quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Minha coragem alheia

“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; de maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.” Fp 1; 12 a 14

Ao invés da comiseração Paulo comemora o proveito à obra derivado de seus sofrimentos. O que tenho sofrido se tornou manifesto, e ao ver isso, muitos irmãos, que estou disposto a sofrer pela causa de Cristo, armaram-se de ousadia e estão inclinados a pagar o preço também; era a ideia exposta.

Contudo, como são raros em nossos dias homens que conseguem abstrair seu egoísmo em favor de uma causa maior! Aliás, parece nem haver uma causa de maior monta que as conquistas pessoais, a realização individual; ainda, entre a maioria dos sedizentes cristãos.

Mesmo o Senhor tendo ensinado que o maior entre os cristãos é quem mais serve, não conseguimos assimilar isso ainda: não o anseio por grandeza, mas, o compromisso com o servir.  “Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.” Fp 2; 21
 
Além de fomentar a necessária têmpera ao que deve participar de um combate, as lutas logram demonstrar profundidade, intensidade da fé. Tais exemplos encorajam outros que de per si não ousariam tanto; mas, estimulados pela valentia alheia, despertam à própria. Nesses casos, raros, evidencia-se a conquista de Cristo; diverso dos “testemunhos de fé” atuais cujas conquistas pessoais mensuram a fé.

A carta aos Hebreus alista os grandes de Deus chamados heróis da fé; depois de arrolar Abel, Enoque, Noé, os patriarcas, Moisés, os profetas… seus sofrimentos por amor a Deus, o autor estimula os leitores a verem-se como  atletas num estádio cujo desempenho seria apreciado por aqueles vencedores. “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta;” Como fazer feio por covardia em face a tantos valentes?

Por fim, o cotejo com o Exemplo do Sofredor Mor, posto que, inocente; “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” Heb 12; 2  

Afinal, fé saudável não é um atalho para  evadir-se ao sofrimento; antes, uma viva convicção que evita atalhos espúrios, mesmo ante o sofrimento. Com Jó foi assim: “Ainda que ele me mate, nele esperarei;…” Jó 13; 15
 
Assim, não basta que creiamos que Deus pode algo para que o mesmo seja feito em nosso favor; antes, devemos considerar a Vontade Soberana do Eterno. Se essa for diversa de nossos anseios, ainda assim, permanecermos fiéis. 

Como, aliás, se propuseram os três da fornalha em Babilônia. “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.” Dn 3; 17 e 18
 
O Rei questionara quem poderia livrar aos judeus de sua mão; eles responderam a isso fiados em Seu Deus; depois, expuseram sua fé: “… ele nos livrará…” por fim, deixaram um senão, respeitando a possível vontade diversa do Eterno, protestando que nem assim, abalaria sua fé. 

O fim da história conhecemos. Além do livramento dos que expuseram as vidas por amor a Deus tivemos outro exemplo de coragem contagiante, de ousadia mensageira. 

Pois, mesmo o rei que quisera cultuar na marra seus ídolos escreveu o que segue: “Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo o povo, e nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro Deus que possa livrar como este.” V 29
 
Entretanto, sua ousada declaração foi muito pontual, ao sabor de um feito extraordinário; adiante o encontramos de novo às voltas com seu maior vício; o orgulho. Passou por uma dieta vegetariana de “sete tempos” para cuidar disso.

A fé é mais sólida que frêmitos circunstanciais; esses podem ser filhos do assombro, do medo. Aquela é dom de Deus;  assombra-se mais com Seu Ser, que com Seu agir. 

E quando vemos um valente sofrendo sem desfalecer temos alguém que “viu” a Deus; se algo de bom há em nossas profundezas, pode emergir içado pelo anzol de tais exemplos.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Casamento gay na marra!



“Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23; 2 e 3

Vemos nesse breve tomo das leis civis de Israel dadas mediante Moisés, que não havia nenhum mérito “à priori” pelo fato de ser maioria, “multidão”, nem pelo de ser desfavorecido; “pobre”.  Parece que a ideia era a promoção da justiça a despeito das circunstâncias; estivesse o pleito do lado dos fortes, ou, fracos. 

