terça-feira, 29 de abril de 2025

Apagão moral


“Tudo isto vi, nos dias da minha vaidade; há justo que perece na sua justiça, e ímpio que prolonga seus dias na sua maldade.” Ecl 7;15

Ao dizer que viu algo na sua “vaidade”, a rigor, está aludindo que viu, na sua vida; uma vez que a definiu como sendo mera vaidade. Não significa que viu as coisas que menciona, por uma ótica específica; no caso, vã.

“Um justo que perece na sua justiça...” Por ser a justiça uma veste nobre, natural pensarmos que seus praticantes sejam honrados; esse seria o preciso lugar das coisas se vivêssemos num mundo com valores devidamente apreciados; mas, infelizmente não é assim.

No dia do juízo cada coisa estará na sua prateleira; aqui ainda não; “... naquele dia, serão para mim joias, poupá-los-ei como um homem poupa seu filho que o serve; então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que não O serve.” Mal 3;17 e 18

A advertência do Salvador, que no mundo teríamos aflições, alude a uma necessidade, de quem é instado a viver de modo justo, em meio de um sistema perverso. As aflições fazem parte do pacote.

Malgrado, algumas derivarem de produção própria, digo, consequências dos nossos erros, (nesses casos, as merecemos) quanto mais reto andarmos, maiores as chances de nos afligirmos meramente, observando a paisagem, como aconteceu com Ló em Sodoma. “Porque este justo habitando entre eles, afligia todos os dias, sua alma justa, pelo que via e ouvia das suas obras injustas.” II Ped 2;8

Basta assistirmos a um noticiário para ver o vilipêndio da justiça, a derrocada dos valores, num mundo regido por patifes, onde ladrões “administram” gente que trabalha.

Não tivessem o Sumo Juiz como “pano de fundo”, os cidadãos honestos chutariam o balde e deixariam de sê-lo; tomados pela desesperança, agiriam animalescos, virando tudo de cabeça para baixo, e salve-se quem puder! num predatismo social, onde os mais bárbaros e fortes, amassariam e oprimiriam aos frágeis. Mesmo os ladrões atuais, que furtam com mãos de veludo teriam que “trabalhar”; seu roubo demandaria esforços, mais do que, apenas engano, como atualmente.

Pois, também os biltres que servem a Satã, devem suas comodidades ímpias a Deus; se não fosse o temor do Eterno, os corações dos justos vacilariam; acabariam medindo forças com esses, em defesa dos seus direitos; os canalhas não teriam as facilidades que desfrutam, em sua pilhagem “organizada.”

Talvez por isso, os dois lados da moeda, aparecem na mesma sentença, quase, como se um fosse consequência do outro; “Tudo isto vi, nos dias da minha vaidade; há justo que perece na sua justiça, e ímpio que prolonga seus dias na sua maldade.” Ecl 7;15

Sonegar direitos de tantos, é o cuidado “oficial” dos que, em lugares estratégicos pelejam pelo crime, embora pretendendo a pose de benfeitores. Falo dos governantes, óbvio! O crime organizado que furtou a nação inteira.

Os justos pelos seus escrúpulos, têm limites; as leis, convenções sociais, Constituição, direitos civis, a opinião pública... os maus, desgraçadamente desconhecem cercas. Fazem tudo ao arrepio de tudo, leis, costumes, opinião pública, direitos adquiridos, etc. Acham que o planeta foi criado para eles cagarem.

Por isso, reitero, aos olhos puramente temporais, abstraída a ideia de um juízo no além, os maus parecem ser os veros sábios, os filósofos dos nossos dias; enquanto, os cidadãos tributários à justiça, não passam de beócios, desinformados.

Eis um campo de trabalho para o ateísmo explicar! Dado que, tudo evolui naturalmente, segundo os instintos animais, de onde essa barreira íntima que veta aos de boa índole, que adotem à injustiça como modo de vida, malgrado, suas evidentes desvantagens “evolutivas”?

“Duas coisas povoam a mente, com uma admiração e respeito sempre novos e crescentes; o céu estrelado por cima, e a lei moral dentro de nós.” Immanuel Kant

Se há uma lei moral pulsando dentro que estabelece limites, aos quais não ultrapassaríamos sem dor, sem certeza de culpa, certamente há um legislador interessado nesses valores, que nos formatou assim.

A ausência dele, também é verificável, nos “animais” instintivos que predam mil vezes mais que cabe em seus ventres, sem saber direito porque o fazem; “O seu pensamento interior é que suas casas serão perpétuas, e as suas habitações de geração em geração; dão às suas terras, seus próprios nomes; todavia, o homem que está em honra não permanece; antes, é como os animais que perecem.” Sal 49;11 e 12

Eventualmente O Supremo Legislador intervém para que os justos não desanimem das suas escolhas; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estende suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

segunda-feira, 28 de abril de 2025

A fé em xeque

“Convidarás Jessé ao sacrifício, e te farei saber o que hás de fazer; ungir-me-ás a quem Eu te disser.” I Sam 16;3

Caso O eterno desejasse, poderia ter dito a Samuel: “Vai à casa de Jessé, em Belém, pois, lá tenho escolhido um rei dentre seus filhos; dos oito, escolhi o mais jovem, Davi.”

Tudo seria veraz, e pouparia ao velho profeta de cometer equívocos. Contudo, O Eterno revelou apenas o que era necessário, deixando o essencial para o momento que julgou adequado.

O homem pode se agradar com posses, renome, prazeres; dada sua percepção do imanente como a essência das coisas. O Criador que supera o logro das aparências se apraz noutras coisas. Está escrito: “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6 

Pois, a Abraão, o “pai da fé”, o tratamento foi semelhante ao de Samuel, quando da sua chamada; “... sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para uma terra que te mostrarei.” Gn 12;1

Foi revelado o necessário para sua ação inicial, reservando o devir aos cuidados Divinos. Deixar uma situação estável, e seguir rumo ao desconhecido fiado “apenas” na Palavra de Deus, sem dúvida foi uma demonstração de fé ímpar. 

Se Deus nos disser para fazermos algo, ousado, meio temerário aos olhos humanos, quantos nos atreveríamos sem antes exigir “garantias”; tá eu faço, mas e depois?

A fé que agrada ao Senhor é como a vista nesses dois exemplos, de Abraão e Samuel; ao primeiro foi dito: Por agora, vai; quanto à terra, oportunamente te mostrarei; a Samuel; “vai à casa de Jessé; chegando lá, te instruirei e me ungirás a quem Eu te disser.”

Atrevo-me a dizer que não apenas Samuel estava na alça de mira da Divina bênção, com aquele incidente; estávamos todos. De que outra forma mais didática, aprenderíamos sobre a visão Divina que sonda corações, invés de se render às aparências, senão, através do engano do profeta, (que também cometeríamos) corrigido pelo Eterno?

Como dizia Spurgeon, “Deus nos abençoa muitas vezes, cada vez que nos abençoa”; tanto aludindo às muitas “pedras do tabuleiro” que são movidas em direção a um alvo bendito, quanto, ao fato que essa bênção se pode multiplicar, atingindo a muitos outros mais.

Assim, embora a fé costume apontar suas setas ao devir, somos supridos mediante ela, de modo prático, quanto às necessidades imediatas; “basta a cada dia o seu mal;” e desafiados e descansar na Divina integridade, quanto às demandas, cuja necessidade virá no tempo futuro.

