segunda-feira, 12 de abril de 2021

O Príncipe Rejeitado


“Era desprezado, o mais rejeitado entre os homens...” Is 53;3 “É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas e seja rejeitado...” Luc 19;22

Um texto de sete séculos antes; outro, dos dias de Cristo versando a mesma coisa: A rejeição do Senhor.

Alguns rejeitam a Cristo, pensando que estão seguindo-o.

Não se trata de ser simpático à Sua Pessoa, fazer essa ou aquela mandinga “em Seu Nome”, usar as “profecias” fáceis e generosas do mundo virtual, coisas que a maioria dos “cristãos” faz sem problema nenhum.

Sendo Jesus, O Verbo Divino, A Palavra encarnada, sempre que rejeitamos à Palavra, rejeitamos Ele. Isso vem sendo feito desde antes do Seu advento. “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos.” Is 30;10 ou, “Escrevi-lhe as grandezas da Minha Lei, porém essas são estimadas como coisa estranha.” Os 8;12

Portanto, a rejeição ao Senhor vem de larga data já. Agora só foi “aperfeiçoada”.

Às vezes deparo, para minha vergonha alheia com “Cristãos” que consultam certo joguinho aleatório de computador feito por ímpios, cuja proposta é descortinar o que Deus tem para me dizer; surgem mensagens tipo: “Fulano, sei tuas lutas e teus sofrimentos; continues se esforçando e confiando e em si, Eu estou contigo.” Os incautos ainda partilham.

Quem escreve pilantragens dessas, sequer tem a menor ideia do que a Bíblia diz; senão, suas falcatruas seriam mais verossímeis.

O Eterno fala bem na contramão do “Deus” virtual; “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5 Logo o “confie em si” e o maldito o que age assim invés de confiar no Senhor não são da mesma fonte.

Entretanto, ler a Bíblia e nela meditar é bem mais trabalhoso que essas brincadeiras, pois, traz responsabilidades paralelas às promessas. A maioria dos pacientes desse raquitismo espiritual consegue a proeza de rejeitar a Jesus, “em nome de Jesus”. Além de insano é profano.

Rejeitar alguma coisa ou alguém não é necessariamente, erro. Depende do quê, ou quem rejeitamos, e porquê.

Pois, por atos profanos, O Próprio Deus rejeita, como fez com Esaú que achou a bênção da primogenitura menor que um prato de lentilhas. “... querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.” Heb 12;17

Quando descreve a rejeição do Messias, Isaías não aponta nenhum lapso Nele que O fizesse desprezível, pelo qual merecesse ser rejeitado. Antes, a falta estava nos olhos dos que o viram; “... olhando nós para Ele, nenhuma beleza vimos, para que O desejássemos.” Is 53;2

Por quê isso se deu? Porque, não a forma estética, para Deus a santidade é que tem beleza; aos coevos de Cristo a aceitação incondicional das suas vidas e todas a diatribes apenas contra os romanos, prostitutas e publicanos, seria aceitável; O Salvador veio sendo o que É; A Luz; não as vistas grossas como eles queriam. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Deus pode rejeitar alguém por agir de modo profano; os ímpios rejeitam-no por ser Santo.

Não apenas Ele, mas pregadores idôneos em ambientes onde a rejeição à Palavra já se intrometeu sofrem rejeições também.

A fé vem pelo ouvir, e ouvir A Palavra de Deus, a apostasia deriva de inserções indevidas à Palavra, ou “interpretações” perversas; o fim, mensagens que visam agradar mais aos homens que a Deus. Natural a pergunta do Salvador: “Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na Terra?”

Se, a fé nasce após a “Loucura da pregação” e os pregadores modernos preferem a aplauso à verdade para não serem loucos, acabamos repetindo um erro histórico denunciado no dias de Jeremias já; “Porque o Meu povo fez duas maldades: a mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Sempre que quero saber o que Deus tenciona me dizer leio Sua Palavra. Lá as promessas são condicionais; há muitas advertências também.

