, se Iemanjá cultuai-a.” Acontece que Deus serve para as horas ruins; Por ocasião da Tsunami na Indonésia, o jornal Zero Hora de Porte Alegre perguntou em manchete: “Onde Estava Deus?”; Ora, o mesmo veículo que cobre com várias páginas à passeata de hoje não deveria ter perguntado: “Onde Estava Iemanjá”? 

Essa é maldição da idolatria! Transforma praticantes em bonecos sem vida, ouvidos, tato, visão, em suma: Imbeciliza.

“Os ídolos deles são prata, ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos, mas, não veem. Ouvidos, mas, não ouvem; narizes, mas, não cheiram. Mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos que neles confiam.” Sal 115;4 a 8

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Por quê, Deus contende conosco?

“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por quê, contendes comigo.” Jó 10;2 O caso de Jó era peculiar. As razões da contenda não derivavam da Vontade de Deus, antes, da inveja caluniosa do inimigo que imputou ao servo fiel, motivos vis.

Mas, quando o Eterno contende conosco, por quê, o faz? Aliás, Ele contende conosco? Segundo A Palavra, sim. Desde o primeiro livro da Bíblia isso está expresso: “... Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém, seus dias serão cento e vinte anos.” Gên 6;3

Não obstante ser, longânime, uma hora isso acha termo. Naquele contexto, de violência, depravação total, o Eterno estipulou em 120 anos mais, Sua “contenda”, Sua busca por obediência, justiça; após, o juízo, como se verificou no Dilúvio.

Isaías apresenta a rebeldia como razão da discórdia: “Em toda a angústia deles ele foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor, pela sua compaixão, os remiu; os tomou, conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 9 e 10 Primeiro mostra O Senhor sofrendo junto as aflições do povo; depois, se tornando inimigo em face à rebeldia.

Alguns interpretam mal a sina, quando, Jacó lutou com O Anjo do Senhor e “venceu”, como se, isso fosse possível. Ainda que o anjo apareceu na forma varonil, foi, antes de tudo, uma luta espiritual, onde exigiu que Jacó confessasse seu nome; isso equivalia à admissão de ser enganador; depois, quando disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares” patenteia apenas o intenso desejo de ser abençoado, não a possibilidade real de deter o Anjo.

De Jacó, o enganador, seu nome foi, então, mudado para Israel, aquele que luta com Deus. Não no sentido de “junto” com Deus, antes, “contra”, tentando resistir.

Estobeu, pensador da antiguidade dizia: “Termina com má fama quem quer duelar contra o mais forte”; pois, quem poderia duelar com Deus e ganhar fama de vencedor? Ele mesmo põe a questão: “...Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles, juntamente os queimaria.” Is 27;4 

Assim, a contenda de Deus não visa vencer eventual força que tenhamos, antes, nossa rebeldia que resiste à Sua vontade, mesmo que essa, derive de Seu amor.

Como nos fez arbitrários, O Eterno busca nossa anuência, não como quem necessita, porém, como quem deseja. Antes que, ameaçar eventuais fugitivos de Seu amor, patenteia Seu sofrimento com isso, sem entender a insanas razões dos que escolhem a morte: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas, que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33;11

Alguns que equacionam amor com permissividade amoral, dizem que, Deus não vai matar ninguém. Quer dizer que a Cristo, que era inocente, morte; a nós que, somos culpados, mesmo sem arrependimento, mesmo perseverando na rebeldia, salvação? Cristo morreu por quê? Se justiça não conta, apenas, amor, a Cruz teria sido um erro de cálculo?

Não nos enganemos, a leitura celeste da Cruz, além da misericórdia, vê outros predicados mais: “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

Por isso Deus luta conosco, porque, mesmo nos amando, ama à justiça também, desse modo, não pode nos salvar à revelia disso, que entrelaça-se ao feito Majestoso de Jesus. “Ninguém vem ao Pai, senão, por mim.”

