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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Medo da chuva

“Até que se derrame sobre nós o Espírito do alto; então o deserto se tornará campo fértil, o campo fértil será reputado bosque. O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 15 a 17

Isaías apresentara um cenário de desolação, que perduraria por muitos dias, até, o advento Bendito do Espírito Santo, que ensejaria as transformações supra alistadas. Haveria um “upgrade” em ambas as paisagens; o deserto tornar-se-ia campo fértil, o campo fértil, bosque.

Embora as imagens sejam da flora, trata-se de uma linguagem poética, figurando a mudança nas pessoas, pois, Seu Agente, O Espírito Santo, sobre elas desceria, não sobre o deserto estritamente.

Adiante, o mesmo profeta, mostrando efeitos da Obra de Cristo usa de novo árvores como tipos humanos, diz: “Porque com alegria saireis, em paz sereis guiados; os montes e outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro crescerá a faia, em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.” Is 55; 12 e 13

Mas, o que faria determinado pecador ser um deserto, outro, um campo fértil, inda antes da ação do Espírito Santo? Bem, para efeito de juízo estamos todos no mesmo nível, sem Cristo: Mortos. Contudo, há diferentes índoles, corações, mesmo no âmbito natural. O senhor ilustrou isso como sendo, uns, terrenos duros, espinhosos, pedregosos, outros, boa terra. Os primeiros tipos de relevo assemelham-se ao deserto.

Contudo, a Semente da Palavra é lançada sobre todos; os que a receberem e frutificarem, não importando as condições pretéritas, serão reputados férteis. A Epístola aos Hebreus lança mão também, desse figura, vejamos: “Porque a terra que embebe chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas, a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6; 7 e 8

Uma vez mais, o objeto em apreço é o coração humano e sua resposta à Palavra de Deus, usando a terra como figura. Então, a mensagem de Isaías é que, os corações de boa índole seriam ampliados e frutificariam muito em consórcio com O Espírito Santo; mesmo os maus, que tivessem a graça de se arrependerem, seriam mudados em suas inclinações, e se tornariam espiritualmente produtivos.

Entretanto, mesmo após esse derramamento bendito, o deserto seguiria existindo, notemos: “O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil.” Juízo é um julgamento estrito; justiça uma maneira de agir.

Quem crê no Evangelho entende o Juízo de Deus sobre o pecado, sai de sob ele, mediante Cristo; deixa o deserto, se torna fértil, passa a ter compromisso com a justiça em seu modo de agir. Quem resiste, duvida, segue desértico, morto, debaixo do juízo, que habita no ermo.

A consequência de receber O Espírito Santo mediante aceitação da Palavra, é paz. Não, horizontal; depois do Evangelho muito sangue se derramou, perseguindo-se seus signatários, ou, falsos cristãos usando Deus como pretexto. A paz aludida é a reconciliação com Deus, não obstantes, os efeitos colaterais.

Tendo meditado sobre consequências da obra Bendita de Jesus Cristo e do Espírito Santo, os dois substantivos em realce são: Juízo e justiça. Muitos devaneiam com facilidades inexistentes, malversando a Graça de Deus. O fato de Ser Amor, não O faz permissivo com o pecado, como pai omisso que faz vistas grossas aos descaminhos de filhos rebeldes.

“A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. Também o Senhor dará o que é bom, a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas pisadas.” Sal 85; 10 a 13

Se, nossa incapacidade pra salvação demanda o prefácio da misericórdia, habitados pelo Espírito Santo somos desafiados a andar no campo fértil da justiça; “A justiça irá adiante dele, nos porá no caminho das suas pisadas.”

Quem se ocupa deveras disso, tem tantos maus hábitos pra deixar, que não lhe resta tempo, tampouco, insanidade pra sair determinando, ordenando, tomando posse, da prosperidade, como está na moda.

Se recebeu a Ditosa chuva do Espírito entende que o fim é dar frutos, não, colher. Semear pra que outro colha, a bem do Reino.

