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domingo, 16 de fevereiro de 2020

A Cegueira dos Loucos


“... Ai dos profetas loucos, que seguem seu próprio espírito e que nada viram!” Ez 13;3

Em sua retórica contra os “sábios desse mundo” Paulo colocou aos cristãos como loucos. Afinal, ousamos crer na “Fraqueza de Deus”.

Aos judeus escandalizava a ideia de que teriam matado seu Deus; aos gregos com sua farta mitologia de deuses imortais, a saga de Um que pudesse ser morto ou permitisse isso por mãos humanas feria seu senso lógico, portanto, era loucura. “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” I Cor 1;23

Se, os helenos cultuavam seus muitos deuses cuja prerrogativa principal, além de poder era a imortalidade, estavam agora diante da decisão sobre o Deus Vivo, “morto” cuja “fraqueza” patente era o amor. “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” V;25

Então, se na diatribe de Ezequiel os profetas loucos são os que seguem ao “próprio espírito”, na ironia de Paulo, os loucos se deixam conduzir pelo Espírito de Deus em Cristo. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” V;21

Como sabemos tratar-se de uma ironia? O próprio texto o diz; “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos é o poder de Deus.” V;18 Aos que perecem o Poder de Deus manifesto parece loucura, não aos salvos.

Acontece que a salvação guinda-nos da esfera natural para a sobrenatural; junto traz um nível de compreensão superior também; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” Cap 2;14 e 15

A visão vulgar de um louco é alguém privado das faculdades mentais, do equilíbrio racional, da lucidez perante a realidade; porém, os loucos no prisma espiritual são os que dão as costas para Deus, independente da sanidade de seus intelectos, pois, é possível ser são num aspecto e doido no outro. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7

Ao desprezar um ensino que me tenta persuadir, o faço porque persuadido já estou de que não preciso dele; que sei algo melhor sobre aquilo, (vós mesmos sabereis o bem e o mal) não desejo tais informações. Assim, atuo como os loucos aqueles, que “nada viram” e seguem ao próprio espírito. Na verdade ao espírito do inimigo que deu a sugestão entre parêntesis.

Ver, na dimensão espiritual não deve ser levado ao pé da letra; embora muitos profetas fossem também videntes, ouvir do Santo, e entender o que ouve equivale a “Ver”. Não por outra razão, pois, o trabalho do deus deste século em cegar incrédulos fere entendimentos, invés de retinas. “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Muitos confundem ativismo religioso com visão espiritual; trabalhar muito “para Deus” sem importar o quê, estão fazendo. Os loucos aqueles de Ezequiel trabalhavam também viviam a profetizar sem ser, sua mensagem derivada de Deus.

O falso profeta geralmente trabalha mais que o verdadeiro, pois é mensageiro de facilidades, mais que, de correção nos termos Divinos; o idôneo consagra-se; pelo Espírito Santo identifica brechas, e as denuncia, sendo agradável a mensagem, ou não; “Não subistes às brechas, nem reparastes o muro para a casa de Israel, para estardes firmes na peleja no dia do Senhor. Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou; fazem que se espere o cumprimento da palavra.” Ez 13;5 e 6

Cheias estão as redes sociais de “Caixas de promessas” virtuais produzidas pelos que acenam grandezas a ímpios que carecem urgente de arrependimento.

Até imagem de montões dinheiro e, se eu crer Deus pagará minhas contas... Foi a um próspero assim, cuja colheita não coube no celeiro antigo, teve que fazer um novo, que o senhor adjetivou como louco: “Louco! Esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Luc 12;20

Como vimos, os loucos espirituais são cegos; não é bom ser conduzido um, por outro assim. “Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro, ambos cairão na cova.” Mat 15;14

sábado, 27 de setembro de 2014

Dilma me envergonhou



“Quem enfraquece que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza que eu me não abrase?” II Cor 11; 29  

Cotejando sua trajetória com a de certos “apóstolos” que desfilaram em Corinto na sua ausência, Paulo, expõe parte de sua biografia pós conversão, eivada de toda sorte de sofrimentos. 

