quarta-feira, 16 de abril de 2025

Deus e o coração


“Quando tu disseste, buscai o Meu Rosto, meu coração disse a ti: O Teu Rosto, Senhor, buscarei.” Sal 27;8

Eis a excelência do relacionamento com O Eterno! Quando Ele ordena algo, invés de um “Sim Senhor!” fazendo continência, ter o próprio coração se posicionando favorável ao que O Santo deseja. Isso é muito mais do que obediência; é identificação.

Quando A Palavra de Deus apresenta a Davi como sendo um homem, “segundo o coração de Deus”, alguns céticos se apressam a citar os graves pecados dele, adultério, assassinato, como uma prova em contrário; uma demonstração da “falibilidade” dos textos bíblicos, ou, de que o coração do Altíssimo seria impuro. Nem uma coisa nem outra.

Se as Escrituras fossem parciais, de origem humana, como acusam seus oponentes, mero compêndio de rabinos espertos, com intentos dominadores, elas omitiriam as falhas dos seus heróis, como Abraão, Moisés e Davi. Por que apresentariam aqueles que deveriam ser exemplos, como seres falhos, aquém da postura desejada? Seria contraproducente.

Assim, esses “tiros nos pés” são eloquentes demonstrações que os escritos reportam a verdade, não forjam nenhuma narrativa artificiosa visando algum fim astuto.

O texto de Davi mostra uma “simbiose” entre a vontade de Deus e a do homem. Quando O Senhor aconselhou algo, o coração dele desejou aquilo, que era a manifesta vontade Divina.

Sabemos que, “segundo” em números ordinais, é todo aquele que vem, após um primeiro; se tratando de Deus, natural que Ele seja o Primeiro; Sua vontade seja a ordem; o cumprimento da mesma, o andar segundo. Desse modo, o mesmo se pode dizer de todo aquele que se mostrar submisso ao Divino querer, obediente aos Seus mandados.

Dada a falibilidade humana e nossa inclinação ao pecado, após a queda, mesmo os de índole obediente, eventualmente deixam de sê-lo; nesses lapsos, agem em conformidade com os próprios corações, não com o do Eterno. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9 Assim, alguém segundo o coração Divino, não o é, “full time” dados os efeitos colaterais da queda.

Tanto manifestava Davi, uma estreita afeição para com O Senhor, que, o seu desejo era, como diz uma canção gaúcha, ser “igualzito ao Pai”. Ele escreveu: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça, e me satisfarei da Tua semelhança, quando acordar.” Sal 17;15

Antes de “dormir” sabia que não era semelhante ao Eterno; mas pretendia repousar na esperança da redenção, para que na eternidade voltasse a ser, como fora o primeiro homem; Imagem e Semelhança. Assim, acordaria parecido com Aquele a Quem amava.

Infelizmente, por causa das paixões que militam na nossa carne, nossos corações não se voluntariam; muitos se recusam, a escolher para si, o Divino querer; nos é dada a bendita assistência do Espírito Santo, e mesmo assim, não raro, somos tardos em fazer as melhores escolhas; dados os maus hábitos nos quais acostumamos nos dias do nosso degredo.

Por isso, o conselho: “Que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito da vossa mente.” Ef 4;22 e 23

De qualquer forma, a obediência tardia, ainda é melhor que a desobediência. No que tange ao Divino querer, O Espírito trabalhará em nós até ver aperfeiçoada a obra que Ele deseja. “Tendo por certo isto mesmo; que Aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará, até o dia de Jesus Cristo.” Fp 1;6 Isso claro, com nossa cooperação em obediência.

O nosso jeito pretérito de quando atuávamos em autonomia deve ser abandonado; doravante pertencemos ao Senhor; “Confia no Senhor de todo o teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas; não sejas sábio aos teus próprios olhos, teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

A bem da verdade, o “negue a si mesmo”, onde o homem abdica da independência e anda após o Senhor, já fora dado a conhecer desde os dias de Jeremias, com outras palavras; “Eu sei ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Nosso coração não se inclina por si, segundo o de Deus; mas, nos que creem e recebem O Espírito Santo, o necessário “transplante” é feito, para que, doravante suas inclinações sejam também, espirituais. “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos darei um coração de carne; porei dentro de vós O Meu Espírito, farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Ardente luz


“Porque lhes dou testemunho que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2

Zelo é derivado emocional; um cuidado extremo com algo ou alguém, por veias afetivas. O entendimento é uma faculdade intelectual; uma propriedade derivada da razão, da capacidade de discernir às coisas. Os que são espirituais, renascidos em Cristo, podem receber entendimento, também pela revelação. O Espírito de Deus tem razões que a nossa razão não entende. “O que é espiritual discerne bem a tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

São coisas complementares; a presença duma apenas, não forjaria o equilíbrio das nossas almas; como um corpo com uma perna só, que careceria apoio, e seu andar seria moroso.