O que move-se ao aguilhão da avareza, egoísmo, malgrado o que o cerca em seu existenciário, inda jaz no deserto. Prefere a máscara da imitação rasteira pra disfarçar o medo da chuva.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Motim no Reino



“Porque o trono se firmará em benignidade, sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, busque o juízo, se apresse a fazer justiça.” Is 16; 5 

Claro que esse trono profetizado  atina ao “Filho de Davi”, Jesus Cristo. Alguns substantivos alistados servem para dar a “mostra do pano”. Benignidade, verdade, justiça. 

Suponhamos, por um momento, que um governo humano, do partido que fosse, uma vez eleito, laboraria tão somente para exercitar esses atributos; quem desejaria algo melhor? Ou; ousaria fazer oposição a valores tão nobres? Certamente, alguém, ao qual, tal coisa incomodasse. Sim, mesmo os mais altos valores incomodam diretamente proporcional à vileza dos incomodados. 

Afinal, o Reino de Deus não sofre oposição mais ferrenha que qualquer governo? Vamos escrutinar um pouco os “males” dele.

Benignidade: Qualidade de quem visa, pratica, promove o bem. Embora, bem, pareça ser uma coisa óbvia numa avaliação superficial, amiúde, não é  assim. Ouso afirmar que, se perguntássemos numa pesquisa entre pessoas comuns sobre o ser, do bem, mais da metade delas responderia errado, confundindo com, bom. Não é a mesma coisa? Absolutamente. 

O bem atina a um alvo duradouro; nesse fim, pode lançar mão de meios que não são bons. O bem produz um resultado, o bom, uma sensação.

Por exemplo: Uma cirurgia para remoção de um apêndice infeccionado é bom? Não. É doloroso. Mas, o resultado dela, se bem sucedida produz um bem; restauração da saúde. Por outro lado, fartura de frituras, guloseimas, chocolate, e afins, perguntemos ao guloso se acha bom. A resposta é óbvia. Entretanto, resulta em obesidade, diabetes, etc. tantas coisas que nem de perto podem ser classificadas como, bem. 

Não estou esposando a ideia que Deus não é bom. Antes, que Sua prioridade é  nosso bem, mesmo que, isso demande certas dores. Ele mesmo, encarnado, foi o “Homem de dores”.

Claro que o alvo não é a dor em si, antes, o resultado que produz. “Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7; 3 Ninguém dirá que mágoa, tristeza, é bom; contudo, qualquer um admitirá que um coração dócil, empático, solícito, é um grande bem. 

Desse modo, também Paulo abstraiu o mal das dores em atenção ao resultado do “tratamento”. “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” Rom 8; 28 Acho que, sobre bem e bom, já basta. 

Verdade: Outra palavra muito mal compreendida, e, não raro, confundida com opinião. Quantas vezes deparo com: “Cada qual tem sua verdade”. Como é que é, cara pálida? Quer dizer que existe mais que uma? Não!! Verdade é um bem absoluto, tanto quando nos favorece, quanto, quando nos prejudica. 

O que cada um tem são opiniões, preferências, inclinações. O Salvador disse: “Eu sou... a verdade...”  Muitos não creem, ou, não gostam Dele. Isso O faz mentira? Paulo pensava diverso: Pois quê? Se alguns foram incrédulos, sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso;...” Rom 3; 3 e 4 Aqui temos o primeiro problema com a verdade; somo maus; ela tem mania de mostrar isso. 

O Senhor usou muitas vezes um jeito singular de falar:  “Em verdade, em verdade, vos digo;” Diverso dos profetas que falavam: “Assim diz o Senhor!” Ele era direto: “Eu vos digo”, porque É Ele O Senhor. Disse mais: “Eu e o Pai somos UM”, e “O testemunho de dois é verdadeiro”, evocava Os Dois ao dizer: “Em verdade, em verdade...” 

Erram ao afirmar que verdades mudam à medida que a ciência avança. A percepção muda; a verdade é absoluta. 

Lembro fragmentos de duas canções. “mente pra mim, mas, diz coisas bonitas...” ( Aguinaldo Timóteo ) Desprezaria  a verdade em troca do bom, a mentira agradável. “falso, preciso ser mais falso, a verdade gera confusão”; essa não lembro quem cantava, mas, vemos que em geral a humanidade não lida fácil com a verdade. 

Como seria uma campanha política onde somente se falasse a verdade? Talvez, o início do plantio do terceiro substantivo, justiça.

