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quinta-feira, 31 de maio de 2018

Liberdade Condicional

“Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo a Jerusalém, vá.” Esdras 7;13

Normalmente pensamos num decreto como imposição de algo, por parte de quem tem autoridade para tal. Entretanto, no decreto do rei Artaxerxes temos isso: “Quem quiser ir contigo (Com Esdras) a Jerusalém, vá.” Podemos dizer que o rei estava decretando sobre os judeus, liberdade de escolha. Num contexto como aquele, de servidão era uma preciosidade.

Perguntemos aos presos o que eles acham das ditas “saidinhas” de Natal, ou, dia das mães. Só aprecia devidamente a liberdade, quem, eventualmente está privado dela.

Por isso, a libertação do cativeiro foi cantada em prosa e verso. “Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como quem sonha. Então, nossa boca se encheu de riso; nossa língua de cântico; então, se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.” Sal 126;1 a 3

O descontentamento pelo que falta acaba patrocinando certa indiferença, quando não, ingratidão, pelo que temos. Desse modo doentio, só perdendo certas coisas descobrimos seu real valor. Um pensador que não recordo agora cunhou que somos seres ”condenados à liberdade”. Na verdade ele quis dizer, às consequências das nossas escolhas.

Pablo Neruda também: “És senhor de tuas escolhas, e escravo das consequências”. A Palavra de Deus diz o mesmo em outras palavras; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Embora os mercenários da praça torçam esse texto aos seus interesses, escárnio diante de Deus seria semear “na carne” conforme a natureza humana perversa, e ceifar no Espírito; ou seja: Viver cada um ao bel prazer, alheio aos ensinos de Deus, e no final herdar salvação. A Justiça Divina não sofrerá essa zombaria.

Muito se debateu sobre a existência ou não do livre arbítrio. Schopenhauer em seu tratado nos viu quase como autômatos, pois, disse: “Dado o motivo e a índole, a ação resulta necessária”. Assim, diverso do, “a ocasião faz o ladrão” esse, o ladrão, já estaria feito dentro de nós esperando ocasião para se manifestar; como muitos mostraram durante a paralisação dos caminhoneiros.

Os calvinistas que negam que tenhamos liberdade de escolha no que tange à salvação, seríamos predestinados apenas, alegam que, sendo maus como somos não poderíamos escolher Deus, que é bom. Mas, se isso fosse vero os homens não poderiam ser condenados por suas escolhas; feriria à justiça que Deus ama. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Claro que precisamos ser persuadidos pela Palavra e ajudados pelo Espírito Santo, ao qual, podemos resistir, ou, ceder; essa é a escolha possível. Aceitando ao Salvador que Ele apresenta, junto vem Sua habitação que potencializa ao homem espiritual recém nascido a agir como filho de Deus. “A todos quantos o receberam, (a Cristo) deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1;12

Os que negam que tenhamos liberdade veem essa como algo absoluto, quando, na verdade não é. Em cristo somos “livres” para fazer o que devemos, não, o que queremos; mesmo o decreto libertador do rei tinha limite: “Quem quiser ir a Jerusalém...” não, aonde quiser.

Liberdade absoluta seria no Outro que disse: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”; quer dizer que Deus nos chama a sermos servos e o inimigo propõe liberdade? No discurso sim; porém, ele é o “Pai da mentira” e ama sua filha.

Quem resiste a Deus terminam em suas mãos; perguntemos aos escravizados nos vícios se conseguem viver sem aquilo no qual estão presos, e teremos uma nuance pífia da “liberdade” de Satanás.

O Espírito Santo só vem sobre os que O desejam e patenteiam isso se rendendo ao Salvador. Quanto ao inimigo, bem, dispensa comentários.

Então, fomos lançados numa redoma de tempo e espaço, a vida terrena, dentro da qual somos livres para escolher entre duas alternativas apenas, como uma eleição em segundo turno; esse é o limite de nossa liberdade.

“Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência, amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à sua voz; achegando-te a Ele...” Deut 30;19 e 20

sábado, 7 de abril de 2018

Habeas Animus

Mesmo quem não liga para termos jurídicos, tampouco, se interessa em entendê-los, nos últimos dias ouviu muito sobre “Habeas Corpus”, dada a repercussão que alcançou o pleiteado pelos advogados de Lula.

Habeas corpus significa "que tenhas o teu corpo"; é uma expressão originária do latim. Uma medida jurídica para proteger indivíduos que estão tendo sua liberdade infringida; é um direito constitucional.

Tanto pode ser liberatório, caso o postulante esteja preso, quanto, preventivo. Em razão dos argumentos usados para tal, os juízes avaliam se, o pleito procede ou, não; julgam deferindo, ou, indeferindo-o.

Pois bem, se, no âmbito da liberdade civil “que tenhas o teu corpo” com total liberdade de locomoção é o melhor que se pode, no prisma espiritual carecemos restringir, mortificar as demandas dos corpos, se, queremos nossas almas livres em Cristo.

Paulo ensinou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

O “sacrifício vivo” das vontades naturais é o nosso “culto racional”; Pois, a razão do Espírito não é dar vazão às nossas vontades, antes, conhecer e praticar à de Deus.

Desse modo, abdicando do “Habeas Corpus” teremos um “Habeas animus” (espírito, alma) em latim. De outro modo; andando segundo o Espírito, não, segundo reclames do corpo, alcançaremos um modo de vida agradável diante de Deus. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;1

Nosso passado ruim, de pecados, quando andávamos segundo a carne foi perdoado; mas, isso não deve ser estímulo para seguirmos atuando ainda daquele modo; antes, somos exortados a valorizar a graça que nos livrou, mudando o modo de viver. “... Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Cap 6;2 e 3

Nossa identificação com Cristo demanda o fim do “Habeas corpus”; não que nossos corpos deixem de desejar às mesmas coisas, apenas, que em Cristo somos capacitados a resistir, o que, antes era-nos impossível. “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; tampouco, apresenteis vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas, apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e, vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois, não estais debaixo da lei, mas, debaixo da graça. E daí? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas, debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” VS 12 a 16

A Liberdade de Cristo é podermos escolher a quem obedecer; não se trata de liberdade absoluta, mas, capacitação para atuar segundo Deus, o que antes da conversão não tínhamos; “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Se, é a Vontade de Deus que deve pautar nosso agir, foi essa mesma Vontade Graciosa que possibilitou-nos o novo nascimento mediante Cristo.

Sintetizando: Em Cristo fomos libertos da escravidão do pecado para podermos fazer o que devemos, não, o que queremos. Ainda presos em um corpo, vítima da queda e das ímpias inclinações decorrentes, mas, com liberdade condicional, onde, podemos desfrutar vida espiritual mortificando-o.

Antes de Cristo a vontade boa estava presa, subjugada pela habitação do pecado; o “eu”, alma, estranho no próprio corpo, escravizado e preso pelo intruso. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, querer está em mim, mas, não consigo realizar o bem.” Rom 7;17 e 18

"De boas intenções o inferno está cheio”; diz o adágio. Pois, escravos do pecado, nossas boas intenções não passam disso; “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus...” Rom 8;7

A mensagem evangélica sadia é, antes de tudo, de reconciliação; “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se, Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20