O pior tipo de engano é aquele que desejamos, pois o estado de polícia da consciência adormece com nosso próprio canto de ninar. Sempre oportuno o despertador paulino: “... Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá!”

domingo, 11 de abril de 2021

O Céu na Torre


“... Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” Luc 14;30

De um que começaria a caminhar com Cristo sem calcular bem os custos; qual e quanto, “material de construção” seria a demanda.

O Próprio Salvador ensinou o que é necessário; “... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” v 33

Renunciar gostos é um teste muito difícil para nossas almas. Acontece que, depois que o ser humano deu ouvidos ao inimigo, em grande parte passou a gostar das mesmas coisas que ele; a correção do “paladar adquirido” para, em troca ser plasmada nova mentalidade, segundo Cristo, não é uma atitude tipo desmancha-prazeres; antes, uma necessidade medicinal.

Os anseios mal orientados da natureza caída, embora não pareçam, são extensões dos desejos do canhoto; “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai...” Jo 8;44

A reinserção na filiação Divina, ou “adoção de filhos”, demanda um poder que excede às forças e inclinações do homem natural que sempre se movem ao revés; “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito vida e paz.” Rom 8;6

A guinada da amplitude suicida e irresponsável, rumo à vereda da vida requer um poder facultado apenas por Cristo mediante o novo nascimento. “A todos quantos O receberam, Deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

A facilidade enganosa de quem é “livre da justiça” ao produto dos frutos resulta em vergonha e perdição. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rm 6;20 e 21

Diferente duma construção ordinária que cresce ao acúmulo de materiais ordenadamente dispostos, essa evolui paralela ao nosso conhecimento de Cristo; excede o mero exercício teórico requer a prática. O que Ele mesmo chamou de, “Permanecer na Sua Palavra” para ser Seus discípulos, conhecedores da verdade e finamente, livres.

Infelizmente, grande parte dos que se movem à mensagem Dele são como as sementes caídas sobre pedras; aquelas que presto nascem, e, por falta de raízes, profundidade, secam ao calor do sol.

Nossas simpatias pontuais por determinados ensinos, a agradável companhia dos frequentadores de igrejas, ainda, os ostensivos rótulos ministeriais que nos podem colar, não têm a profundidade de uma renúncia veraz; são nuances de fés condicionais prontas aos mais efusivos “Louvores a Deus” enquanto tudo for bem, como a mulher de Jó. Perdidas essas coisas resta a apostasia; “Amaldiçoa Deus e morre!”

Camões já dizia: “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova”

“Ausentar-se” de nós em nossas aflições é parte da obra Divina, para nossa edificação; O Mestre da Obra é Ele, senão, a coisa resultará inútil. “Se O Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se O Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” Sal 127;1

Diferente de um pai sentimentalóide que dá tudo o que o filho pede, O “Pai dos Espíritos” é Sábio; não alimenta tão nocivos enganos. Não nos tira das dificuldades simplesmente; forja nossa têmpera passando conosco por elas. “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás...” Is 43;2

A “Torre da Salvação” invés de um acréscimo de materiais demanda o descarte do modo de vida vulgar, para, em troca, assimilarmos nova mentalidade e consequente atuação, agora refletindo à Divina Vontade; “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se, como vimos, a vida inconsequente “livre da justiça” é um derivado da vontade do Pai da mentira, o aprendizado e prática da Vontade Divina é a edificação tencionada para forjar imitadores de Cristo.

“Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

O mundo canta louvores à “qualidade de vida” associada ao conforto, bem estar; porém, a que Deus tenciona para nós tem a ver com santificação; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Heb 14;12

Então antes do adjetivo busca o substantivo; vida. O Eterno não maquia defuntos; regenera, faz vivos.

sábado, 10 de abril de 2021

As Coisas de Deus


“... Dai, pois, a César o que é de César; a Deus o que é de Deus.” Mat 22;21

Sempre lemos isso como sendo mero cutelo que separa igreja e estado. Ora, sendo a fé uma prerrogativa de foro íntimo, o Estado o resultado de uma instituição coletiva, pactuada num código chamado Constituição, natural que fossem tidas como esferas distintas, mesmo que O Texto Sagrado não expressasse.