Quando Pedro, exortado a apascentar às ovelhas do Senhor, caiu em certo diversionismo, dando vazão à curiosidade quanto à sorte de João, O Salvador o exortou: “Que importa a ti? Segue-me tu.”

Não que seja pecado termos curiosidades; quem não as tem? Todavia, quem pretende andar pelas veredas da fé, precisa aprender a “ver” com os olhos dessa, também. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se espera; a prova das que se vê.” Heb 11;1

Não são anexas garantias circunstanciais, às promessas Divinas. Eventualmente, O Eterno dá alguns sinais, em atenção misericordiosa, às nossas fraquezas; como fez com Gideão, Manoá, Zacarias, etc. Porém a excelência da fé é confiarmos “apenas” porque O Senhor disse, sem carecermos de nenhuma muleta palpável para crer e seguir após. 
Por agora faça isso; depois te direi o quê, mais. 

Deus não testa nossa fé para que saiba se ela é oca ou maciça. Ele já sabe. Não teria apostado Sua Honra, contra o inimigo, acerca da fé de Jó se não soubesse. Mas, eventualmente permite duros testes para que nós saibamos, e que, eventuais superficialidades pueris sejam purgadas, e não venhamos enganar a nós mesmos.

Do outro lado da prova Jó saiu muito melhor; “Eu te conhecia de ouvir falar; mas agora te veem meus olhos;” disse.

Então, se mesmo desejando com todas as forças ver luzes que nos apontem caminhos, quando O Senhor nos priva delas, não desfaleçamos; depois da prova sairemos melhores. Por agora, Isaías aconselha: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do Seu servo? Quando estiver em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o Seu Deus.” Is 50;10

Diferente da prudência natural que, pesa custos e benefícios, faz pesquisas de mercado, etc. antes de se aventurar nalguma empresa; aos que temem O Senhor, o essencial é que a direção prescrita tenha vindo mesmo Dele; no caso de dúvidas atinentes a isso, é prudente pedirmos algum sinal.

Porém, uma vez certos do rumo, imitemos a Moisés; “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme como vendo o invisível.” Heb 11;27

Bendita loucura


“... os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7 A sabedoria é o produto; a instrução, o método.

Loucura; uma espécie de errância involuntária no exercício do siso, desvario mental, lapso nas faculdades cerebrais, que tolhe uma apreciação coesa, em relação à realidade. Qualquer que seja o incidente avaliado, fatalmente a loucura se evidenciará numa aferição imperfeita, na falta de acuidade ante seu apreço e os fatos, que lhe é própria.

Como se, o bom siso fosse acessível pela porta da higidez psíquica, e os loucos, tolhidos de saber onde fica a entrada, vivessem “fora da casinha”, como o imaginário popular os figurou.

Entretanto, os loucos que desprezam a sabedoria e instrução, não padecem de lapsos bioquímicos, capazes de tolher o bom funcionamento do cérebro. Antes, em pleno exercício das suas faculdades, fazem escolhas morais; deixam seu “não!” a Deus, patente, nas suas escolhas avessas. Desprezar algo não é um derivado de falta de juízo, no sentido da possibilidade de julgar; mas, pode ser sinal de falta, pela omissão voluntária das consequências que se revelarão inevitáveis. “Tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6;7

No prisma estrito, o desprezo é já fruto dum juízo; quando, julgamos que algo não merece nossa consideração; nosso apreço. Em suma, a loucura do que se opõe à Sabedoria Divina, não é subproduto de uma impossibilidade; antes, de uma manifestação livre, da vontade. Seu lapso é moral, não, cerebral. O sujeito prefere ser “libertário” à moda do anjo caído, a ser servo fiel, como nos ensinou Jesus Cristo.

A “loucura” que atinge a capacidade cognitiva, nem sempre é bastante para fechar a porta às decisões virtuosas. Antevendo o caminho que se abriria aos povos mediante Cristo e Sua Vitória, Isaías versou: “Ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles, os caminhantes, até mesmo os loucos não errarão.” Is 35;8

Assim, há muitos que mal sabem escrever o próprio nome, ou nem isso, que tomam decisões sábias. Enquanto, auditórios de universidades lotam para ouvir eminentes ateus, “provando” que a grama é vermelha. Onde estão os loucos? Se, preciso escolher alguém que “confirme” o que quero, já não estou em busca de sabedoria mediante instrução; antes, o meu “quero” já é minha escolha; o “mestre” que busco é apenas um cúmplice para silenciar as vozes íntimas que tentam despertar minha razão a qual, voluntariamente droguei.

Ouvi um ateu acusando a “indiferença Divina” que teria deixado o homem entregue a guerras, enfermidades, destruição por cem milhões de anos; passando a se importar conosco há pouco mais de três mil. Os “cem milhões” derivam da “fé” ateísta sem nenhuma evidência. A idade da humanidade segundo a Bíblia se aproxima de seis mil anos. Usar um pressuposto ateísta para provar o ateísmo? Heráclito ensinava: “O falso não deve ser considerado assim, porque se opõe ao suposto verdadeiro; antes, deve ser demostrado falso em si mesmo.”

Não podemos desconsiderar, que, os loucos morais, tendo feito suas escolhas em aversão a Cristo e Sua Obra, se ocupam de desqualificar aos que buscam a Sabedoria, Nele; no cumprimento rigoroso de um dos “mandamentos” do “Decálogo de Lenin”, “Xingue-os do você é; acuse-os do que você faz”, desqualificam sem evidências palpáveis, aos que se atrevem a tomar suas cruzes e seguir O Salvador.

Paulo aludiu a isso desde seus dias; “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus.” I Cor 1;18

A distinção entre a sabedoria espiritual e a meramente intelectual, enseja um abismo, que, por não poder, o homem natural, enxergar do “outro lado do muro” atribui loucura aos que tem olhos espirituais. Sabedor dessa discrepância, Paulo nadou um pouco na ironia; “Visto como na Sabedoria de Deus o mundo não O Conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar aos crentes pela loucura da pregação.” V 21

Depois, colocou os pingos nos is; “... falamos não com as palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que O Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais, com as espirituais; ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura, não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente; mas o que é espiritual discerne bem a tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;13 a 15

Enfim, quem ler “O Elogio da Loucura” de Erasmo de Roterdã, descobrirá que, sua bem humorada abordagem tem muito de sabedoria disfarçada; “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus, mais forte que eles.” I Cor 1;25

domingo, 27 de abril de 2025

Vítimas do vitimismo


“O que guardar o mandamento guardará sua alma; porém, o que desprezar seus caminhos, morrerá.” Prov 19;16

O vitimismo é um mal que nos acompanha desde o início da saga humana. Quando confrontados com sua desobediência, a mulher acusou à serpente, Adão culpou à mulher; como a criação dessa fora uma ideia Divina, quase que, o homem culpou ao Criador. “A mulher que Tu me deste por companheira.” Gn 3;12 Faltou só dizer: Eu não pedi; por que me destes? Lavo minhas mãos.

Como numa extensão dessa doença, o vitimismo inconsequente, a tendência à desobediência acaba sendo uma postura esperável, infelizmente. “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Algo nos é vetado, uma cerca qualquer nos limita, e pronto: Estamos sendo vítimas da castração dos mais legítimos direitos; Deus não nos deixa nem respirar, não nos que ver felizes. Leis, mandamentos, outra coisa não visam, senão, nos tolher, limitar, acusam.