Tendo entendimento de algo, cujo valor demanda que seja zelado, se não fizermos isso, será desleixo; indiferença perdulária; porém, apenas zelo ardente, no escuro, ensejando uma defesa apaixonada, acaba em fanatismo; um estranho fogo que arde, produzindo calor, mas privado de luz.

Paulo poderia falar sobre isso, como o fazia, a respeito dos judeus, pois, cometera, antes do encontro com O Salvador, o mesmo erro. Sua ignorância sobre a Obra de Cristo, o levava a vê-la como nefasta, prejudicial, uma ameaça; seu zelo do judaísmo, o instigava a cometer toda sorte de violências contra os seguidores de Cristo, como se, tais atitudes fossem parte de uma assepsia espiritual, quando, eram pecados, crimes até. Zeloso no escuro, acreditava fazer a Obra de Deus, quando faia precisamente o contrário. Eis o risco do zelo sem entendimento!

Tendo sido iluminado de modo traumático, pela intervenção direta do Próprio Salvador, se viu forçado a guardar por um pouco, a espada do zelo e matricular-se na escola do Espírito Santo, em demanda do entendimento que lhe faltava. Depois de três dias no escuro, durante os quais algumas “escamas” dos olhos da fé foram removidas, a visão física lhe foi devolvida, e tornou com entendimento renovado.

Ainda hoje há muitos que claudicam pela falta de equilíbrio entre essas duas coisas. Uns têm primoroso entendimento, e certa frieza espiritual; sua luz mostra caminhos, mas não instiga a caminhar; outros, são fervorosos, ardentes, zelosos, com limitações de luz, do necessário discernimento; e muitas vezes, como Paulo na cegueira espiritual, erram na escolha dos alvos. Têm zelo de Deus, mas não com entendimento.

Um aspecto que atrofia o aprendizado, no prisma espiritual, é a negligência diante da Palavra de Deus. Muitos vãos aos ambientes onde ela é anunciada, como se o pregador fosse um artista cuja performance devesse ser analisada; não. O ministro idôneo é um diagnóstico Divino, mediante o qual nossas vidas são analisadas. Se colocarmos por obra aquilo que entendemos quando ouvimos, nosso entendimento e zelo estarão agindo em consórcio, para a salvação, edificação.

A negligência nisso atrofia nossas almas, sonegando o necessário crescimento. Se, nos dispusermos a ouvir À Palavra de Deus, é necessário que a tratemos como tal; levemos com a devida seriedade. O entendimento pega o quê, devemos fazer; o zelo, nos instiga que façamos, aquilo que entendemos.

Os que assim não agiram, entre os cristãos hebreus, foram censurados e diagnosticados como meninos velhos; “Porque já devendo ser mestres pelo tempo, ainda necessitais que se vos torne a ensinar, os primeiros rudimentos das Palavras de Deus; vos haveis feito tais, que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na Palavra da Justiça, porque é menino; mas o alimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” Heb 5;12 a 14

A concepção sadia de zelo, pois, é mais que a defesa apaixonada daquilo em que cremos; antes, enseja nossa diligência ciosa, para colocar por obra aquilo que entendemos ser a Divina vontade no tocante às nossas vidas.

Tiago ensina sobre a falta de cumprir o aprendido: “Porque se alguém é ouvinte da Palavra e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla no espelho o seu rosto natural; pois contempla-se e vai; logo esquece como era.” Tg 1;23 e 24

Ora, o que é o necessário consórcio entre fé e obras, ensinado pelo mesmo Tiago, senão, um desdobramento do zelo com entendimento? Fé possibilita que eu entenda; as obras, deixam patente meu apreço pelo que entendi.

Enfim, a luz espiritual não é dada para decorar fachadas, com as usadas no Natal; ela fulge para nos mostrar o caminho; o qual, só fará sentido ver, se andarmos nele. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros; e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;7

terça-feira, 15 de abril de 2025

Ventos vermelhos


“Os pensamentos do justo são retos, mas os conselhos dos ímpios, engano.” Prov 12;5

Há dois tipos de conselhos derivados do engano; aquele em que o próprio conselheiro está enganado e transmite suas percepções, de modo que suas intenções são honestas, embora, o conselho, ruim; e o que o sujeito sabe o que faz, mas visa enganar, atinando a um fim perverso.

Dado que os agentes desses, são ímpios, tanto podem ser obtusos, quanto, estelionatários morais. Outros fatores devem concorrer, para que formemos nossa opinião.

Não poucas vezes deparo com “toques espirituais” de gente que me adverte contra a “idolatria política”, por eu me identificar com Jair Bolsonaro. Estaria esquecendo que minha cidadania é celestial, colocando a esperança em algo frágil, “messianizando” a um mero homem. Se, cometo mesmo esses erros todos, é algo preocupante.

Estranhamente, esses mesmos que pretendem separar as coisas religiosas das políticas, parecem ventos teimosos que sopram apenas numa direção, o tempo todo; nada dizem sobre o comunismo engajado da CNBB, que defende com unhas e dentes o seu lado, e a famigerada “Teologia da Libertação”. Parece que lá a mistura é sadia.

