sábado, 22 de julho de 2023

Os rebeldes


“Ouvi, ó Céus, dá ouvidos, tu, ó Terra; porque fala O Senhor: Criei filhos, engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra Mim.” Is 1;2

Algo bem “simples” que os liberais, pretensos editores da Palavra de Deus, precisam aprender: Quando O Eterno fala, aos Céus e à Terra só cabe ouvir.

Não fala como se, estivesse colocando algo em votação, carecendo uma resposta favorável. “... a Palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Deus.” Ez 12;28 O pretérito de então, já testificava da Sua fidelidade. “Palavra alguma falhou de todas as boas coisas que o Senhor falou à casa de Israel; tudo se cumpriu.” Js 21;45

Ele mesmo desafia a colocarmos à prova Sua Integridade; “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará... porque a Minha Boca tem ordenado; Seu espírito mesmo as tem ajuntado.” Is 34;16

O fato de termos sido criados arbitrários, recebido o direito de escolha, podendo obedecer ou nos rebelar, não nos permite irmos além disso; nosso direito esgota-se aí. Não chega ao absurdo de a coisa criada suplementar ao Criador; da imperfeição “melhorar” ao Perfeito; “Porventura também tornarás tu, vão o meu juízo, ou Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8

Podem cobrir o mundo de “livros sagrados” que, lhes soem mais palatáveis; no final, ceifarão vergonha, esse fruto costumeiro colhido pelos que semeiam rebelião; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm?” Jr 8;8 e 9

Aos que já tinham sido “modernizados” foi dito: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas dizem: Não escutaremos.” Jr 6;16 e 17 “Não andaremos... não escutaremos... se rebelaram contra Mim.”

Se, O Eterno leva liberdade de escolha e expressão, às últimas consequências, inevitável é o determinismo forjado desde a criação; que cada semente reproduza “conforme sua espécie.” “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

A criação original tinha posto o homem num patamar elevadíssimo: “Tu o fizeste um pouco menor que os anjos, de glória e honra o coroaste; o constituíste sobre as obras de Tuas Mãos;” Heb 2;7

Todavia, após a rebelião e a queda, aquele que fora criado um pouco menor que os anjos, colocou-se abaixo dos animais; “O boi conhece seu possuidor, o jumento, a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, Meu povo não entende.” Is 1;3

A desobediência precisa da assessoria da incredulidade; a alma humana é tentada a crer que as consequências não serão tão sérias assim; “certamente não morrereis;” a incredulidade oferece uma “cabeça de ponte”, um ancoradouro às ações do inimigo, que vem e espalha sua bruma de vetar entendimentos; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Um exemplo prático de um abismo chamando outro; a incredulidade traz a desobediência; essa nos lança no domínio do inimigo, que cega-nos vetando entender de onde vêm as aflições. Quem não sabe o que quer, acaba buscando o que não precisa. “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4;6

Aflições nascidas da sede de Deus, são “supridas” com drogas, bebidas, promiscuidade... essas coisas, malgrado produzam uma ilusão momentânea, acabam aumentando o vazio, acentuando a distância.

Não é que a conversão seja tão radical em si mesma; mas, o homem, alienado da luz afastou-se tanto, que precisa deixar tudo o que “aprendeu”, e reaprender de Deus, começando do zero; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;7 a 9

Os iluminados por Cristo, não anseiam mudar a Palavra; antes, mudam de atitudes, segundo A Palavra da Vida.

domingo, 16 de julho de 2023

A cara do Pai


“Ser-me-eis santos, porque Eu, O Senhor, Sou Santo; vos separei dos povos, para serdes meus.” Lev 20;26

Um dos aspectos menos compreendidos na relação do homem com Deus é santidade. A ideia difusa é uma ventura que se reconhece após a morte e estaria atrelada ao poder; pois, somente depois de dois milagres comprovados feitos pelo “candidato” a santo, em favor de quem lhe tivesse rogado, essa condição seria reconhecida mediante canonização. A visão comum, defendida pelo Vaticano, sede do catolicismo.

Entretanto, a abordagem bíblica é muito diferente disso. Não tem a ver com poder, operação de sinais; mas, com separação, consagração a Deus; tanto de objetos, (utensílios do templo eram santos) quanto, de pessoas. “Sede santos...!” foi ordenado aos vivos.