Ao menos num escopo formal as democracias tomam essa filosofia ao colocarem em suas constituições, que, “todos são iguais perante a Lei”, ainda que, na prática isso não se verifique.  O que vemos são privilégios nos dois extremos. 

Os que estão nos pináculos sociais contam com regalias, os melhores defensores, foros especiais, etc. de modo que,  conseguem burlar a justiça mesmo vivendo vários anos de modo improbo, como tantas figuras carimbadas de nossa política. 

Por outro lado, ser minoria aos ventos do espírito do nosso tempo traz um “mérito” em si que coloca em posse de vantagens socialmente discutíveis. 

O sistema de cotas nas universidades, por exemplo, mesmo que se arvore num meio de correção de distorções, acaba, na prática, “corrigindo” um preconceito com outro; ao preterir o mérito em favor de componentes raciais. 

Ser um gay no presente também traz embutido certo “mérito” que parece avalizar vantagens. A famigerada PL 122 que ainda não foi aprovada graças à resistência de vários setores, ainda volverá à carga. Sabemos, invés de proteger direitos dos gays ela advoga privilégios. 

Os únicos direitos dignos de ser defendidos são universais. Qualquer especificidade acaba sendo injusta, preconceituosa. 

Aquele projeto de Lei advoga que os gays não poderiam ser criticados em face à sua opção, nem rejeitados quando postulantes a emprego, senão, acusariam seus “malfeitores” de homofóbicos, francamente!  

Agora, temos o rumoroso caso de um  casamento coletivo, onde farão parte casais ditos “homoafetivos” num CTG* da cidade de Santana do Livramento, RS. Carine Labres, Juíza, e Gilbert Gisler, o patrão do CTG são favoráveis ao “direito das minorias” apesar do protesto de muitos tradicionalistas contrários.   

Ora, embora seja, o CTG, uma extensão da sociedade, é uma sociedade com costumes e regras próprias. Patrocinar um casamento gay, mesmo contra o parecer da maioria dos associados é impor a vontade de uma restrita porção, aos anseios dos demais. Assim, não se trata de justiça, mas, privilégio. 

Se qualquer um, inclusive associado, quiser adotar a postura homossexual, em particular, é direito inalienável, não se discute o óbvio. Agora, que a sociedade aprove contra a vontade porque os postulantes são minoria, isso é um contra-senso, uma imposição arbitrária, o “mérito” de ser “pobre”.

Certamente ninguém seria tolerado se chegasse numa associação de gays e tentasse impor regras  heterossexuais; mas, o oposto pode.

Infelizmente, não é só na área comportamental, mas, em vários aspectos sociais, invés de se pleitear pela inclusão das minorias, o que ocorre é o favorecimento.   

Invasores de propriedades urbanas ou rurais acabam sedo “legítimos” postulantes do que vilipendiam dado que são minorias. Mas, estamos em plena campanha eleitoral, onde, a vontade da maioria dirá quem deve reger o país, estados, quem deve ser deputado, senador... pela “ordem democrática” vigente, deveria ser escolhidos os menos votados. Sim, se vale privilegiar minorias, que, tal, seja a regra. 

Acontece que se rotula a rejeição do comportamento gay como preconceito; como se gay fosse um tipo de pessoa, não, de comportamento. 

Há milhares de casos de gays que deixaram de ser e adotaram a postura hetero, e vice-versa. Mera opção, como eles mesmo assumem. Que se lhes faculte sempre essa opção; mas, que as sociedades organizadas não sejam alijadas de seus direitos pelo privilégio de três ou quatro. 

Opção sexual, religiosa são questões de consciência; assim, tão errado quanto proibir que alguém seja homossexual, se assim o desejar, é impor socialmente a aceitação da prática num ambiente majoritariamente adverso. 

Não sei o que essa juíza e o patrão do CTG querem provar; mas, certamente sua noção de justiça está distorcida. Claro que a ditadura do “politicamente correto” está do lado deles. 

Tradição, como o nome sugere trata da manutenção e culto de costumes atavicamente transmitidos; ninguém é obrigado a gostar. Mas se frequentar ao ambiente, que seja um dos tais. 

