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domingo, 11 de novembro de 2018

O Jardim no Deserto

“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca. Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se o seu coração, por isso esqueceram de mim.” Os 13;5 e 6

Circunstâncias antagônicas; deserto, lugar de privações, carências; e, pastos verdejantes, fartura. No primeiro momento o povo se deixara achar; “te conheci no deserto...” Porém, em tempos de abundância, “esqueceram de mim”. Queixou-se O Eterno.

Há quem diga que fidelidade é mais fácil em tempos de dificuldade, provações, que, nos de bonança. O inimigo apostou no inverso disto em relação a Jó; disse que, se, levado ao deserto blasfemaria. Como vimos, ele estava enganado.

Inegável que, em tempos de luto, perdas, frustrações, desemprego, etc. tendemos a orar mais, buscar intensamente, socorro, em Deus. Em casos de extrema carência, quando, mera subsistência já basta podemos nos contentar com mui pouco.

Por outro lado, em ambientes fartos, onde, tudo parece estar à mão podemos devanear com satisfações supérfluas, desnecessárias; como os do exemplo acima, bem que podemos de fartos, esquecer de Deus.

Resumindo: A ideia seria que, fartura oferece mais riscos à fidelidade do que carência.

Entretanto, o fato de clamarmos, jejuarmos, orarmos mais em dias de angústias não significa necessariamente que o façamos por lealdade a Deus. Se, são nossas carências imediatas o motor da “fidelidade” eventual, no fundo, é o egoísmo que está no centro, não, o amor. Nesse caso Deus é o meio; nós somos o fim.

Então, atrevo-me o dizer que, o verdadeiro fiel transcende às circunstâncias, como fez Paulo; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; de toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto, a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Afinal, circunstâncias, como a própria palavra sugere refere-se às coisas que nos circundam; porém, a fé alcança além; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Ora, se a fé tange coisas invisíveis, como poderia ser derivada do imanente, do aparente, que, não raro é enganoso?

Consideremos as sagas de Adão e Cristo; O primeiro cercado de toda sorte de delícias, fartura, duvidou da Palavra de Deus; creu em Satanás. O Salvador, em pleno deserto, em jejum prolongado, fome e sede, resistiu ao Diabo firmado na Palavra.

Como vemos, em ambos os casos as circunstâncias não deram pitaco; não foram determinantes para, o agir de um, nem, de outro.

Logo, a frase de Ortega Y Gasset, que “O homem é o homem e suas circunstâncias”, ou, o dito popular que, “A ocasião faz o ladrão” são, ambas, órfãs de filiação Bíblica.

Quando O Senhor promete colocar sobre o muito, aos que forem fiéis no pouco, ensina que, nossa confiança Nele apesar das privações logrará a confiança Dele em nós, apesar de pecadores.

Carências materiais, de liberdade, de crença, caso cheguem ao extremo podem custar-nos a vida até; ainda assim, se levarmos nossa fidelidade às últimas consequências, no fim, nada teremos a temer; “Digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas, Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Enfim, os que associam a fé ao acúmulo de bens na Terra como fazem muitos pregadores da moda, não entenderam a essência, tampouco, o objetivo da fé.

Pedro ensina que é “necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas, crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.” I Ped 1;6 a 9

Se, para merecer louvor, honra e glória, nossa fé carece ser provada mediante privações, os que apelam à fé para fugir disso, no fundo, devem achar que a mesma é suicida removendo os meios que Deus usa para firmá-la.

Ocorre-me Salomão: “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19

Se a fé genuína nos habita, nem o deserto nos fará recuar; e depois de provada e aprovada, O Eterno fará para conosco como fez por Israel; “O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; o ermo exultará e florescerá como a rosa.” Is 35;1

sábado, 2 de junho de 2018

A Falsa Liberdade

“Jesus dizia aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O Senhor dizia isso aos que já criam; o fato de se pode crer sem conhecer, talvez, tenha dado azo à afirmação que a “fé é cega”. Entretanto, pautando nosso modo de vida pela que cremos, “... permanecerdes na Minha Palavra...” isso faculta que passemos a ver algo precioso: “... conhecereis a Verdade...”

