quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Corruptores

 “... na doutrina mostra incorrupção...” Tt 2;7

A palavra corrupção, em nosso idioma, encerra a ideia de uma ruptura conjunta; feita por duas partes, ou mais. Corromper, é a aglutinação de, romper com.

Quem atua tentando persuadir aos sonolentos, num sentido de corromper a são doutrina? A Palavra arrola nossos adversários. “Porque não temos que lutar contra a carne e sangue, mas contra principados, potestades, príncipes das trevas deste século, hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12

Sempre que, rompermos as diretrizes da sã doutrina, estaremos corrompendo; porque, associados a alguma força espiritual dessas, cujo labor se opõe ao Divino querer.

Invés de um exorcismo imaginário como devaneiam alguns, uma peleja pela preservação da sanidade dos conselhos nos quais fomos ensinados. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Aquilo que, para os vencidos sofre a pecha de radicalismo, vencedores veem como perseverança. “Na doutrina, mostra incorrupção.”

Os que recuam

 “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.” Heb 10;32

Efeito colateral da luz, sobre o qual, poucos são ensinados. Combates, aflições. Que diferente essa perspectiva do “Evangelho” festeiro que se escuta por aí.

O autor exorta hebreus, desanimados, a reencontrarem a ousadia dos primeiros dias. “Não rejeiteis, pois, vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” V 35 e 36

A Divina vontade deve ser feita até o fim; “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

O convertido precisa aprender que, entrando para O Reino de Deus, saiu do mundo que “Jaz no Maligno”.

Carecemos suportar aflições e combates com as forças espirituais da maldade. Quem ensina algo que enfatiza expectativas festeiras, falsifica a sadia mensagem.

A fé foi dada para que possamos viver na dimensão onde está nossa vitória; por ela vencemos o mundo, não no mundo. “O justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

Entardecer

 “Foi a tarde e a manhã, o dia quinto.” Gn 1;23

Tendemos a ler as coisas segundo a sua ordem de incidência. Aludindo à passagem dum dia, diremos, da manhã à tarde; não, o inverso como no relato bíblico. Por quê?

O Eterno, não tem com o tempo a mesma relação que nós. A narrativa do Gênesis foi revelada a Moisés “à posteriori”. Bem depois das coisas terem acontecido. Lendo o pretérito com nossa perspectiva, as coisas mais recentes, serão as primeiras; por estarem “mais perto”, dum eventual narrador.

A escrita hebraica do Velho Testamento também difere da nossa; verte da direita para a esquerda.

Nossos últimos atos é contarão para efeito de salvação; isto é, como terminamos nossa carreira contará mais do que, como a corremos, por determinado tempo; assim, as coisas serem lidas de trás para frente, facilitam.

Malgrado o que tivermos feito em nossas “manhãs”, se à “tarde” estivermos reconciliados com O Senhor, isso bastará.

Quem conheceu deveras, ao Senhor, “anoitecerá” ligado a Ele; “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos...” Sal 92;14

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Camuflagem

“O Senhor dará força ao Seu povo; o Senhor abençoará Seu povo com paz.” Sal 29;11

A tendência do que possui força é se impor. Porém, os fortalecidos pelo Senhor, são capacitados contra si mesmos; para aquietarem as próprias turbulências, na paz recebida.

Pode parecer elementar, o domínio próprio; mas, não é assim. “Melhor é o que tarda em irar-se que o poderoso; o que controla seu ânimo que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

A força que O Senhor dá aos Seus, invés de poderio sobre o semelhante, se mostra eficaz contra as rebeldias naturais.

“Mas, os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Aos que chama, O Eterno fortalece para aquilo que deseja; reconciliação. “Que se apodere da Minha Força e faça paz comigo...” Is 27;5

Os fortalecidos no Senhor, precisam abdicar do natural para receber ao sobrenatural; “Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;10

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Abençoados

 “... abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; tu serás uma bênção.” Gn 12;2

Todos estamos prontos para promessas como, “abençoar-te-ei.”

Entretanto, nem sempre levamos devidamente a sério, o chamado para sermos bênçãos.