O Criador não tenciona fazer felizes aos mortos espirituais; antes, quer fazê-los retornar à vida; isso requer algumas dores. Aqui é local de adquirirmos ingressos; a felicidade está reservada no além. Lá, “Deus enxugará dos seus olhos, toda a lágrima...” Apoc 7;17

Os avessos à disciplina, ultimamente têm aplicado uma reengenharia à sua linguagem; a culpa é do legalismo, da religiosidade tóxica; falta de inclusão, discurso de ódio. Ora, os mensageiros idôneos não constroem cercas, não criam limites; apenas se esforçam para serem probos na apresentação da Palavra da Vida; os limites que estão lá, são para o nosso bem. Felizes os que ouvem pregoeiros idôneos.

Certamente, com um discurso “libertário” assim, que Satanás seduziu a terça parte dos anjos. Como é uma criatura, portanto, não é proprietário de nada do que foi criado, por certo acenou com coisas que não possuía, para se mostrar “melhor” que O Eterno. “Na multidão do teu comércio se encheu o teu interior de violência e pecaste... pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários...” Ez 28;16 e 18

A ideia que Lúcifer comerciou, está associada a violência e injustiça; a primeira, porque violou limites que não deveria, e a injustiça, porque acenou com coisas que não possuía. Pelos menos duas cercas rompidas; a dos limites, e da propriedade.

Dada a diferença abissal entre criaturas e o Criador, natural que Ele, coloque limites àquelas; afinal, o poder e a posse são Dele. E pela essência revelada do Nosso Bendito Senhor, “Deus É Amor”, sempre que coloca um termo, uma restrição a nós, o faz para o nosso bem. “Agora, pois, ó Israel, que O Senhor teu Deus pede de ti senão... Que guardes os mandamentos do Senhor, os Seus Estatutos, que hoje te ordeno para o teu bem?”

Pois, como vimos no princípio, “O que guardar o mandamento guardará a sua alma;” precisamos ser cautelosos com os discursos libertários, pois; nem sempre o que nos fala as coisas agradáveis de se ouvir, está laborando pelo nosso bem. Como uma isca apetitosa se oferece toda, no habitat do peixe, assim, muitas “bondades” que nos assediam.

O Senhor capacita aos Seus ministros para falarem segundo Ele, o que nem sempre soa agradável ao ouvido, mas sempre será medicinal, no que importa, o prisma espiritual.

Nossa situação após a queda é de pacientes, de enfermos; e quando somos tratamos da saúde física nos hospitais, não vamos lá em busca de entretenimento, tampouco impomos condições aos médicos de como queremos ser medicados. Nos submetemos ao que eles prescrevem, sem nos sentirmos vítimas, sabendo que aquilo é uma necessidade para o nosso bem.

Abstraídas as diferenças objetivas, é exatamente a mesma coisa. Quem procura “Igrejas” movido por predileções, pela “afirmação de direitos”, está mais doente que a maioria. Além das mazelas comuns que costumam permear às vidas alienadas de Deus, nesses inda grassa a cegueira espiritual, que os leva a presumir a existência de um doentio “afirme-se”, onde o Médico dos Médicos receitou um sisudo “Negue-se!” “... o que desprezar os seus caminhos, morrerá.”

Cheio está por aí de “hospitais alternativos” e cada um poderá escolher o “tratamento” que aprouver; porém, se no fim da lida a opção dos que preferiam o “bálsamo da Graça” onde eram necessárias algumas incisões de justiça, se revelar também enfermiça, inócua, não queiram culpar ao Senhor pelas escolhas particulares alienadas da “Receita” Dele. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

“Porque o erro dos simples os matará; desvario dos insensatos os destruirá; mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temos do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 26 de abril de 2025

Cristãos sazonais


“Tardando o esposo adormeceram todas”. Mat 25;5

Sempre que ocorre algum evento de proporções globais, como o 11 de setembro de 2001, o Tsunami devastador na Ásia, agora o falecimento do Papa, os “cristãos sazonais”, que esperam encontrar com o Salvador pela esperteza, mais do que, pela submissão, em gratidão, por ter sido salvos, excitam-se; apregoam “fim do mundo.”

Um pastor amigo, da denominação onde congrego, ante algum descalabro, exaspera-se: “Isso é o fim do mundo!” diz. Pois, esse excesso de “fins do mundo”, é o fim do mundo, adotando sua linguagem.

O próximo Papa será isso, aquilo, esperneiam os pseudo intérpretes das Escrituras. Decidiram em sua hermenêutica peculiar, que o “Oitavo Rei” predito em Apocalipse capítulo 17, será um papa, necessariamente; ordenado, depois do estabelecimento do Estado do Vaticano em 1929. 

Para encaixar suas “interpretações”, uns, excluem o Papa de então, Pio XI, outros, que contavam Francisco como sendo o oitavo, não tendo acontecido como previsto, colocam dois numa só “cabeça”, ele e Bento XVI; assim, o próximo seria o oitavo; animam-se.

Há chances de coincidirem dois oitos, caso seja esse o número do próximo; como a idade do Francisco, 88. Coincidirem o oitavo Papa com o oitavo reino global, digo.

Ora, onde o anjo mostrou a João o fim ligado aos oito reis, ou reinos, foi preciso: “Cinco já caíram e um existe;” Apoc 17;10 Os cinco impérios que tinham caído até aqueles dias, povos que oprimiram a Israel foram, pela ordem: Egito, Assíria, Babilônia, Medo/Pérsia e Grécia; “um existe”, o que então existia era o Império Romano, do qual João era prisioneiro. Outro ainda não é vindo; a divisão do império em dois, as duas pernas da estátua do sonho de Nabucodonosor; a parte ocidental sediada em Roma e a oriental em Constantinopla, os turco/otomanos, hoje, Istambul.

O oitavo império simbolizado nos pés da estátua, pela multiplicidade dos dedos, parece tratar-se de um conglomerado de nações, algo como a ONU governando tudo. Quem conhece os alvos da agenda 2030, sabe que isso está em célere gestação.

Nada impede que o novo Papa seja o falso profeta, o líder da Sociedade Ecumênica Global, única religião permitida sob a batuta no magnífico Novo Secretário Geral da ONU, também conhecido como, o Anticristo.

Assim, aos que esperam ver a casa cair nesses dias, achando que Trump será o cara, e o novo pontífice já vai chegar arrasando tudo, podem ter uma decepção; uma sensação de que o “esposo tardou”.

O risco de “colocar todos os ovos num só balaio”, é que, caindo esse, nada reste. Mais importante que saber quando, é estar alinhado ao “como” devemos estar, quando esse dia chegar.

Em meus breves dias já passei por uns três ou quatro “fins do mundo”, e sigo teimosamente vivo; milênio, Calendário Maia, morte do Papa, etc. É perigoso ficarmos mais atentos ao relógio do que à cruz. A coisa pode demorar um pouco ainda, e sinceramente espero que demore; quanta gente ainda não salva, que poderá vir a ser!

Quanto aos sazonais, mudada a estação eles mudarão também. O imediatismo é já um indício de oportunismo, mais do que amor fraterno, como convém; como a febre não é uma doença em si; antes, o sintoma de alguma, o zelo oportuno desses, é só sinal de egoísmo doentio. ‘Eu estando salvo, o resto que se exploda!’