Enquanto o Santo peleja, ainda quer salvar; triste será se disser de nós, como disse dos Fariseus: “Deixai-os, são condutores cegos...” Em dado momento O Senhor desiste de esperar mudanças nos caracteres humanos, apenas, exorta que cada um deixe patentes suas escolhas: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Todos os profetas fiéis foram contenciosos; os servos de hoje, ainda são; Não pra porfiar pela contenda, antes, pela justiça, que, no fundo, é nuance do amor Divino tentando situar ao homem, salvá-lo. “Seja qualquer que for, já seu nome foi nomeado, sabe-se que é homem, que não pode contender com o que é mais forte que ele” Ecl 6;10

Se, Deus fosse um tirano opressor rastejaríamos; como é um Pai que ama, nos rebelamos. Assim, Ele precisa lutar conosco por sem Bom. Todavia, não É tão “bom” a ponto de deixar de ser Justo. Arrependimento e bandeira branca encerram a luta.

domingo, 31 de janeiro de 2016

Sentença de morte reversível

“Dentro de três dias Faraó tirará tua cabeça, te pendurará num pau, as aves comerão a tua carne de sobre ti.” Gên 40;19 José, na prisão egípcia entregando, pelo Espírito do Senhor, uma mensagem de morte. A outro colega de infortúnio profetizara restauração, interpretando seu sonho. Aos dois colegas de prisão, a um falou de vida, a outro, de morte.

Desse modo deve se comportar um profeta: Ser regido estritamente pela Verdade, não pelo sabor das consequências de sua mensagem. Se Deus falou de vida, igualmente o profeta o faz; se, de morte, idem.

Não raro ilustramos a iniciação ministerial de alguém tomando emprestada a sina de Eliseu, que, uma vez chamado deixou tudo, matou seus bois, queimou as tralhas do seu labor, como sinalizando que sua entrega era definitiva, sem intento de volver atrás. É válido, didático, encorajador o exemplo.

Contudo, deve ser usado no devido contexto, pois, há diferença entre uma chamada ministerial de tal envergadura, e o convite à salvação que todos recebemos. Um salvo não deixa de trabalhar, estudar, ter  vida social, por que se converteu; antes, seus valores foram cambiados; de posse dos novos, deve comparecer aos lugares que seu viver demanda.

Nesse caso, não devemos deixar bois e arado, mas, coisas mais sutis, ouçamos: “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos; e meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;7 a 9

Quando Paulo, escrevendo aos efésios equaciona os dons ministeriais com a edificação da igreja até que cheguemos à Estatura de Cristo, tendemos a ver nessa “Estatura” poder superior de operação de milagres; mas, a ideia é uma tanto mais complexa que isso. Afinal, a consequência de tal aperfeiçoamento produz têmpera espiritual, firmeza ante falsos ensinos, mais que portentos milagrosos. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, engano de homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo;” Ef 4; 14 e 15

Dois predicados, invés de poder: Verdade, amor. Nessa ordem. Ninguém em sã consciência pretenderá ter amor maior que Jesus; (talvez, o Lula, o mais honesto de todos ) “Ninguém tem maior amor que esse; dar a sua vida pelos seus amigos.” Jo 15; 13 Na verdade, foi modesto, pois, deu até pelos inimigos. Paulo demonstra: “Porque, alguém morreria por um justo; poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas, Deus prova seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;7 e 8

Demonstrado o Amor Excelso do Salvador, cumpre lembrar que jamais condescendeu com o erro, faltou com a verdade, em nome do amor.  À Samaritana propôs Água Viva, mas, denunciou sua promiscuidade; ao jovem rico propôs Vida Eterna, mas, patenteou sua avareza; a Nicodemos, desafiou a nascer de novo, mas, realçou sua ignorância espiritual... Quem disse que amor e verdade são excludentes?

Como no Seu primeiro milagre em Caná quando transformou água em vinho, e o mestre sala ouviu que o bom vinho fora deixado por último, assim age O Salvador. Sua Palavra, a dura verdade que nos humilha, se, a ela formos receptivos, teremos a refinada taça de Sua graça, ouviremos tilintar Seu perdão, beberemos o delicioso vinho de Seu amor.  Porém, sem verdade, nada feito.

