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domingo, 30 de dezembro de 2018

O Cristão e a Ira

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra;” Mat 5; 5

Frequentemente se equaciona mansidão com fraqueza, mas, não é bem assim. Animais extremamente fortes como elefantes podem ser mansos. Mansidão é força sob controle, não a ausência dela. Se, “Deus não nos deu o espírito de temor, mas, de fortaleza, amor e moderação.” II Tim 1;7 A mansidão requerida é o fruto espiritual do domínio próprio, não, um subproduto da covardia.

Quem pretenderia ser mais forte que Aquele que venceu o pecado, o mundo, o diabo e a morte. Contudo, Ele disse: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração...” Mat 11; 29

Em algum momento teremos que lidar com a ira. Somos advertidos pela Palavra que, “... a ira do homem não opera a Justiça de Deus.” Tg 1; 20
Portanto, parece uma postura que convém evitar. Paulo diz: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira.” Ef 4;26 Ele estava parafraseando o salmista que dissera: “Perturbai-vos e não pequeis; falai com vosso coração sobre vossa cama e calai-vos.” Sal 4; 4

É uma concessão para que até, nos iremos, sem, todavia, em cima disso cometermos pecado. Pois, apesar de ser alistada nos “pecados capitais” pelo catolicismo, a ira em si, sequer, pecado é.

Só um absoluto pusilânime pode contemplar injustiças, covardias, obscenidades, sem um quê de irritação; sem certa dose de ira. Ló em Sodoma provou muito disso, “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas; II Ped 2; 8

Jesus quando encontrou o comércio usurpando o lugar da adoração, em Seu zelo não conteve a ira; “Tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; espalhou o dinheiro dos cambistas e derribou as mesas;” Jo 2; 15

Aliás, se Ele vier passar em revista tudo que se faz em Seu Nome é considerável o número de “mesas” a virar.

Uma vez que, nossa luta não é contra carne e sangue, alguns acham que não devemos polemizar, nem criticar aos “irmãos” que agem de modo diverso do ensinado nas Escrituras.

Ora, no mesmo texto que fala isso, manda nos cingirmos com a verdade, que, não é outra coisa senão, além de sermos verdadeiros, denunciarmos o falso. Vestirmos a couraça da justiça, que, demanda não cometermos injustiça, nem concordarmos com os que a cometem; assim as demais “armas”.

Mesmo tendo que lutar contra o inimigo, isso envolve participação humana, de um lado e de outro. “Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme suas obras.” II Cor 11; 14 e 15

Como assistir ao obsceno desempenho desses ministros, sem uma saudável dose de ira? Até Deus sente. “Deus é Juiz Justo; um Deus que se ira todos os dias.” Sal 7; 11

Claro que não estou advogando aos melindrosos, irritadiços que, por coisas banais chutam o balde; esses, ante uma correção qualquer, invés de se arrependerem e mudarem o rumo derrubam o beiço; se isolam, com se, vítimas de injustiças. Neles, a cruz inda tem muito trabalho a realizar.

Na hiper-melindrosa geração atual, tudo fere, magoa; somos bem vindos para “curtir” bajular, elogiar, mas, se ousarmos ensinar algo da Palavra de Deus logo fervilham indiretas para que cuidemos das nossas vidas. A maioria prefere o “esconderijo” de Adão, a ouvir o Chamado do Criador.

Tratando-se de cristãos maduros, a paz necessária é com Deus; “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá...” Jo 14;27 A interpessoal, horizontal é mera possibilidade, nem sempre desejável. “Se, for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12; 18

No que respeita-nos devemos laborar pela paz, mas, se o preço for condescender com violência à sã doutrina, às Escrituras chamemos à arena a advertência de Jeremias: “Maldito aquele que fizer a Obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48; 10

A amor que, “Não folga com a injustiça, mas, com a verdade...” para essa geração intocável tem que vir vestido de Papai Noel; se, verter sangue numa cruz como demonstração de autenticidade, não vale.

Abusam da paciência do “Cordeiro de Deus”; mas, nada mais perigoso que um “animal” manso forçado a violar à própria mansidão; “Diziam aos montes e rochedos: Caí sobre nós! Escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono; e da ira do Cordeiro;” Apoc 6;16

Simples; ou aprendemos Dele, “Manso e humilde”, ou, um dia enfrentaremos Sua Ira.