Se a aceitação dos gays parece ser uma coisa pacífica em âmbito social, a glamourização é de gosto duvidoso; a imposição de sua idiossincrasia, injusta. 

Com que autoridade pleiteia o direito das minorias quem desconsidera o da maioria? Serão esses líderes os luminares de uma sociedade obscurantista?  Duvido de sua luz, uma vez que sequer sabem a diferença entre inclusão e imposição. 
                 --------

* Centro de Tradições Gaúchas, sociedade recreativa presente em todas as cidades do RS  e em alguns outros estados também.

Encantadores de serpentes



“Odeio, desprezo as vossas festas, vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. Ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como as águas, a justiça como ribeiro impetuoso.” Am 5; 21 a 24   

Quando uma oferta era aceitável a Deus, a Bíblia diz que subia em “cheiro suave ao Senhor”. Aqui, o Eterno está desprezando um culto solene, bem como as oferendas “pacíficas”. 

Havia dois tipos de sacrifícios, o expiatório e o pacífico. O primeiro era associado a uma confissão de culpa, busca de remissão pelo pecado cometido. O segundo, como o nome sugere, pacífico, presumia que o servo estava em paz com Deus. Ofertava em adoração, gratidão por bênçãos recebidas. 

Deus disse: “Corra, porém, o juízo como águas, a justiça como ribeiro impetuoso.” Implica que estava identificando injustiça nos “fiéis”.  Contudo, cultuavam, cantavam no templo em “paz” com Deus.

Sua falta de noção em relação ao Santo os levava a prestarem um culto, ostentação, que agradava e eles próprios apenas. “E oferecei o sacrifício de louvores do que é levedado; apregoai as ofertas voluntárias, publicai-as; porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor Deus.” Cap 4; 5 

Ofertas com fermento eram vetadas, contudo, ofereciam, em atenção ao próprio prazer, invés do Divino. 

Quando o culto se torna um fim, não é melhor que qualquer clube recreativo, onde, as pessoas vão se divertir; na verdade é pior, pois, lá não se profana o nome do Santo.

Quem santifica sua própria vontade, naturalmente rejeita a de Deus e quem  anunciá-la. “Odeiam na porta ao que os repreende, abominam ao que fala sinceramente.”  5; 10 

Esse mesmo mal permeia os cultos modernos de uma igreja, em sua maioria antropocêntrica, ostensiva, pouco afeita à Palavra de Deus.  Os “louvores” que seriam nossa “oferta pacífica” ganham espaços dobrados em relação à Palavra, ou, oração. Muitas letras têm pouco, ou nada, de bíblicas, mas, é o que ensinamos em forma de cânticos. 

Somos radicais “do bem”. Explico: Enquanto radicais islâmicos matam sumariamente aos que recusam abraçar sua fé, nós agradamos educadamente aos mortos que querem se divertir em nosso meio. Matamos também, contudo, somos muito mais civilizados. 

O pregador que opta por ser agradável invés de medicinal, não passa de um encantador de serpentes. Os bichinhos se contorcem inofensivos ao som de sua “música”; vão e voltam de posse de seu veneno. Em tempos como esse, da ditadura do “politicamente correto” e pressão por ecumenismo, isso tende a recrudescer. 

Contextualizar a mensagem é uma boa prática, desde que, isso signifique verter valores eternos para a linguagem corrente; não perverter o que é Santo, para adaptar ao gosto de uma geração perversa, sem noção. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30; 12. 

Paulo falou dos inimigos da cruz; Pedro e Judas dos pastores de si mesmos. Aqueles buscam religião como entretenimento; esses, como fonte de renda, meio de ganhar a vida. 

A definição precisa de nossa função é um tanto diversa. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” I Cor 5; 19 e 20  

Sim, embora não pareça, a questão é de inimizade entre a humanidade e Deus. Enquanto a paz não for refeita mediante Cristo, não há espaço para culto pacífico. 

Ímpios religiosos sempre irritam a Deus. “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos e tomar a minha aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças as minhas palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o mal, a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito,  eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50; 16 a 21 

Exortando sobre a seriedade do louvor sem noção, Salomão o figura como um caminho, um jeito insano de andar. “Guarda teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” Ecl 5; 1

Para quê serve a fé?