Infelizmente, os profetas da moda adoçam o vinagre da mentira com o açúcar da lisonja, e, onde Cristo fala de morte, esses, acenam com vida. Teria sido simpático José falar de vida ao padeiro que estava no “corredor da morte”, mas, seria mentira. Se, em matemática, a ordem dos fatores não altera o produto; na vida espiritual, tencionar que um “amor” duvidoso, amoral, preceda à verdade e só uma forma requintada de matar.

Claro que é mais agradável ouvir que Deus me ama, me quer, não importa o quê, eu faça! Mas, sobre o pecador contumaz, como sobre o padeiro aquele, pesa sentença de morte; a diferença é que agora, se pode reverter isso mediante arrependimento. Só um assassino deixaria de avisar de algo tão sério, para ser “amoroso”.

Em suma: Se, temos que deixar algumas coisas pela “mente de Cristo”, deixemos, sobretudo, esse viés sentimentaloide de equacionar frouxidão moral com amor.


O engano pode gerar agradáveis sensações imediatas, contudo, O Senhor guarda pra depois, o vinho melhor.

sábado, 30 de janeiro de 2016

A Matrix e o Divino Sistema

“Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento. Como frio da neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam; refresca a alma dos seus senhores.” Prov 25; 12 e 13

Primeiro temos a implicação de um sábio que repreende ante seu alvo, depois, ante quem o comissiona. Ao primeiro se faz precioso como joia de ouro; ao Segundo, traz refrigério. Não é forçar a barra concluir que, o “sábio” é um que teme a Deus, seu conselho visa trazer outros ao mesmo caminho; e, tal feito, alegra O Eterno.

Sabemos que as privações da vida são a forja Divina visando a têmpera de nossas almas; noutras palavras, as decepções, desenganos, os nãos, da estrada nos ensinam a caminhar. “Tribulação produz paciência, perseverança...” Na abordagem de Pedro.

Contudo, vivemos um tempo onde importa mais ser “legal” que verdadeiro; “curtir” determinada mensagem, mesmo discordando, sob pena de até, perder um “amigo”. Nosso feeling está sistematizado, programado apenas para coisas “positivas”.

Aliás, o próprio sistema me informa tudo o que “preciso” saber. Um clic, e “sei” quem é meu melhor amigo, quem tá a fim de mim, quem me acha um charme, qual o tamanho do meu...QI, como é minha personalidade, qual música me descreve; até, quem fui numa vida passada. ( ah, só pra constar, fui Leonardo Da Vinci ) possivelmente, muitos “descobrirão” que foram “eu” também.

A coisa é programada para ser positiva, assim, nenhum descobrirá que foi o Corcunda de Notredame, Jezabel, Judas, ou, um escravo qualquer, sempre terá sido uma personalidade. Se, for levado na galhofa, na brincadeira é inofensivo, mas, temo que muitos estejam já sistematizados, viciados em drogas psicológicas, dependentes da “Matrix”.

Pois, além do dano de furtar ações reais que poderiam gerar experiências proveitosas, a dependência virtual filtra a noção da seriedade das coisas espirituais também. Com frequência circulam posts imbecis onde somos exortados a escolher entre “Jesus” e o diabo; aliás, somos coagidos à “boa” escolha uma vez que, mero ignorar significa fazer a má. Nem imagino quantas vezes “escolhi” o diabo.

O quê, quero dizer, enfim? Que ter uma visão pueril superficial, da realidade, já é danoso; porém, ter a mesma, de Cristo, pode ser fatal.

Somos chamados todos os dias, na arena real, a escolher entre o Senhor e o inimigo, isso, quando as tentações nos assaltam. Como reagimos é o único “clic” que interessa, deveras. Ademais, encaixar sentimentos vários no mesmo molde pode atrofiar alguns membros, ou, amputar outros. Nem tudo o que vemos se encaixa num “curtir”. Tem coisas que geram tristeza, vergonha, comiseração, nojo, ira; qual a relação dessas coisas com o desejado “curtir”?

