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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

As luzes escuras

“Se, porém, teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Portanto, se, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

A princípio parece contraditório que a luz seja também o seu oposto, trevas. Precisamos investigar e tentar entender melhor.

Luz aqui deve ser equacionada com, entendimento, percepção da vida; não, o elemento estritamente. Pois, é nesse sentido que O Salvador disse dos Seus: “Vós sois a luz do mundo...”

Assim, o que faria a luz ser trevas, seria uma percepção da vida tendo a maldade como motriz. “Se... os teus olhos forem maus...” Paulo aconselha: “Não te deixes vencer do mal, mas, vence ao mal com o bem.” Rom 12;21

A luz, pois, é uma propriedade intelectual, inicialmente; a opção pelo bem em detrimento do mal é um patrimônio moral, espiritual. Fazendo isso, e somente assim, a eficácia do Feito de Cristo incidirá sobre nós e terá reflexos horizontais também; “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

É justamente o entendimento do que é certo, reto, justo, probo, que faz culpados aos que agem divorciados disso; “Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas, como agora dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9;41

Acaso não nos irritam todos os dias feitos de homens de “notável saber” que, devedores à justiça pela posição se fazem cúmplices de bandidos por opção? Há neles luz, entendimento acerca da justiça, mas, suas atuações majoritariamente têm sido pautadas pelas trevas.

Acontece que, luz espiritual não é derivada de intelectos privilegiados; O Senhor faz uso, de coisas vis, até; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são;” I Cor 1;27 e 28

Porém, não tão frágeis a ponto de sonegaram a necessária obediência. Esses, desafiados ao Temor do Senhor, aceitando o desafio deixam a sendas tortuosas e são ensinados por veredas direitas. Assim, a vera luz consorcia-se com o bem, os bons valores, a retidão; “Ele (Deus) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade;” Prov 2;7

Andar na luz é um crescimento paulatino; à medida que ousamos andar conforme vemos, nossa visão é ampliada para que vejamos um tanto mais; Como dirigir sob neblina cerrada; enxergamos uns cinquenta metros à frente; mas, não temos apenas eles para andar, pois, percorrendo-os, outros cinquenta se mostrarão. “A vereda dos justos é como luz da aurora, que, vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Desse modo, desfaz-se a contradição, uma vez que, a luz é um Dom Divino que repousa no intelecto, e, as trevas, são um apreço moral, espiritual, da escolha de um que recusa trilhar conforme vê.

Certa vez quando questionaram a Autoridade do Senhor Ele redargüiu sobre a origem do batismo de João; eles consideraram as duas respostas possíveis, e vendo-as ambas, inconvenientes, hipocritamente disseram não saber. Eles tinham luz, mas, eram movidos pelas trevas, pela inveja.

Enfim, a pessoa que finge ignorar o que sabe pelo comodismo hipócrita de desobedecer “justificadamente” é apenas um imbecil que trai a si mesmo. A luz de um que assim age são trevas.

A rejeição à Luz Verdadeira não é por impossibilidade intelectual; antes, uma escolha moral, afetiva; se fosse apenas ignorância seríamos reputados inocentes, dado que, “Deus não toma em conta os tempos da ignorância”;

Como se trata de rejeição voluntária redunda em condenação. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

A verdade excede ao conhecer a essência das coisas; demanda ser praticada também. Por recusarem-se a isso, muitos cínicos colocam-na como, inacessível, intangível; como se, fosse possível serem justificados pela própria hipocrisia.

Não poucos “ateus” que dizem que a fé é cega na verdade viram suas demandas; fingiram não ver, escudados em falsas justificativas, pois, justificação verdadeira demanda uma cruz.

Impossível, pois, terminar essas considerações sem evocar uma frase de Platão: “É compreensível que as crianças tenham medo do escuro; a verdadeira tragédia é quando os adultos temem à luz”.