O texto que tomamos como base desse apanhado, alude a dez virgens que esperavam pelo esposo; cinco prudentes e outras tantas, não; tardando o esposo, adormeceram todas, diz o relato. Porém, à voz do noivo, as que tinham “azeite” nas lâmpadas foram ao encontro Dele, as demais, se perderam.

Então, mais importante que sabermos datas, segundo o intérprete a ou b, é termos o azeite (Espírito Santo) em nós. Assim, quando o esposo chamar, pareça cedo, ou tarde, haveremos de ouvir. 

E ter o Espírito não é fazer barulhões pentecostais como supõem alguns; antes, é sermos conduzidos pelo Espírito Santo, que sempre nos advertirá e chamará de volta, se nos desviarmos nalguma parte, da Palavra de Deus.

Mas, se o novo Papa se revelar um tirano, inimigo dos cristãos, associado aos globalistas mais que à Palavra de Deus?

Caso aconteça, não estará fazendo nada diferente que o finado Chico fez, nos últimos doze anos. Promoveu as pautas woke invés do Evangelho, compactuou com o PCC na perseguição aos cristãos chineses, validou todo tipo de fé, por esdrúxula que fosse, de modo que, os próprios católicos, em grande parte o denunciaram como impostor, e a vida seguiu.

Nada garante que minha interpretação esteja correta. Sou falho como qualquer um. Todavia, o que conta mais é estar preparado que, saber quando, disso estou seguro.

Traços do Pai



“... Santos sereis, porque Eu, O Senhor vosso Deus, Sou Santo.” Lev 19;2

Diferente da ideia vulgar, onde alguém deveria viver de maneira piedosa, morrer fiel, e em seu nome se fazer preces recebendo pelo menos dois milagres comprováveis, e depois do devido “processo de canonização” a Igreja o declarará santo, a abordagem bíblica é outra. É uma necessidade, não uma possibilidade.

Não tem nada a ver com operação de milagres; pois, por esse prisma a igreja teria que “canonizar” Satanás. Só no livro de Jó ele operou duas coisas que o vulgo chamaria de milagres; produziu do nada, um vendaval tal, que colocou abaixo a casa do primogênito, dele, onde todos os demais estavam e os matou; depois, fez descer fogo dos Céus, queimando rebanhos. O que o Vaticano está esperando para instaurar o processo? Ver Jó cap 1;16 a 19

Uma das nuances dos últimos dias, são os chamados “prodígios da mentira” (mat 24;24 etc.) milagres de origem espúria. Pois o “Santo Anás” consegue, entre outras coisas se disfarçar de anjo de luz. II Cor 11;14 Com o avanço da tecnologia, muitos servos dele nem carecem auxílio espiritual para se lambuzarem no engano. Manipulam meios e “revelam”, onde incautos assistem.

A santidade que Deus requer dos Seus tem a ver com identificação; “Sede santos, porque Eu O Senhor vosso Deus, Sou Santo.” Assim como um pai humano se alegra encontrando seus traços num filho, também O Pai dos Espíritos deseja identidade espiritual em nós; afinal fomos projetados, originalmente, à Sua Imagem e Semelhança.

Assim, as coisas que Ele revelou probas, devemos aprovar; as réprobas, reprovar. Não diz isso, no salmo 15, aludindo ao cidadão dos Céus? Entre outras coisas é “Aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas honra aos que temem ao Senhor...” v 4 É um que se identifica com O Pai.

A santidade requer que formemos fileira após O Senhor, Seus Valores, Sua Palavra, mediante, Seu Espírito em nós. A santificação é um processo; dados os maus hábitos do nosso pretérito, tendemos em incorrer nas práticas que andamos antes da conversão. Agora, em Cristo, quando erramos, nossa consciência avivada no Espírito, não permitirá que deixemos para lá, como se fosse algo desimportante. Por isso, reitero, é uma necessidade, não, uma possibilidade; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor.” Heb 12;14

A “perfeição” possível a homens de carne e osso, herdeiros das consequências da queda, onde as inclinações naturais palpitam, é bastante imperfeita. Não significa não errar nas atitudes; mas requer não errar na leitura delas. Podemos pecar em nossa conduta, não, em nossos princípios.

Assumirmos nossos erros tentando corrigi-los, invés de dar de ombros e os renomear, como fazem os ímpios. “... não pequeis; mas se alguém pecar, temos um advogado para com O Pai; Jesus Cristo, O Justo.” I Jo 2;1

Uma condenação pesa sobre os que mudam os valores para não mudar comportamentos: “Ai dos que, ao mal chamam, bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo;” Is 5;20

Cheio está por aí, dos que acham que a Divina Graça seja um lixão, onde toda sorte de sujidades morais podem ser alocadas. Crasso engano! A Graça nos trouxe da morte pra vida; O Espírito nos convida e capacita à santificação; se negligenciarmos nossa parte, a desgraça espera.

Todos os servos de Deus, são “santos”; são chamados assim, não pela perfeição das suas atitudes; mas, porque fizeram profissão de pertencer ao Senhor pela fé, e disso deram pública demonstração pelo ritual do batismo. Se as atitudes ainda destoam dos preceitos bíblicos, é outro aspecto.

A Igreja em Corinto, por exemplo, tinha toda sorte de carnalidades, disputas, invejas latentes entre eles; todavia, escrevendo-lhes, Paulo introduziu seu texto, assim: “À Igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Jesus Cristo, chamados santos...” I Cor 1;2 Logo, num sentido amplo, todos os que dizem pertencer a Jesus Cristo, são “santos”; num sentido estrito, só O Senhor conhece.

Aqueles que decidem tomar O Excelso Nome do Salvador como fiador das suas vidas, precisam considerar na seriedade que isso requer; “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Dos que assim não fazem, misturando o Santo com coisas profanas, devemos nos distanciar; “... não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador. Com esse, nem ainda comais.” I Cor 5;11 "Porque está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16
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sexta-feira, 25 de abril de 2025

Mestres e discípulos


“O ímpio atenta para o lábio iniquo; o mentiroso inclina os ouvidos à língua maligna.” Prov 17;4

A mesma ideia repetida com palavras diferentes. Que pela identificação, aquele cujo caráter é mau, tende a aproximar-se dos seus semelhantes.

Dessa fonte a simbiose entre cabritos e falsos mestres. Onde o verossímil é buscado mais que o verdadeiro. Tais já têm uma inclinação; só carecem de “doutores” que encaixem “biblicamente” os seus anseios.

Todo tipo de perversão no varejo, é em desdobramento de alguma dispersão do atacado; quando, produtores e produto da heresia se contemplam, como que, olham num espelho.

Assim, já ouvi muitos mestres dos “desigrejados” usando a Parábola do Bom Samaritano, para “provar” que os que estão fora do “sistema” são melhores que os de dentro. Portanto, basta que façamos o bem, como fez o tal, e estará tudo certo. Será que foi isso mesmo que O Mestre ensinou?

No contexto um escriba dera uma sábia resposta, sobre salvação. Quando a conversa derivou para o amor ao próximo, ele perguntou quem seria esse; aí, O Salvador narrou a parábola e devolveu a pergunta, sobre quem fora o próximo do que estava necessitado.

Duas coisas saltam aos olhos nesse incidente: a denúncia que mera religiosidade vazia, sem engajamento amoroso não tem valor; e a verdade que, outro, mesmo sem nosso envolvimento espiritual pode atuar melhor que nós, se formos omissos em fazer o que nos cabe. Isso resulta na diatribe à hipocrisia, e na insanidade do preconceito, dado que, quem agiu bem foi um samaritano, dos quais os judeus não gostavam.