Às vezes se vê indiretas tipo: “Por quê me aceitou como amigo e não conversa comigo?” Ora, tenho pouco mais de duas centenas no Face, e converso com meia dúzia apenas; nossa “relação” é a interação com o que o outro publica, não que esteja fechado, qualquer um pode chamar, deixo o bate-papo on; mas, há pouco tempo, possibilidade; imagina quem possui números muito maiores que eu. Acho indelicado rejeitar um convite, raramente o faço, mas, não me importa o número de amigos, só, a qualidade; dos meus, uns 70% conheço pessoalmente, de modo que são mais que virtuais.

Ademais, voltando ao começo, meu alvo é repreender segundo Deus, Sua Palavra, o que afasta muitos, cujas motivações são outras. Embora os amigos verdadeiros devam sempre falar a verdade, ainda que soe antipáticos, meu medo maior seria perder a amizade de Deus, por malversar o que Ele disse. O desejo é ser mensageiro fiel, do tipo que refrigera à alma de Seu Senhor.

Afinal, a Palavra de Deus é um “sistema” milenar, programado para que nele eu descubra Deus, Seu Ser, Gostos, Vontade; também consta lá quem sou, de onde vim, as duas possibilidades de, pra onde vou; o quê, fazer, como fazer, para que O Santo “curta” meu modo de vida. Não é um sistema fácil de entrar; a senha é duríssima, tomar uma cruz e carregar, mas, as preciosidades inefáveis do “programa” compensam.

Paulo descreveu assim: “...as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8; 18

Desse modo, meu anseio não é que meus textos sejam “curtidos”, antes, que incomodem um pouco, ensejem reflexões; mesmo que não signifiquem pingentes de ouro, como seria a fala de um sábio, pelo menos, desloquem um pouco os leitores do mundo virtual; os leve a considerar a realidade. Pois, nesse caso, ignorar à Palavra de Deus equivale, sim, a escolher o inimigo. Façamos a boa escolha!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A diferença entre petistas e petralhas

Certo pensador disse: “Não se afunde nas questões, elas não têm fundo”; Embora pareça a coisa certa a ser feita, ou, a não ser, amiúde, costumamos tropeçar nisso. Tanto no prisma político quanto espiritual tendemos à porfia, à erística, seja pelo prazer de contender, seja, pela esperança de convencer o oponente a mudar de ideia. Trabalho cansativo, vão.

Contudo, os que discordam de mim poderão dizer o mesmo, dado que, sou também ferrenho em minhas convicções, aí chegaríamos ao que, filosoficamente se chama, aporia; simplificando: Beco sem saída.

Acontece que, cheguei onde estou, nesses temas, depois de várias mudanças, aperfeiçoamento, aprendizado. Isso quer dizer que minha visão, a propósito, é perfeita? Não! Penso que seja fundamentada em princípios sólidos, bons valores, apenas.

Heráclito, pensador da antiguidade dizia mais ou menos, o seguinte: “Quando dois sistemas filosóficos duelarem, nenhum tem direito de dizer: Seu ponto de vista é falso porque o meu é verdadeiro, pois, o outro poderia dizer o mesmo, o que arrastaria a contenda ‘ad infinitum’. O falso deve ser demonstrado em si mesmo, não no outro.”

Aí se denuncio eventual lapso moral de um líder do PT, vem meu oponente e acusa Aécio, FHC, Bolsonaro, por supostos erros, como se, uma vez provados, estaríamos empate, findasse o assunto. O pressuposto é que as opções alistadas encerram as possibilidades; de modo que devo ser uma coisa, ou, outra. Não! Não sou corno político, qualquer que me trair, malversando meu dinheiro, meu voto, dane-se! Prove-se a acusação, não seja calúnia gratuita, e seja exemplarmente punido, de qualquer sigla.

