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domingo, 5 de outubro de 2014

Que tipo de eleitor sou?

“Como  pássaro a vaguear, como a andorinha a voar, assim a maldição sem causa não virá. O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, a vara para as costas dos tolos.” Prov 26; 2 e 3

A lei de causa e efeito na Bíblia. Sobre a maldição o pensador evoca uma causa que a move; no argumento seqüente alerta que a tolice é causa de dores, ( vara ) aos seus hospedeiros. Se há um momento em que devemos pesar causas e consequências é esse.
Embora não pareça, pequenos votos são sementes minúsculas que formarão plantas imensas.

Num primeiro momento me ocorrem quatro tipos de eleitores. O interesseiro, o torcedor, o religioso e o consciente.

O religioso é aquele que adota uma bandeira como se fosse um credo; uma demonstração de fé. Todos os erros que surgirem no partido do coração são por culpa da oposição, más companhias, deslizes eventuais. Todavia, seu clã, religião, segue sendo justo, verdadeiro, fiel, aconteça o que acontecer. O fanático sai às ruas com a bandeira suja de bosta acenando orgulhoso o símbolo de sua estupidez.  Qualquer que seja o candidato da vez, com os predicados que tiver, sendo do seu partido é o melhor e ponto.

O torcedor comporta-se como  um de clubes de futebol. Ele quer é “ganhar”, então, vota em quem estiver na frente nas pesquisas. Pouco importa a esse incauto se a dianteira for eventualmente de um corrupto, ladrão de marca maior; vota mesmo assim; ganhando seu  escolhido sente-se vencedor, capaz de provocar aos perdedores que “não souberam escolher”.  Esse tipo de imbecil é muito comum, infelizmente. 

Gente que põe o voto na urna como papel no lixo não tem direito algum de reclamar quando as consequências vierem; por desastrosas que sejam.

O interesseiro é o tipo mais comum. Como o adjetivo sugere, vota por interesse próprio, nunca, do país. Troca seu voto por um benefício qualquer, seja alimentação, material de construção, roupa, dinheiro, ou, ainda, se uma faceta qualquer do atuar de seu candidato o favoreça em seu âmbito de atuação, não importa ao interesseiro que o resto do país se dane. “para mim está bom” dirá. Conheço muitos assim.

Acontece que, gostando ou não, esse é o culpado pelos grandes escândalos de corrupção que, eventualmente vêm à luz. Sim, ao vender seu voto faz duas coisas extremamente graves. Primeira: Corrompe-se ao atribuir valor monetário vil ao que deveria ter valor moral e cívico, inegociáveis. Segundo: Promove aos píncaros do poder  outros corruptos como ele, que, se nas coisas pequenas, como um voto em particular já são desonestos, muito mais o serão nas grandes coisas que, estarão envolvidos durante o mandato.

Assim, nossas sementinhas viram árvores espinhosas, pois, nós as destinamos para que sejam isso. Na verdade, os que votam de tal modo são devidamente representados pelos grandes corruptos; não lhes resta o direito, sequer, à indignação quando a roubalheira vem à luz. 

Por fim, temos o tipo mais raro, tanto em valor, quanto, incidência; o eleitor consciente. A palavra consciência é aglutinação de duas; com, e ciência. Isso quer dizer, com conhecimento do que faz, por que faz, e as consequências esperadas.

Sua escolha baseia-se em valores universais, o bem do país, não, conveniências próprias ou, interesses imediatos. Já escrevi outras vezes que não assisto propaganda política nem mesmo me impressiono com quem sai melhor em debates, pois, essas coisas pouco ou nada valem para quem vota com consciência.

A propaganda lida muito com mentira, maledicências, utopias vertidas das veias de marqueteiros profissionais, não da essência do candidato que fala. Se, pretendo votar com consciência, devo, por suposto, ter ciência do histórico de vida pública daqueles que escolherei. Isso me basta, e vale mais que propaganda.

Não é o que dizem que farão, antes, o que fizeram que os credencia, ante minha consciência.

Alguns safados espalharam onde vivo, para pessoas ignorantes, que se a Presidente não for  reeleita acabarão o “Bolsa Família” e até aposentadorias; imaginem o impacto disso em mentes ignorantes!

Se outra razão não tivesse para votar contra a esses canalhas, essa bastaria.  Quem pretende assumir o poder via terrorismo psicológico e mentira não serve nem para varrer minha casa, muito menos, para me representar.

Eu não preciso de uma “Lei da ficha suja” para me proteger de eleger gente safada. Tenho já minha lei própria ao me informar devidamente sobre os passos de pessoas públicas e observar seu agir, antes que dançar sua música.