Assim, temos o esquerdismo apregoando nas suas reuniões internas a necessidade de se infiltrarem nas igrejas dissimularem seus valores anticristãos, semearem a cizânia entre os protestantes; entre os católicos eles já dão as cartas e jogam de mão, travestindo seu marxismo com um verniz religioso.

Somos cidadãos dos Céus sim, os que pertencem a Cristo; e também, da Terra. Aqui, temos deveres a cumprir e direitos a fazer respeitar. Não acho O Bolsonaro um salvador, nem o idolatro; mas, respeito e admiro. Que outro líder representa, como ele, a defesa de valores como “Deus, Pátria e família”, contra o aborto, pela liberdade de expressão, de crença, contra as drogas e perversões sexuais nos colégios?

Se ele representa valores com os quais nos identificamos, seria uma coisa despropositada o apoiarmos? 

Sempre tive dificuldade de entender um “cristão” de esquerda; se, esses não fossem analfabetos históricos saberiam que, onde o comunismo viçou, a liberdade religiosa foi tolhida, sempre. Se os não conseguem rejeitar pelos valores abjetos que defendem, ao menos deveriam, pela preservação da liberdade de crença.

Lógico que, quando as duas cidadanias conflitarem, a terrena e a celestial, não nos deve ser difícil optar; mas, quando ambas conseguem andar juntas, parece algo natural como respirar, que assim o seja.

Não saímos desesperados gritando “mito, mito”, com certo fanatismo, como fazem tantos; nem colocamos nele, cargas que não combinam com seus ombros.

Mas, esses conselheiros que nos querem “zelar” dessa forma, estão enganados, e assim disseminam seus enganos, ou já são infiltrados a serviço do sistema? O apóstolo Paulo reclamou seus direitos de cidadania terrena, quando essa foi aviltada na cidade de Filipos; Atos 16;37

Não acho que os conservadores serão salvos por isso; por serem conservadores. A política é um assunto da Terra. A salvação é de foro íntimo, cada um e O Senhor; mas, a escolha e o império dos valores conservadores salva, minimante, uma sociedade, da tirania opressora que torna cubanos, norte-coreanos e venezuelanos, meros zumbis, ao alvitre de pequenas quadrilhas que imperam sobre a imensa maioria.

Por aqui, estamos muito perto disso, infelizmente. Àqueles que deveríamos recorrer, para preservação das leis, do direito, deles estamos reféns; são os primeiros e perpetrar injustiças e atropelar as leis; forjar narrativas fajutas, intrometer-se em assuntos de outros poderes. Isso ainda vai acabar muito mal.

Portanto, caros “conselheiros” é falso que estejamos trocando O Senhor por algum ídolo humano; apenas temos preferência política por quem defende valores com os quais nos identificamos.

Logo, não venham com suas “preocupações” espírito/paternalistas, que, a pretexto de nos livrar de um perigo, pretende tolher nossa visão quanto a um perigo infinitamente maior.

Como para outros assuntos esses conselheiros mostram arguta percepção, recuso-me a acreditar que, para essas assim tão óbvias eles sejam obtusos. Nesse caso, o engano que eles veiculam não é um lapso; antes, uma ferramenta de trabalho.

Não há como viver aqui, pagando impostos, cumprindo leis, estabelecendo governantes sem exercer a necessária cidadania; mas, se o problema desses é com o Bolsonaro, que seria uma má escolha, basta que eles apresentem a alternativa; aquela que, aos seus olhos seria a boa. Somos todos, ouvidos.

Se, o pleito mais caro desses seria pela nossa omissão, nosso silêncio, porque não nos brindam com o deles, para mostrar pelo exemplo, como se faz?

Já que O Criador colocou cérebros dentro dos nossos crânios, imagino que, Ele autoriza que os usemos.

Ele permite que os ventos silvem entre as árvores, para que galhos podres e folhas secas caiam; as coisas que têm raízes, não cedem assim, tão facilmente.

Pedras no coração


“O que foi semeado em pedregais, é o que ouve a Palavra e logo a recebe com alegria; mas, não tem raiz em si mesmo, antes, é de pouca duração; chegada a angústia, a perseguição, por causa da Palavra, logo se ofende;” Mat 13;20 e 21

Fragmento da “Parábola do Semeador”, sobre o solo pedregoso.

Não obstante, sermos exortados a suportar perseguições, alguns “cristãos” são tão melindrosos, que ao menor sinal de angústia, à mínima sombra de escândalo, presto abandonam a “fé”, se fazem “desigrejados”; quando não, abrem um canal no Youtube, e passam a denunciar a “farsa do cristianismo.” Alguns viram ateus.

Quando esses solos pedregosos resolvem “defender à verdade”, passam ao largo de um contêiner de bons exemplos e gritam aos quatro ventos, suas diatribes ao todo, ciosos que as suas malas de escândalos favoritos trazem tudo o que eles necessitam para a viagem. Suas decepções pontuais são seus fachos de “luz.”