Porém, meu cavalo, hoje aposentado, quando trabalhava era detetive; costumava dizer: “quando alguém é acusado, das duas uma: É culpado, ou, inocente. Se, inocente, encorajará apuração de tudo, para que a verdade que o inocenta apareça. Não usará seu direito de ficar calado, antes, vai gritar a plenos pulmões, indignado, sua inocência. Terá álibis em seu favor e os patenteará. Porém, se invés disso, apenas negar, tergiversar, acusar outros para desviar atenção, é só um safado atolado em culpas até o queixo, querendo sair impune.”

Qual o álibi do Lula? Ah, ele disse que é o mais honesto dos homens...é mesmo? Sua evolução patrimonial e de seus familiares combina com honestos meios de prosperar? Sendo ele “socialista” portanto, à favor de dividir o bolo dos capitalistas com os pobres, ao se tornar também milionário não estaria sendo incoerente? Sempre culpou as “elites” pelas privações dos pobres, mas, ao se tornar da elite também, não se faz réu de seu próprio juízo?

Por fim, uma questão ideológica: Se, o socialismo é mesmo superior como sistema político, por que, não nos oferece a história, nenhum exemplo de país onde tenha trazido justiça social e prosperidade? União Soviética? Alemanha Oriental? Romênia? Tchecoslováquia? Cuba? Venezuela?

A China exibe certa prosperidade mas, com um sistema totalitário, partido único, repressão sangrenta às pretensões democráticas como o massacre de estudantes na “Praça da paz celestial”; desejaríamos algo assim? 

Por que todos os grandes do partido dominante viram milionários, enquanto o populacho segue na mesma?

Porque, senhores, a discussão, capitalismo socialismo é mera fumaça, nada a ver com os fatos, com o que está em jogo. Trata-se da maior quadrilha de corruptos, ladrões, estelionatários de todos os tempos. Lavaram cérebros das massas plantando um discurso ensaiado, de opção pelos pobres, e apropriaram-se de programas assistenciais do Estado como, se, do partido, para cooptarem a massa, como escudo para impunidade.

Suas defesas são ridículas, patéticas, tipo, serem acusados de matar elefantes “apenas” por que possuem bastante marfim e cabeças empalhadas em suas salas de troféus. Francamente.

Assim, estou tentando dizer que o petismo é uma quadrilha, uma farsa, em si mesmo, denunciando seus feitos, suas incoerências. Quem quiser se opor e denunciar eventuais erros de meu ponto de vista, deverá demonstrar que defender valores como verdade, probidade, honestidade, evocar o testemunho dos fatos e da história é um erro. A quem me convencer disso, darei a mão à palmatória.

Por fim, há diferença entre ser petista e ser petralha; aquele, é um que vota no PT, acha suas propostas melhores, não entende bem como as coisas não estão dando certo. O Petralha entende bem tudo o que está em jogo. É especialista em produzir fumaça, lançar calúnias, desviar atenção dos fatos ignominiosos de seus líderes.

O Petista pode ser mero idealista, ingênuo, incauto enganado; petralha é um canalha, cúmplice, lesa-pátria safado, engajado.

Não tenho mais tempo nem vontade para gente assim. Tratá-los-ei como Paulo aconselhou que se tratasse aos hereges: “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo, condenado.” Tt 3;10 e 11

A mesmice de Deus

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1; 12 Que falta de criatividade de Pedro! Invés de prometer novidades, afirmou que iria “chover no molhado”, tornar a lembrar o que já sabiam.

Os apóstolos reunidos também incorreram na mesmice: “Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais, por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.” Atos 15:27

Paulo tropeçou na dita pedra, a monotonia, invés de acenar com algo novo. “... Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas; é segurança para vós.” Filipenses 3:1

Eis o “problema” de servir a Um Deus no qual não “há mudanças, nem sombra de Variação”. Não importa quantos anos perdure nosso ministério, “lato sensu” devemos anunciar sempre, as mesmas coisas.