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” Heb 11; 6 
 
Se há um assunto que foge à compreensão de muitos, mesmo dos crentes, é o papel da fé. A maioria equaciona com um poder metafísico que faz as coisas acontecerem no plano espiritual e refletirem no material. Entretanto, no texto supra extraído da epístola aos Hebreus ( que dedica um capítulo todo ao tema ) encontramos um fim diverso para a fé; agradar a Deus.
  
Muitos, porém, “provarão” o poder da fé usando palavras de Jesus, que, mais de uma vez disse a certos abençoados: “A tua fé te salvou.”  Embora tal afirmação pareça mesmo endossar o poder da fé como tencionam, há algo mais a considerar. 

A origem de todo o drama humano ensejando a queda foi justo a antítese da fé; o inimigo lançou a dúvida no primeiro casal ( mais precisamente em Eva ) e recebeu crédito. A implicação necessária de aceitar como vera a opção “B” é que  “A” seria falsa. Na origem da dúvida temos o diabo aceito como verdadeiro e Deus blasfemado como mentiroso.
 
Porém, é mais que uma implicação que um teólogo qualquer poderia inferir está expresso na Palavra mediante João: “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5; 10
 
Quando Mateus narra que, “... não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.” Mat 13; 58 Não está apresentando a incredulidade como obstáculo ao Poder de Jesus, antes, uma inibidora da vontade, como disse o mesmo Deus a Eli: “...aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2; 30

A Palavra ensina que a fé é dom de Deus; mas, não se trata de algo seletivo dado a uns e sonegado a outros, antes, um bem disponível a todos. Mesmo ateus que tencionam explicar tudo pelo prisma da ciência recorrem a teorias inverossímeis para a origem da vida, dos planetas, das espécies. Não conseguem demonstrar cientificamente o que afirmam, pois não é ciência, apenas fé. Tais fizeram mau uso do dom de Deus, a fé, porque reféns de uma vontade rebelde. Ademais, crer que toda a ordem e perfeição do que está criado foi obra do acaso requer uma fé maior que crer num projetista poderoso e sábio. Fazem mais força que o necessário para um fim pífio. Assim, não lhes falta fé, apenas, submissão.

Então, a incredulidade vai além de desagradar a Deus; blasfema. E contra uma vontade rebelde temos a indiferença de um Deus irado. “Com o benigno, te mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito. Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras inflexível.” II Sam 22; 26 e 27
 
Quando Jesus ensina: “Tudo é possível ao que crê”, pois, invés de estar ensinando eventual poder da fé está pondo-a como elo na comunhão com Deus; obtido isso, tudo nos é possível, “Porque para Deus nada é impossível.” Luc 1; 37

Quem imagina que o poder de Deus será restringido em si mesmo se não tivermos fé carece repensar o que supõe saber. De que fé precisou Jesus para ressuscitar Lázaro morto havia quatro dias? Por que nasceu João Batista se Zacarias, o pai, duvidou quando foi lhe anunciado? “E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.” Luc 1; 20 Mesmo com Sara foi assim, quando do anúncio da vinda de Isaque.

Em suma, nossa fé “não infrói nem diminói” o Poder de Deus. Apenas, a falta dela demonstra uma vontade rebelde, a qual, Deus não se agrada de encorajar nos abençoando mesmo assim. Afinal, premiar o erro, por melhor que pareça num primeiro momento, no fim, se revelará danoso. Então, quando Deus retém Sua bênção aos incrédulos, no fundo, é apenas um reflexo do Seu amor que não permite embelezar a vereda da morte.

Convém não passarmos por alto, também, certa palavrinha; “possível”.  O fato de algo ser possível não significa que será feito necessariamente. 

Aliás, a fé sadia descansa na Sabedoria e providência Divinas, e trabalha pelo que falta nos domínios humanos, como ensinou o Mestre. “... De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6; 32 e 33

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Corrupção; governantes em pó



“A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a aliança eterna.” Is 24; 4 e 5

Necessário notar que esse contraste entre posição e valor denunciado pelo profeta está diante de nossos olhos. Ocupam lugar de autoridade; os mais altos. Rejeitam a Aliança, Vontade de Deus; então, são moralmente fracos, baixos. 

