Mostrando postagens com marcador Soren Kierkergaard. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Soren Kierkergaard. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de abril de 2016

Pelados a Rigor

Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.” Nélson Rodrigues

Frequentemente se ouve que religião e política não se discute. Depende o que se considera discutir. Alienação nesses casos empresta penas de ganso aos travesseiros dos falsos profetas e corruptos. Se, por discutir entendemos debater racionalmente, buscando entender causas e consequências, pode ser produtivo, iluminar.

Porém, se a coisa resumir-se a mero apego apaixonado, melhor evitar mesmo. O apaixonado é como o corno que, advertido, se volta contra quem o avisa, invés da devassidão da esposa infiel.

Em que consiste a paixão? Oriunda do latim, passionis, que significava "passividade", "sofrimento...” Em suma, é um estado de ânimo que não tenho, antes, ele me tem; à medida que, sob sua influência não mais domino as ações. Como um paciente no hospital, (palavra da mesma raiz) estou totalmente a mercê de médicos, enfermeiras.

Geralmente nos apaixonamos por algo quando nos parece belo, desejável; no prisma religioso, um mensageiro fiel há de chamar seus ouvintes à cruz; não soa simpático isso. Embora seja medicinal, ensejando saúde espiritual nos que lhe ouvem, jamais gerará paixões, por sua gravidade, sobriedade. Um falso profeta que promete o Céu na Terra conseguirá defensores apaixonados.

Se, o escopo for político, menores as chances, de um sujeito ético, probo, que tem que lidar com uma realidade adversa ensejará paixões; probo que é, será verdadeiro; dirá de antemão das medidas amargas que tomará se eleito; por isso, tende a não ser.

Assim, quanto mais safado, desonesto intelectual for o postulante, maiores as chances de atrair seguidores apaixonados. Soren Kierkergaard disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e uma boa dose de mentira.”

Assim, aos olhos de um povo cretino, quanto mais cretino o líder, mais amado. O fato de que muitos políticos de sucesso são mentirosos, não é exclusivamente reflexo da classe política; é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o impossível somente os mentirosos podem satisfazê-las.” (Thomas Sowell)

Se alguém está pensando, a esta altura, que isso explica o sucesso eleitoral de Lula e Dilma, explica. As amplas e comprovadas denúncias da infidelidade de ambos, só tem aquecido mais seus defensores apaixonados, que mesmo em pleno Palácio, não se furtam de ameaçar pegar em armas, invadir propriedades, boicotar avenidas, “incendiar o país” como dizem, em “defesa da democracia”.

Ora, nada de inconstitucional está sendo tramado; se estivesse, como conviria, no caso, não seria de domínio público, tampouco, com rito estabelecido pelo STF, como foi o processo do impeachment. Os líderes que ascenderam nas asas da mentira, como abririam mão dela agora, que, por estarem “no pincel” precisam seu amparo desesperadamente?

Se Lula e Dilma dissessem que as “Pedaladas Fiscais” não existiram, e fosse possível comprovar isso, ou, ao menos, verossímil, seria uma defesa aceitável, algo a se investigar, debater. Agora, dizer que, existindo, não configuram crimes de responsabilidade, contrariando ao texto constitucional, e que, portanto, impeachment “é golpe”, tecnicamente significa incorrer noutra culpa que também é passível de impedimento: Improbidade. Basta ler o texto constitucional.

Mas, quem tolera de dentro do palácio governamental, ameaças à ordem social, pior, estimula ao açodar ânimos apontando uma ilegalidade que inexiste, como se poria a pensar em coisas comezinhas como probidade, idoneidade? Como alguém que, ao cair na areia movediça afunda mais rápido, tanto quanto, mais se debate, assim o PT, quanto mais “se defende”, mais culpado se faz.

Os métodos “democráticos” ao buscarem apoio também estão revelando que eles pretendem se lavar com lama. A aprovação do impedimento acabou se tornando questão de tempo. Não se trata de paixão política por adeptos de um partido oposto; antes, indignação cívica, apartidária, de cidadãos revoltados com tanta corrupção, roubalheira, cinismo e incompetência.

Sabemos das ladroeiras grossas do PMDB, virtual herdeiro do poder, mas, a sujeira petralha é tanta, que nos sentimos como assistindo certos filmes, onde, a própria polícia corrupta coordena a máfia, e acabamos torcendo para os bandidos.