Nenhuma pessoa minimamente sadia há de pretender que suas propensões particulares se façam regra sobre o todo. Assim agem tiranos, ditadores.

Se, sob as leis democraticamente pactuadas as pessoas se submetem até mesmo aos impostos, nas coisas pessoais, normalmente os homens reservam espaço para escolhas. Daí, um fragmento da Constituição reza pela liberdade de crença. Nos países onde as constituições ainda valem, claro!

Nenhuma dificuldade para entender que leis humanas que visam ordenar a vida nas sociedades civis são “coisas de César”.

Entretanto, poucos entendem, a maioria sequer se ocupa das coisas de Deus.

Não existem “impostos” espirituais aos quais devamos pagar. Os “Cidadãos dos Céus” escolhem voluntariamente tal cidadania; assim fazendo, de certo modo se auto impõem uma conduta segundo as Leis do Reino. Sendo esse, superior às coisas efêmeras da Terra, quando houver um conflito, facilmente sabemos qual deve ser nossa opção. “... Julgai vós se é justo diante de Deus, ouvir-vos, antes que a Deus;” Atos 4;19

O nosso arbítrio é necessário aos Divinos Olhos, para que as escolhas sejam consequentes. Não fosse assim seríamos meros fantoches. Então, Deus mostrou-se na “Beleza da Sua Santidade” e convidou a quem quisesse, para Seu Reino. “Se parece bem aos vossos olhos, dai-me Meu salário; se não, deixai-o ...”

Diferente das coisas impostas, nas Divinas somos desafiados a dar, se bem nos parecer. Na vinda de Cristo já foi assim, e não pareceu bem: “... pesaram o Meu salário, trinta moedas de prata.” Zc 11;12

O Mesmo Salvador sabia já da rejeição e do motivo; denunciou: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 Logo, “Ele não! Soltem Barrabás!”

Os bens Divinos, antes que, materiais constituem-se de valores que, abraçados, refletem-se em todos os aspectos das nossas vidas; “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; que é o que O Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a benignidade e andes humildemente com teu Deus?” Miq 6;8

Acontece que aquilo que é bom perante Ele, nem sempre parece bem aos nossos olhos. Dada a rebeldia da natureza ímpia, geralmente se dá o contrário. “... ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; e fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

Então, para o necessário milagre de vermos as coisas da perspectiva de Deus precisamos ousar um passo rumo à lupa da fé, na qual, veremos a nós mesmos como O Eterno nos vê; pecadores perdidos, carentes de redenção.

Isso estimulará, ajudados pelo Espírito Santo, um segundo passo rumo ao Redentor Bendito; Ele, após passar terra (natureza humana caída) misturada com saliva (Sua Palavra reveladora) nos nossos olhos cegos, como aqueloutro de Siloé, nos fará, finalmente, ver quais são as coisas de Deus.

“A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, ou da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12

O melhor que as pessoas conseguem em termos de aconselhamento natural para alguém se dar bem na vida é “seguir o coração.”

Deus pensa diferente; “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Ora, o coração é o motor de si mesmo, o qual devemos negar por Cristo. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.”

Paulo chama de “Mente de Cristo” a percepção da vida que os convertidos passam a ter.

Os mercenários que buscam as “coisas de César” profanando ao Nome de Deus são confusões expressas, como nossas próprias cédulas monetárias com seu, “Deus seja louvado” como se isso pudesse ser feito com dinheiro.

“Nossa Senhora aparece” em Medjugore na Croácia e vira um sítio turístico; agora, Encantado no RS constrói o “Maior Cristo” do Brasil. Fácil plasmar um “Cristo” de concreto onde o custo é dinheiro alheio. Agora deixar pautar a própria vida por Ele até refletir Sua Imagem aí demanda um preço que a maioria recusa pagar; renúncia.

