sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Dos saltos, o melhor


“Porém Ele sabe meu caminho; provando-me, sairei como ouro.” Jó 23;10

Jó defendendo seus caminhos e acrescentado que, se Deus o provasse descobriria exatamente isso; que ele andara em integridade. O que ignorava é que estava sendo provado, naquele exato instante.

Não saiu do teste, necessariamente, mais valioso; porém, com mais conhecimento de Deus; “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Cap 42;5 e 6 Um efeito do conhecimento do Santo, é que fica mais evidente a miséria humana. Quanto mais perto do Senhor alguém está, menos estará confiante em si.

Aquilo que cogitara como uma possibilidade; “se”, acontecia; O Eterno o estava testando, não porque precisasse; mas, para destruir a balela do acusador.

Quantas vezes acontece conosco, de fazermos má leitura do que nos ocorre por termos nossos sentidos obtusos, dado o concurso de alguma paixão, ou pelo lapso de discernimento das coisas, na vereda espiritual. Isaías disse: “Senhor, Tua mão está exaltada, mas nem por isso a veem...” Is 26;11

Os discípulos no caminho de Emaús falando com O Senhor ressurreto, sem O conhecer, manifestaram sua decepção malgrado, tudo tivesse acontecido precisamente como O Eterno revelara. “Oh néscios e tardos de coração...” Estavam abençoados e desanimados. Quem jamais tropeçou em pedras assim?

As mulheres que foram ao sepulcro ao terceiro dia levando especiarias, se mostraram decepcionadas por não encontrarem um corpo morto. Acontece que O Senhor estava Vivo. Quantas decepções sem razão, por causa da nossa cegueira!

Diante da mensagem de salvação, não poucos titubeiam, cogitando se vale à pena; o que receberão de bênçãos, caso resolvam aceitar o convite do Salvador. Recalcitram, como se, muito tivessem a perder, sendo que, só têm a ganhar. Como dizia Spurgeon, “O Senhor nos abençoa muitas vezes, cada vez que nos abençoa.”

O simples fato de estarem vivas e arbitrárias ante esse excelso convite é já uma bênção inefável, nem sempre compreendida; pode mudar toda uma eternidade.

O curso de nossas breves vidas uma hora chegará a um ponto sem retorno. Quando isso acontecer, a mais lúcidas percepções, as mais virtuosas resoluções perderão a razão de ser, dado que será demasiado tarde. Por isso a salvação sempre é anunciada com urgência; “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, Não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Imaginemos a saga de um suicida que, decida se lançar do alto de um enorme edifício. Feito o salto insano, durante o trajeto até ao chão, o sujeito se arrependa e decida não mais fazer aquilo. Tendo ele lançado sua vida a uma situação irreversível, rumo à perdição, nada mais poderá trazê-la de volta, ao ponto do arbítrio, da possibilidade de escolha, uma vez que fizera uma escolha cabal.

Bem sei que a figura “pega pesado” colocando sobre uma decisão que parece mera, uma intensidade muito grande; mas, acredite, há inúmeros do outro lado, que achavam ter muitos dias ainda para escolhas desse tipo; foram surpreendidos quando, caminhos aparentemente rotineiros se revelaram irreversíveis; desejariam muito ter sido “assustados” desse modo, enquanto ainda lhes era possível.

Quem ouve a mensagem de salvação, ainda está com os pés no chão; a decisão rumo à casa paterna ainda é viável. A possibilidade de arbitrar sobre algo tão relevante é já uma grande bênção. Pois, está sendo estimulado a uma escolha que mudará seu devir, marcará seu presente e apagará seu passado.

Dos três tempos possíveis, em todos O Salvador nos abençoa. Apaga às culpas pretéritas; sacia aos anseios presentes; e oferece diretrizes seguras pro futuro. “Vá e não peques mais.”

Em geral, a ideia de bênção do vulgo é muito imediatista; apesar das exortações recorrentes, sobre o “Tesouro nos Céus”; “buscar as coisas que são de cima”, ou, a exortação de Paulo, sobre o limite pífio dos bens terrenos; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Claro que, não se pode esperar de quem ainda nem entrou na senda espiritual, uma madura compreensão acerca da mesma; por isso a instante exposição da Palavra e o concurso do Bendito Espírito Santo, visam persuadir almas às melhores escolhas.

