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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Mortais Mentirosos

“Está morto; podemos elogiá-lo à vontade. (Machado de Assis)

Comentaristas usam dizer que goleiro e juiz só se elogia depois que o jogo acaba. Suas funções são de relevância tal, que, uma falha bisonha apenas, colocaria um eventual bom desempenho, a perder.

Li alguém interpretando a frase de Machado de Assis e dizendo ser essa a ideia; só se elogia abertamente a alguém depois que morre; pois, o tal estaria impedido de cometer desacertos que maculassem nossos elogios.

Atrevo-me a pensar que não era isso que o ilustre escritor tinha em mente. É fato inegável que as pessoas tendem a certa “vista grossa” para os defeitos de alguém recentemente falecido; enquanto, são pródigas em exaltar às qualidades. “As pessoas ficam boas quando morrem;”, dizem.

Se, elogio alguém o faço em relação ao que conheço dele; não pretendo que meu encômio o coloque numa saia justa que o impeça de falhar para que minha opinião não se revele igualmente, falha.

Se, elogiasse apenas a um que não mais pode falhar pela ausência de ocasião, em virtude da morte, não seriam as suas qualidades que estariam em relevo, mas, meus defeitos; presunção de infalibilidade, orgulho. Seria digno que o finado se levantasse do esquife e vaiasse minha miséria moral.

Desgraçadamente o homem não consegue praticar o preceito Bíblico; “Chorai com os que choram; alegrai-vos com os que se alegram.” Especialmente, a segunda parte. Conheço gente que se remorde inveja quando outro melhora de moradia, carro, ou, outro bem qualquer. É visível o mal estar de muitos, invés de se alegrarem com as conquistas de seus semelhantes.

Efeito colateral dum foco desviado no sentido da vida; invés da salutar coexistência, a predadora e voraz competição. O outro deixa de ser meu semelhante vira uma coisa, que eu posso usar se, me trouxer alguma vantagem.

Por essa insana lupa, quando alguém morre deixa de ser uma “ameaça”; enfim, podemos elogiá-lo (a) à vontade.

A Palavra de Deus evidencia a causa: "Também vi eu que todo o trabalho, e toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade e aflição de espírito.” Ecl 4;4

Mais que exaltar às qualidades do que partiu muita “boa intenção” perde a noção do ridículo; atreve-se pródiga numa senda que desconhece; a dizer para onde foi no além, aquele que já não incomoda à sua inveja. Se o que foi jogava futebol, agora “joga pra Jesus”; se era cantor, canta nos Céus; se, poeta, recita para os anjos, etc.

Quem disse a morte é sinônimo de salvação? Que, não importam as escolhas que alguém faça, quando vivo, mas se morreu está com Deus? A Bíblia, autoridade Divina sobre os dois lados da vida não ensina assim em lugar nenhum; que à morte sucede a salvação, antes, “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” Heb 9;27

Esse Juízo será segundo Deus e Sua Palavra, não segundo meus desejos voláteis, movediços.

Uma coisa é respeitarmos a dor dos enlutados; se possível abrandarmos à mesma, invés de aumentarmos; outra, porém, é sair como papagaios repetindo asneiras sem pé nem cabeça pensando que, em momentos de dor as mentiras estão liberadas. Não é assim.

Quando alguém morre significa que sua redoma de tempo e espaço para encontrar a Deus quebrou-se; acabou. Com o que fez até então, comparecerá perante O Criador. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós.” Atos 17;26 e 27

Por contraditório que pareça, Deus não aprova aos que “Fazem o bem”, antes, aos que fazem Sua Vontade. Para conhecê-la deveras, carecemos romper com tantas coisas... “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Vá a um cemitério e verás; 99% dos sepulcros terão uma estrela assinalando o nascimento; uma cruz à morte. Uma clara intenção de identificação com Cristo.

A "Estrela de Davi" brilha pra mim quando O recebo arrependido; a Cruz tomo ainda em vida quando decido obedecê-lo. O que outros fizerem ou disserem de mim após minha morte não vale nada para efeito de salvação. Pra isso é necessário nascer de novo, não, morrer.

Então, “... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação...” II Cor 6;2

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Jesus pregou aos mortos?