O Salvador ensinou que devemos ser o “Sal da Terra”; entre outras coisas, significa isso: Uma minoria com sabor especial, capaz de transformar; não, meros camaleões que se moldam às nuances do ambiente. O que estiver ao nosso redor, não deve se impor, necessariamente, o que foi posto no íntimo, mediante novo nascimento.

Sendo, a Igreja um hospital de campanha em pleno combate, natural todo tipo de feridos, “cirurgias de emergência”, paliativos; mudanças, derivadas da evolução da peleja; pela natureza milenar da mesma, esperável também, infiltrações inimigas, espionagem, traições e toda sorte de malefícios.

O que muito acontece, infelizmente, é que, meninos espirituais, muitos, por negligentes para ouvir à Palavra da Vida, por serem adultos naturais, acreditam que já podem tomar decisões autônomas, sem a mínima luz, no âmbito do discernimento no combate.

Mexem nas prateleiras que deveriam ser manuseadas por gente grande; o resultado é desastroso. Quando O Salvador ensinou que aquele que não se fizesse como um menino não poderia entrar no Reino dos Céus, antevia essas coisas; sem a humildade necessária, a índole aprendiz duma criança, seremos presas fáceis do orgulho.

Aconselhando sobre o cuidado na escolha de obreiros Paulo disse: “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do Diabo.”

O que diríamos de um soldado que, ao chegar no campo de batalha passasse a falar mal do próprio exército, porque esse tem inimigos que o desejam destruir? Cáspita!! Não foi para isso que se alistou?

Desgraçadamente, muitos “obreiros” (infiltrados do exército inimigo) se ocupam em ocultar a peleja necessária, tentando fazer parecer que as fileiras do Senhor dos Exércitos são, na verdade, cômodas paragens de um clube de lazer. Aí, os incautos que preferem fantasias doces à realidade amarga, vêm para o quartel com esteiras, óculos de sol, refrigerantes... como reagiriam se alguém estragasse isso, permitindo que alguma bomba caísse perto das suas imaginárias piscinas? O clube não protege seus associados, estou fora!

Ora, acorda ó sonolento! Paulo, me ajuda: “... Desperta tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá!” Ef 5;14

Fomos alistados para o bom combate; ao vermos o semelhante tropeçando nas suas fraquezas isso deve ensejar duas coisas; desejo de ajudar, e vigilância para não incorrer no mesmo erro. “... assim combato, não como batendo no ar; antes, subjugo meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo, não venha de alguma maneira, ficar reprovado.” I Cor 9;26 e 27

Onde vemos pecados, seja nas nossas vidas, seja nas alheias, ali vemos alvos de quem está a serviço de Cristo. Em nós, devemos combater pelas renúncias necessárias em submissão ao Senhor; no semelhante ajudar mediante oração, conselhos, disciplina, conforme o caso.

Assim, ao vermos as digitais do pecado, vemos um objetivo a combater; não, um poderoso inimigo do qual nos apressaremos em fugir; “Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Logo, ao constatarmos as infiltrações do inimigo, como diz no hino francês, “às armas cidadãos!” Eis o alvo! Não sejamos covardes.

Não ignoramos que pessoas probas, experimentadas, também se decepcionam; e, nem todo aquele que claudica à margem da vereda é um covarde. Mesmo assim, caso aconteça conosco, não tiremos os olhos do alvo; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Como a “terra” na referida parábola é o coração humano, sejamos cuidadosos no preparo da nossa, para que a semente nela lançada, produza para nosso bem, e para a Glória do Senhor. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23
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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Contra os aguilhões


“Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve redobrar a força; mas a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

“ferro embotado”, está em oposição à sabedoria; natural a conclusão que seja uma figura de linguagem, apontando para a ignorância. E “afiar o corte” a solução necessária, seria, buscar o conhecimento.

Tentar “cortar” algo com uma ferramenta “cega”, aponta para um lutador pelejando, na área do conhecimento, sem os meios necessários para ser vitorioso. Seria necessário afiar o corte; mas o sujeito pretende suplementar essa falta, com a força.

Muitas vezes, a resiliência que investe contra alguém ou algo, sem razões plausíveis, onde não tem a menor chance de vencer, já se faz um testemunho, acerca da ignorância que patrocina tal empresa.

No início da Igreja, Saulo, “certo” que o judaísmo deveria prevalecer contra o cristianismo, saiu prendendo e destruído, até participou da morte de Estêvão. Todos os esforços e meios lhe pareciam válidos, para extirpar aquele “mal”.

Em dado momento O Senhor o visitou num clarão celeste que o ofuscou e fez cair por terra: “... Saulo, Saulo, por que Me persegues? Dura coisa te é, recalcitrar contra os aguilhões.” Atos 26;14

Ele estava fazendo redobrado esforço, com uma “ferramenta” embotada; defendendo um sistema que O Senhor tinha deixado de lado; pois, não fora dotado com meios necessários para a salvação. Não era esse o objetivo da Lei, que eles defendiam; tampouco, no que era possível ser justos naquele, mostravam probidade. Muitas vezes O Salvador os desqualificara como hipócritas.