Embora devidamente entendida, a fé seja inteligível, racional, inicialmente requer certa “loucura” de quem a abraça. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I cor 1;21

Esse “salto no escuro” dos que ousarem crer, será sua “prova” de confiança no Senhor. Caminhando com Ele, um dia poderão dizer como Jó: “Eu te conhecia só de ouvir falar; mas agora, te veem meus olhos.”

Cristianismo; religião do medo?



“Quando tira para fora Suas ovelhas, vai adiante delas; as ovelhas O seguem, porque conhecem Sua Voz.” Jo 10;4

As razões para as ovelhas de Cristo O seguirem; Seu caminho trilhado, o exemplo, e Sua Voz. Ele foi adiante demonstrando como deve ser; “Tomai sobre vós Meu jugo e aprendei de Mim...”

Alguns têm emporcalhado o espaço virtual com refutações espúrias, tentando fazer a fé parecer algo que, absolutamente, não é.


Insinuam que é uma dominação pelo medo. Que os mensageiros assustam às pessoas com ameaça do inferno, do arrebatamento até, para com isso, incutir medo nas pessoas e dominá-las, enriquecendo pela manipulação.

Crassa ignorância! A expressão “não temas, não tenhais medo” e similares ocorrem 365 vezes na Bíblia; sempre, vemos O Senhor tentando infundir coragem, ousadia, aos Seus.

Se alguém presume que eventual medo seja o motivo dos cristãos, está promovendo sua ignorância à categoria de argumento.

Nossa relação com O Salvador se baseia no amor, na gratidão; desejamos Sua volta, para conhecê-lo melhor, invés de temermos como nos acusam os apedeutas em apreço.

Tanto, seguimos ao Bendito Pastor por conhecermos Sua Voz, quanto evitamos espúrios, pela mesma razão; “De modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

Esses acham que basta apresentar um vídeo da finada Dra. tal, que advogava que a Bíblia é uma coleção de mitos, ou de um “filósofo” que ganha dinheiro falando contra “mercenários” da fé, para que rasguemos nossas Bíblias, abandonemos nossa fé, e entremos para seu rol de errantes, acéfalos, privados de valores e sentidos. Francamente! Devem estar nos medindo com suas réguas.

O temor a Deus, comum aos cristãos, nada tem a ver com medo; antes, com zelo reverente, para não ferir Àquele que amamos; escrúpulos prudentes para em nada macularmos à pureza do que É Santíssimo.

O sentimento que patrocina nossa relação, é outro; “... quem perder sua vida, por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10;39 “... sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de Mim, para lhes servir de testemunho.” Mc 13;9 “Sereis odiados por todos por amor do Meu Nome...” Mc 13;13 etc. O que esses três versos têm em comum? A expressão: “por amor”. Desenhando assim, pode que nosso “filósofo” entenda.

Ninguém permanece numa igreja à força. Desconheço onde seja assim. A Palavra de Deus é ensinada; quem ouve é estimulado a crer. Caso o faça, terá em seu próprio íntimo o testemunho de que precisa, sobre ter feito a coisa certa, ou não. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos...” Rom 8;15

O medo da morte e consequente escravidão ao pecado, tipo: “Curta a vida porque a vida é curta” comum aos ímpios, não mais assola a quem tem convicção de que foi feito filho de Deus, e traz um íntimo testemunho disso. “O mesmo Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

Essa acusação que assustamos dizendo, “se pecar vai pro inferno” e, com isso ensejamos pânico nas pessoas é mentirosa. Ensinamos porções da Palavra de Deus, não, pitadas doentias de diatribes de desinformados ou mal-intencionados.

A Palavra aconselha: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, O justo.” I Jo 2;1 A ideia é que não pequemos; mas quando isso acontecer que confessemos arrependidos e seremos perdoados.