“... mortificado... na carne, mas vivificado pelo Espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água;” I Ped 3; 18 a 20 

Essa passagem, certamente é uma das mais polêmicas da Bíblia. Por não ser categórica, clara, tem dado azo às mais diversas posições. 

Uns defendem que a “Pregação” seria uma proclamação de Sua vitória sobre a morte, para espíritos caídos simplesmente, sem  mensagem de salvação. Outros, que em qualquer circunstância, o evangelho é pregado aos mortos, dado que, sem ele todos se encontram  mortos.  Uma terceira posição advoga que “prisão” é a condição dos espíritos hoje; os que não creram nos dias de Noé.  

Afinal, acreditam, seria herético defender que haja salvação a ser anunciada a espíritos desencarnados, dado que, Hebreus 9; 27 diz que, “ao homem está ordenado morrer uma vez, depois, o juízo.” etc. 

Imaginar ter solução para algo tão complexo, seria pretensioso; entretanto, dar minha opinião, sem ser dogmático, acho que posso.

Não me parece necessária uma proclamação aos anjos caídos,  da Vitória do Salvador sobre a morte, em forma de pregação, dado que, “deles triunfou e expôs publicamente na Cruz.” Como ensinou Paulo.  Col 2; 15  

A defesa genérica que em qualquer circunstância se prega a mortos tornaria inútil certa afirmação subsequente de Pedro que inclui os mortos invés de generalizar; “Porque por isto foi pregado o evangelho ‘também’ aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito;” Cap 4; 6 Se há diferença entre os “mortos” e os homens na carne, certamente, não se trata dos mesmos, de modo que a premissa da generalização da morte não se sustenta.

Que trata de espíritos antediluvianos o mesmo contexto expõe; mas, teria Noé pregado o evangelho antes do mesmo existir? Afinal, a “Boa Nova” veio, de fato, após a cruz. Antes, seria profecia.   Certo é que, todos os profetas idôneos falaram pelo “Espírito de Cristo” sem o qual, sequer profetas seriam. Contudo, concluir que isso embasa que Ele foi em Espírito quando cada profeta falou é forçar. Um profeta fala comissionado por Deus, mas, não é Deus. 

Então, como admitir que O Senhor pregou a espíritos em prisão sem atropelar a Hebreus 9; 27? 

Se, Pedro não foi bem claro sobre tais espíritos, alvos da pregação, o foi, quanto ao método; “... para que... fossem julgados segundo os homens, na carne, mas, vivessem segundo Deus, em espírito.” Como são julgados os homens em relação ao Evangelho? “ Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado.” Mc 16; 16. 

Poderiam, eventuais espíritos que estivessem num lugar intermediário entre Céu e Inferno crerem na vitória de Cristo sobre a morte e decidirem, após, obedecê-lo? A resposta é; sim. 

O texto de Hebreus não pretende ser um dogma sobre a necessidade de morrer um vez, ( Elias e Enoque não morreram ) mas, serve como “escada” a outro argumento paralelo. “assim como os homens morrem e são julgados, também Cristo aparecerá sem pecados, ( o Seu Juízo ) aos que O esperam para Salvação.

Ademais, o juízo geralmente se refere a atos humanos, em face a determinados mandamentos; porém, quais conheciam os aludidos antediluvianos?   

Paulo chega a fazer uma terra arrasada meio “injusta” antes de Moisés. “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas, o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés; mesmo sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.” Rom 5; 13 e 14 

Diz que o pecado não fora imputado por não haver Lei; entretanto, seu “salário”, a morte, fora “pago”.  Definiu isso como reinado da morte. 

Embora o contexto da afirmação que, “Deus não toma em conta os tempos da ignorância” atine à idolatria dos gregos, acredito que sua abrangência seja maior. Por amor à justiça, do “Juiz de toda a Terra”, como definiu Abraão.   

Assim, penso que a mesma razão demanda um anúncio global do Feito de Cristo antes do Juízo, como Ele mesmo Vaticinou. “Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” Mat 24; 14  

Que se entenda que não estou postulando uma salvação após a morte doutrinariamente; antes, que naquele caso específico pareceu bem ao Eterno dar oportunidade de crerem para a salvação aos que foram sumariamente executados antes, e durante, o dilúvio.