Assim, parece uma figura relativamente óbvia; o fanatismo é uma ferramenta cega; o conhecimento da Palavra, uma “pedra de amolar” que pode ensejar o “fio” necessário, para quem anseia pela verdade.

A Palavra do Senhor, devidamente interpretada, não apenas é uma ferramenta cortante, é mais: “Porque A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma, de dois gumes; penetra até a divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Heb 4;12

Eventualmente, assisto vídeos de debates em universidades, entre célebres ateus e cristãos. Aqueles descartam as evidências históricas como indignas de crédito, tentando fazer perecer que a descrença é um sistema lógico; o ceticismo, uma necessidade intelectual; a rigor, é o subproduto do ferro embotado pela vontade rebelde que se recusa a ceder, ante as mais eloquentes razões.

Por ocasião da ressurreição de Lázaro, uns dias após, O Criador falou com Jesus desde os Céus; os céticos da vez disseram que foi um trovão. Jo 12;29

Assim, não faltavam evidências, como se, a ressurreição de um morto após quatro dias, deixasse margem para essa necessidade; não obstantes essas, os de coração duro, avessos à verdade, prosseguiam no mesmo lugar. 
Arranjando pretextos para suas insanidades.

Então, invés de gastar tupi/guarani tentando convencer alguém, oferecendo evidências históricas, que tal, o eventual ateu que vestir a touca, topar o desafio presente da “Espada de dois gumes”, A Palavra de Deus? Cristo diz: “... a Minha doutrina não é Minha, mas daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá, se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Por que arregaçar as mangas, viajar no tempo em busca de provas que se pode obter agora, em nosso tempo? Na verdade o “ateísmo”, na maioria das vezes, com seu secular ferro embotado, não deriva da falta de meios para afiar; antes, da falta de intenção para o fazer, dos proponentes.

Nos dias do Senhor foi assim. Os de má índole se mantinham distantes, não por que Ele fosse obtuso; antes, porque iluminava demais; evidenciava até o que deveria permanecer oculto. “... a Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais às trevas que a luz, porque suas obras eram más; porque todo aquele que faz o mal odeia à luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas; mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Os escândalos que acontecem entre cristãos, também são eloquentes testemunhas da superioridade da Doutrina de Cristo. Por quê? Porque as mesmas coisas acontecem no atacado, alhures e passam despercebidas; o maior apelo dessas, quando em nosso meio, é também uma prova que estão fora do lugar.

Pode acontecer uma exceção ou outra. Mas via de regra os ataques do ateísmo, não são “correções históricas” porque Cristo nunca existiu; antes, porque sua eloquente existência, incomoda tanto, que a precisam ofuscar. Senão, qual o sentido de tanta força com ferramentas ruins??

domingo, 13 de abril de 2025

A vantagem do pobre


“... é melhor ser pobre do que mentiroso.” Prov 19;22

Quando pensamos em alguma coisa ser melhor que outra, não raro, miramos o aspecto imediato; o que se pode fruir através dela, no tempo presente.

Se, tivermos nosso horizonte temporal em perspectiva, não, o eterno, é até esperável. Porém, dos que são chamados em Cristo, esse viés meramente imediatista é doentio, empobrecedor, como asseverou Paulo: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Somos exortados a nos apossarmos da Vida Eterna; no pacote também está o desafio a avaliarmos as nossas escolhas, nessa perspectiva. “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12

Paulo disse a Timóteo: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal, para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente, e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Não significa que a piedade facilite as coisas na presente etapa; mas capacita-nos às renúncias necessárias, e fortalece para os embates, visando nos manter aprovados diante do Senhor, para a vida que Ele prometeu no devir.

Embora o vulgo devaneie com, encontrar felicidade na Terra, como sendo o sentido da vida, malgrado, ninguém a tenha encontrado plenamente, a Palavra de Deus apresenta nossa porção de tempo e espaço, enquanto aqui, como um aceno do amor do Pai, que anela nosso retorno para junto Dele, como o pai do pródigo em relação ao filho. Apenas lá, haverá plenitude de gozo e serão enxugadas todas as lágrimas, segundo A Palavra da Vida.

Assim, “De um só sangue (Deus) fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda face da Terra; determinando os tempos, já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando O pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós.” Atos 17;26 e 27

Embora esteja perto, somos carentes do “tato”, dada nossa cegueira espiritual. Quando ouvimos A Palavra de Deus apresentada por alguém idôneo, O Espírito Santo que acompanha a mensagem “toca” em nosso espírito, impotente e aprisionado e o convida a crer. Os que assim fazem, “nascem de novo”, são regenerados no âmbito espiritual; capacitados a ver nessa dimensão.