Esses que presumem que tudo se baseia em medo ou dinheiro, parecem desconhecer outros valores. Não podendo ver nada além disso, necessitam nos avaliar segundo seus escopos doentios.

A Palavra ensina que a segurança em Deus produz mais alegria que a de agricultores quando fruem uma abençoada colheita; “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram trigo e vinho. Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” Sal 4;7 e 8 Que medo, dormir assim!

Não desconhecemos que há muitos mercenários que usam o pretexto da fé para fins mercantis; ainda, que alguns que andam nas veredas de Cristo ignoram nuances benditas dessa relação. Aos mercenários denunciamos; aos ignorantes buscamos iluminar.

Nada disso altera o fato que O Senhor nos ama e tenciona se relacionar conosco assim; baseado no amor. Se alguém, mesmo crendo Nele ainda estremece inseguro, deve tributar seus medos à imperfeição dos seus sentimentos em relação ao Eterno; quando for edificado, isso cessará. Afinal, “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Não mais, a dieta ímpia

“Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete sua estultícia.” Prov 26;11

Embora a figura seja um tanto nojenta, seu teor filosófico é profundo. Dizemos que, gato escaldado sente medo de água fria; significando que o bicho, após as dores duma experiência ruim, prefere manter distância, até de algo apenas parecido com aquilo que o feriu; que dizer, se for igual?

Da superioridade “cognitiva” dos bichos a Palavra versa: “O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, Meu povo não entende.” Is 1;3

A natureza humana não se apresenta prudente como os animais. Para efeitos de teatro somos muito bons em conselhos; quem jamais leu dicas assim: “Fazendo as coisas do mesmo jeito, jamais obterás resultados diferentes.” Ou, “quem se mistura aos porcos, acaba comendo farelo.”

Infelizmente, não significa que, quem diz essas coisas, evitará repetir erros, ou deixará a companhia dos “suínos.” Ter um dito assim na ponta da língua não torna o mesmo, normativo, de modo a pautar por tal padrão, as decisões que serão tomadas, por quem fala assim. Nos provérbios encontramos a “filosofia” do bêbado: “... Espancaram-me e não doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.” Prov 23;35

A maioria dos erros que se comete não são por falta de luz; antes, pela resiliência da vontade que, tendo escolhido algo, e deixado patente essa escolha, se os fatos provarem que foi um erro, ainda assim, o fanatismo egoísta de quem se recusa a admitir falhas, fará sua vítima reiterá-lo invés de assumi-lo.

Precisamente isso, o texto bíblico alegoriza comparado ao cão que volta ao vômito. Vomitar, eventualmente, pela incidência duma indisposição estomacal é desventura à qual todos estamos sujeitos. Daí, a...

Enfim, cometer um erro de avaliação, de escolha, apostar num azarão, pode acontecer com qualquer um. Todavia, identificado que foi um ato estúpido, perseverar nele é trair a si mesmo. No entanto, assim fazem os adúlteros, os promíscuos, os viciados, os sectários. Num rasgo de lucidez após os maus atos veem como eles são; depois, retornam aos mesmos na primeira ocasião.

São poucos que conseguem admitir um erro sem carecer uma muleta adversativa que o dilua, ou justifique; eu errei, mas... Se, filosoficamente carecermos de muletas, estaremos demonstrando a quem puder ver, que não nos firmamos bem sobre as pernas.

Deveríamos aprender com Davi, uma confissão honesta sem atenuantes; “Lava-me completamente da minha iniquidade, purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço minhas transgressões; o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares.” Sal 51;2 a 4

Como disse Paulo: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Natural que, em se tratando da conversão, quem está acostumado a um modo de vida, ser chamado a outro radicalmente oposto, traz o risco de algumas recaídas. Mas, se acontecerem, devem ser confessadas e abandonadas; não retomada a antiga maneira ímpia de viver, de antes de Cristo.

Naquele contexto nada tínhamos a perder. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Também nada ganhamos agindo daquele modo, como evidencia a pergunta do próximo verso: “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Embora um renascido não pare radicalmente de pecar, (quisera fosse possível) não deve deixar que antigos vícios, aos quais “vomitou” quando se rendeu ao Senhor, ainda tenham comando sobre suas escolhas, sua vontade.