Lembro de um outdoor que vi certa vez em Porto Alegre: “Chester, a mais nova tradição do Natal”. Apontei a um amigo e disse: Notou a contradição? – Qual? – Tradição sugere algo trazido de antanho através do tempo; o novo, óbvio, é recente; assim, se é novo não pode ser tradicional, se o é, não pode ser novo. Mas, à propaganda não importa que seja coerente, basta que venda; Deus não é assim.

Observando a vida no aspecto dos fenômenos, pipocarão novidades todos os dias, mormente, as que atinam ao domínio da tecnologia; agora, se o prisma for espiritual, filosófico, veremos a mesmice cíclica já denunciada por Salomão quando observou à natureza: “O que foi é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados antes de nós.” Ecl 1; 9 e 10

Não que o Eterno seja avesso ao novo, apenas, não muda o que é perfeito; não carece ser mudado. Assim é Sua Palavra. Nossas almas, tão deturpadas pelos vícios, são instadas na conversão a uma mudança de mente, e consequentemente de agir, tal, que a Bíblia chama de “Nascer de novo”.

Paulo, em dado momento exorta a que se verifique essa mudança do nosso modo de agir: “...fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Noutra parte vai além de mera novidade, antes, total novidade de valores espera dos convertidos; “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, tudo se fez novo” II Cor 5;17

Resta sermos cuidadosos, pra não confundir o contextualizar, que é, apresentar valores eternos numa linguagem contemporânea, com, perverter, amoldar-se aos espetáculos do mundo, pra parecer atualizado, moderno. Shows de luzes, fumaça colorida, ritmos alucinantes podem alegrar a galera jovem, mas, será esse o alvo do louvor?

A igreja ainda deveria ser um lugar para conversão de almas; isso não equivale a preparar um bolo com cobertura “espiritual” e o recheio favorito dos pecadores; antes, demanda uma mensagem incisiva contra o pecado, capaz de gerar uma crise existencial no pecador, de colocá-lo em conflito entre os efêmeros prazeres da carne e a eterna perdição. Capacitado pelo Espírito Santo o pregador será tão eloquente, que convencerá muitos a trocarem o vil, pelo precioso, não importando, quão antiquado pareça.

Afinal, mesmo sendo já milenar o Evangelho, ainda é a Boa Nova que, em Cristo, Deus perdoa, regenera, salva os pecadores. Se, isso é lugar comum para tantos que abraçaram e vivem à fé, ainda é novidade para quem resiste, tanto quanto, para quem nunca ouviu, pois, ambos, cada um de seu jeito, desconhecem o Gracioso amor Divino.

Acostumamos a ouvir de roubos assassinatos, corrupção, prevaricação, aumentos, todos dias; sempre assistimos aos jornais como quem vê, na mesmice, novidade; novo se faz o que troca o vício pela virtude, o profano pelo santo, o mundo, por Cristo.

Contudo se surgirem “novidades” espirituais, convém rechaçar, pois, são meras nuances da velha perversão do inimigo. “... ainda que nós mesmos ou, um anjo do céu, vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1;8

Em suma, mesmo soando como coisa nova aos ouvidos do pecador, o Evangelho genuíno é o mesmo de sempre: “Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. Mateus 13:52

Nossa abordagem pode ser diversa, criativa, exortativa, narrativa, poética, mas, seu teor não foge disso: “... Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho Unigênito, para que, todo aquele que nele crer, não pereça, mas, tenha vida eterna.” Jo 3; 16

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Batismo com fogo

“Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4 Essa metáfora refere-se ao ser humano que, como a prata em seu estado bruto demanda purificação antes de ser utilizável, igualmente, requer a purificação da alma, se, tencionar ser de alguma utilidade ante O Senhor.

Alguns entendem mal a João Batista quando disse que, O Messias que o sucederia batizaria com o Espírito Santo e com fogo, como se isso tratasse de evento único. São duas coisas distintas. Batismo com o Espírito Santo, parece que a maioria está inteirada do quê, significa; porém, o batismo com fogo é que passa despercebido.

