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sábado, 20 de setembro de 2014

Andando sobre as águas

“E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em todo o lavor.” Ex 31; 3 “Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12; 8
Se a Bíblia apresenta ciência e sabedoria como coisas diversas forçoso nos é admitir que seja assim. Contudo, são como gêmeos que nascem unidos e é preciso uma delicada cirurgia para separar.


Mesmo o mais hábil “cirurgião” não ousaria algo tão nobre sem “tirar as sandálias” como Moisés. Embora sem jeito com o bisturi, ficar descalço eu posso, antes de me atrever.
A ciência está ao alcance de qualquer ser humano e pode ser galgada mediante estudo, pesquisa, experiências. É um contingente; como tal, pode ser aumentado a cada passo na busca da aquisição. Seu produto é amoral, tanto que pode servir para a medicina hightec ou para armas de destruição em massa, por exemplo. Assim, a árvore da ciência faz conhecer o bem e o mal.

A sabedoria, dado que gêmea da ciência, traz discrepâncias notáveis. Mais ou menos como certo filme que trouxe Arnold Schwarzenegger e Dany De Vitto como gêmeos. Posto que houvesse semelhança genética, o fenótipo, ( manifestação, aparência ) não tinha nada a ver.

A sabedoria é absoluta, não pode ser ampliada; o fato novo não a enriquece, antes, manifesta. Claro que o Sujeito de tal predicado só pode ser Deus. Assim, tem conteúdo moral, excelso, santo. “…a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.” Tg 3; 17

Tiago opõe a Sabedoria a outra que chamou de, “Terrena, animal e diabólica”. Sua abrangência: Terrena, não toca as coisas do céu; seu espectro, animal; atua na alma, não no espírito humano; seu inspirador, quem propôs desobedecer a Deus e comer da árvore da ciência, o diabo. A sabedoria do alto atina a outra árvore que ficou meio esquecida no Jardim. A Árvore da Vida que mantém próximo ao Criador.

Não pode ser buscada noutra fonte, senão Nele; como fez o mais sábio dos homens, Salomão. “Eis que fiz segundo as tuas palavras; eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará.” I Rs 3; 12

João ilustrou as multidões como águas, no Apocalipse. De carona nisso podemos dizer que, a sabedoria Divina personificada, Jesus Cristo, anda sobre as águas. “E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.” Jo 8; 23 e 24

Notemos que o upgrade proposto não é mediante a ciência, mas, a fé. “Se não crerdes…morrereis…” A sabedoria não é posta como enriquecedora do portador, antes, como fonte de vida. “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas, a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7; 12

O existenciário no qual estamos inseridos demanda respostas que fogem em muito aos domínios da ciência; aí, os que refratários à fé em Deus criam fés alternativas e nomeiam de teorias. Quanto à fé proposta no Senhor chamam-na de cega, pois, lhes soa melhor isso que admitir que a ciência é limitada.

Não se entenda com isso uma eventual aversão à ciência, como se tal fosse o intento desse breve ensaio. O progresso da ciência também pode ser tributário a certos dons de Deus como versam os textos introdutórios. 


Mas, como o vínculo ao Divino não é necessário em seus domínios, o mau uso do conhecimento dá azo a coisas diversas que embora ditas científicas não passam de simulacros, que Paulo aconselhou a evitar. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência,” I Tim 6; 20 A classificada como falsa, pois, não se atém ao seu objeto, mas, ousa além, fazendo oposição à fé.
Em suma, onde os ateus classificam a fé como cega encontram os limites de sua própria visão. Afinal, caminhar sobre as águas requer certa ousadia incomum, como teve por alguns instantes, Pedro. Ele só se atreveu a tanto porque viu o Mestre fazendo e tentou imitar.

Como quem fecha a porta à fé não “vê” ao Senhor, fica sem parâmetro. Náufragos na ilha da incredulidade, os ateus até fazem suas rústicas jangadas teóricas no mar da existência; mas, os ventos nunca lhes são favoráveis.