Ainda falhamos, pois; não mais, sem dor, sem culpa como antes. Esse peso na consciência quando erramos, atua a nosso favor; denuncia nosso descaminho pontual para que retornemos à vereda estreita com Jesus.

A uns que creram por um pouco, depois se deixaram seduzir de novo pelos antigos hábitos, Pedro também apreciou com a mesma figura, anexando outra, do mesmo tipo. “Porque melhor lhes seria não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes foi dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

A rendição a Cristo, quando veraz, opera em nós uma limpeza profunda. Tanto que, malgrado, seguindo os mesmos, não seremos mais os mesmos, pelos valores e dons em nós incutidos. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

A vida importa?


“Como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, Ele os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;” Rm 1;28

Se, conhecimento de Deus fosse mera alternativa visando aumentar posses intelectuais, como ler algum filósofo, querer ou não, seria apenas exercício arbitrário, sem consequências maiores. Entretanto, não é assim.

O Salvador ensinou: “A vida eterna é esta: que conheçam a Ti só, por único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste.” Jo 17;3

Se, a esse conhecimento está atrelado a vida eterna, desprezá-los equivale a desprezar a vida. Ignorar isso passa longe de ser uma escolha sem consequências.

O Divino amor prezaria a quem assim age? Quem O despreza? Por isso, o verso em apreço traz a desimportância mútua, entre O Santo e os pecadores que não lhes dão valor. Como não se importaram em conhecê-lo, O Eterno os entregou a um sentimento perverso.

Desprezar ao Todo Poderoso já é um derivado do mais perverso dos sentimentos. Assim, O Eterno apenas se afastou, deixando livres para fazerem suas escolhas, aos que decidiram assim.

A ideia esposada por Paulo é que O Criador já pode ser conhecido, parcialmente, em Seus atributos pelas Suas obras; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” v 20

Quando alguém, vendo as Divinas Digitais nas Obras do Santo, manifesta interesse por conhecer mais, a esse O Eterno se revela. Como fez com o romano Cornélio por exemplo, enviando Seu anjo em favor dele.

Aqueles preferiram silenciar à voz das evidências, colocando alternativas profanas em lugar do Criador Bendito. “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus Incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis.” Vs 22 e 23

A simples necessidade de colocar coisas no lugar do Eterno já é uma confissão oblíqua da existência Dele, cujo lapso de relacionamento enseja o patrocínio dos simulacros, porque não se importaram em conhecer ao Original. Por que ofereceriam culto aos ídolos se, não entendessem que as coisas criadas têm um autor transcendente?

Ora, importar é atribuir valor, apreciar algo como superior ao trivial; eventualmente as coisas que nos importam, desejamos possuir. Da mesma raiz fonética, “importamos” coisas do estrangeiro, as encomendamos para tê-las conosco, dado o apreço com o qual as vemos.

Quando O Senhor da vida não soa importante a alguém, de modo que se disponha a colocar qualquer ninharia fajuta em Seu lugar, esse já está imbuído dum espírito perverso e não deseja que essa situação mude.

Ninguém pode amar ao que desconhece. Por isso, o relacionamento com Deus como Ele deseja, baseado no amor, se torna impossível aos que não anseiam conhecê-lo.

A confiança vã dos perversos nessas coisas alienantes, as crendices “substitutas” infelizmente terminará em perdição, contra a Vontade do Criador, que a todos deseja salvar; só salvará aos que quiserem isso, todavia. “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4;6

Nesse texto não está aludindo aos gentios distantes, como nós; antes, aos do “povo eleito”, que Ele tirara das mãos do maior tirano da época o faraó; depois, duvidaram que fosse capaz de introduzi-los em Canaã.

Tendo visto sinais estupendos no Egito, ainda descreram. “Porque, havendo-a alguns ouvido, (à Voz de Deus) o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? A quem jurou que não entrariam no Seu repouso, senão aos desobedientes?” Heb 3;16 a 18

Infelizmente vivemos tempos sombrios. Antes os perversos se contentavam em se manter distantes do Senhor; agora resolveram combater com todas as forças que, o perverso mor lhes empresta.

