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domingo, 28 de setembro de 2014

Nosso umbigo universal

“…mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para tirarem. …a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.” I Rs 19, 14, 16, e 18
 
Tendemos a universalizar nosso existenciário; derivar a “verdade” das circunstâncias; generalizar as experiências.  Um homem que teve duas ou três decepções com mulheres infiéis, dirá: “A única mulher que presta é minha mãe”. Por outro lado a mulher que padeceu o mesmo; “Todos os homens são iguais, nenhum presta”. Outro que conviveu com ministros que pareciam fiéis e se revelaram hipócritas dirá que a fidelidade é fachada, só existe hipocrisia.

É próprio da natureza caída permitir que o peso da decepção esmague o pleito da razão, do bom senso. Elias estivera fugitivo e solitário por mais de três anos; sobre os profetas do Senhor só soubera notícias de morte, perseguição; assim, concluiu: “Mataram Teus profetas e fiquei só". 

O Senhor ordenou que ungisse a Eliseu em seu lugar e lembrou que havia sete mil em Israel que se mantinham fiéis; dos quais, a qualquer um lhe faria sucessor se o desejasse.

Uma das razões que justifica sobejamente a primazia de Deus em nossas vidas é Sua Onisciência; pois, deriva seus atos de um “existenciário” universal, dada, Sua Onipresença.

Outra faceta humana é usar a circunstância adversa como “prova” que as promessas de Deus falham como se coubesse a nós determinar o tempo e o modo adequados para se cumprirem.

Moisés sofreu com isso durante o Êxodo; “Porventura pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós?” Num 16; 13 

Para os rebeldes, então, o fato de que Moisés “não cumprira” o que prometera era motivo para disputarem espaço no governo. Ao invés de terem olhos em Canaã a terra que “mana leite e mel” falaram assim do cativeiro egípcio falseando a verdade para justificar a rebelião. Os políticos de hoje já se faziam representar.

Acontece que a marcha para Canaã fora detida precisamente pela rebeldia e incredulidade; se ainda vagavam no deserto era por causa do Juízo de Deus, não, falha de Moisés. Mas, sempre é mais fácil transferir a culpa. 

Só que ante O Eterno, não funciona. Quando Davi mandou que Joabe tirasse a cobertura do valente Urias, para que morresse em combate, Deus Sentenciou ao rei: “…mataste com a espada dos filhos de Amom.” II Sam 12; 9
  
Do mesmo modo, quando nos recusamos à prática do que é justo, “justificados” por experiências infelizes, estamos tentando fugir à responsabilidade; traindo a nós mesmos.

Nossas experiências não limitam a aventura humana; nosso horizonte não abarca um milionésimo das possibilidades de Deus; e a generalização é incoerente. Sempre brota de lábios frustrados pois esperavam que as coisas fossem diferentes e concluem que são iguais; nesse caso, firmam sua “razão” no fato de terem sido irracionais; esperado coisas que “não existem”.

Ora, como bem disse Shakespeare, “há mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia”. Como a fé é o “firme fundamento das coisas que não se veem…” aqueles que por ela vivem devem contar com o inusitado, o fato novo, dada a criatividade de Deus. 

Claro que resultados palpáveis  são edificantes e muitas coisas se repetem; contudo, os olhos da fé podem ver até melhor quando os da carne nada veem, como os três dias de cegueira de Paulo.

O moço de Eliseu, sucessor de Elias, viu certa vez um cerco de inimigos e se apavorou. O profeta orou para que ele visse um pouco do que há “entre o céu e a terra”. “E ele disse: Não temas… E orou Eliseu, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu.” II Rs 6; 16 e 17
 
Assim, os que “justificam” a apostasia evocando como argumento experiências infelizes, além de patentearem sua incoerência, anexam seu atestado de ignorância bíblica; pois ela adverte que os últimos dias seriam precisamente assim. Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos” II Tim 3; 1 e 2
 
O incoerente é um “soldado prudente” que cava duas trincheiras; uma para resistir ao bom senso, outra para enterrar a esperança.