“... dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.” Jr 23;15
Sempre que a palavra profeta nos soa, a ideia primeira é de algo respeitável, ofício nobre; alguém que falaria da parte do Senhor. Entretanto, nesse fragmento de Jeremias os vemos como uma espécie de epidemia, uma peste a contaminar a terra; por quê?
Ao mesmo Jeremias se explica: "Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da Boca do Senhor." V 16
E “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor; esquadrinho o coração e provo os rins...” Cap 17;9 e 10
Quantas vezes já ouvimos “orações” bem intencionadas tipo: “Eu profetizo mudanças, eu profetizo vitória, bênçãos sem medida.” “Eu profetizo” já identifica a fonte doentia, o que é mui diferente de, "Assim diz O Senhor.”
Não que alguém não possa usar a fórmula para enganar; mas, a diferença reside em algo que O Eterno manda dizer, invés de algo “bom” que, outrem nos deseja. Um servo de Deus idôneo, profeta ou não, pode dizer como o salmista: “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7
Uma vez que a voz profética tenciona balizar ações de quem a ouve, tanto pode haver poder criativo quanto destrutivo nela. Jeremias lutou por mais de duas décadas contra um povo resiliente que preferia os falsos profetas contaminadores, à pura Palavra de Deus.
Quando o juízo predito finalmente se cumpriu, a cidade foi arrasada e o povo levado ao cativeiro em Babilônia; ele caminhava chorando entre as ruínas e denunciando a causa daquilo; “Por estas coisas eu ando chorando; meus olhos, os meus olhos se desfazem em águas; porque se afastou de mim o consolador que devia restaurar minha alma; os meus filhos estão assolados, porque prevaleceu o inimigo... Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas, viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 1;16 e 2;14
“... não manifestaram tua maldade...” Eis uma coisa que falsos profetas resistem em fazer. Quem é comissionado por Deus entrega o que Ele mandou e sai da frente; quem “envia” a si mesmo carece o selo da aceitação humana já que padece do lapso da aceitação Divina.
Em busca disso tende a ser leniente com a maldade explícita e propagador de facilidades falsas que jamais se cumprirão.
Quem avalia profecias pelo sabor, como Acabe, tende a cercar-se dos falsos e deixar a verdade presa a pão e água, como fez aquele com Micaías. Essa sua escolha doentia resultou na sua morte. Sempre resulta.
No início da história da igreja tivemos já auto-comissionados, que, cheios de inveja dos escolhidos saíram emporcalhando o trabalho alheio.
“Ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” Atos 15;24
Suas “credenciais”; “saíram dentre nós”; seus frutos; perturbadores ensinado o que não convinha. Contudo, vejamos as credenciais dos enviados: “Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados, Barnabé e Paulo, homens que já expuseram suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” VS 25 e 26
Há uma grande diferença entre homens que já expuseram suas vidas por amor à obra, e outros que, só conseguem expor alguns palpites infelizes.
Quem sabe o real peso do ministério profético não o busca, nem deseja. Os que correm por isso não passam de bobos alegres que, devaneiam com prerrogativas, privilégios rasteiros, onde existe apenas pesada e impopular responsabilidade.
Se, é vero que não existem mais profetas nos moldes antigos, também é que, os pregadores da Palavra são, em certo sentido, profetas; “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8
Tanto se pode ser falso criando algo novo, espúrio, quanto, deturpando a sadia interpretação da Palavra.
Se, por uma lado é “grande o exército dos que anunciam Boas Novas”, por outro, é inda maior o dos que saem por iniciativas próprias, embalando em nuances da Palavra, pacotes da velha mentira de Satanás que coloca o homem num patamar indevido. Acenando com facilidades onde deveriam denunciar maldades.
Os preguiçosos inclinados a “comer na mão dos outros” invés, de investigarem por si mesmos a Palavra, são presas fáceis à contaminação da falsidade que grassa.
Não há profilaxia possível, vacina preventiva que desincumba a cada um de buscar conhecer a Palavra. “Desvia de mim o caminho da falsidade; concede-me piedosamente a Tua Lei.” Sal 119;29
Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
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domingo, 28 de julho de 2019
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