A Palavra de Deus é Santa e deve ser mantida longe dos escarnecedores; “Não deis aos cães as coisas santas, nem aos porcos vossas pérolas, não aconteça que as pisem e, voltando-se, vos despedacem.” Mat 7;6

A Divina revelação não prescreve que se faça rogos a Deus, através de gente comum como nós, apenas, porque essas pessoas morreram, deixando a imagem de um viver piedoso; “... A favor dos vivos consultar-se-ão aos mortos?” Is 8;19 Pois, “... há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Ele mesmo ensinou: “Tudo quanto pedirdes em ‘Meu Nome’ Eu o farei, para que O Pai seja glorificado no Filho” Jo 14;13

A santificação esperada dos que servem a Deus, (separação dos profanos) A Palavra ensina de modo cristalino: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus Vivente, como Ele disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 ao 18

Enquanto os bordões desse mundo gritam suas narrativas em demanda por “inclusão”, os preceitos santos falam de separação; para aqueles basta que os diferentes concordem em não discordar, e se aglomerem em busca de quantidade; O Eterno requer dos Seus que se separem, em necessária santidade. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

As mesmas falácias “inclusivas” esposam ainda, “qualidade de vida, harmonia entre os diferentes”, para camuflarem a comum rejeição ao Santo; a Doutrina do Mestre desafia à aquisição de vida, pelos que, espiritualmente estão mortos. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a Minha Palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Se, fomos criados a Imagem e Semelhança Divinas, Deus É Espírito e É Santo, natural se esperar que a regeneração trazida por Ele em Cristo, nos desafie a um viver, prioritariamente espiritual, e em santidade. “Sede santos, porque Eu Sou Santo.” “... se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;13 e 14

Vemos assim, que essa balela ímpia do “também sou filho de Deus” não é bem assim. Todos são criaturas Dele. Filhos, apenas os que “Passam da morte pra vida”, ou, “nascem de novo” em Jesus Cristo. A esses o desafio de que sejam santos; ou seja, separados do mundo com seus procedimentos pecaminosos, interesses egoístas, rasos, e seus valores invertidos.

Pois, assim como um pai humano alegra-se ao ver traços fisionômicos seus, nos filhos, também Deus, nos que regenera. Como Ele É Espírito, os “traços” de semelhança terão que ser espirituais; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.”Mat 5;16

Se, nossa conversão aconteceu de fato, se fomos além da mera adoção ritual, religiosa; então, também desejaremos que em nós estejam aspectos de semelhança com nosso Pai. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

sábado, 15 de julho de 2023

O mau combate

 “Hás de ser sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido.” Atos 22;15


Testemunhar de Jesus é um pouco mais complexo do que fazê-lo num tribunal terreno. Nesse caso, bataria ter visto ou ouvido alguma coisa pertinente ao objeto do julgamento para estar, alguém, credenciado.

Pela profundidade do “crime” de que O Salvador seria acusado, a morte do ego e, o nascimento do “novo homem”, só quem, deveras, renasceu pode ser testemunha. O que esse viu e ouviu alterou seu ser; passou a “ser” testemunha, mais que, apenas ter algo a contar. “... ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém quanto, toda Judéia, Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Como defenderia alguém, que O Senhor liberta do pecado, estando ainda prisioneiro?? Qual valor teria esse “testemunho?” Nos tribunais terrenos, um identificado como mentiroso seria rejeitado; muito mais, perante aquele que ordenou: “Não dirás falso testemunho.”
“Sede cumpridores da Palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da Palavra, não, cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla, vai, e logo esquece de como era.” Tg 1;22 a 24
Não foi o caso de Paulo, que, tendo sido perseguidor da Igreja, consentido na morte de Estêvão, aprisionado cristãos, após seu encontro com O Senhor, teve sua vida mudada totalmente. Com propriedade pode escrever: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Disse mais: “... Cristo será, tanto agora quanto sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim, viver é Cristo, morrer é ganho.” Fp 1;20 e 21
A transformação que O Senhor opera é de tal modo, eloquente, que salta aos olhos; “Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Embora a fé venha pelo ouvir, vivendo essa mudança da água pro vinho, os que se convertem são um testemunho eloquente de Cristo.
“O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19
O novo ser pautará o agir; esse por si só evidenciará o que aconteceu na alma do “agente”; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16
Bons tempos aqueles em que os convertidos mudavam de vida de tal forma que a coisa saltava aos olhos; ou, se alguém pecava de modo mais grave, assumia arrependido, confessando ao mundo, como fez Jimmy Swaggart!
Hoje, parece que ninguém peca mais; se comete abominações que A Palavra rejeita, cogitam os “convertidos” em mudar a Palavra de Deus, invés de mudarem de proceder. Deus seria muito radical; convém uma versão mais “inclusiva” da Palavra Dele. “Porventura tornarás tu, vão o Meu juízo, ou Me condenarás, para te justificares?” Jó 40;8 Esses condenam O Eterno à senilidade, para justificarem-se em suas escolhas.
Cantores mundanos e “espirituais” fundem-se nos mesmos palcos cantando as mesmas músicas, sem nenhum compromisso com O Senhor; palestrantes motivacionais, os “coachs” fazem pose de pregadores, massageando egos ímpios invés de desafiá-los à cruz, como Cristo fez; “negue a si mesmo.”
Adivinhos que lançam suas “previsões” ao vento, tipo arremesso de buquê de noiva, que pegar pegou, sem nenhum compromisso com Deus, tampouco, com a verdade; os “Profetas” dessa geração sonolenta, que, por preguiça se recusa a pesquisar a diferença entre as serpentes e os peixes. “Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12
Por isso, sempre oportuno lembrar certo conselho: “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8

