“Fiz
coisas boas que me deram prejuízo; e coisas más, que me deram lucro.” (Graciliano
Ramos)
Como
versa a citação supra, o bem e o vantajoso, não têm, necessariamente, relação.
Dos
temas contraditórios, nada se equivale à existência de Deus. Pelo menos um Deus pessoal, que vise
disciplinar a vida, segundo Sua vontade.
Quanto a um “Deus” genérico, oco, não
incomoda. Na verdade, serve de bengala. Contudo, se, evocado segundo Sua Palavra
gera reações violentas, apaixonadas. Como se um ente maligno (seria Ele?)
ferisse mentes, dando azo a refutações
desinteligentes, desconexas.
Uns,
advogam que os crentes devem se atualizar, deixando postulados medievais;
outros, afirmam que a Bíblia foi “atualizada” muitas vezes, de modo que já não
guarda a Palavra original de Deus, que seria mais antiga. Há ainda os que não
toleram ouvir a simples citação de textos bíblicos e nos acusam de
intolerantes. Conceitos emitidos por Deus são redefinidos como preconceitos. Pessoas
desconhecidas, em razão de crerem de modo diverso são tachadas de hipócritas. Se, apenas suas opiniões são conhecidas e não
seus atos, a pecha não seria preconceituosa?
Enfim, a existência de Deus, a ser confirmada, parece fazer mais mal que
bem. Assim, acredito válida a tentativa de extirpar isso. Como se trata de mal
universal deve ser cuidadosamente investigado; se possível, erradicado.
Vamos
tentar, segundo duas possibilidades: a)
Deus não existe, trata-se de mito; b) Existe, mas, não é tudo isso.
Sabemos
que o homem, malgrado sua veia criativa, não é um criador “ex-nihilo” ou seja:
a partir do nada, antes, manipulador do
existente, daí que “nada se cria, tudo
se transforma.” Isso se dá, mesmo no campo das ideias, na tentativa de explicar
e entender o transcendente.
Qualquer homem, à luz de uma análise honesta,
descobrir-se-á imperfeito. Natural que
mitos gregos, romanos, nórdicos etc. sejam deuses eivados de
imperfeições; à imagem de quem os criou,
o homem. Aliás, foi por questionar a validade de tais “deuses” que Sócrates, o
filósofo, encontrou a morte em Atenas.
Se,
as projeções humanas não podem exceder
aos valores que o homem encontra em si, de onde teria surgido a ideia da
perfeição? (Perdoem-me se faço o papel de advogado de Deus, mas, precisamos nos
precaver.) Prosseguindo, com quê “matéria-prima” o homem elaborou um conceito
tão nocivo à raça, bem como o mito de Jesus
que, seria a fraqueza e loucura
de Deus; contudo, resultou mais forte e sábio que todos os homens? Parece que
um gênio maligno persegue a humanidade
lançando em rosto sua imperfeição fazendo desejar o impossível.
Temos ateus por
aí; é certo. Mas, alguém combateria o que não existe? Escrevem por convicção ou
incerteza? No primeiro caso, porque não descansam, invés, de um engajamento tão
difícil? Quererão libertar multidões que
estariam presas ao engano? Por quê? A ideia de amar ao próximo não seria um conceito
de Deus? Ou, estariam tentando cooptar
mentes, fugir da solidão, para juntos se
aquecerem como os pinguins no rigor antártico? Talvez, se usarmos a ideia do
mito, nossos adversários nos coloquem em muitas saias justas, como vimos.
Restaria a alternativa de que Deus exista, mas, não esteja com essa bola toda.
Afinal, só porque teria criado esse universozinho teria direito de governar o
mundo? Será que Ele sabe com quem está falando? Como esse falar deriva sempre
daquele livro antiquado, basta lançá-lo em descrédito; a empáfia de Deus
cessará.
Contudo, não podemos usar a “técnica” de Oscar Wilde que disse: “Nunca
leio um livro que vou criticar; temo ser influenciado.”
Precisamos de alguém
que leia e pratique os preceitos, uma
vez que o Livro ensina que a virtude não consiste em palavras. Sendo um mal global, de promessas eternas,
precisamos uma experiência razoável;
certa consistência ante o tempo; um ano, dois... Feito isso e comprovado que as promessas não se cumprem, denunciaremos a fraude; envergonharemos
Deus e seus mensageiros. Imaginem que um, chamado MCcandlish Philips ousou
dizer: “Você não põe o verdadeiro evangelho fora de combate com três ou quatro
perguntas desajeitadas; suas ilusões vão ruir, destacando mais claramente a
verdade.” O próprio Jesus teria feito o
desafio nos seguintes termos: “A minha doutrina não é minha, mas, daquele que
me enviou; se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá
se é de Deus, ou, falo de mim mesmo.”
João.7; 16 e 17
Missão
maior que minhas forças. É que pratiquei imperfeitamente; mesmo assim, encontrei
paz, segurança, esperança, salvação, domínio próprio; mais; sou tomado por um desejo muito forte que
outras pessoas recebam o que recebi; invisto meus dons, para convencer alguns
que Deus Vale à pena.
Então,
solicito, “urbe et orbe”, auxílio de alguém melhor que eu; fracassei
vergonhosamente; não sirvo para o papel...