Além de privações várias, castigos físicos, acrescentou algo, que, hoje, chamamos de “vergonha alheia.” “Quem se escandaliza que eu não me abrase”? Perguntou. Óbvio que, escândalos que o atingiam, necessariamente, eram vertidos no seio da igreja, reduto dos salvos. 

Outro dia, uma pessoa de minha relação tentando justificar ações de má fama usou um jargão comum. “Ninguém paga minhas contas.” Noutras palavras: Faço o que me aprouver; ninguém tem nada com isso. Essa “filosofia”, aliás, é cantada em prosa e verso. Há uma canção que me ocorre agora, cujo refrão é: “E se eu bebo, é problema meu.” 

Embora, grosso modo pareça muito libertária a postura, no fundo, é imbecil. Todo o verdadeiro servo de Deus sabe que, quando algo escandaloso tem origem na professa igreja, invariavelmente a coisa nos envergonha, por distante que tenha se dado.

Respondi objetando a aludida pessoa que, também eu não pago as contas de ninguém, contudo, se outrem praticar coisas escandalosas diante de meus olhos, provavelmente acabarei comentado com outros, e, eventualmente, usando como exemplo negativo quando couber. 

Outro dia nossa Presidente discursou na ONU; entre outras coisas que seriam muito mais para consumo interno que aquela tribuna, condenou o ataque aos terroristas do dito “Estado Islâmico” que degola  reféns e posta os vídeos na NET, além de fuzilamentos em massa, dos concidadãos dissidentes de sua “fé”. 

Disse que a ONU deveria dialogar com os tais. Experimente sugerir a um de seus Ministros para que vá lá começar o “diálogo”!  Ora, aquela gente só conhece o “argumento” da violência, infelizmente. 

Aliás, os que advogam que o Islamismo é uma religião de paz deveriam ler com atenção o Corão antes de sair afirmando isso. A prescrição de matar “infiéis” se acha em várias passagens, de modo que, os que isso fazem são os mais ortodoxos. 

Mas, voltando ao fio da meada, dado que ela é Presidente do Brasil, me envergonhei por causa do que disse, também, “em meu nome”. 

Se a abrangência social de uma postura, comportamento, não importa, é cada um por si, o próprio conceito de sociedade perde o sentido. 

Ciente que os atos têm incidência horizontal no teatro social, o Salvador nos exortou a agirmos de modo que esses reflexos sejam bons, edificantes. “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5; 15 e 16  

Assim, os direitos individuais em privado não são, necessariamente os mesmos em âmbito público. O que posso fazer sem pudor algum entre quatro paredes, por exemplo, se  fizer em aberto pode acarretar a prisão, sob acusação de atos obscenos. 

Então, projetar hábitos individuais sobre o tecido social pode ensejar rejeições, uma vez que o mosaico social é composto de uma gama diversa de indivíduos.  Desse modo, a massificação sempre tolherá uns e promoverá a outros de modo injusto. Pois, regras e convenções sociais pressupõem universalidade, coerência; individualidades têm seu âmbito de expressão mais restrito. 

Isso vale para opção sexual, modo de falar, vestir, crer,... cada contexto pressupõe um jeito de ser e agir.  Posso crer em Alá, como os islâmicos, mas, matar a quem não crê não é  exercício de minha fé; antes, meu suposto direito de punir a descrença alheia.

Igualmente, qualquer um pode ser homossexual se desejar; agora, exigir leis específicas que lhe garantem privilégios é impor ao todo uma superioridade que sua postura não possui.

Pois, se é pacífica a aceitação do modo de agir assim e ter mantidos seus direitos de cidadão; propriedade, vida, liberdade, ir e vir, etc. Também é que, tão ou mais representativa parcela da sociedade tem um modo diverso de ver a vida e o comportamento.

Nem religiosos podem impor sua fé aos gays, nem esses seu agir àqueles. Esse truque canalha de chamar divergência de intolerância não cola. 