Por isso, além do novo nascimento, a conversão também foi figurada como sendo, passar das trevas para a luz; não mais carecer do tato, podendo ver, pelos olhos da fé. O Senhor explicou porque enviava Paulo aos gentios; “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converterdes à luz, do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão dos pecados...” Atos 26;18

Como a privação de bens materiais, em nada interfere na resposta humana em questões de fé, ser alguém pobre não é uma barreira, um problema; porém, se tiver lapsos no tocante ao exercício na verdade, isso pode lhe fechar a porta, caso não se arrependa a tempo e mude; “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

Logo, fica bem fácil entendermos a sentença aquela, do começo; “... melhor é ser pobre do que mentiroso.”

Como o que contará, em última análise, são os “bens” que depositamos nos Céus, há muitos com aparência de pobres por aqui, que têm em seus depósitos riquezas eternas. “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugares baixos; vi servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

Muito se ouve, desde sempre, nas filosofias de botecos, sobre a preferência da qualidade à quantidade; e a supremacia do ser, ao ter. Infelizmente, no espectro das ações, essas verdades insistem em não comparecer; a maioria corre em demanda das coisas que diz, valer menos. “na prática a teoria é outra”. Joelmir Betting.

Assim, temos, talvez, a nuance mais perniciosa do mentiroso, a hipocrisia; a doença moral dos que esposam nobres valores no script, e encenam rasos interesses no teatro.

Escorregar pontualmente, nalguma mentira pode acontecer com qualquer um; o homem íntegro, uma vez identificada a mesma, se ocupará em repará-la; agora, quem adota a máscara como modo de viver, essa normalização do vício tolherá que o admita, quando for desafiado a um acerto de contas com a virtude.

Nesse prisma também, o pobre leva vantagem. Uma ditosa vicissitude qualquer, o visita, e ele poderá deixar de ser pobre; o que será necessário para que o mentiroso contumaz abandone à mentira?

“Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa, para ser um mentiroso de êxito.” Abraham Lincoln
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Católico ou Protestante?


“O mundo não vos pode odiar, mas ele odeia a Mim, porque dele testifico que suas obras são más.” Jo 7;7

Para quem Cristo disse isso? Para seus irmãos, segundo a carne. Um pouco antes, está escrito: “Porque nem Seus irmãos, criam Nele.” V 5

O catolicismo que valoriza mais seus dogmas e tradições, que A Palavra de Deus, criou a lorota da eterna virgindade de Maria. Ora, José não a tocou, durante a gestação; depois tiveram uma vida normal. “Não a conheceu, ‘até’ que deu à luz seu filho, o primogênito...” Mat 1;25

Defensores do catolicismo dizem que o termo, irmão, era usado também para primos; não é bem assim; se tratando de gentílico, um judeu conhecia a outro, como “irmão”, mas o contexto deixaria ver o sentido; num caso específico, a palavra era exata; “... Isabel, tua prima concebeu um filho na sua velhice...” Luc 1;36

Restaria, talvez, a ideia de irmãos espirituais, os que comungam da mesma fé. Todavia, assim, o texto não poderia dizer que nem mesmo Seus irmãos criam Nele. Se, não criam, espiritualmente não eram irmãos. O Salvador mesmo pontuou isso, no incidente que seus irmãos carnais o queriam prender, dizendo que Ele estava louco; “Quando os Seus ouviram isto, saíram para o prender, porque diziam, está fora de si.” Mc 3;21

Quando os Seus irmãos foram anunciados, nesse espírito, nessa intenção, O Salvador pontuou: “... qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão...” v 35

Dada a obsessão sexual de algum teólogo católico, se disseminou que o “pecado original” foi sexo; não foi. Antes, foi a desobediência; tanto que, a mulher pecou sozinha; depois induziu o marido que aceitou também. O sexo nos parâmetros Divinos é abençoado e gera frutos. Para ser a bênção que foi na Obra de Deus, Maria não precisava ser eternamente virgem; mas, para quem ousa contra A Palavra de Deus, qual é o limite?

A verdade é que, o mundo odeia aos que dele testificam segundo Deus. E, quando o mundo consegue se imiscuir de “Igreja” travestindo seu anseio de domínio em Obra de Deus, tudo o que servir para minorar o alcance desse anseio, naturalmente acaba sendo alvo de pedradas, manifestação prática do ódio.

Cristo ensinou que se conhece a árvore, pelo fruto, significando que os Dele, pelo modo de vida, deixam evidente que o são. O catolicismo, invés disso, pretende validar quaisquer tipos árvores, pelo “pomar”; pela instituição. Assim, se o sujeito se diz católico, tudo bem, malgrado, o que faça; se professa uma fé “protestante”, tudo mal, também, pouco importando os atos.

Outro dia ouvi um defensor do catolicismo questionando: “Onde está escrito que Jesus deu ordem para Lutero criar outra igreja?”

Ora, o referido padre não criou nada; apenas protestou contra os desvios doutrinários que a Igreja de Roma ensinava; ele não desejava outra denominação; antes, outra postura, um alinhamento da Igreja com a Doutrina de Cristo, e ofereceu 95 razões, para defender o que defendia; foi ouvido? Não. Foi banido, perseguido, ameaçado de morte; o catolicismo, confrontado com seus erros, recrudesceu neles e deixou de combater o pecado, se é que um dia o tivesse feito, e desde então, passou a perseguir aos que chamou de “Protestantes.”