Cheia está a NET de “especialistas” que “provam” que vultos históricos sequer existiram. Abraão, Moisés, Davi, até Jesus, seriam criações maquiavélicas de gente tentando se impor pelo medo.

Ora, a Palavra de Deus, não precisa desse escrutínio histórico para provar sua veracidade, anda que, o posso resistir sem problemas a uma análise honesta.

As transformações que opera bastam como testemunhas fiéis da sua origem. O Salvador desafiou: “... Minha Doutrina não é minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Quem tiver dúvidas honestas, pague pra ver. Obedeça à Palavra e veja os resultados. Quem erra sob o peso do espírito perverso, verá de graça, em breves dias.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Luz progressiva


“Cântico dos cânticos, que é de Salomão.” Cant 1;1
“Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel...” Prov 1;1
“Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.” Ecl 1;1

Dizem os estudiosos que os três escritos de Salomão, Cantares, Provérbios e Eclesiastes refletem suas três fazes adultas.

Quando, no auge do vigor, das paixões, teria escrito os cânticos, plenos de declarações amorosas e com porções sensuais, eróticas até;

na maturidade, com a alma filosófica, menos apaixonada, como alguém afeito a entender as razões das coisas, os Provérbios;

na velhice, já decepcionado com a futilidade dos bens, dos prazeres terrenos e da sabedoria até, teria forjado o Eclesiastes eivado de pessimismo. “Tudo é vaidade!”

Acima, as introduções dos três livros, cada uma oferecendo pistas acerca da situação do autor; o que, de certo modo corrobora com a afirmação dos estudiosos sobre o rei.

No primeiro escrito, um arroubo, uma espécie de superlativo; “Cântico dos cânticos”, antes do nome do autor. Não pretendia que fosse um cântico comum, pois.

No segundo, o nome e a descendência nobre, certo peso ao teor dos escritos, ainda estão em destaque; “Provérbios de Salomão, filho de Davi...”

Por fim, nem ousou aquilatar seus escritos como sentenças proverbiais, tampouco, usou seu nome na abertura. “Palavras do pregador...” Uma conclusão relativamente óbvia é que ele, à medida que cresceu em sabedoria, diminuiu em presunção.

Não obstante, tenha recebido do Eterno, o dom do saber, exercitou-se nele na condição humana, sujeito às intempéries inerentes à cada etapa; essas deixaram algumas marcas em sua obra.

Quando aconselhou aos jovens a serem consequentes, de modo meio irônico, parecendo dizer o contrário, por certo lembrou de alguns tropeços da própria juventude de onde bebeu aprendizado; disse: “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.” Ecl 11;9 Na linguagem de hoje diríamos: Faz o que der na telha; só que não.

Por essas e outras razões, acredito que Sophia escreve em nossas almas, com caracteres empíricos, em baixo relevo. Digo, experiências de vida nos iluminam, sobretudo; mesmo capacitados a entender as coisas de forma racional, são as decepções, as consequências dos maus passos, as melhores docentes.

O dom da sabedoria concorre possibilitando auferir as lições, o que dificilmente aconteceria sem ele. Entretanto, mesmo um hospedeiro desse nobre dom, ainda pode muito bem meter os pés pelas patas, e agir como tolo.

O vero saber além da luz intelectual traz anexo um teor moral, que, enquanto a punção de certas paixões não for diluída, mesmo sabendo o certo, podemos fazer o errado. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;6 e 7

Retidão é uma escolha moral atinente à nossa relação com Deus e com o semelhante; sinceridade, é a retidão antes de tudo, conosco mesmos. A honestidade intelectual.

Assim, não são pequenos os subterfúgios por onde a luz pode se perder; quando o que vemos não logra moldar o que fazemos, nossa “tela” se tornará inútil.

