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sábado, 10 de janeiro de 2015

A vida no olhar



“Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação; quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1; 18 

Muitos pregadores ilustrando coisas espirituais usam o termo: “Olhos da fé.” Uma metáfora para confiança irrestrita em Deus, que faz ficar firme “como vendo o invisível”, igual a Moisés. Todavia, entre os rogos de Paulo pelos crentes de Éfeso encontramos um “novo olhar”; olhos do entendimento. 

Mesmo que se diga que certos papagaios falam, amiúde, não é bem assim. Repetem sons que de tanto ouvirem lhes são assimiláveis, todavia, tanto faz tratar-se de um palavrão, elogio, ou, algo neutro; suas “falas” são desprovidas de qualquer carga emocional, uma vez que, falta o entendimento. Muitos humanos também podem incorrer no mesmo ato, ainda que tenham razão em potencial, diverso dos demais animais, digo, mesmo assim, falar e agir privados de compreensão. A razão potencial não é, necessariamente, atual. O que poderia ser, nem sempre é. 

O primeiro passo rumo ao entendimento é reconhecer a própria ignorância. Se, alguém sabe que não sabe, já sabe algo importante. Todavia, nesse caminho, não raro, tropeçamos na pedra do orgulho. Uma coisa é o que sei sobre minhas limitações; outra; o que admito.

Não sem razão, pois, a primeira promessa do Sermão do Monte busca aos humildes: “Bem aventurados os pobres de espírito...” Claro que a Salvação não é um sumo intelectual; digo, Deus salvará aos inteligentes, longe disso! Entretanto, permitiu que nossas caixas cranianas tivessem cérebros e deseja que os usemos, em busca de entendimento. 

Muitos creem e apregoam um simplismo como se, a “mera” presença de Deus conosco nos eximisse de trabalhar as coisas que podemos. Não existe Mega Sena espiritual, saltos exponenciais de crescimento, mesmo, acompanhados do Eterno. 

Ouçamos o que Ele disse aos líderes do pós cativeiro: “Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote,  esforça-te, todo o povo da terra, diz o Senhor,  trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos.” Ag 2; 4 Exortou ao líder civil, ao espiritual, ao povo todo, para que se esforçassem, prometendo estar junto. 

Assim, a presença de Deus, dado que, preciosíssima, não tolhe a necessidade de esforço humano. 

Mesmo as sentenças mais sábias podem desfilar nas vias de lábios tolos, como fala de papagaios; “De que serviria o preço na mão do tolo para comprar sabedoria, visto que não tem entendimento?” Prov 17; 16  Diverso do que pode parecer, não é mero requinte estético; antes, tem a ver mesmo com a preservação da vida. “O entendimento para aqueles que o possuem, é uma fonte de vida...” Prov 16; 22 Aliás, os tantos desvios de Israel, narrados no Velho Testamento, que resultaram na destruição de muitos, bem como, no cativeiro da nação, derivaram desse lapso, precisamente; “O homem que anda desviado do caminho do entendimento, na congregação dos mortos repousará.” Prov 21; 16 

Todo nosso esforço pode ser vão, quando não, contraproducente como fora o zelo de Paulo antes de entender quem É O Salvador. Pensava estar zelando pelo nome de Deus ao cumprir as determinações do rejeitado Sinédrio. O Senhor o derrubou do cavalo, fez uma pergunta retórica: “Por que me persegues?” Depois ensinou que o bravo fariseu estava dando murros em pontas de facas. 

Mais tarde, aludindo aos irmãos de sangue que ainda estavam cegos ele diagnosticou a mesma doença. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus.” Rom 10; 2 e 3 

A Justiça Divina, concordemos ou não, passa necessariamente pela cruz. Não importa quão bom penso ser, quão legal as pessoas me acham; se, durmo sem me sentir culpado. Muitos pensam, aliás, que consciência cauterizada é consciência limpa, por falta de entendimento. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30; 12 

Não que a Mensagem da cruz seja fácil de assimilar; aliás, foi precisamente lendo sobre o vaticínio dela, que o Ministro da Fazenda da Etiópia assumiu ante Filipe, que lhe faltava entendimento; “E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.” Atos 8; 31 Porém, uma vez ensinado, agiu conforme a luz que recebeu.