Esses incautos que queimam uma existência toda em busca das moedas de César, para onde irão, quando apagarem as velas restando apenas as coisas de Deus?

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Ímpios bordões do juízo

“... Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Rm 8;31

Esse texto tem sido usado como se fosse um certificado de garantia da nossa proteção contra tudo. Uma espécie de “corpo fechado” gospel. Que mal nos tocaria se O Senhor é por nós?

Tomar O Santo Nome do Senhor como fiador de nossas vidas, lançar mão das promessas da Sua Palavra, porque Ele seria Nosso Deus traz algumas responsabilidades.

Óbvio que não há adversários Ao Altíssimo; “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4 Tampouco alguma força que possa restringir Sua ação. “... Agindo Eu, quem impedirá?” Is 43;13

A Prudência Divina acompanha Suas promessas; essa em apreço também começa com um “se” que condiciona o demais; “Se O Senhor é por nós...”

Acontece que não mensuramos devidamente o sentido das palavras e amiúde, “entendemos” o que queremos. Ao chamá-lo Senhor, automaticamente nos colocamos como servos, aos quais cabe submissão, não imposição da vontade. Mesmo ante orações lícitas somos ensinados a uma prudente ressalva: “Todavia, não se faça como quero, mas como Tu queres.”
Então, antes de concluirmos que Ele É por nós, que tal meditarmos sobre as características que Ele espera dos Seus? “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cron 16;9
Por um “coração perfeito” não entenda, a perfeição; coisa fora do nosso alcance; mas um coração sincero que procura não errar para não entristecer ao Senhor; e quando errar, que não seja o STF de si mesmo que absolve toda sorte de barbaridades; antes, humilde e arrependido apresente a causo ante O SUPREMO. Agindo assim nossos corações lograrão a “perfeição” que Ele Espera.

Se O Senhor É por nós disciplina-nos; trabalha duro com uma faceta de nosso ser que lhe resiste; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7
O inimigo é contra nós para nos tentar; se possível algum rasgo de incredulidade em nós ele “aperfeiçoará” isso cegando-nos. Ver, II Cor 4;4

Ante esses dois óbices, carne e inimigo, somos desafiados a “andar em Espírito”, no dito de Paulo, Rom 8;1 ou “andar na Luz” segundo João; I Jo 1;7

Contudo, se dermos guarida à rebeldia, o Próprio Senhor será contra nós, como tantos exemplos pretéritos ensinam; “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

Atrevo-me a dizer que esse é caso presente; Que O Eterno está contra nós.
Felizmente há exceções, mas, na média a imensa maioria do que se diz evangélico virou um amontoado de safados; gente mercenária, que usa A Palavra de Deus, sem se deixar instruir por ela; uma fogueira de vaidades de pregadores e cantores, com polpudos cachês para cumprir o “De graça recebestes, de graça dai.” Isso onde a doutrina é razoavelmente séria; sem falar nos antros mercenários onde dinheiro usurpa o lugar de Deus; e fetichismo, do ensino.

O “Sal da Terra” degenerou em grande parte; tem se prestado para ser pisado pelos homens. Então, se, O Santo, Verdadeiro, Fiel, já não contam, que mal termos uma sociedade invertida em seus valores, uma “justiça” que persegue cidadãos e solta bandidos? Finalmente, a cereja da torta; um amontoado de rábulas sem caráter e credibilidade nenhuma, com autoridade para julgar se podemos cultuar ou não?

Já disse isso noutro texto que muitos citam o conhecido; “Se o meu povo se humilhar...” Porém, invés de humilhação e reconhecimento de culpas, o máximo que se tem conseguido é dar ordens a Deus, para que Ele cure quem nós decidimos. A única coisa humilhada em casos assim é a noção.

Somo um povo corrupto, amoral e imoral; que prefere a volta de um bandido, bêbado e mentiroso e ladrão, a um homem decente a nos governar.
Blasfemamos no carnaval, nas demais artes; não nos contentamos em sermos infiéis; precisamos ofender Ao Todo Poderoso.