Tanto podemos abençoar socorrendo numa necessidade, como ensina Tiago, sobre a importância das obras; quanto, fazendo isso, seremos difusores de Cristo, num modo de viver que enseje luz espiritual a quem nos observa: “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

A transformação radical, de quem deixa um modo vicioso de viver, em troca de aprender e viver, as virtudes de Cristo, é a mais eloquente das pregações; evidencia de modo prático, o que O Salvador faz nas vidas que O recebem.

“... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Ao mesmo tempo em que somos abençoados, somos feitos bênçãos para outros, vivendo as transformações que o Evangelho opera.

Como disse a Abraão, o Senhor fala a cada um; te abençoarei, para que sejas uma bênção.

domingo, 26 de outubro de 2025

Obras abandonadas


“Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;30

O Salvador realçou a importância das renúncias em perseverança; usou a edificação de uma torre como figura. Abandonar a vereda da salvação equivale a ter começado uma obra, sem acabá-la.

Se, para uma torre, literalmente, o risco seria a falta de materiais, na edificação da salvação, eventualmente, é o que “sobra” que atrapalha; os maus hábitos que não conseguimos “crucificar”.

Homens dúbios querem o Céu, sem renunciar à Terra. Tiago foi categórico sobre isso: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;7 e 8

Na parábola do semeador, O Salvador advertiu sobre os espinhos; “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a Palavra, mas os cuidados deste mundo, a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;” Mat 13;22

O Senhor concluiu o Seu ensino com a seguinte advertência: “... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” V 33 Quanto maiores as renúncias, mais “matéria prima” teremos.

O Senhor assevera que ficarão de fora os tímidos; (Apoc 21;8) não se refere à timidez como traço de personalidade; a que faz alguém mais retraído. Antes, alude aos que deixam de perseverar resolutos, nos momentos que são desafiados a sofrer por Cristo. Se, o barco da fé singra em remansos, festeiros seguem, os superficiais; mas, quando uma nuance do “opróbrio de Cristo” testa-os, presto fogem; esses são os tímidos que serão excluídos. Seus melindrosos excessos de amor próprio tolhem que manifestem amor pelo Salvador.

A fé sadia tem um quê de loucura, capaz de arrostar tempestades. Nem tanto pela nossa fibra, por termos uma têmpera superior; antes, por saber em quem cremos, como disse Paulo. Nele confiarmos sem reservas.

Pode patrocinar ousadias como a dos jovens ameaçados com a fornalha em Babilônia; “Nosso Deus a quem servimos pode nos livrar; se não, fica sabendo, ó Rei, que não nos curvaremos aos teus ídolos.” Dn 3;17 e 18 Como os cristão nigerianos, que, perdem as vidas fiéis ao Senhor; ou, ainda como a declaração de Jó; “Ainda que me mate, Nele esperarei...” Jó 13;15

Sempre que houver impedimentos no curso da Obra Santa em nós, invés de cogitar obstáculos alhures, olhemos no espelho e veremos o culpado. Do ponto-de-vista Divino, não há interrupções; “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra, aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

A bem da verdade, quem começa a “obra” e depois a abandona, se torna pior do que, se nem tivesse começado. Pois, ao dizer-se de Cristo, anexa seu nome ao Dele. Sempre há o risco que isso se mostre vão. Caso escandalize, tal pecado, além do seu peso natural, ainda trará consigo a profanação, por macular ao Santo, ao qual dissera pertencer.

Pedro andou nessas pisadas, quando falou dos profanos; “Porque melhor seria não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2;21

Esses mortos com aparências de vivos, não param de frequentar ambientes santos, tampouco, se deixam contagiar por eles; a uns assim, foi dito: “... Conheço tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” Is 3;1

Isaías advertiu sobre os resistentes ao contágio da virtude: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade; não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10

Nos ambientes onde a retidão é ensinada, esses permanecem acoroçoando suas tortuosas inclinações; “... nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério, não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça;” II Ped 2;13 a 15

Spurgeon dizia: “Ninguém é obrigado a se declarar cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Não seja tímido, covarde; honre sua escolha ao preço que for necessário.