Embora a diversidade seja boa quando atina à cultura, estética, temos seu lado nocivo nos campos da moral. Noções diversas, parciais, de justiça; boa quando  favorece; indesejável quando  pune. 

A imensa maioria se opõe a Deus, pois, em seu egoísmo devaneia com um reino paralelo onde as aspirações de um doente moral, caído, se sobrepõem aos valores eternos. 

O Reino será estabelecido, benigno, verdadeiro e justo. Eventuais opositores não passam de amotinados. “Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs?” Sal 2; 1

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Biografiia espiritual

“Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias.  E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai.” II Rs 18; 2 e 3

Com esse texto, o cronista começa a narrar o reinado de Ezequias. Forma comum, aliás, sempre que nova biografia fosse escrita; fulano tinha tal idade quando começou a reinar, e fez o que era reto, ou, mau, perante o Senhor.

Diferente das biografias de celebridades que contam peripécias desde o nascimento, a dos reis de Israel começava sempre que chamados por Deus. Embora tais não fossem homens espirituais, como se pretende os do “novo nascimento” em Cristo, já se via como é escrita a história dos salvos: Começa após o chamado de Deus; os feitos pretéritos, absolutamente, não interessam.

Mesmo quanto ao Senhor, há apenas relatos sobre seu nascimento, uma menção aos doze anos, de resto, a informação genérica que crescia em graça e sabedoria, ante Deus e os homens. No tempo de Deus, entrou em cena, e não saiu mais.

De Paulo, o maior dos apóstolos, apenas o incidente da morte de Estevão é mencionado antes da viagem onde se deu sua conversão. Foi ele, aliás, que chamou os atenienses a Cristo, dizendo que Deus desconsiderava o passado destes; Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17; 30

Exortando os romanos a andarem em novidade de vida, Paulo desafia-os a trazerem à luz, algum fruto do passado, se é que alguns se inclinavam a viver ainda daquela forma; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6; 20 e 21
 
Então, se o passado de um pecador o envergonha em face do novo nascimento, é uma graça extra de Deus, que ele  não conste em nossa biografia.

Entretanto, a conversão tem sido tratada de modo tão superficial, que sequer existe esse “divisor de águas”, entre o passado de erros, e a novidade de vida. Na maioria dos casos se verifica mera adesão eclesiástica, ou, sequer isso; apenas o rótulo de cristão, vivendo cada qual à sua maneira.

Conversão é algo sério, traumático; ruptura, novidade de vida! O abandono da nossa visão da vida, pela versão de Deus! “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele;…” Is 55; 7

Deus se dispõe a apagar nosso passado perdoando; mas, não,  abonar erros deliberados, ignorando. Alguns têm agido como se mudar o rótulo alterasse o produto; não! Nada muda, exceto a informação aparente que passa a ser uma mentira. Aquele que se diz cristão sem mudar de vida faz o mesmo; acrescenta aos seus pecados de antes, o da hipocrisia.

Argumentos em defesa de erros, tipo; eu nasci assim, ao invés de “santificarem” o erro, apenas identificam o hipócrita, que não nasceu de novo; quer andar segundo os instintos naturais, e exibir credenciais espirituais. Ante Deus, sua biografia sequer começou a ser escrita.

Biografia é história de vida, não contos de morte! Paulo ensina: “… quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” Ef 4; 22 a 24

Precisamos considerar, em âmbito ministerial, que a rejeição e perseguição do mundo identifica os servos de Deus, antes, que o aplauso. Sem essa escusa barata, porém, de descumprir até a imperfeita lei dos homens, e depois se dizer perseguido; a promessa de bênção incide sobre os que são vítimas de mentira, não réus transgressores; “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.” Mat 5; 11
 
Ainda que aceitação social seja agradável,  a aceitação Divina que é vital; ademais, a biografia espiritual, é escrita no céu; Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; e o Senhor atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.” Mal 3; 16 e 17

Antes de nossos feitos registrados, é preciso nosso nome no livro de registros celeste, como ensinou o Salvador; “…Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3; 5

Ainda que tenhamos vivido muito, sem a “marcas de Cristo”, seguimos mortos.
“Nada é menos digno de honra do que um homem idoso que não tenha outra evidência de ter vivido muito exceto a sua idade.” Sêneca