Então, envergonhado reitero que, com sobejas razões, nesse momento o Próprio Deus é contra nós.

Para quê queremos direito de cultuar se nos falta vontade de viver a essência do que dizemos adorar? Se nossas orações invés da referida humilhação são veras afrontas ao Santo? Eu também permitiria que as igrejas fossem fechadas até um arrependimento verdadeiro.

Não sou inocente; também sou culpado e vivo num país sem noção, atolado em pecados, merecedor da Divina repreensão.

Justos são Teus Juízos Senhor!! Somos indignos de Ti! Tem misericórdia de alguns rabiscos de honestidade que restam, e perdoa nossas orações...

quarta-feira, 7 de abril de 2021

O Médico; os doentes


“Vendo todos isto, murmuravam, dizendo que (Jesus) entrara para ser hóspede de um homem pecador.” Luc 19;7

Os religiosos, sobretudo, gozavam de um bom conceito na sociedade; eram homens “santos;” a grande maioria era de gente “neutra”, trabalhadores; outros, prostitutas e publicanos como Zaqueu, eram “pecadores”.

O “erro” do Salvador que lhe custou a vida foi não se encaixar nesses moldes, na sociedade da qual foi coevo.

Aos “santos” Ele chamou de hipócritas, sepulcros caiados; aos que pensavam ter certa eleição hereditária pela descendência de Abraão, o Batista já tinha arrasado; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;8

O Salvador, depois de dizer que seus atos destoavam do caráter do patriarca colocou de vez o dedo na ferida; “... Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão... Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;39 e 44

Sempre que tolhemos à Palavra de Deus com seus Preceitos e Ensinos Santos, em prol de nossas opiniões parciais, querendo ou não, atuamos segundo Satanás; foi ele quem disse que seríamos como Deus, na desobediência e decidiríamos por nós mesmos, o bem e o mal.

Por isso a sentença: “... Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” Jr 17;5 Pois, ao confiarmos no homem em lugar de Deus, estamos confiando no mentor disso, o Capeta.

A escolha é nossa; a consequência amaldiçoada independe de nosso querer; frutifica. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido leis, mudado estatutos e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

De qualquer forma, malgrado a insanidade dessa “estratificação” moral de uma sociedade totalmente ímpia, ainda eram melhores os dias onde a desonestidade com o erário (dos publicanos) e a prostituição, eram coisas de má fama. Hoje os “Pecados” são outros.

Se, nos sistemas racistas as coisas mudavam em função da cor da pele, atualmente as valorações mudam dependendo da tendência ideológica; se o sujeito é “dos nossos” ao defender o aborto preserva um direito; mas se é “Fascista” mesmo dando a cara a tapa pela defesa da vida, é “Genocida”.

Apelidos humanos não logram mudar essências segundo as vontades de quem apelida. Ante O Senhor, bem e mal seguem sendo o que são, malgrado as vestes com os quais os enfeitamos; “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

Jesus só pode se hospedar com pecadores. “Não há um justo sequer”; não nos procura pelo que somos; antes pelo que Ele É; “Deus É Amor”. Assim, ama-nos apesar das nossas maldades.

Embora alguns sem noção defendam que o preço do resgate mensura nosso valor, a intensidade do “Princípio Ativo” que nos limpa deixa patente quão sujos estávamos.

O “cascão” era tal que, “... nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26

Embora a terra dos homens fabrique uma imensa variedade de rótulos para exaltar ou menosprezar a quem quiser, perante Deus há dois tipos apenas; fiel e infiel; nuances várias são desdobramentos de um e outro.

Todos somos pecadores; porém, os que reconhecem isso, arrependem-se submissos a Cristo e Nele mudam de vida segundo Sua Palavra, serão, doravante, reputados fiéis; os outros seguem alienados.