Faz mais de uma década que somos governados por gente pior que nós; tanto em competência quanto caráter. Sei que Deus não é brasileiro como dizem, mas, espero que se apiede um pouco do Brasil.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A fraude dos debates políticos




Embora os medos, adulto e infantil cotejados na frase do filósofo pareçam antagônicos, são facetas do mesmo drama. Uma criança teme o escuro por sentir-se sozinha, desprotegida; depende da informação visual sua segurança. Um adulto teme à luz, pois, essa também o põe inseguro, dado que rasga a máscara do teatro comum que encena. 

O “escuro” de sua dissimulação que o protege. A criança quer companhia, cumplicidade; o adulto também. Aquela depende de ver; esse, de não ser visto como realmente é. 

A visão que conta, em última análise, ao curso do tempo prescinde dos olhos; abriga-se nos domínios do entendimento, compreensão. Daí se diz que “O pior cego é o que não quer ver”. Noutras palavras, o que voluntariamente priva-se do que lhe está ao alcance, por temer às consequências da luz. 

Cristo acusou seus coevos de uma fuga dessas. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 19 e 20 

Assim como a solidão de um infante seria sentir-se isolado em ambiente espacial, a solidão adulta se dá do mesmo modo em “ambiente” moral, espiritual. 

Essas inquietações “luminosas” me assaltam nesse tempo, dado que, está em curso a propaganda eleitoral,  eventualmente, se promovem debates; e recuso terminantemente assistir tanto aquela, quanto esses. 

Não sei se um anjo, capetinha, ou, alter ego me acusou de evitar à luz, de fugir ao conhecimento por recusar ouvir o que os postulantes têm a dizer. Assim, como desconheço quem é o que me acusa, dirijo minha diatribe ao que servir o chapéu.

Primeiro: Não acho que uma pessoa vale pelo que diz; antes, pelo que é. O seu ser demonstra-se mediante ações, não, palavras. Como 99% dos postulantes já são pessoas públicas, sei o que fizeram;  isso me vale muito mais que o que dizem. 

Segundo: Um debate demonstra apenas que se dá melhor na retórica, no uso das palavras. Quem é mais hábil tanto em urdir, quanto, evadir-se a uma saia justa. Não há concessões à verdade; antes, erística pura e simples, com fito de puxar o tapete alheio. 

Quem for mais hábil nisso, a meu ver, é o mais velhaco; mais capaz de enganar ao povo, uma vez que triunfa publicamente a um oponente de nível semelhante. Desse modo, o “vencedor” num debate pode ser o pior para a sociedade. Capaz das mais grandiloquentes promessas e das mais esmeradas escusas para justificar-se por não tê-las cumprido, ao seu tempo. 

Um homem público, digo, um homem qualquer, vale por seu caráter, não,  sua lábia.  Se acreditasse deveras, que seu compromisso é com a luz, seja, a verdade, não me furtaria a ver tais coisas. 

Mas, quando “en passant” ouço Dilma apregoando sua “tolerância zero” à corrupção; Lula em ato de “desagravo” à Petrobrás, acho que minha criança perde o medo do escuro e rapidamente fujo dessa “luz”. 

Lembrei certo espanto manifestado por Isaías referente à Jerusalém de seus dias; “Como se fez prostituta a cidade fiel!” Como baixou o nível nossa sociedade na arte, esportes, política, costumes, valores... 

O humorista “Batoré” usava um bordão que me ocorre: “Pensa que é bonito ser feio?” Pois, é precisamente o que parece em nosso tempo. Quanto mais safado, corrupto, sem vergonha for, mais chances de triunfar nesse balaio de gatos onde conta o berro,  marketing, a cara de pau e os frutos somem nas brumas da mentira. 

Não sei o quê Ruy Barbosa viu quando escreveu sua célebre frase em que o triunfo das nulidades, mentira, maldade, ensejavam vergonha de ser honesto. Mas, é precisamente o cenário que assoma nesse tempo; talvez o mesmo daquele do Ruy, porém, no superlativo.

Pra meu gosto, aliás, sequer deveria existir propaganda política. Nos moldes em que é feita, além de custos elevadíssimos, alimento certo da corrupção, seu fim é enganar, não, iluminar. Bastaria que o próprio Tribunal Eleitoral desse número e currículo dos postulantes. A gente escolheria quem votar baseado nisso; em fatos, não, mirabolâncias utópicas e safadas mentiras. 

A divulgação sistemática de pesquisas também presta desserviço à democracia. Induz candidatos a mentirem mais se estão desagradando, e eleitores incautos a votarem em quem está melhor. 

A sociedade acaba traindo a si mesma refém de tais meios. "O povo não tem discernimento, apenas repete o que seus dirigentes julgam conveniente dizer-lhe." Platão