Mas se a questão cantada em prosa e verso pelo sujeito que ria dos protestantes perguntando isso, onde está escrito, podemos encontrar, onde O Senhor exclui os que não permanecem na Sua Palavra: “... se vós permanecerdes nas Minhas Palavras, verdadeiramente sereis Meus discípulos.” Jo 8;31 De onde se conclui que, os que não permanecem, não são.

Essa balela que Jesus fundou Sua Igreja sobre Pedro, foi desfeita um milhão de vezes. O próprio Pedro fez questão de “sair de baixo” sabendo que não suportaria o peso; disse: “... a Pedra que os edificadores reprovaram, essa, foi a principal, da esquina.” I Ped 2;7

Na reta final, quando o ecumenismo em célere gestação ganhar contornos finais, os que se opuserem a ele, (o Vaticano promove, lidera) serão perseguidos para morte, até. Então, os que são de Cristo ficarão visíveis pelo ódio do mundo, pela ousada postura não alinhada que esposarão.

As palavras serão desnecessárias, dirão pouco, ante à eloquência das escolhas.

A fúria vista contra os “negacionistas” que se recusavam a uma vacina dúbia, inconfiável, será multiplicada muito, contra os “não alinhados” os “promotores do ódio” ou algo assim, com o que nos rotularão na reta final.

Invés de ficar se jactando em falácias, sobre quem é de Cristo e quem não, cada um poderá deixar evidente, com fatos, a quem pertence. Não será nossa teologia; antes, nossa ousadia no Senhor, que colocará as cartas na mesa. Façamos nossas apostas!

sábado, 12 de abril de 2025

Ímpar duplicidade


“Portanto, os que estão na carne, não podem agradar a Deus.” Rom 8;8

Portanto, é uma conjunção conclusiva; assim, aponta para trás, uma vez que conclui um raciocínio.

Para entendermos o argumento que desqualifica à “carne” por inepta para agradar a Deus, a conclusão, carecemos ler alguns versos anteriores: “Porque os que são segundo a carne, inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as do Espírito; porque a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito, vida e paz; porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser; portanto...” Rom 8;5 a 8

Duas coisas são bem visíveis, a uma leitura relativamente atenta: uma: Há na natureza caída, uma inclinação oposta à vontade Divina, derivada de uma escravidão a outro querer, não mencionado, sabemos qual; diferente da escolha arbitraria, que requer a vontade livre; duas: A carne “não pode ser inclinada à Lei de Deus, nem pode agradá-lo.” São suas impotências, mais que outra razão qualquer, que a levam a fazer as “escolhas” que faz.

Paulo descreveu o “eu” interior, como refém do pecado. As ações desse, se pudessem sair à luz seriam probas; pois, “segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.” Rom 7;22 Porém, ele está sob a carne, que por sua vez, é prisioneira do pecado. Tudo o que o homem espiritual “morto”, impotente para gerir a vida, pode fazer, é como Pilatos, “lavar as mãos.” “De maneira que já não sou eu que faço isto; mas, o pecado que habita em mim.” V 17 “estou inocente...”

A vontade virtuosa se contorce na bainha; mas, porque é prisioneira, resigna-se, na incapacidade. “Porque eu sei que em mim, isto é; na minha carne, não habita bem algum; com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.” V 18 O dito que, “de boas intenções o inferno está cheio”, deve ter vertido dessa fonte.

Essas nuances são eloquentes para mostrar em quê consiste a “morte espiritual”, dado o juízo, na queda. Não significa a inexistência do espírito, como seria a morte do corpo; antes, o jazer na impotência, agonizar na escravidão, suportando à carne, que deveria ser serviçal, no comando da vida; embora, essa doidivanas seja sem gosto, nem força, para as escolhas segundo Deus.

Por isso, o “Novo Nascimento” recoloca as coisas nos lugares; o espírito do homem que se converte é regenerado. Suas algemas são removidas e volta ao comando; enquanto, a carne é “mortificada” na cruz; o “negue a si mesmo e siga-me,” que O Salvador colocou como necessário.

Então, antes de esperar dos Seus, uma postura digna de filhos de Deus, O Salvador os capacita para agirem assim; “A todos que O receberam, deu-lhes poder para serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12 Quem pode, já não é escravo. O dever de agir segundo O Senhor, é uma “escravidão” conveniente, desejável. Pois, assim o “pródigo” retorna para casa, invés de comer com os porcos.