Dizer que a hipocrisia e o preconceito são coisas más, e que mesmo um leigo transeunte pode agir infinitamente melhor do que quem erra nisso, não embasa a doutrina da salvação mediante as obras, nem cria um lastro sobre o qual, os ditos desigrejados possam andar seguros.

Mas os “desigrejados tem mais que isso; A Palavra ensina que somos “Templos do Espírito Santo”, logo, quem precisa de outros templos? É há textos que dizem; “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus e não sois de vós mesmos” I Cor 6;19 O verso anterior deixa ver que no contexto se veta à fornicação; “Fugi da fornicação, porque todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que fornica peca contra seu próprio corpo.” V 18

Há mais textos que figuram nossos corpos como templos espirituais. Sempre, numa exortação à necessária santificação; nunca, como sendo um templo alternativo, na posse do qual, pudéssemos nos eximir de congregar.

Em II Cor 6; 14 a 16 somos exortados a nos separar, dos infiéis, dos injustos, dos que estão em trevas, dos filhos de Belial, e dos idólatras, para que, nosso “templo” seja habitado pelo Senhor. Em momento algum preceitua que nos separemos dos irmãos; antes, promete uma habitação coletiva, na congregação. “Por isso, saí do meio deles e apartai-vos, diz O Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei. Serei para vós Pai, e sereis para Mim, filhos e filhas, diz O Senhor, Todo Poderoso.” Vs 17 e 18

Por fim, versam os seguidores dos “Mestres desigrejeiros”, “O dízimo era da Lei; vivemos na era da graça, em nenhum lugar o Novo Testamento se fala dele; não carecemos pagar, pois.”

Na verdade, o dízimo era mui antes da Lei. Foi regulamentado nos dias dela em atenção ao ministério dos levitas. Abraão o pagou; e todos os salvos pretendem ser descendência espiritual dele.

Paulo fala de modo indireto, mas basta honestidade intelectual para ver.
“Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito de vós recolhamos as carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente nós? Mas nós não usamos deste ‘direito’, antes, suportamos tudo para não por impedimento algum, ao Evangelho de Cristo. Não sabeis que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? Os que estão de contínuo junto ao altar, participam do altar? Assim, ordenou também O Senhor, que os que anunciam O Evangelho, que vivam do Evangelho.” I Cor 9;11 a 14

Não estou legislando em causa própria, não recebo dinheiro de igrejas; mas, há muitos ministros probos que o recebem dignamente. Sem o quê, a Obra de Deus seria inviável. Sabemos que há muitos salafrários por motivos rasos; Deus os julgará.

Todavia, os que precisam de “mestres”, munidos da necessária desonestidade intelectual, para envernizar a insubmissão e o amor ao dinheiro como doutrina bíblica, acharão aos montes, e se completarão. Como vimos ao princípio, “O ímpio atenta para o lábio iniquo; o mentiroso inclina os ouvidos à língua maligna.”

Eu pedi pra nascer


"Os Céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que tenho te proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Uma advertência como essa, nem sempre levamos com a devida seriedade; de que os Céus e a Terra estejam mesmo, atentos às nossas escolhas. Naquele contexto, referia-se aos hebreus, o “povo eleito” recém liberto da servidão no Egito. Mas atrevo-me a pensar, uma vez que Deus não muda, que a mesma regra se aplica aos servos do Novo Testamento.

Normalmente, achamos que uma advertência assim, se trata de um reforço da Onisciência Divina, uma espécie de “fica esperto, que estou de olho.” Porém, é mais preciso que isso. Quando O Senhor diz Céus e Terra, está dizendo isso mesmo.

Tanto que, quando vai começar uma fala mais solene, chama atenção dos dois lugares, para que estejam atentos, caso algum anjo cronista ande distraído. No cântico de Moisés, breve resumo da sua saga, temos: “Inclinai os ouvidos, ó Céus, e falarei; ouça a Terra as palavras da minha boca.” Deut 32;1

Na introdução de Isaías encontramos: “Ouvi ó Céus e dá ouvidos, tu ó Terra, porque fala O Senhor...” Cap 1;2

Em Jeremias, o desabafo Divino acerca da apostasia na Terra, foi exposto ao apreço dos Céus: “Espantai-vos disso ó Céus, ficai verdadeiramente horrorizados, porque meu povo fez duas maldades...” Jr 2;12 e 13

Então, quando O Eterno toma Céus e Terra como testemunhas, é exatamente isso que Ele está fazendo.

O Salvador ensinou que há festa nos Céus quando um pecador se arrepende; isso enseja a demonstração que os dois ambientes estão, de certa forma, interligados. Que as decisões tomadas num, repercutem no outro. Eis uma razão para pensarmos que não se referia aos dias antigos, apenas!

Cada escolha virtuosa que fazemos, contrariando a inclinação natural, alinhados à Palavra de Deus, nossa atuação é usada como didática nos Céus, ante anjos que assim não fizeram, se deixando seduzir, e erram em “Céus” inferiores; os que caíram. Paulo ensina: “Para que agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

Os que se mantiveram fiéis não precisam aprender conosco; guardam-nos. Os que caíram aprendem tardiamente que sua escolha foi estúpida. Se coisas frágeis conseguem fazer a boa escolha, quanto mais, seres poderosos como eles, poderiam e deveriam ter feito. Mas, foram levados pelo “novo líder” a duvidar da Sabedoria Divina. Agora, são humilhados com o testemunho dos Céus e da Terra.

Mais que testificar sobre nossas escolhas, os anjos de Deus as registram em memoriais eternos; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro, O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram ao Senhor e se lembraram do Seu Nome; eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias, poupá-los-ei como um homem poupa ao seu filho que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” Mal 3;16 a 18

A diferença entre o justo e o ímpio, é muito mais que mera estética moral, superioridade filosófica, predileção mais sofisticada; por ser espiritual, derivada do novo nascimento, tem implicações práticas e eternas; elas tratam com vida e morte, bênção e maldição, como vimos no início. “Escolhe, pois, a vida.” Aconselhou O Criador.

Alguns céticos de má vontade, quando desafiados à virtude como forma de vida, eventualmente se ofendem: “Eu não pedi para nascer!” defendem-se, como se fossem vítimas do Criador, mal sabendo que foram cegados pelo inimigo mor. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” II Cor 4;4

Sua aversão aos bons valores, acaba mascarada de “direito sonegado” por não terem tido escolha no que tange a viver ou não. Mal sabem esses sonolentos que é precisamente esse o lugar onde se encontram. Onde podem escolher entre vida e morte. Pedir para nascer ou inclinar-se a morrer.

O que eles presumem ser a vida, é só um germe da mesma, ainda, em “stand by;” o extremo zelo do Eterno, quanto ao nosso arbítrio. Para que nossa eternidade seja derivada das escolhas voluntárias, não, uma imposição.

Poderemos nos rebuscar dos mais refinados argumentos, com os quais camuflar nossas fugas; mas, isso também será uma opção, com o troante testemunho dos Céus e da Terra.