O Senhor desafiou aos que queriam saber a origem de Sua Doutrina, não tendo estudado; “... Minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus...” Cap 7;16 e 17

Ao dizer, “verdadeiramente sereis livres.” V 36 implica a existência de uma falsa liberdade. Se, para nos livrarmos dela carecemos permanecer nas Palavras do Senhor, e, Sua Palavra diz: “Negue a si mesmo”, necessária se faz a conclusão que é o “si mesmo” o feitor da escravidão travestida de liberdade.

A pretensa autonomia mal educada dos que dizem, “não se meta com minha vida, faço o que quero,” é o eco atual da “Bíblia” de Satã escrita no coração humano imprudente: “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal”.

Entretanto, os verdadeiramente livres encontram seus limites na consciência alheia; de modo que a um veramente convertido não é lícito dizer: “Faço o que quero e pronto. Só de palpites em minha vida se pagares minhas contas.” Isso seria discurso de uma alma prostituta que se vende por dinheiro.

Importamos-nos com quem amamos; somos desafiados a amar mesmo, aos inimigos; isso não nos dá direito de ingerir em suas decisões, suas vidas; mas, nos constrange a falarmos de Cristo, para que outros também conheçam como nós, a liberdade que só Ele propicia.

Como cidadãos terrenos temos rivalidades, divergências em assuntos daqui; nas coisas “que são de cima” o impacto é maior; enfrentamos ferrenha oposição; alguns, são mortos por não abdicarem da fé, como tantos já foram; ainda são, em mãos de radicais islâmicos sobretudo.

Como o mundo é uma mescla de crentes e ímpios, muitas vezes, nossa liberdade espiritual nos leva a restrições físicas, psíquicas, e legais, até.
Na verdade, liberdade absoluta, nem O Criador usufrui; uma vez que É “refém” da Sua Própria Integridade; “...Viste bem; porque eu velo sobre minha palavra para cumpri-la.” Jr 1;12

Assim, minha liberdade em relação ao próximo delimita-se à sua consciência; não posso feri-lo. “Todas as coisas me são lícitas, mas, nem todas convêm.” Em relação ao inimigo, estou numa posição, colocado por Cristo que não preciso mais obedecê-lo, antes, posso resistir; “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo; ele fugirá de vós.” Tg 4;7

Em relação ao Senhor, malgrado o lugar de servo, eterno devedor, sou guindado à condição de amigo; de quem acessa Seus segredos; “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas, tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” Jo 15;15

Paulo apresenta uma consciência boa “soterrada” no lixo do “si mesmo” escravo do pecado; mesmo anelando fazer a coisa certa sucumbe ao feitor; ”Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero não faço, mas, o que aborreço isso faço. Se, faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17

O “eu” verdadeiro escravizado ao pecado; as boas intenções sem “combustível” para andar, e o corpo do pecado deitando e rolando. Quem já identificou esses conflitos em si mesmo há de saber apreciar devidamente a Liberdade de Cristo.

Assim, a verdadeira liberdade tem limites, restrições, mas, não impostas por um usurpador indigno; antes, pelo bendito anseio implantado em nós pelo Espírito Santo, de correspondermos ao Amor de Deus.

Alguns céticos associam as dores, crueldades do mundo a não existência de Deus; pois, se existe e É Amor, não permitiria tal. Ora, essas coisas provam exatamente o contrário; que Ele Existe e É quem diz Ser. O amor não força ninguém a nada que esse não queira; e como Deus ama também à justiça, necessárias se fazem as consequências das nossas escolhas.

Se Ele não reconhecesse ser aqui um lugar de dores, sofrimentos teria enviado Um Libertador a tão alto preço? No fundo, as pessoas querem o que Deus dá, alienados do que Ele É; o “si mesmo” não quer largar o trono do engano.

Acostumaram de tal forma à prisão, que gostam dela; temem ser livres...