Quando diz que, nenhuma condenação pesa sobre os que andam em espírito, Paulo está colocando uma lógica necessária, não, expondo algum código do juízo; “O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do espírito é espírito.” Jo 3;6 e, “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado, porque Sua semente permanece nele; não pode pecar, porque é nascido de Deus.” I Jo 3;9

Se, antes vimos a impotência da carne, que não pode se sujeitar à Lei de Deus, nem O agradar, agora, vemos a “impotência” do espírito regenerado; “... não pode pecar...” Afinal, foi gerado de Deus, regenerado; e “... Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta;” Tg 1;13

Não significa que um convertido não peca mais; não mais peca sem dor, sem culpa, como fazia nos tempos do governo exclusivo da carne; quando peca, não é seu espírito que o motiva, antes, a carne, que, invés de ser mortificada na cruz, acaba, saudosa, revisitando seus dias de gestora, para o dano de quem não vigia. “Assim diz O Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor.” Jr 17;5

O cristão carnal vive numa duplicidade deletéria, vendo duas coisas lutando dentro de si, como Rebeca grávida. O aperfeiçoamento nisso, a santificação, requer uma escolha ousada, em submissão ao espírito, com a necessária “crucificação” da carne.

Tiago separa o joio do trigo: “Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós; alimpa as mãos, pecadores, e vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

Luzes na noite


“Porque noutro tempo éreis trevas; mas agora sois luz no Senhor: Andai como filhos da luz.” Ef 5;8

A conversão foi figurada como migração das trevas para a luz. Até do precursor do Salvador, João Batista, se disse que viria, “Para iluminar aos que estão assentados em trevas e sombra da morte; a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.” Luc 1;79 João explica: “Não era ele a luz, mas (veio) para que testificasse da luz.” Jo 1;8

Os que optaram pela escuridão serão condenados, o próprio Salvador explica; “A condenação é esta: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 Seus afetos se colocaram avessos à luz.

A rendição a Cristo não é mera mudança de status. Antes, mudança da essência, do ser; mediante novo nascimento, deixou de ser trevas, para ser luz; “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Por isso a exortação para que andemos conforme o novo ser. “Porque noutro tempo éreis trevas; mas agora sois luz no Senhor: Andai como filhos da luz.” O Salvador pontuou nuances do novo andar, esperado; “Assim, resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras, e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Salva a privacidade sadia e necessária a todo o ser humano, no mais, os que são de Cristo não devem ter coisas ocultas, daquelas que envergonham, se publicadas. “Antes, rejeitando às coisas que por vergonha se oculta, não andando com astúcia nem falsificando à Palavra de Deus, assim, nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.” II Cor 4;2

Para alguém se recomendar à consciência de outrem, evocando o Testemunho Divino, é necessário que, a própria consciência o permita. Isso exclui a hipocrisia.

Luz, no âmbito espiritual, outra coisa não é, senão, a verdade. Desse modo, se algum cristão tem coisas que precisa ocultar, naquele aspecto preciso, vive uma mentira; quando não, o próprio cristianismo, do tal, acaba sendo uma fraude.

Na política, certos governantes têm a prerrogativa de selar alguns feitos escusos, decretando segredo de cem anos. A gigantesca “caixa de areia” daqueles gatos. 

Pertencemos ao Senhor, e somos exortados a andar na luz, tais direitos não convêm, tampouco, serão permitidos; “Porquanto, tudo que em trevas dissestes, à luz será ouvido; o que falastes ao ouvido, no gabinete, sobre os telhados será apregoado.” Luc 12;3

Desse modo, quando “vaza” algo comprometedor sobre o figurão tal, vídeos, áudios que não têm nenhum liame com a luz, por certo já é uma nuance do juízo predito no verso supra, que as coisas escondidinhas dos maus cristãos seriam apregoadas “Urbe et Orbe”.

Quando interesses paralelos de engajamentos virtuais, enfim, conveniências monetárias, falam mais alto que a verdade, o que assim faz está patenteando uma escolha excludente, entre Jesus Cristo, e Mamom. “Não podeis servir a dois senhores...” Mat 6;24

Cada ser se locomove segundo ele é; mais que natural, acaba sendo necessário. Como pediríamos ao caranguejo que voasse? Ao peixe que caminhasse? Ao elefante que subisse em árvores? Cada ser vivo tem seu modo de se mover, e o adequado habitat. Por isso, aos renascidos se diz; “Sois luz, no Senhor; andai como tais.”

Se somos renascidos da Palavra e do Espírito Santo, andar em espírito, a comunhão sobrenatural, deve ser nosso modo “natural” de ser.

Uma vez que, somos estrangeiros, peregrinos aqui, devemos andar segundo nossa origem de renascidos no Senhor, não mais, como antes fazíamos; “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito; porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Os que andam na luz, pois, nada possuem que constranja, se acaso “vazar”; antes, diante de todos, extravasam sua escolha por Cristo; pois, as coisas feitas Nele, brilham, invés de carecerem ser escondidas. “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” Mat 5;14

Cada vez que formos tentados a fazer alguma coisa dúbia, podemos passar, antes, a mesma pela seguinte regra: “Queres saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.” Zeferino Rossa

Afinal, foi colocado em nossas consciências, uma pequena luz, que “vaza” internamente, o valor das coisas que nos acenam de fora. Quem atentar a isso estará imune aos “vazamentos” que envergonham. “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Samuel Bolton
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