Tolerância é coexistência pacífica; divergência é reflexo de mera crítica. Até Deus se expõe à crítica, quando, ordena que se fiscalize o cumprimento de Suas palavras. “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará...” Is 34; 16 

Em suma, se alguém pensa que pode fazer o que quiser publicamente por que ninguém “paga suas contas”, tal, nos força a pagar por sua falta de vergonha, envergonhando-nos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Salvação; coisa de louco

“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal  90; 12
 
Há orações na Bíblia pedindo livramento de inimigos; orientação quanto ao caminho; mesmo pedindo a morte, como fizeram Elias, Jeremias e Jó; poucas vezes se pediu Sabedoria. Salomão orou assim; os discípulos pediram para que Jesus os ensinasse a orar, certa vez… se mais há, não me ocorre exceto no verso supra onde Moisés o faz. 

Cotejando o tempo da vida humana com O Eterno, ele se rendeu; pediu que se lhe permitisse viver sabiamente seus dias.

Sendo a sabedoria o que é deveria ser bem mais cortejada. “Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8; 11 Claro que para sentir necessidade dela, carecemos já a possuir, em certo grau, e apreciar. Nada valerá a maior destreza do sábio se não encontrar anseio de aprender no discípulo.

Em tempos de informática acessível, ninguém mais precisa, ao que parece. Afinal, basta clicarmos em “frases famosas” e num piscar de olhos  a luz pretérita inunda o presente. De modo que, num passe de mágica nos tornamos “çábios”… na verdade, isso não passa de certo conhecimento; difere muito da sabedoria; sobretudo, porque armazenado em memória alheia.

Informação apenas não basta  para que moldemos nossa vida. Que o digam os fumantes que leem advertências nefastas nos maços de cigarro; os jovens que não se deram à drogadição e o fazem mesmo cientes do resultado que produz; ou, os cidadãos que viram o comunismo falir o leste europeu, tolher liberdade, tirar milhões de vidas, envilecer Cuba e Coreia do Norte, e sonham implantá-lo por aqui. 

Assim, o conhecimento é patrimônio da mente; sabedoria demanda um consórcio entre essa e a vontade.
Como a vontade natural tende à rebeldia, carecemos reconhecer, temer, alguém superior; senão, endeusaremos nossas escolhas e justificaremos às mesmas. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, os loucos desprezam a instrução.” Prov 1; 7

Interessante que em oposição à sabedoria não temos a ignorância como seria de se esperar, mas, a loucura. Essa pressupõe uma patologia psíquica que instiga contra o bom senso; uma vontade enferma que triunfa aos reclames de um cérebro esclarecido.

Justo nessa lacuna entra a Cruz de Cristo. A negação do “Eu” em prol do reconhecimento do Seu Senhorio aprisiona esse louco que me desvia da sabedoria implantando uma mentalidade superior, agora sim, capaz de conduzir à vontade, uma vez que me atrela a Si. “Nós temos a mente de Cristo”. I Cor 2; 16

Claro que tal coerência entre informação e atitude soará insana aos olhos daqueles que ainda não lograram conseguir o mesmo. Todavia, essa “loucura” é só o “mise en scène” da vera sabedoria, não a coisa em si.

Aliás, Paulo aludiu a essa discrepância com refinada ironia: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.” I Cor 1; 21 a 23
 
Para judeus escândalo, pois, teriam desprezado a Sabedoria à porta: A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2; 8 

Para  gregos, loucura; pois, sua mitologia estava plena de ensino da imortalidade dos deuses; um que se fizesse mortal por amor aos humanos soava como loucura total; o mesmo escritor disse: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” Cap 1; 2
 
Quando Erasmo de Roterdã escreveu “O Elogio da Loucura”, atinava a essa, bendita, que contradiz à “sabedoria” do mundo.

A oração de Moisés foi plenamente atendida mais tarde, quando do Advento do Salvador. “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” Jo 17; 14 

Afinal, os religiosos eram já sábios demais para aceitar Um que os contradissesse. Sim, a contradição se impõe quando alguém é ignorante e a sabedoria fala; a menos que a humildade consiga antes um assento.

E quem assenta-se em lugares altos demais para sua condição usa essa “grandeza” para apequenar-se. O Mais sábio dos humanos, disse: “… se alvoroça a terra; …Pelo servo, quando reina; e pelo tolo, quando vive na fartura;…” Prov 30; 21 e 22 

Muitos preferem se fazer de loucos e pleitear absolvição por insanidade; acontece que essa “insanidade” é precisamente, sua culpa.