Certo filósofo cunhou que “estamos condenados à liberdade”, pontuando nossa necessidade de tomar decisões. Tanto é vera essa “condenação” que, a recusa em fazer isso, já é uma, tornando a empresa, impossível; então, escolhamos a vida.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

A sagração da morte


“Melhor é ir à casa onde há luto que à casa onde há banquete; porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração.” Ecl 7;2

A ideia é que a morte seja docente dos vivos; vendo-a cara a cara, os tais são levados a pensar, sobre o inevitável encontro. Advertidos, pessoas prudentes podem repensar rumos, rever escolhas... esse é o sentido que o ambiente fúnebre é melhor que o festivo.

Não para todos, entretanto. Se há um momento em que a hipocrisia robustece as asas, é na morte. Aqueles que nos invejavam, jamais dariam gosto de admitir alguma qualidade, direcionar-nos o mínimo elogio, finalmente afrouxam os arreios e desbocam-se em apreços, se morremos. “Podemos elogiar à vontade; está morto.” Machado de Assis.

Outros, desejando ser agradáveis mais que verdadeiros, “enxergam” qualidades jamais vistas, no finado; como quem baratina-se ao sair de chofre dum ambiente escuro para outro luminoso, se perdem confusos, quando a rude realidade os desafia a deixar os scripts, demandando alguns passos reais; pela falta de hábito, claudicam.

Os dum terceiro grupo, por achar que a dor se ameniza com adoçante, derramam um monte de mentiras açucaradas, sentindo-se empáticos por agir assim; os anjos que podem ver as almas, devem corar ante tanta pornografia.

Desses vícios todos, se cunhou na sapiência popular, que as pessoas ficam boas quando morrem. Não me importo de continuar mau, pois.

Acontece que o “bom” do momento é o “Papa Francisco”; mesmo muitos que discordavam veementes dele, agora adoçam o falar, amenizam culpas, ignoram diferenças, como se a morte mudasse outra coisa, além da dimensão onde estará aquele que morreu. Ah, mas o Papa foi um exemplo! De quê?

Os católicos conservadores o detestavam, pela sua simpatia aos “casais” LGBTs; pela defesa do ecumenismo onde “todas as religiões estariam certas”; pela heresia de dizer que Cristo foi um “fracasso na cruz”; pela simpatia aberta ao comunismo, malgrado, o império do ateísmo naquele sistema; os milhões de mortos no leste europeu, e na Ásia; Rússia e China sobretudo; etc. Muitos o achavam um usurpador, não, um Papa “legítimo”.

“Ah mas foi um exemplo de humildade; não recebia salário, morava numa capela, pediu caixão de madeira...” Salário para quê? Se tudo o que necessitava tinha, do bom e do melhor em mãos; até um avião particular, para ir onde quisesse, e seu cargo era vitalício; qual o sentido de ter dinheiro?

Morar em aposentos módicos, geralmente é melhor que nos sofisticados. Ficamos mais à vontade, sem carecer formalidades. O caixão do enterro não faz nenhuma diferença para o morto. Se serve de marketing ante os vivos, é outro aspecto.

Se era humilde ou não, perguntemos aos que discordavam do seu “progressismo”, como tratou às ordens religiosas dissidentes, e aos ministros que pensavam diverso sobre isso; os que desejavam seguir com o rito tradicional da missa. Mandou fechar muitas portas por causas ideológicas. Por não admitir um pensamento divergente.

Desde a idade média esse vício papal, grassa; “humildade” ostensiva, tirania objetiva; muitos lavavam os pés dos mendigos com ostentação, nas praças; depois punham os pés no pescoço dos reis que recusavam se submeter a eles, nos gabinetes.

Nem se trata do Bergóglio; mas da instituição “infalível” do Papado como uma mácula doentia. Em 1215 Inocêncio III, declarou: “Fora do Igreja católica não existe salvação.”
No Concílio Vaticano II, em 1965 sob o Papa Paulo VI mudaram: “Aqueles que creem em Cristo e receberam validamente o batismo, estão em certa comunhão, embora imperfeita, com a Igreja Católica.” 

Outro dia, como citado já, o Francisco disse que todas as religiões estão certas; são linguagens diferentes buscando o mesmo Deus. Para seres que, quando falam “Ex-cátedra” são “infalíveis”, bastante confusos e discrepantes esses pontos.

Então, nem se trata de Francisco especificamente; mas o papado é uma instituição errônea; e, com sua “interpretação” espúria que coloca sobre Pedro, o fundamento da Igreja, fazendo algo que A Palavra proíbe; “Porque ninguém pode por outro fundamento além do qual já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11

O próprio Pedro fez questão de anunciar quem É A Padra Angular: “Ele é a Pedra que foi rejeitada por vós, edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.” Atos 4;11

Assim, vemos que não apenas os “infalíveis” são cheios de erros, como a própria instituição do Papado é uma grave afronta à Igreja do Senhor. Quem dirige a Igreja é O Espírito Santo; não, homem algum.

Trata-se de um ser humano, o Mário; e como tal, toda morte tem seu componente triste; pêsames à família! Porém, a “canonização” do que morreu, é apenas porque a hipocrisia insiste em continuar viva.

O livro esquecido


“Amados, se nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus.” I Jo 3;21

A metáfora, “coração” é abrangente. Significa nosso íntimo, o centro da personalidade, emoções, mente e vontade; o verso em apreço, coloca a consciência também, como mente espiritual, cujo andar conforme, requer um coração segundo Deus.

Quando somos intimamente reprovados ao agir mal, quem opera isso não é a nossa mente frágil; é a consciência no Espírito. Paulo usou termos semelhantes: “Em Cristo digo a verdade, não minto, dando-me testemunho, minha consciência no espírito.” Rom 9;1

Mencionou-a como um luzeiro “autônomo” direcionando ações, onde os Divinos preceitos ainda não tinham sido ensinados; citou os que, nada sabendo sobre Deus, manifestavam um agir como se tivessem no íntimo, Sua Lei; “Os quais mostram a obra da Lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência e seus pensamentos, quer acusando-os, quer, defendendo-os.” Rom 2;15

Em muitas culturas sem nenhum ensino acerca de Deus, erros como, mentir, furtar, adulterar, desobedecer aos pais, eram condenados; quem os cometia sentia-se culpado, ante o testemunho íntimo do qual não podia se evadir. Essa é a ideia esposada pelo apóstolo.

A consciência foi posta na alma humana com fim de demandar um agir, segundo a luz recebida, e fazer seus hospedeiros, alinhados, de certa forma, aos valores do Criador.

Contudo, onde viceja a sagração da vaca, a adoração do falo, o culto à natureza, não foi a consciência que ensejou isso; a origem dessas crendices é espúria. Uma vez estabelecidos como probos, erros assim, a consciência acusará à desobediência; pois, foi “formatada” inicialmente, para um método, a obediência; malgrado, o mérito.

Mesmo onde viçava a filosofia, a fé também ocupava espaço; entre os gregos com seu vasto Panteon, onde havia deuses para todos os gostos, tinham um altar ao “Deus Desconhecido”, por quê? Certamente, porque as consciências de alguns não se satisfaziam com aquela miscelânea, inócua; identificavam a necessidade de mais. Não apostavam sua segurança em deuses que as mãos humanas poderiam fazer, e desfazer.

Assim, se “nosso coração não nos condena”, deve ser entendido como, se nossa consciência não nos acusa; ainda não é o juízo Divino, porém.

O texto não diz que se nossa consciência estiver em silêncio somos inocentes; antes, fala que, “temos confiança para com Deus...” É isso um bom sinal, apenas; não, um veredicto.