Entretanto, um carro andando a 180 km por hora, caso decida parar, não o fará de chofre; carecerá, além de bons freios, uns 40 ou 50 metros de pista para alcançar seu objetivo. De igual modo, gente desordeira, treinada em causar destruição como são as milícias vermelhas, excitadas como estão, não irão para seus redutos lamber feridas e repensar rumos. 

Teremos violências, mortes, sangue inocente correrá, graças ao estímulo de canalhas, irresponsáveis.


Eles estão nus; mas, seus defensores apaixonados acusam aos 90% restantes de desrespeitarem as regras do campo de nudismo. Errado para eles, é estar vestido. Seus líderes estão certos. A culpa é do Moro.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Mais do mesmo? Depende do "mesmo"

“Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23;9 “O tolo desprezará à sabedoria...”

Ora, se é mesmo um tolo, carece desesperadamente; entretanto, por ser o que é, falta-lhe condição de identificar traços de Sophia.

Assim como um cachorro festeja a chegada de quem conhece, e late denunciando ao estranho, comporta-se o tolo, aplaudindo tolices, e rejeitando sabedoria. Seu “aferidor” é identidade unicamente. Como sairá dessa prisão?

A curiosidade, o desejo de aprender coisas novas, conhecer, enfim, o reconhecimento de nossa própria ignorância, é indispensável ao nosso crescimento.

Sócrates: “Tudo o que sei, é que, nada sei.” Shakespeare: “Há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vá filosofia”; Bernard Shaw: “Quando penso nas coisas como são, pergunto: Por quê? Quando penso nelas como não são, pergunto: Por quê, não?” Essas breves citações mostram homens sábios com sede de aprender.

“Os melhores homens que conheci – disse Spurgeon – estavam descontentes consigo mesmo, no afã de se tornarem melhores, em caráter, conhecimento...”

Ao tolo soa natural a preservação de seu “habitat”, igualmente ao sábio, seguir sua excursão além do conhecimento adquirido em busca de mais.

Ensinar sabedoria ao tolo é dar-lhe o que não quer, pensa que, sequer, precisa. “Não respondas ao tolo segundo sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.” Prov 26; 4 e 5

Parece que a ideia do conselho é apenas deixar patente a estultícia do tolo, abalar sua confiança, embora, amiúde, seguirá sendo o mesmo, nada aprenderá.

Sócrates dizia que, a retórica dos sofistas era obreira da persuasão; produzia crença sem ciência; fé, sem entendimento. Assim, discursos com esse alvo, fazem prisioneiros, não, esclarecidos.

Sören Kerkergaard disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentira.” Se alguém pensou numa explicação para o sucesso de safados como Lula, Edir Macedo e assemelhados, pensou bem.

Entretanto, de nós, cristãos, dizem coisas semelhantes. Que a fé é cega, as pessoas são induzidas a crer sem entender, confiar piamente na fala de seu líder, etc.

Bem, que isso acontece é inegável, tanto que citei o “Salomão” do novo templo, acima. Mas, que essa seja a Vontade de Deus, ou, Seu ensino, se pode facilmente contestar, usando Sua Palavra.

Ouçamos: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote...” Os 4;6 “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7 “Rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que, experimenteis a boa, agradável, perfeita, vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2 etc.

A Fé toca o invisível, mas, não ofusca, amplia o entendimento; “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb 11; 3

Paulo rogou por essa luz que dá entendimento: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria, revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação; quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1;17 e 18

Mas, inevitavelmente voltamos ao ponto de partida: Como dar sabedoria a quem acha que já possui, mesmo sendo tolo? Como abrir o entendimento de quem pensa que já entende tudo?

Se observarmos o Sermão do Monte, a primeira bênção foi dada aos “pobres de espírito”; Isso tem sido malversado por gente safada, como se, a pobreza em questão fosse de posses materiais e a Bíblia endossasse atos injustos em “favor dos pobres” como ensinam alguns.

Pobre de espírito no contexto, é quem reconhece que tem carências espirituais, precisa aprender nesse prisma. Só quem tem essa disposição interior pode se tornar discípulo do Senhor.

As características humanas, como plantas, tendem a crescer; aí, temos alguns agindo como sábios duvidando de seu próprio conhecimento, e os tolos completamente seguros de sua “sabedoria”.

Sabedoria até tenta nos legar riquezas, mas, só os pobres identificam a necessidade. “Aceitai minha correção, não a prata; o conhecimento, mais que ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8; 10 e 11