Ser testemunha do Senhor, em tempos tão sombrios como os atuais, requer ousadia, e uma entrega que desconsidera mesmo, a própria vida. “De todos sereis odiados por causa do Meu Nome.” Luc 21;17

A cristãos antigos que cogitavam desistir por coisas menores que essas, foi dito: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Enquanto “cristãos” moderninhos combatem contra A Palavra de Deus, somos desafiados a combater contra o pecado; e, bem disse o padre Paulo Ricardo: “Queres conhecer a essência espiritual de cada um? Observe contra o quê, ele está lutando.”

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Chifres de fumaça


Pela enésima vez, deparei com a seguinte frase: “Nós não vemos as coisas como elas são; nós vemos as coisas como nós somos”.

Sob essa legenda, um rinoceronte a pintar paisagens. A cada cena, além das demais coisas, pintava um chifre vertical, pois, esse estava entre seus olhos. “Rinoceronte” no idioma original significa, chifre no nariz.

Aí me pus a pensar: A coisa faz sentido, ou não? Como figura didática em defesa da ideia, é muito boa; porém, como um axioma filosófico, temo que não seja bem assim.

Quando Ortega Y Gasset disse, por exemplo: “O homem é o homem e suas circunstâncias”, não tencionava dizer, a meu ver, que as circunstâncias o fazem. antes, que terá que lidar com elas; elas não o moldam, apenas “pautam-no”. Apresentam o “quê,” sem ingerir no “como?” Esse, dependerá de quem, o hipotético homem é.

Que nossas experiências de vida têm peso em nossas escolhas, parece uma realidade inequívoca. Qual sentido de aprendermos as coisas, se não nos serão úteis? Todavia, não nos marcam ao ponto do “gato escaldado a fugir de água fria;” esse simplismo animal excluiria o cérebro e seu insondável potencial.

Assim, que as experiências restringem nosso modo de ver, a elas, é duvidoso. Eu vejo um ladrão como ladrão, um mentiroso idem; sem significar que eu sou assim. Meu ser lê, o que a cena vista é; não define quem sou. Mas, a coisa não seria tão mera; significaria que eu reajo a cada situação em vista do que sou; dos valores que esposo.

Não gosto da ideia de que algum ser humano seja uma obra acabada. Estamos todos “em trânsito” sempre desafiados a um vir a ser; o ignorante carece ser iluminado; o imoral, confrontado pela moralidade; o cristão é desafiado ao crescimento em santificação, e o “Padrão” a atingir é elevadíssimo; “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;13

Embora não leve a coisa ao eterno fluir de Heráclito, não se pode avaliar a alma humana como extática. A rigor, não somos, mas estamos. Podemos considerar as coisas que vemos, à partir do “mirante” atual; porém, nada impede que sejamos guindados a observatórios mais elevados. O curso da vida tende a isso. Podemos envelhecer infantes; mas é psicologicamente sadio e filosoficamente esperável que cresçamos um tanto, com as lições da vida.