Por isso, quando na reta final O Senhor parece descrer de mudanças nos caracteres, acoroçoa que cada um faça inda mais firme sua escolha; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho! Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo sua obra.” Apoc 22;11 e 12

Aqui fala de galardão, recompensa, segundo a obra de cada um; salvação é segundo a fé. “De graça sois salvos mediante a fé...” Ef 2;8

Pois, foi a fé do pecador Zaqueu que, constrangido pelo Amor de Cristo patrocinou um novo modo de agir daquele dia em diante.

O Amoroso Salvador ainda busca pecadores; dependendo de como É recebido diz de novo, como disse a Zaqueu: “Hoje veio salvação a essa casa...”

domingo, 4 de abril de 2021

Profundezas rasas


“... Se queres, bem podes limpar-me.” Mc 1;40
“... se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima...” Col 3;1

O quê esses fragmentos têm em comum? Um caso refere-se a um rogo por cura; outro, um ensino. Temos um cuidado com o corpo, outro com a alma.

Ambas as orações trazem o “se” funcionando como condicionante de alguma coisa.

Nas afirmações que demandam fé, estritamente, isso, soaria como negação. Sendo a fé o “firme fundamento” não comporta “rachaduras” como seria essa palavrinha de precursora. Um dos ladrões da cruz que disse: “Se és O Filho de Deus salva a ti mesmo e a nós.” Implica que ele não cria; pois, o outro que acreditava apenas disse: “Senhor, lembra-te de mim...”

Porém, o se, do leproso acima não derivava de alguma dúvida quanto ao Ser de Jesus; mas, à Sua vontade; “Se quiseres...”

O outro; se já ressuscitastes com Cristo agi assim, visa um exercício lógico alinhando profissão de fé e modo de vida; se entrastes deveras no Reino estejam nele vossas prioridades; buscai as coisas que são de cima.
Agir conforme, as obras da fé, sem as quais, a mesma é morta.

A novidade de vida ali, temos como preceito, diretriz aos convertidos. Noutra parte encontramos como consequência necessária. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17 Eis nosso “se” outra vez!

Não obstante ser abstrata a fé produz resultados concretos nos que a abraçam deveras; daí, o desafio ousado de Tiago: “... mostra-me tua fé sem obras e te mostrarei a minha pelas minhas obras.” Tg 2;18

Não existe cristianismo teórico! Spurgeon afirmava: “Ninguém é obrigado a se dizer cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Atue como um.

Infelizmente, pelas coisas que muitos partilham nas redes sociais claramente se percebe que não sabem a diferença entre tolerância e aquiescência.

Tolerar é uma coisa boa, necessária; conviver com o que é diferente em sua crença; aquiescer é concordar com ensinos da fé alheia, que se opõem à nossa.

Quem se diz cristão e comemora “Natal”, “Páscoa” como o mundo não entendeu nada.
Outros, partilham textos de mestres espíritas.

Ora, o espiritismo pode ser qualquer coisa, menos cristão. Nega a suficiência de Cristo e Seu Sangue Remidor; apregoa purificação mediante obras e múltiplas reencarnações. Não duvido da sinceridade dos que nisso creem; mas à luz da Bíblia é erro crasso.

Não há reencarnações! Uma vida; morte e depois juízo. “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” Heb 9;27

Como estamos na casa do “se”, abusemos de sua hospitalidade: Se, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3;3 e se, “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5 Se, isso significa reencarnação, por quê O Salvador apresenta nascer da carne e do espírito como coisas distintas? “O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é espírito.” V 6

Porque o “nascer de novo” é uma figura de linguagem para a conversão; ouvir a Voz do Espírito Santo e segui-la. Ezequiel figurou isso como mudança de coração; “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne.” Ez 36;26

Isaías, por sua vez, com uma mentalidade nova, segundo Deus; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Enfim, se invés de rever conceitos e atitudes à luz da Luz, preferirmos a velha e assassina resiliência no erro, não seremos um milímetro melhores que os que rejeitaram a Cristo pessoalmente; “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Em muitos casos as pessoas até creem, mas com coração duplo; incapaz de uma ruptura radical com o erro como quem evita a companhia de um assassino.