Mesmo a salvação operada por Cristo, embora graciosa, imerecida, só se mostrará eficaz, para aqueles que ousarem andar pelos caminhos, que, pela luz do Espírito Santo, lhes são mostrados. “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

O mesmo Salomão admitiu o concurso de exemplos práticos para iluminarem sobre o valor da sabedoria: “Houve uma pequena cidade em que existia poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria que a força.” Ecl 9;14 a 16 Sua participação naquele evento foi observar, aprender e reportar.

Assim, nós que cremos devemos ter o exemplo de Cristo como suprema luz; e agirmos de tal forma, que nossa ação seja um lumiar para quem precisa acessar a dimensão espiritual. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Claro que isso requer gradativo processo de aprendizado, como deixou escrito o mais sábio dentre os homens; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Devo orar pelo Lula?

 “Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam, estejam preparados para toda a boa obra;” Tt 3;1

Quanto aos cristãos, referente às leis e às autoridades, sempre foi ordenado a submissão, a obediência. Temos isso explícito em textos que, trazem implícitas as qualidades das autoridades que devem obedecer.

“Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar ao que faz o mal.” Rom 13;3 e 4

Se, as autoridades punem apenas aos que fazem o mal, necessária a conclusão que essas são probas, e atuam de modo idôneo. Quando assim é, oramos por elas.

Deparei com um vídeo onde os evangélicos são acusados de não orar pelo Lula, como sendo isso um pecado. Aí me perguntei como agiam os profetas do Senhor, diante das injustiças dos governantes. Em breve pesquisa perguntei a alguns; alistei abaixo suas respostas.

Oséias denunciou: “... porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. Só permanecem o perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar; fazem violência, um ato sanguinário segue imediatamente a outro. Por isso a terra se lamentará; qualquer que morar nela desfalecerá, com os animais do campo e as aves do céu; até os peixes do mar serão tirados.” Os 4;1 a 4 Ofereceu juízo invés de oração.

Sobre o STF daqueles dias Habacuque disparou: “... a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e justiça se manifesta distorcida... Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e Te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo que ele?” Hc 1;4 e 13 Reclamou porque O Eterno demorava em punir.

Naum sentenciou Nínive nesses termos: “Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de mentiras e rapina; não se aparta dela o roubo.” Nm 3;1 Qualquer semelhança com Brasília será porque é mesmo, semelhante.

Isaías ensinou que injustiças e alienação do Santo ensejavam maldições disseminadas; “... a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6 etc.

Portanto, quem acha que o cristão deva ser um imbecil, tapado, incapaz de pensar, diferir o santo do profano, o justo do injusto, precisa rever seus conceitos. Talvez o imbecil seja ele.

Ante fraude eleitoral explícita, roubalheira a não mais poder, centenas de inocentes presos sem direito a defesa, dezenas de perseguidos apenas por razões ideológicas sem crimes, eu oraria para que Deus abençoasse um sistema assim??? Meu Deus teria vergonha de mim.

Ele falou seriamente contra o que se acumplicia aos maus atos, embora, citando Sua Lei. “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, e tens tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o mal e a tua língua compõe engano.” Sal 50;16 a 19

Então, eu oro pedindo justiça; que, a rigor significa a soltura de todos os inocentes sentenciados pela quadrilha; exposição de toda fraude e corrupção, das três esferas do poder e grande parte da Imprensa, a venal; que receba, cada um, a merecida punição de forma exemplar.

Essa balela que trocamos Jesus por Bolsonaro é apenas falta de argumentos para falarem mal de nós. Defender o que é justo e censurar ao que não é, deve ser nossa posição sempre; “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro, são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

Não significa que os de direita são todos cristãos; apenas que defendem valores com quais, os cristãos se identificam, como liberdade de expressão, de crença, de escolha. A esquerda defensora do aborto, mestre na corrupção e na mentira, cuja “vitória” só é comemorada nos presídios, representa a que tipo de “cristãos”?

Que esses orem pelo Lula se o quiserem. Se Deus os ouvirá, ou não, não é problema meu.