Porém, o povo da Aliança não era o judeu?  Então essa profecia deve atinar à sorte deles. Não, o escopo de Isaías é global. “A terra pranteia... o mundo enfraquece...”  Ele mirou um tempo como agora, em que a Aliança proposta em Cristo é de conhecimento geral, embora, amplamente rejeitada. 

Um dos conflitos mais vigorosos entre a e Teoria da Evolução e a Revelação Divina reside aqui; Para aquela, estaríamos evoluindo; para Deus, estamos descendo, murchando. As evidências presentes corroboram qual sistema? 

É lógico que, sendo Deus quem É, sabe disso desde sempre. Se a profecia de Isaías pode dar margem a algumas distorções quanto a isso, porém, há outra que é cabal em sua abrangência, e didática em seus meandros. 

O sonho de Nabucodonosor interpretado por Daniel, onde, mediante uma estátua em forma humana, o “progresso” da espécie foi mostrado. A “Escalada” começava com ouro, prata, bronze, ferro e, finalmente, barro.

Se, o Gênesis ensina que Deus nos fez do pó, mas, soprou depois o espírito, para efeito de valor, o “bicho” dos últimos dias voltou  à origem antes do sopro; digo, todo valor agregado foi perdido ao longo da escalada “evolutiva” e estamos ao nível da natureza, dos animais. 

Assim, os reinos do tempo do juízo por um lado foram vistos como dedos dos pés da estátua; sua posição em termos de valor; por outro, como dez chifres, símbolos de poder; agora, a função. Ou seja: Mesmo não valendo nada ante Deus, chefiam aos humanos, governam.

Isso corrobora o dito de Isaías: “Enfraquecem os mais altos da Terra”. Se há particularidades no meio, não é o foco agora.

Desgraçadamente, os poucos homens de bem que há, a cada dia firmam mais a certeza que são governados por gente muito pior do que eles.

Sempre que um escândalo de corrupção vem à tona, presto os envolvidos culpam o sistema, cogitam mudar as leis... Segundo Isaías a origem da corrupção é fruto da alienação dos valores de Deus; a culpa de cada um, não pode ser diluída. “A Terra está contaminada por causa de seus moradores.” 

Agora que, com fito de obter o benefício da delação premiada, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás começa a dar o serviço o que se passava na empresa, alguns protestos se ouve. Bradam que a CPMI deve investigar. Ora, desde que nasceu essa coisa todos sabiam que não daria em nada, era para inglês ver. Agora sabemos por quê. Entre os nomes listados pelo denunciante como beneficiários do esquema estão: Renan Calheiros, e Henrique Eduardo Alves; presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, e “responsáveis” pelas investigações. Não sei por que, mas, ninguém está surpreso. 

Ontem a presidente e candidata Dilma jactou-se que a coisa foi descoberta pela Polícia Federal, órgão de seu governo que está investigando. Ora, o que ainda não foi aparelhado pelo partido, felizmente; senão, iria para baixo do tapete também. 

A totalidade dos citados tem foro privilegiado; Serão julgados pelo STF. Alguém confia naquela casa após a saída de Joaquim Barbosa? A maioria imensa dos ministros foi indicada pelo PT; partido da “cosa nostra”. 

A quem recorreremos para que se faça justiça? Oséias viu algo semelhante em seus dias; Os seus chefes dão as sentenças por suborno, os seus sacerdotes ensinam por interesse, os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras e o monte desta casa como os altos de um bosque.” Os 3; 11 e 12 

Ali o alvo era sua nação, sem dúvida; mas, impressiona como serve para descrever nossos dias também. O desleixo humano ensejou um “portanto”, que seria a intervenção Divina.

Por aqui, se Ele não intervier, seguiremos vendo as raposas julgarem às galinhas. Agigantarem-se as forças nas mãos dos maus; Como disse Ruy Barbosa. 

Porém, aos poucos fiéis que entraram e permanecem em Aliança com Deus, serve uma exortação antiga.  Levantai-vos, e ide-vos, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundície que traz destruição, sim, destruição enorme.” Miq 2; 10