Sendo O Eterno, “Tão puro de Olhos que não pode contemplar o mal” Hc 1;13 demanda purificação do que hão de vê-lo; “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

Se lhe dermos ouvidos, um dia O Veremos; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” Mat 5;8

sábado, 3 de abril de 2021

A Bondade Ignorada


“Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que Nele confia.” Sal 34;8

Que O Senhor É Bom é lugar comum; exceto, para quem não lida bem com a verdade.

Suas Obras se encarregam de “apregoar” isso. “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro; uma noite mostra sabedoria a outra.” Salm 19; 1 e 2 “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Entretanto, uma coisa é o conhecimento teórico, genérico; outra, a experiência pessoal. O texto em realce desafia a isso. “Provai e vede...”

Como o relacionamento baseia-se na fé, natural que nossa “prova” atue nesse âmbito também.

Embora a receita pareça pacífica, óbvia, não é tão simples assim. Não raro equacionamos nossos comodismos, precipitações até, com bondade. Nessa linha apresentamos listas de tarefas para Deus, às quais, Ele cumprindo deixará patente que É Bom.

Isso só prova que somos maus, incapazes de confiar deveras e esperar Nele; a parte B; “... bem-aventurado o homem que Nele confia!”

Um boticário zeloso não colocaria perfume caro num recipiente sujo, por razões óbvias; assim, a Bondade atua junto à Sabedoria do Eterno.

Suas esperas não derivam de razões mesquinhas; antes, misericordiosas; “Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos que nele esperam.” Is 30;18

Provarmos a Deus em Sua Bondade, não significa que tenhamos que desafiá-lo a fazer o que adjetivamos como bom; antes, que esperemos confiantes mesmo em lutas, até vermos a qual fim atina, se lhe aprouver levar-nos por veredas estreitas de privações. “Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.” Sal 18;19

Percebamos que não se trata de nenhuma “oração forte”, “Campanha de sete sextas-feiras”, “fogueira santa” ou profanações similares; o fator que “constrangeu” a Altíssimo a abençoar Seu servo foi “... porque Ele tinha prazer em mim.”

Como a excelência entre cônjuges seria cada um atentar ao prazer do outro, nosso relacionamento com O Santo deve ter essa empatia. Ele queixou-se da alienação egoísta; “... porquanto Clamei e ninguém respondeu, Falei e não escutaram; mas fizeram o que era mau aos Meus Olhos; escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;4

Assim, “provamos” a Ele vivendo de um modo que lhe seja aprazível; não fazendo atrevidas e ímpias orações exigindo que conceda o que nos seria deleitoso, mesmo contra Sua Vontade.

Devemos sacrificar às próprias inclinações más, além de resistir às seduções do mundo, para, só então, conhecermos e provarmos deveras, da Bondade Divina. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Tanto os nãos do Senhor, quanto os sins são atos de bondade; como um Pai zeloso que veta coisas que parecem boas ao filho, antevendo consequências nocivas no “pacote” que o incauto deseja; assim, Seus nãos têm vínculo com Seu Amor e Saber Bondosos.

Sem a renúncia do eu, esse espúrio “concorrente” do Senhor, não teremos paladar sadio; a bondade, mesmo presente será ignorada, por estarmos sujeitos ao conselho perverso.

Então, invés de provar do bom que O Pai tencionava nos dar colidiremos com o “ai” do juízo necessário. “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce amargo!” Is 5;20

A Bondade Divina tem consórcio com a justiça; não deixa de existir se agirmos mal; apenas, para de nos favorecer para não ofender à consorte. “Eis que a Mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

A Misericórdia Divina se manifestou majestosa em Cristo; todavia, sem nenhum prejuízo à verdade nem à justiça; a paz que deriva da reconciliação Nele, requer a “morte” do perverso que opera a separação. “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça a paz se beijaram. A verdade brotará da terra e a justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

E a verdade proclama que somos maus; sem admitirmos isso, não será possível provarmos Daquele que É Bom.