O mesmo Pedro que depreciou aos de tais comportamentos, usou uma figura poderosa para mostrar o real significado do seu proceder; “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;22

Embora alguns esposem que os “eleitos” jamais se perderão, a Palavra do Senhor é categórica: “Aquele que perseverar até ao fim será salvo.” Mat 24;13

sábado, 25 de outubro de 2025

Repórteres do além


“Desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;4

Característica dos “tempos trabalhosos” dos últimos dias, onde, os amantes de si mesmos imporiam seus desejos em lugar da Palavra da Vida; desviando-se da verdade buscariam por fábulas.

A fábula mais pujante nesse tempo, a meu ver, é uma espécie de mediunidade, na qual, alguém “morre” por alguns minutos; sai do seu corpo e vai ter com “Jesus”; ele irradia apenas luz e amor, mas raramente se parece com O Senhor, revelado nas Escrituras.

Um sujeito deixa seu corpo e transcende; depois volta, cheio de instruções.

Sempre vão em espírito, tendo ciência que deixaram seus corpos; Paulo quando foi arrebatado não soube; “Se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe.” II Cor 12;3

Se ao apóstolo foram mostradas coisas que, “... ao homem não é lícito falar.” V 4

Esses repórteres do além, em seu “furo interdimensional” recebem instruções que devem partilhar. A maioria recebe do “Jesus” luminoso que lhes fala, coisas diversas das que estão na Palavra. A Igreja teria negligenciado, omitido, esquecido coisas que agora o “Senhor” precisaria lembrar.

Primeiro; o mesmo Senhor ensinou a suficiência das Escrituras, contra um pedido de manifestação ao estilo do espiritismo; antes mesmo de se ter escrito, o Novo Testamento; “... Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.” Luc 16;29

Se, então foi vetada a vinda dum “médium”, agora com as Escrituras completas, por melhores razões, também é. “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gl 1;8

A João foi permitido, ver e reportar coisas interdimensionais; em parte. Nem tudo o que viu e ouviu pode escrever. “Quando os sete trovões acabaram de emitir suas vozes, eu ia escrever; mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela o que os sete trovões emitiram, não o escrevas.” Apoc 10;4

O que lhe foi facultado escrever foi na linguagem celestial; num “esperanto escatológico” que, até hoje muitos ainda se esforçam para entender.

Se, O Senhor deu a receita, o Evangelho, ordenou que se pregasse em todo o mundo a toda criatura, por quê, agora pescaria um aqui, outro acolá, ensinando novas coisas?

Paulo, inspirado pelo Senhor advertiu: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Acerca do modus operandi do enganador mor e dos seus ensinou: “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.” II Cor 11;13 e 14

Caso, algo relevante para salvação tivesse sido omitido pelo Senhor, faria sentido que suplementasse agora a Sua Doutrina; contudo, o suplemento que poderia ser um testemunho em defesa do Seu Amor, seria uma acusação robusta contra Sua Perfeição; Pedro foi categórico: “Visto como Seu Divino Poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;3

Se, naqueles dias, O Senhor já dera tudo o que respeita à vida e piedade, por que esses “apêndices” tardios? De qual fonte brotam?

Dada a inclinação dos homens que preferem fábulas à verdade, nesse tempo, parece natural supor que quem lhes deformou o paladar a esse ponto, seja o mentor da produção desses “alimentos” ao gosto dos fregueses.

Interessante que no verso imediato, Paulo receitou a sobriedade como antídoto às inclinações fabulosas; “Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” V 5

Notemos que a sobriedade preceituada, o conservava um evangelista; um ministro do Evangelho, não, um além-turista, comissionado a atuar nas duas dimensões.

Eventualmente O Senhor dá sonhos, visões, quando lhe parece oportuno. Nada acrescenta de diferente aos Seus Ensinos; particularmente pode instruir a alguém. Mas doutrinariamente, não há espaço para acréscimos.

Os atenienses que tudo faziam em busca por novidades, na chegada de Paulo precisaram ouvir que eram ignorantes espirituais, não conhecendo a Deus.

Naqueles dias, vá bene! Mas hoje, passados dois milênios com a Palavra de Deus vertida em todos os idiomas, ainda grassa grande obscuridade, mais pelas escolhas perversas em consórcio voluntário com as trevas, que, pela privação de luz espiritual.

Como a doença permanece, natural que o antídoto ainda seja o mesmo; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que, com justiça há de julgar o mundo...” Atos 17;30 e 31