Não importa a gama de vícios, maus hábitos da vida pregressa, se, ao ouvirmos A Palavra, formos movidos pelo Espírito em direção ao arrependimento, confissão, seremos perdoados, salvos; teremos “nascido de novo”. Porém, após esse venturoso passo, nossa consciência, antes, cauterizada, adormecida, se faz viva novamente, e, posto que ainda cometamos pecados, não mais o fazemos “sem culpas”, como fazíamos antes.

Esse “incômodo” é ação do Espírito Santo, trabalhando na prata ainda bruta, visando a purificação. Deveria bastar o ensino da Palavra, mas, infelizmente, não é assim. Precisamos o concurso de experiências dolorosas; bebermos o chá de folhas amargas das consequências de alguns pecados, para que, os acreditemos maus, como A Palavra diz que são.

Essas aflições, são nosso “batismo de fogo”, onde O Senhor derrete a natureza bruta, para separar escórias dos maus hábitos, da prata da alma renascida. Isaías ensina: “Eis que te purifiquei, mas, não como a prata; purifiquei-te na fornalha das aflições.” Is 48;10

Paulo também alude à prova de fogo que sucede à profissão de fé dos cristãos; ouçamos: “se alguém sobre este fundamento ( Cristo ) formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual a obra de cada um. Se, a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse, receberá galardão.” I Cor 3; 12 a 14

Vemos que é possível, mesmo sobre fundamento precioso edificar com material vil; assim ocorre, quando, invés de basearmos nossa fé estritamente sobre A Palavra de Deus, anexamos preferências naturais, tradições, costumes humanos. Essas coisas equivalem aos materiais combustíveis, madeira, feno, palha, não resistem ao fogo. Noutras, palavras; na hora das provações, apenas de Deus e sua Palavra vem Socorro veraz, vão é o socorro do homem.

Assim, mensageiros espirituais verazes são auxiliares do Espírito, quando, usados por Ele, incendeiam o coração dos pecadores com mensagens de arrependimento. O quê, há de errado com a exortação, arrependei-vos?? Nada, é Bíblica; foi usada por João Batista, Jesus, Pedro, Paulo... então, por quê, caiu em desuso ultimamente? Não sei. Talvez a igreja moderna tenha descoberto um veio de prata de uma pureza tal, que nem demande purificação; saia de origem pronta para o uso final.

Na verdade, a imensa maioria dos pregadores da moda não foi comissionada por Deus; é feita de mercenários, egoístas, e seus mesquinhos alvos. A motivação dessas igrejas-empresas, passa a ser atrair “clientes”, e, mensagens de arrependimento podem “produzir” pouco. Melhor que “culpar” pecadores é fazê-los sentirem-se bem no ambiente. A prata está bruta, amalgamada às muitas escórias, o máximo que tais “pregadores” conseguem é lançar sobre ela as águas poluídas da bajulação, das promessas fáceis.

Porém, quando advogo a necessidade de fogo para derreter corações, não entendam, por favor, as criancices que tanto se vê em determinados ambientes, onde grassa a desordem, balbúrdia, como se fosse manifestação de poder espiritual; não falo disso, antes, do “martelo que esmiúça a penha” a Palavra de Deus na unção e autoridade do Espírito Santo, que incendeia corações, como fez com dois discípulos, O Mestre, a caminho de Emaús.

Ademais, a exortação ao arrependimento tem um lado muito positivo que devemos explorar; significa que Deus ainda está perdoando, que resta um tempinho aos pecadores. Como seria se nossa sina fosse como a de Esaú quando desprezou a primogenitura? “Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas buscou"; Heb 12; 17

Então, enquanto a Arca não foi fechada por fora, se pode entrar. Digo, enquanto O Eterno ainda requer arrependimento, o faz, porque oferece perdão. 

Nosso trabalho, dos pregadores, não é fazer você se sentir bem; antes, quanto mais mal, melhor; pois, só assim, antevendo os horrores da perdição, estarás sedento pelo refrigério de Cristo.

Depois de nos purificar, O senhor nas faz instrumentos para depuração de outros. “Prata escolhida é a língua do justo; o coração dos perversos de nenhum valor.” Prov 10; 20