A plena liberdade que O Senhor nos dá, traz junto a plena certeza de que devemos ser consequentes. E de acordo com os valores que escolhermos Ele nos retribuirá; “Com o benigno Te mostrarás benigno; com o homem sincero Te mostrarás sincero; com o puro Te mostrarás puro; e com o perverso Te mostrarás inflexível.” Sal 18;25 e 26

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Heranças e errâncias


“Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vamos, matemo-lo, a herança será nossa.” Mc 12;7

Fala atinente à decisão dos religiosos acerca da “necessidade” de matarem a Jesus; temendo perder seu domínio sobre o povo; isso ocorria, dada a popularidade Dele, e de Seus ensinos conflitarem com a hipocrisia deles.

Caifás disse: “... convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.” Jo 11;50 A “nação” era o domínio do Sinédrio. Essa balela de se escudar no povo é mui antiga.

Em geral, uma herança é recebida quando alguém morre; legítimos sucessores são chamados a tomar posse dela. No entanto, quando se “apressa” a morte de alguém, de olho nos bens, a coisa assume contornos graves. Os que assim fazem, podem herdar o que não desejariam.

“A herança que no princípio é adquirida às pressas, no fim não será abençoada.” Prov 20;21 Não menciona uma herança recebida; antes, adquirida às pressas, deixando nas entrelinhas que o curso normal foi alterado, arbitrariamente. Que uma morte foi apressada, para dar vez aos anseios de quem queria tomar posse dos bens.

Infelizmente, não poucos, de olho no que pode vir para suas mãos, permitem atos injustos, quando não, praticam. Os bens, mais que a justiça, pesam na escala de “valores” desses. O materialismo exacerbado sempre foi uma doença que colocou a perder valores maiores.

Se, para efeito do teatro da vida, a maioria entoa loas aos “bens que o dinheiro não compra”, no escopo das ações fazem tudo por ele, até ilícitos, mostrando de modo prático, a quem servem, deveras. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mat 6;24

O Salvador ensinou qual deve ser a ordem, aos que professam servi-lo; “De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; (materiais) mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;32 e 33

Por uma injustiça ficar impune por muito tempo, não significa que foi “santificada” finalmente, aceita pelo Altíssimo. Saul em seus dias matou alguns gibeonitas, com os quais Josué pactuara a proteção da vida, em Nome do Senhor.

Muito tempo passou, Saul era morto já; então um estio atingiu a Israel, trazendo fome. Informado da causa Davi procurou aos ofendidos; “Disse, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? Que satisfação vos darei, para que abençoeis a herança do Senhor?” Pediram a morte de sete descendentes de Saul. Como reparação ao sangue inocente derramado, e foram atendidos. Ver II Sam cap 21

Assim, a larga duração de um ato injusto não significa aprovação; antes, tem a ver com a longanimidade Divina, que espera que mudemos de atitude, nos arrependendo dos maus passos dados, buscando o perdão.

O mesmo Davi que vivenciou aquela punição tardia, escreveu: “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos: Ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que Eu vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.” Sal 50;21 e 22

Ninguém supera ao Eterno, em perdoar; Isaías ensina: “... torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

Porém, quem desejar ser perdoado deve buscar por isso, reconhecendo suas culpas. Aliás, quando da consagração do primeiro templo, Salomão ao pedir que Deus fosse gracioso com os que buscassem perdão, colocou uma condição. “Toda a oração, e súplica, que qualquer homem fizer, ou todo o Teu povo Israel, conhecendo cada um a sua praga, e a sua dor, estendendo as suas mãos para esta casa, então, ouve Tu desde os Céus, do assento da Tua habitação, e perdoa...” II Cron 6;29 e 30

O pedido de perdão veraz, requer arrependimento genuíno, e confissão. Nos apropriarmos do que é indevido, e supormos que, o passar do tempo legitimará aquilo que é ilegítimo,; seria tão amaldiçoado quanto apressar-se a uma herança, ajudando na morte de alguém.

“Ai daquele que, para sua casa ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto...” Hc 2;9

Cuidado você que repousa sobre bens mal adquiridos, sobretudo, na Obra de Deus. O Senhor que é dono da prata e do ouro não aprova nem compactua com injustiças. “As vossas riquezas estão apodrecidas, as vossas vestes estão comidas de traça. Vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne.” Tg 5;2 e 3