“Estevão, cheio de fé e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, cireneus, alexandrinos, dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Ele. Não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. Então subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” Atos 6;8 a 11
Esse incidente realça algumas nuances humanas que faz sentir vergonha de pertencer à espécie; isso, após sermos regenerados por Cristo, pois, antes éramos do mesmo calibre.
Algum tempinho atrás Estevão era nada, não incomodava ninguém; mais um na multidão. Promovido pela igreja à humilde posição de diácono, mero garçom, mas, capacitado por Deus a operar prodígios e sinais, passou de irrelevante, a alvo de disputas, de inveja.
Essa, do latim Invídia, significa uma recusa em ver as coisas como são, ou, aceitá-las. Sempre o invejoso estará olhando assim para alguém que supõe numa condição superior à sua. Ninguém olha para baixo e recusa ver algo que o coloca em superioridade.
Salomão ensina: “Também vi eu que todo o trabalho, toda a destreza em obras traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4
Aliás, não foi, justo, essa vetusta, atuante desde o Éden que patrocinou a crucificação do Salvador? Ele Era a junção da pureza com autoridade, carisma, sabedoria e poder; tudo o que os religiosos queriam ser quando crescessem; mas, seu nanismo moral e espiritual impedia; então, restou a violência motivada pela inveja. “Porque ele (Pilatos) bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” Mc 15;10
Desde que o primeiro casal aceitou a sugestão de autonomia humana em relação a Deus, de decidirmos o bem e o mal sem interferência “externa”, o bem, passou a ser visto pela perspectiva diabólica. Esse, além de “Pai da Mentira” é genitor da inveja; dele se diz: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens; serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;13 e 14
Assim como o canhoto lida mal com a submissão hierárquica, seu “legado” à espécie caída inoculou no homem o mesmo vírus. Afinal, de onde brota a inveja, senão, de se constatar eventualmente que outrem desfruta uma posição “superior” à nossa? Seja, na posse de bens, dotes, circunstâncias, talento...? Ao vermos algo assim, não que o ditoso visto seja nosso superior hierárquico, estritamente, mas, por usufruir de algo que desejaríamos para nós soa como tal.
Desse modo, nossa perversão do bem enseja também a perversão da justiça; pois, de certo modo passamos a achar injusto algo que aconteceu alheio a nós, sem nos fazer dano algum, muitas vezes, nos beneficiando, até.
Como um abismo chama outro, depois de suplantados o bem e a justiça, afundamos também a verdade. Voltemos aos invejosos de Estevão. Se, “não podiam resistir ao Espírito com que falava” partiram para o plano B. Subornaram falsas testemunhas em “defesa da virtude” para acusarem Estevão de vício.
Onde está o limite da maldade? Até onde o ser humano pode afundar na lama sem se incomodar, sem ter um estalo e pensar: Puxa, preciso parar com isso?
Naquele caso, esse limite não foi encontrado. Pois, malgrado a brilhante defesa do diácono, num resumo correto e sábio de todas as Escrituras, então, existentes, mesmo assim, sua defesa de nada valeu; foi apedrejado à morte.
O fogo do capeta produz calor sem gerar luz; açoda paixões e cega entendimentos; seus títeres são levados a defender interesses dele presumindo ser os seus. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19
Por isso temos mães expondo os próprios filhos à ambientes geradores de pedofilia, prostituição, em nome de um pretenso bem; liberdade. Será que é mesmo isso? Não. São apenas fantoches do Satã usados para afrontar ao que ele inveja; a Santidade de Cristo, representada, inda que timidamente pela igreja e a família.
Em seus domínios nossa defesa resulta inútil como foi a de Estevão, posto que, perfeita. Por quê? Porque, como nosso malfadado STF, seu tribunal também está abaixo da linha de pobreza moral; não julga segundo fatos, evidências, provas, em busca da justiça. Antes, segundo suas más inclinações; sua inveja. Seu senso de “justiça” resume-se a condenar desafetos.
Por isso, pois, somos desafiados a sofrer fome e sede de justiça por amor a Cristo. Porém, no seu tempo seremos fartos. “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, mesmo, tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;14
Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
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domingo, 5 de novembro de 2017
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