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domingo, 5 de julho de 2020

A Profilaxia da Dor


“Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18

Sendo, o conhecimento consorte da dor, não seria mais “sábio” optar pela ignorância, para não sofrer; tipo: “O que os olhos não veem o coração não sente?”

Falando em Atenas, berço dos filósofos, Paulo disse que “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Assim, essa “inocência” viria de lambuja, além da ausência da dor... Como será que se emburrece, depois de ter aprendido um pouco?

Com outras falas o mesmo sábio apresentou a progressão da sabedoria como feitora de dias piores; “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10
Ou, aquele dito sarcástico, “Quanto mais conheço os seres humanos mais gosto do meu cachorro.” O que é isso, senão, uma forma oblíqua de dizer: Quanto mais conheço os humanos, mais maldades encontro?

Em plena agonia da Cruz, O Salvador orou por Seus algozes nesses termos: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem!” Não são poucas nem desprezíveis, as “vantagens” da ignorância, pois.

Seria preciso uma maquininha desmemorizadora como aquela do filme MIB, que apagava lembranças, para quem já aprendeu um pouco.

Elaborar um texto assim dá trabalho; a qual fim? Levar uma centelha de luz alhures, para que, eventual beneficiado por isso sofra ainda mais? Deu vontade de parar...

Se, a mesma Palavra oferece tantas atenuantes à ignorância, por quê exorta-nos à busca da sabedoria?

Diz: “Melhor é a sabedoria que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela. Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos. Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto que o ouro, que o ouro refinado, e meus ganhos mais do que prata escolhida.” Prov 8;10, 11, 18 e 19

Agora bateu a dúvida; não sei se me esforço por emburrecer, ou, aprender um pouco mais...

Um dos sinônimos ao adjetivo “melhor” que a Sabedoria usa em seu argumento é, “Superior”.

Acontece que a superioridade pode ser apenas sensorial, ou real.

Há diferença entre bom e bem. Aquele apela aos sentidos aos quais seduz, mesmo que na realidade faça mal; como certas doçuras e gorduras ao diabético, por exemplo, que, mesmo o paladar achando bom, para a saúde fará mal, não será um bem.

Dessa estirpe é o “bom” da ignorância; que ensejando uma sensação boa, ou, evitando a advento de uma ruim, a dor de ver as coisas como são, faz mal à saúde da alma que foi criada para a sabedoria, a luz.

Quando Paulo disse que Deus fazia vistas grossas ao tempo da ignorância referia-se ao passado que estava disposto a perdoar; mas dali em diante desafiava ao arrependimento e adesão a Cristo.

Por mais livramentos de dor que a ignorância possa trazer, eventualmente, no final do caminho será feitora de dores eternas, perdição às suas presas. “O meu povo foi destruído porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

Por quê o inimigo se esforçaria na arte de cegar suas vítimas se, a cegueira não servisse cabalmente ao seu propósito assassino? “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4

Certa vez, em Torres, um irmão que pensava que eu tinha dons nessa área, do entendimento me pediu uma espécie de “receita” como se eu tivesse.

Respondi que não tenho nenhuma, mas a Bíblia traz algumas pistas de como Deus escolhe; “Filho meu, se aceitares Minhas Palavras, e esconderes contigo Meus mandamentos, para fazeres teu ouvido atento à sabedoria; inclinares teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos...” Prov 2;1 a 7

É Deus que dá e estabelece as condições. Ao alcance de qualquer um que se adequar às coisas listadas acima.

“Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim se revelará caminho da morte” Prov 14;12 Se o sentido se verificará no fim, não durante a caminhada, tanto os “bons” de agora podem ser letais, quanto as renúncias serão vitais. As dores da cruz serão ínfimas comparadas às da perdição.

Desgraçadamente, quem mais teme à dor fugindo dela nos prazeres ilícitos, mais dores terá no porvir.

sábado, 30 de maio de 2020

A Riqueza Desprezada


“... Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Quando distinguia o “Bom Pastor” dos mercenários O Salvador disse que Aquele daria Sua Vida pelas ovelhas; o outro fugiria ante perigos, pois, seu cuidado era consigo mesmo.

O Próprio Senhor ensinou que se deve calcular os gastos antes de se começar algo; “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não podendo acabar, todos os que virem comecem a escarnecer dele Dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo à guerra contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz.” Luc 14;28 a 32

O Mestre deixou explícito qual o custo do serviço a Ele; “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” V 33

Triste quando vemos alguém que perambulou pelos ambientes da salvação, até deu alguns passos, eventualmente, depois volveu ao lixo. Deus o quis e ainda o quer salvar. Dizemos; mas do jeito que vai, o canhoto o matará. Acontece muito, infelizmente. Gente que se dispõe a receber o que Deus oferece, contudo, recusa as condições. Querem o Céu sem o ingresso, a cruz; o único lugar a que se vai sem essa é à perdição.

Ora, se o mero discipulado demanda a renúncia de tudo, o que dizer do pastoreio? Pedro abordou isso também; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;” I Ped 5;2 Por um lado tolhe a ganância; por outro, exorta ao ânimo voluntário, a entrega.

Dois sintomas de doença espiritual saltam aos olhos dos que “se aproximam de Deus” por interesses materiais. Primeiro: Não creem nas riquezas oferecidas em Cristo; se crescem não estariam fazendo mandingas e esforços vários por coisas meras que o braço do trabalho logra conseguir; segundo: Atuam na contramão dos ensinos sadios como se, Deus fosse manipulável, se impressionasse com religiosidade oca, invés de conversão e caráter transformado; como políticos corruptos se impressionam com povo. Portam-se como cegos ao próprio cinismo.

Ora a riqueza à qual o traidor mor nos quer fechar os olhos, não é material, mas aquela eterna, que acena com O Ser Bendito do Rei dos Reis, não as coisas que Ele dá; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Notemos que a cegueira é de entendimento, a visão no âmbito espiritual que, deixa patente o Projeto Divino.

O labor do Salvador é de regeneração; originalmente o homem também fora À Imagem de Deus, restaurar isso é a riqueza buscada pelo Eterno; bens, e até mesmo a falta deles, devidamente suprida por uma fé inabalável, são meios em direção a esse bendito fim. Escritos sapienciais antigos já advertem: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Paulo ensinou a lidar com os dois lados da moeda no que tange às circunstâncias, posses ou falta delas, e até, saúde; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade.” Fp 4;11 e 12

Se, lapsos eventuais não lhe abalavam a fé, faltas espirituais dos discípulos deixados onde passara incomodavam; “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29
Enfim, verdadeiros pastores sofrem o “vitupério de Cristo” por amor ao rebanho. Os outros vendem feijões mágicos, fogueiras santas, curas, etc. por amor ao dinheiro. Quem escolhe aos falsos também tem sua culpa, a identificação.

“Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Essa é a riqueza lícita que poucos buscam; “Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;11