Não sem razão, pois, o assassino  mor arma seus laços nessa senda; “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Divina economia



. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância

O fato de o Senhor ter afirmado que veio trazer vida com abundância, tem se prestado a uma série de interpretações mal intencionadas. Apesar de, o verso ter sido apresentado  oposto à obra do ladrão, tem servido muito bem, aos atos daquele, graças ao analfabetismo bíblico atual.

O Senhor disse: “…As raposas têm covis, as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” Mat 8; 20  

Como poderia, pois, um “pobretão” assim, trazer abundância? Ainda afirmou: “…Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um não consiste na abundância que possui.” Luc; 12; 15

Seja o que for que signifique a “vida com abundância”, parece não atinar à matéria; talvez seja diferente da nossa, a economia de Deus.

No episódio da viúva pobre que dera uma oferta ridícula o Senhor louvou-a como sendo maior doadora que os ricos que ostentavam grandes quantias; segundo ensinou, o conteúdo de renúncia mostrava uma devoção maior;  isso, vale mais perante Deus.

Entretanto, os pilantras góspeis ensinam que se deve sacrificar grandes quantias, mesmo as pessoas pobres, para comover a Deus com o “sacrifício”, e receber multiplicado o que deu. Ora, nesses casos, até uma anta sabe que o motor da oferenda não foi devoção, mas, a cobiça por riquezas; assim, quanto maior a dádiva, maior a doença do “ofertante”, e a safadeza do “obreiro” que  estimula.

No episódio do “desperdício” de perfume em Betânia, o Salvador também valorizou a intensidade afetiva contida no gesto, mais que o “bolsa-família” sugerido por Judas.

 A ideia que Deus seja comprador de adoradores foi advogada pelo inimigo no evento envolvendo Jó; o Senhor repudia tanto, isso, que expôs Sua honra, permitindo o duro teste sobre seu servo. 

Na verdade, quem sempre foi rico administra bem as posses, por estar habituado com elas.
Quando multiplicou os pães e peixes, uma vez saciadas as pessoas o Salvador disse: “Recolhei o que sobejou para que nada se perca.” Admirável lição de economia de quem é Senhor do universo! 

Quanto ao que enriqueceu de repente tem dificuldade com o fato novo por lhe ser estranho. Não raro, desperdiça posses em futilidades  dissoluções.

Quem acertou a “mega-sena acumulada” sozinho, foi o inimigo, quando mediante engano conquistou obediência do primeiro casal. De posse disso, se propôs a comprar adoração. “... Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Luc 4; 6 e 7

Todo vendedor de “bênçãos” pertence a ele;  lição ensinada a Simão o mago. “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” Atos, 8; 20

Além disso, quem prosperava com ministério espiritual, não eram os servos de Deus, antes, uma pitonisa enriquecia seus senhores com suas adivinhações. “E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.” Atos 16; 16

Expulso o demônio, a revolta foi tal, que Paulo e Silas foram presos em Filipos.

O truque dos safados da mídia atual tem sido focalizar a Bíblia em destaque para deixar claro que seus textos são dela extraídos. Ora, o diabo nunca negou que Deus disse algo, apenas, adulterou; o que seus seguidores fazem muito bem.

Enfim, se a vida de qualquer um não reside na abundância de bens, e o Senhor trouxe vida com abundância, em que consiste a vida? O mesmo Mestre ensinou: “E a vida eterna é esta: que conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo; 17; 3

Ciente disso, Paulo exortou a Timóteo quanto à economia de Deus: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e  transpassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6; 10 e 11

Como “tomar posse” está na moda, também foi, aconselhado, então; “…toma posse da vida eterna,…” I Tim; 6; 12 Quer mais abundância de vida que isso? Uma que extrapola aos portais do tempo e poderá um dia contemplar a  Deus?