Há casos em que a consciência não acusa, não é pela ausência de culpa. Antes, porque, pela falta de uso, de ser ouvida quando falou, ela acabou cauterizada. Os que endurecem o coração no erro e se recusam a voltar; A Palavra desaconselha que percamos tempo com os tais; “Ao homem herege, depois de uma ou outra admoestação, evita-o; sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já, em si mesmo, condenado.” Tt 3;10 e 11 

Triste quando alguém chega a um estado de endurecimento tal, que já não vale à pena gastar tempo com ele, acerca da salvação! Invés da sua alma sair da gestação e ganhar as asas da luz espiritual, encasula-se, endurece num fanatismo doentio. “Cada qual tem sua religião” defende-se, como se isso bastasse.

A apostasia, o desvio da fé, dando margem a doutrinas de demônios, deveria vir, segundo Paulo, “pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada sua própria consciência.” I Tim 4;2 Nesse caso, a troca do veraz pelo aprazível, do probo pelo mais fácil, acaba vencendo as defesas, de quem deixa de escutar a própria consciência.

É possível ouvirmos, indiferentes, aos ensinos derivados da Divina correção, sem nos importarmos, por muito tempo; mas, isso nos fará chegar um tempo em que, Deus já não se importará mais conosco. “O homem que, muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído, sem que haja remédio.” Prov 29;1

Então quando errar nos dói, incomoda, ainda não é de todo ruim; “Se a consciência não for um freio ela será um chicote.” Samuel Bolton. Isto é: se não conseguir nos impedir de agir mal, pelo menos deixará bem claro, que foi mal.

A culpa pesando na consciência é algo ruim que pode ser concertado mediante arrependimento e mudança. Todavia, quando as coisas erradas se tornam um “direito” nosso, então, é pouco provável que encontremos lugar de arrependimento. Como fazer isso, sem antes reconhecer a culpa?

A sociedade chama de psicopatas, aos que conseguem cometer as maiores atrocidades, sem nenhuma compaixão, nenhum traço de misericórdia, empatia; a Palavra Divina usa outra linguagem: “Estes, como animais irracionais, que seguem à natureza, feitos para ser presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção.” II Ped 2;12

“A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.” Blaise Pascal

Os caminhos de Deus


“Por isso me indignei com essa geração, e disse: Estes sempre erram no seu coração, não conheceram os Meus caminhos.” Heb 3;10

A reprovação do Eterno, ao povo descrente dos dias do êxodo. “... Sempre erram no seu coração...” Em geral temos os erros como desvios nas ações. Deus os vê, antes disso, ainda em seu nascedouro, nos corações.

Quando na casa de Jessé, Samuel que fora incumbido de ungir a um rei, se impressionou com os filhos mais velhos, supondo que seria um deles, o escolhido, O Senhor advertiu: “... não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque O Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem evoque está diante dos olhos, porém, O Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Nossas atitudes, antes de praticá-las, acalentamos como desejáveis, em nossos corações. Ali está a raiz dos problemas, quando, o nosso agir não é conforme o Divino Conselho. Por isso, devemos ser zelosos em extremo com eles. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração; porque deles procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Os reféns das paixões são como torcedores de futebol. O mesmo lance que consideram normal, quando favorável, o têm por faltoso quando contra as cores da sua paixão. Retrato fiel dos corações doentios, que amam suas predileções, mais que à verdade e à justiça.

O perigo que correm os com corações nessas veredas, de amar o agradável invés do verdadeiro, é que haverá uma colheita exatamente, conforme essas inclinações.

A permissão do governo mundial do títere de Satã que se avizinha, é uma preliminar do Juízo Divino, contra os inclinados à mentira, avessos à verdade; “Esse cuja vinda, é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira, para que sejam julgados todos que não creram na verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

“... não receberam o amor da verdade...”
esse amor é personificado, como se fosse um andarilho a bater nas portas dos corações, dos que se recusaram a receber e abrigar ao tal.

Cristo ensinou a mesma coisa, anexando as razões dessa “porta na cara”; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais às trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Na diatribe inicial contra aquelas de dias antigos foi dito ainda: “... não conheceram os Meus caminhos.” Ora, O Todo Poderoso os livrara com mão forte de sob a opressão de Faraó; enviando as dez pragas, fazendo-os sair com grandes riquezas e abrindo o mar vermelho; não dá para dizer que os “Caminhos do Senhor” eram discretos, quase imperceptíveis. Feitos daquela grandeza deveriam ensejar temor e gratidão em alto grau. Mas, infelizmente não foi assim.

Podemos pensar que somos melhores que eles, pois, não vimos tais proezas de Deus, como eles e ainda cremos. Em geral somos exatamente iguais. É certo que não vimos grandes sinais como eles. Porém, temos as Escrituras plenas com revelações acerca do Eterno que eles não tinham. Embora de lábios a grande maioria manifeste sua “fé” em Deus. O apodrecimento célere da sociedade, e a perversão dos valores se encarrega de mostrar o contrário.

Quando acontece uma tragedia como as chuvas do ano passado, muitos “lembram” de Deus, para acusá-lo. Quando a vida volta ao normal, com colheitas fartas, saúde, ausência de calamidades, invés de gratidão ao Eterno, as pessoas se dão às festas ímpias, prostituição, mentira, corrupção, cumplicidade no erro, culto a Lúcifer, “Cristo Protetor” e outras abominações mais.

“Devemos consertar o telhado em dias de tempo bom;” J. Kennedy Assim, em dias de calmaria deveríamos acertar nossas vidas no prisma espiritual, reconciliando-nos com Deus, para quando os dias maus chegarem, estarmos em paz com Ele. Quantos o fazem? “... Estes sempre erram no seu coração, não conheceram os Meus caminhos.”

Correr para trás de um biombo religioso e se justificar, isso a maioria faz. Agora lidar de frente com a verdade, de acordo com A Palavra de Deus, mesmo quando ela nos parece desfavorável, isso é ousadia para poucos.

Pois, aos que se atreveram a isso, a promessa dada a certa igreja da Ásia, também se aplica a eles, pela fidelidade Divina; “Como guardaste a Palavra da Minha Paciência, também Eu te guardarei, da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar aos que habitam na terra.” Apoc 3;10

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Inimizade com Deus


“Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo, paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14

Denúncias contra os falsos profetas. Entregavam mensagens de paz mesmo estando o povo em guerra com O Criador. Em se tratando de ralações internacionais, não seria necessário um profeta dizer que estavam em paz; o simples não haver guerra em curso já seria suficiente.

O Senhor permitia a triunfo de outras nações contra o “povo eleito”, quando esse agia de modo contrário ao Divino querer, e mesmo vastamente advertido pelos profetas, nisso persistia; assim, o profeta que avalizasse aquilo como probo, aceitável diante de Deus, se dizia dele, que era um mensageiro de paz.

Porém, se alguém colocasse o “selo da Divina aprovação” numa geração que estivesse agindo de modo réprobo, seria um que falaria de paz, num contexto em que a paz, não estava sendo fomentada. O juízo estava às portas através da permissão do triunfo dos caldeus, contra os hebreus, e os falsos profetas esforçavam aos errados, para que assim permanecessem, garantindo que Deus pelejaria por eles.

Nas lamentações, num cenário de cidade arrasada, povo cativo, Jeremias não culpou inocentes; antes, aos “mensageiros de paz”, que invés de manifestarem os descaminhos dos maus, chamando os errados ao arrependimento, passavam pano, dizendo que estava tudo bem.