Essa balela cansativa do seis e do nove, que dão “razão” a ambos em lados opostos é uma falácia que dá preguiça. Na imensa maioria dos casos, há como diferenciar um do outro, sim. Outros números ao lado, uma pauta, um traço sob, quando numa bola de bilhar, etc. resolvem. Entretanto, numa situação verazmente ambígua, ambos deveriam ter dúvidas, não “razão”; pois, não é próprio de um sábio a incerteza das apostas.

O que se pretende com postagens assim, não é difundir luz, antes, espalhar fumaça. A defesa mal-intencionada do relativismo, onde cada um teria sua “verdade” o que eliminaria a Verdade; isso faria, como disse Nietzsche, do homem, “a medida de todas as coisas.”

Ora, essa ideia foi plasmada bem antes do incensado filósofo, desde o Éden; “Vós mesmos sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Autor: Capeta.

O relativismo vem daí; da negação do Absoluto, Deus, com a divinização do homem caído. Não é apenas filosófico o pleito, embora pareça; antes, é espiritual. Uma luta eterna está no âmago.

Cada homem tem suas opiniões, suas comichões e seus gostos, porém, a Verdade existe a despeito dessas coisas.

Sequer a inversão de valores seria possível, sem um Absoluto que definisse quais os valores a preservar. Entretanto, há um “ai” aos que assim agem; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Que os “rinocerontes” saiam por aí pintando as gravuras e retratando nelas seus chifres é uma coisa inevitável. Mas, tais pinturas não têm um valor filosófico a ponto de definir outros “bichos”.

Muitos que pretendem ver as coisas a partir do que eles “são” não passam de trânsfugas morrendo de medo de ver honestamente, a si mesmos. O Evangelho de João relata de uma súcia de pecadores vendo uma adúltera como apedrejável. Desafiados a verem a si mesmos, soltaram as pedras.

O Ego no controle dos ímpios é o “chifre” que deforma a todas as pinturas deles. O Salvador desafiou a quem lhe ouvia a remover primeiro, o obstáculo principal; “... Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Recuo camuflado


“O justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

Viver da fé, embora não esteja pormenorizado o que significa, sendo o “recuar” a alternativa, implica, obviamente que, viver da fé é prosseguir, perseverar.

Concomitante à nossa perseverança, veremos O Eterno alegre conosco. Ele não tem prazer nos que recuam. Dos que perseveram, é lícito inferir que Ele diria algo semelhante ao que disse de Jesus: “... Nele está Meu prazer.”

Perseverar evoca a ação de esforçar-se, enfrentar adversidades por um objetivo.

Embora, a abertura das portas do Reino não seja por força nem por violência, o esforço dos fiéis é indispensável, dado o que está em jogo; forças opostas que os visam perder.

“Esforçai-vos, Ele fortalecerá vosso coração; todos que esperais no Senhor.” Sal 31;24 “Esforçai-vos, não desfaleçam as vossas mãos; porque vossa obra tem uma recompensa.” II Cr 15;7 “A Lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o Reino de Deus; todo o homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

Quando A Palavra diz que, “O justo viverá da fé”, mais que o testemunho de uma qualidade dos que creem, temos a denúncia de um defeito dos que duvidam.

Esses, não obstante a imensa declaração de amor contida na Palavra, preferem dar assento ao ceticismo blasfemo, que imputa ao Eterno, mentiras; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I jo 5;10

A possibilidade de o inimigo cegar suas vítimas requer cooperação humana; só pode fazer isso naqueles que optam pela incredulidade; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Se alguém, depois de ter andado no caminho estreito, quiser recuar e se misturar a esses, certamente o mestre da cegueira terá um espaço de recuo para ele. “Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

Os “justos” não o são por supostos méritos, antes, pela fé que os faz descansar na Integridade e misericórdia Divinas, pelas quais, a justiça de Cristo lhes é imputada, a despeito de seus erros passados. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Nunca A Palavra da Vida esteve sob ataque como agora. A perseverança que outrora requeria vitória sobre as próprias inclinações pecaminosas da carne, apenas, hoje tem demandas maiores.

Crer nos indispõe com a sociedade engajada em perverter a pureza doutrinária, e nos expõe a toda sorte de riscos; pois, a pretexto de legitimarem supostos direitos de agir, os tais se arvoram no direito de ingerir no conteúdo de nossa fé. Se, acham que O Deus da Bíblia é muito radical, criem outro, e o sirvam; deixem-nos em nosso inalienável direito de crermos no que quisermos. Não pensem que iremos recuar, porque eles não conseguem avançar até o nível das renúncias que A Palavra requer.