 As riquezas de Deus são gratuitas e eternas, mas, pouco apreciadas, infelizmente. “Aceitai a minha correção, e não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido.
 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A fila da doença alheia



 “Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria. Porventura fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? porque certamente criará asas e voará ao céu como a águia.” Prov 23; 4 e 5
 

Dado que, os dias do Rei Salomão foram os de maior fartura em Israel temos falando sobre  riqueza, alguém que, fartamente,  dispunha; portanto, com conhecimento de causa.

Mas, não seria isso uma matreirice política para afastar pretendentes aos seus bens? Conselhos laborando em causa própria? Não. Ele mesmo desprezou as muitas coisas que amealhou durante a vida, ao constatar que seu benefício é circunstancial e enganoso.

“Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie.” “…e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.” Ecl 2; 8 e 11 

Por fim, em face à inutilidade das coisas achadas “debaixo do sol”, remeteu a busca para mais acima: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12; 13 e 14
  
Quando diz que é inútil o acúmulo de riqueza pois  “criará asas e voará ao céu como águia”, usa linguagem poética ; afinal, quem voará no fim será a alma humana despida de tudo o que ajuntou, para prestar contas ao Eterno com seus valores, tão somente.

Muitos falam alhures sobre os veros bens, mas, agem em busca dos falsos. Esse “filosofar” inconsequente tem mais a ver com a máscara hipócrita da aceitação social;  a “arte” de buscar um verniz de sabedoria para encobrir o ídolo enferrujado da cobiça. Entretanto, não são nossas palavras que mensuram valores, antes, nossos atos, escolhas.
  
Alguém que trabalha comigo solicitou que eu fizesse para si uma série de jogos da Mega Sena, algo que perfaz uns dez por cento do que recebe semanalmente. Ainda que discordando, fiz o que me pediu. Mesmo preferindo ganhar o pão com o “suor do rosto” entrei numa fila de gente que prefere apostar na sorte.

Chamaram-me atenção duas coisas: Primeira: O prêmio estimado, 62 milhões estava estampado bem grande sobre os guichês; Segunda: Que uns setenta por cento dos apostadores era de sexagenários, ou, quiçá, mais velhos. Assim, estudaram seis décadas ou mais na escola da vida e não descobriram os verdadeiros valores. Não fosse assim, não estariam fazendo uma “fézinha”.

Nenhuma pessoa em sadia mente diria que  riqueza é algo mau; tampouco, Deus o faz. O que é mau é o conceito distorcido do que ela seja. A ambição por melhorias em todos os aspectos não é errada em si; antes, está no “DNA” da alma humana. Como lidamos com isso pode nos incitar ao mau comportamento, ou, à distorção da identidade da tal, como já mencionei.

O próprio Salvador nos aconselhou que fôssemos ricos; mas, com bens tais, que sequer sofreriam ação do tempo. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mat  6; 19 a 21
 
Assim, mesmo filosofando que mais vale um pássaro na mão que cem voando, a humanidade segue matando as aves que pega, na utopia de possuir um bando incontável. Quando, enfim, as asas da alma romperem o casulo, tais incautos descobrirão que fizeram dos meios o fim; dado que cultuaram ao ego em lugar de Deus quando mais Dele precisarem, contarão apenas com o deus adotado. E a solidão eterna será um inferno. Que seria tal “fogo que nunca apaga” e incide sobre almas, senão, uma intensa sede de algo que não se pode suprir?

Então, os mais ricos dessa terra, alienados do Senhor são apenas miseráveis envernizados; coisa que, Paulo, o apóstolo desaconselhou aos que mencionam a Cristo como sua esperança. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15; 19
 
Essa sociedade materialista atrela o ser às circunstâncias; Deus, às escolhas morais e espirituais que fazemos. “Vi os servos a cavalo, e os príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10; 7 Pois, alguém disse: “Rico não é quem mais possui; antes, quem precisa menos”.