“Teus profetas viram para ti vaidade e loucura, e não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2;14

O que é uma carga vã? Qualquer “receita” que, invés de corrigir a alguém segundo Deus, permita que esse “pague” ao Eterno, pelo direito de seguir como está é uma assim. Não apenas a demanda de oferendas se mostrava vã, como ainda irava a Deus, por tentar compensar à desobediência com corrupção, como se O Altíssimo fosse igual aos humanos venais.

Assim, as “cargas vãs” se mostravam também, pecados abjetos, “motivos de expulsão.” Estavam com “Cartão amarelo” e ofendiam ao Juiz, numa metáfora futebolística.

No contexto atual, O Senhor trata com indivíduos, não com uma nação, como era no Antigo Testamento. Porém, em certo sentido a situação é a mesma. O sujeito vive em guerra com O Eterno, pela recusa em se deixar conduzir segundo a Sua Palavra, e os “profetas”, saem validando toda sorte de posturas, por pecaminosas que sejam, afinal, estamos na “era da Graça.”

Uma coisa elementar deve ser lembrada, pois, parece que confundiram a dita era. O advento da Graça significa que, o que era impossível para nós, pelos nossos méritos, foi possibilitado pelo Excelso Mérito de Cristo, e ainda vige, por alguns dias; não significa, contudo, que O Todo Poderoso tenha deixado de Ser Santo, e assim, faça vistas grossas às posturas que sempre foram réprobas aos Seus Olhos. Na Graça, o que sob a lei era condenável, pelo Sangue de Cristo, torna-se perdoável, onde houver arrependimento e mudança de vida.

Logo, antes de sairmos com falácias tipo, tome posse disso, daquilo, conquiste, a ou b, triunfe nessa ou naquela empresa, ande após essa ou aquela “revelação”, é preciso desfazer a inimizade com Deus.

Todo aquele que adotou o pecado como modo de vida, admita isso ou não, goste ou desgoste do diagnóstico, está em guerra, em inimizade com Deus. Precisamente nesse lapso, o do litígio, a Graça manifestada em Cristo atua; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós, a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Os que recebem à Graça, são transformados de maneira tal, que as coisas que antes lhes aprazia ouvir, quando consumidores de falsos profetas, perdem o sabor; os rapaces de antes são mudados em herbívoros; o novo ser, traz consigo um paladar renovado também; “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Desse modo, se alguém pretende ser um “tirado dum charco de lodo” e firmado sobre a Rocha,” ver salmo 40, mas ainda manifesta um paladar que busca pelos vermes comuns no lodo, há fundadas razões para duvidarmos que esse tenha passado, deveras, pelo “Novo Nascimento.”

Sabemos que conversão é imediata, mas santificação é um processo longo, no abandono das “cargas vãs” de antes; mas no renascido, traços do novo paladar devem ser visíveis, como ensina Pedro; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele, vades crescendo.” I Ped 2;2

A recusa em abandonar maus hábitos em tempos de liberdade, acabou tolhendo até essa, no ardor do cativeiro. Ainda resta tempo para quem anda errado; pouco tempo. “... hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

terça-feira, 22 de abril de 2025

Atemporais



“Não fareis segundo as obras da terra do Egito em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual vos levo... fareis conforme os Meus juízos; os Meus estatutos guardareis para que andeis neles. Eu Sou O Senhor vosso Deus.” Lev 18;3 e 4

Deus ditando a Moisés, instruções que ele deveria ensinar ao povo. Duas situações saltam aos olhos, nas instruções Divinas: Vetos à tradição e a aculturação; invés dessas fontes, A Palavra de Deus.

“Não fareis segundo as obras da terra do Egito em que habitastes...” aquilo que por muito tempo fora o normal, não servia na nova relação. Tradições, não! E pensar que o catolicismo coloca suas tradições como fontes, mesmo que essas contradigam à Palavra de Deus. Se levassem A Palavra a sério, não teriam necessidade de mais nada. “Visto como O Seu Divino Poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Gloria e Virtude.” II Ped 1;3

Os fariseus cometiam o mesmo erro e foram denunciados; “... invalidando assim, A Palavra de Deus pela vossa tradição...” Mc 7;13 o que é o sincretismo, senão, uma mistura de tradições religiosas ímpias com A Palavra de Deus, como se, fossem coisas complementares, quando, na verdade, são excludentes?

O que os judeus viram no Egito, em termos de culto, ritos, ensinos religiosos, não tinha permissão para ser replicado, uma vez estabelecidos na Terra Prometida. Aliás, o Bezerro de ouro, fora uma infeliz réplica do deus Ápis, figura comum na religiosidade egípcia, de onde foram libertos.

Não apenas tradições foram vetadas; a aculturação também. A cópia do modo dos cananeus de agir, também foi vetada pelo Eterno; “...nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual, Eu vos levo...” Até se tornou anedota, a petição dum adolescente quando esse deseja sôfrego por algo que “todo mundo tem, ou faz”. “Você não! Você não é todo mundo”; responde a mãe, ao infeliz.

Pois, a tendência de imitarmos o que vemos acontecendo em nosso existenciário, é uma inclinação natural do ser humano. O que é a moda, senão, uma proposta estética, artística, comportamental, que a maioria que vê, acaba por imitar?

Sabedores dessa faceta da psiquê humana, as pessoas que defendem alguma causa, independente de ser moralmente hígida ou enfermiça, colocam uma multidão de defensores da mesma numa passeata, gritando palavras de ordem; para fazer parecer que aquilo representa um anseio legítimo, ou majoritário, o que, nem sempre se verifica.

Pois, no tocante a nós, que pertencemos ao Senhor, tanto a cultura adjacente, quanto, as tradições, se, chocam-se com a Palavra da vida, devem ser evitadas; “... fareis conforme os Meus juízos; os Meus estatutos guardareis para que andeis neles. Eu Sou O Senhor vosso Deus.”

Pela natureza eterna de Quem nos chama, e de, para o quê, somos chamados, “... toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12 as coisas temporais, sejam antigas como as tradicionais, ou atuais, como os modismos da hora, não devem receber nossa atenção, se, nos induzem a algum tipo de postura que choca-se com a vontade Divina a nós revelada pela Palavra.

As coisas velhas, antigas, não são necessariamente ruins, nem as novas, forçosamente boas; como cada uma delas se relaciona com a Palavra de Deus, deve ser nosso meio de aferir sobre o valor de umas e outras; “Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus, é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro, coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Como estamos num tempo bem futuro, em relação à entrega da Palavra de Deus, no nosso caso, a perseverança nela, tem um quê de tradicional, se imitarmos aos que foram fiéis em dias idos; Pois, no que tange à doutrina, não há espaço para inovações; “Assim diz O Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas. Mas eles dizem: Não andaremos neles.” Jr 6;16

Porém, os que vêm de práticas espúrias no prisma espiritual e se convertem a Cristo, devem esquecer o que viveram “no Egito”, nos dias da escravidão. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Para os sedentos por novidades as coisas antigas são “jurássicas”; as modernas, têm sabor de pão novo. Pra quem tem discernimento espiritual, a mentira é uma velharia assassina, mesmo num broto recente, e a verdade, água límpida, mesmo vertendo em fontes antigas. Quem foi chamado à vida eterna, pois, deve ser zeloso pela vida, não, pelo tempo.
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