Infelizmente, a oposição mais ferrenha sofremos de “pastores” que outrora admiramos. Não sei se nossa admiração era desorientada, ou, se os tais desceram do patamar sadio, “recuaram para perdição”, intimidados pelas pressões, seduzidos pelos aplausos do mundo.

Qualquer cristão medianamente informado deveria saber quanto vale a humana aprovação. “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

A perseverança além de nos fazer resilientes nas lutas, também nos faz, nos aplausos e louvores de espúria procedência. “Como o crisol é para a prata, o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21

Para um homem espiritualmente experimentado, aplausos ou vaias não são determinantes, a influir sobre eventuais movimentos em sua senda espiritual. Determinante é a direção Divina; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

“Teus ouvidos ouvirão a Palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Pior que recuar, afastando-se simplesmente, é engajar-se em pautas mundanas, abdicar da integridade, fingindo prosseguir, quando, passou de servo do Senhor para serviçal do inimigo, transfigurado.

“Melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2;21

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Urgência do diabo


“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta." Ecl 7;10

Entender que as coisas irão piorando continuamente, deveria ser trivial, para quem consegue ver. Por quê? Porque aquele que ilumina, O Eterno, avisou que seria assim.

Da inversão de valores; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

Da sociedade dos últimos dias versou mais: “Porque nossas transgressões se multiplicaram perante ti, nossos pecados testificam contra nós; porque nossas transgressões estão conosco, conhecemos as nossas iniquidades; como o prevaricar, mentir contra O Senhor... Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; a verdade anda tropeçando pelas ruas, equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado...” Is 59;11 a 15

Paulo viu mais; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5

A Palavra apresenta o mentor do pecado e sua urgência; “... Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Toda sorte de pecados é encorajada; mas, os sexuais são verdadeiros objetos de culto. Nudez e pornografia são expostas até em ambientes que usualmente deveriam ser sóbrios. O homossexualismo está sendo tratado, quase como uma coisa sagrada. Encorajado e glamourizado em tempo integral, em todas os meios de comunicação.

A verdade sofre ataques constantes sob as pechas mais nefastas possíveis; eventuais virtuosos que inda restam são alvos de ferozes ataques pelos expoentes da “guerrilha virtual”, com seu inequívoco talento para assassinar reputações. Enfim, a coisa está como o diabo gosta.

As crianças já entram no palco da vida, com um “script” formatado por uma sociedade imoral, avessa aos mínimos rasgos de decência, que ainda possam existir; o que será que elas irão ser, quando crescerem? “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

As noções de bem e de mal, como vimos, estão em prateleiras trocadas; assim, os pérfidos podem das asas às suas perfídias, e ainda colarem rótulos de virtudes.

“E vendo (O Senhor) que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso Seu próprio braço trouxe salvação, e Sua própria justiça o susteve. Pois, vestiu-se de justiça, como de uma couraça, pôs o capacete da salvação na Sua cabeça, e por vestidura pôs sobre Si, vestes de vingança...” Is 59;16 e 17

Porém, anunciando a vinda do Salvador, o mesmo profeta colocara a questão, ainda atual, a incredulidade; “Quem deu crédito à nossa pregação? A quem se manifestou o Braço do Senhor?” Cap 53;1

Chegaria a um ponto, a dureza dos corações da humanidade, onde, o mesmo Senhor falaria como, não esperando mais, que ninguém mudasse; apenas, encorajaria cada um a fazer firmes suas escolhas: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Se, o triunfo das nulidades, a prosperidade da desonra, o crescimento da injustiça, o gigantismo dos poderes nas mãos dos maus, nos dias de Ruy Barbosa, o fez cogitar em desanimar da virtude, rir da honra e ter vergonha de ser honesto; hoje, certamente acrescentaria muitas coisas de pior calibre, à sua vergonha.

Atualmente, ser honesto não é “apenas” vergonhoso; o governo como o diabo gosta se encarrega de tornar criminoso. A sociedade demanda que sejamos “fora-da-lei", se quisermos nos manter fiéis a Deus. Parece que certo salmista também viu nossos dias: “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal a pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Enfim, os dias atuais são infinitamente mais tenebrosos que os piores, da antiguidade; monstruosidades pretéritas tinham um atenuante de que, então, não havia ao dispor, a luz que há agora. Essa é a geração que verte luz em escuridão; “... portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Essas, além de alienarem de Deus, alienam da realidade. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

segunda-feira, 10 de julho de 2023

A saudade de Deus



“Sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; no lugar onde a nuvem parava, ali acampavam.” Núm 9;17

Charles Spurgeon disse: “Deus nos abençoa muitas vezes, cada vez que nos abençoa”. Eis um exemplo! A marcha dos israelitas precedida por uma “nuvem guia” que, além de mostrar a direção, trazia efeitos colaterais; cobria protegendo da calma no deserto durante o dia; e à noite resplandecia como que, em fogo, iluminando o caminho. Além de direção, a nuvem trazia refrigério. Seu estacionar significava parar; seu mover-se, partir.

Como seriam nossas vidas se, as pausas e partidas fossem segundo a Vontade do Senhor?

Dele temos na Palavra, luz, ensino, direção.
Naquele caso, a “lua de mel” com O Senhor durou pouco. Mediante Jeremias, O Eterno falou saudoso; “Vai, clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se semeava. Então Israel era santidade para O Senhor, as primícias da sua novidade; todos os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz O Senhor.” Jr 2;2 e 3

Além das necessárias provisões, havia algumas bênçãos mais; proteção e juízo contra quem afrontasse o povo escolhido.

Todavia, como nas relações humanas baseadas em anseios carnais, simplesmente, invés do vero amor, passada a lua de mel, os olhos infiéis começam a buscar “alternativas”.

O mesmo Jeremias foi portador da denúncia de adultério. “Porque o meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram o manancial de águas vivas, cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas. Acaso é Israel um servo? É um escravo nascido em casa? Por que veio a ser presa?” cap 2;13 e 14 

Aqui temos a causa: Infidelidade; e a consequência: Escravidão. Mediante Moisés o Eterno dissera que seria assim; se fossem fiéis, bênçãos, proteção; senão, a servidão.

O mesmo Senhor lamentou que as coisas tivessem tomado outros rumos por causa da desobediência: “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos, então seria a tua paz como o rio, a tua justiça como as ondas do mar! Também a tua descendência seria como a areia; os que procedem das tuas entranhas como os seus grãos; o seu nome nunca seria cortado nem destruído de diante de Mim.” Is 48;18 e 19

Naqueles dias, O Criador tratava com uma nação específica; hoje, com todas as nações, numa pessoa específica; Jesus Cristo; descendente de Abraão, no qual serão benditas todas as famílias da Terra.

Agora, a direção não deriva de uma nuvem, antes, da Sua Palavra. “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vos tenho dito. As Minhas ovelhas ouvem a Minha Voz, Eu conheço-as, e elas Me seguem;” Jo 10;26 e 27 Orbitavam ao Salvador dois tipos de pessoas; umas criam e obedeciam, outras duvidavam. Dessas, disse não serem Suas ovelhas.

Não há uma escolha antecipada como acredita o calvinismo; em Cristo, as pessoas escolhem crer ou não. As que creem se fazem ovelhas Dele. Em Sua bendita Palavra temos muito mais que na nuvem tinham os antigos; além de luz, refrigério, direção; sabedoria espiritual, conhecimento de Deus, vida eterna, edificação, segurança...

Também Ele manifestou sentir saudades de um bom começo de relacionamento, numa igreja que estava dando sinais de desgaste. “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te; pratica as primeiras obras...” Apoc 2;4 e 5

Parece que fidelidade ao longo do tempo é nossa maior dificuldade. O Salmista evoca essa fragilidade como razão da misericórdia Divina. “Assim como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor se compadece daqueles que o temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura; lembra-se que somos pó.” Sal 103;13 e 14 Não significa que conceda “direito” a certos pecados; antes, que perdoa sempre que há arrependimento e mudança.

Então, compensa nossa fragilidade dando aos que Lhe obedecem, a assessoria do Espírito Santo; uma “nuvem” interior que dirige aos sensíveis e obedientes; “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Os rebeldes de então, terminavam escravos dos midianitas, assírios, caldeus... Os de hoje, inspirados por satanás acabam reféns de si mesmos, da carne e do mundo.