sábado, 25 de outubro de 2025

As duas religiões

 “Assim como o Pai, que vive, Me enviou e eu vivo pelo Pai, quem de Mim se alimenta, também viverá por Mim.” Jo 6;57

Há pouco deparei com um vídeo onde o autor arrolou existência de 400 mil religiões; todas, pretendendo ser expoentes da verdade única. O tal disse que, isso só pode ser visto por duas lentes: a) se uma estiver certa, todas as demais estão erradas; b) todas estão erradas, e são fundadas sobre premissas falsas, segundo humanas tradições.

Cada maneira de crer, teria uma chance entre 400.000 de estar certa, e as demais, de estar errada. Nada poderia ser mais capcioso, intelectualmente desonesto, e satanicamente planejado.

Cristo não se apresentou como uma religião, ou, como fundador de uma; antes, chamou a Si os que têm fome e sede de justiça prometendo saciá-los. “Quem de Mim se alimenta, viverá por Mim.”

Quanto à água, proveu igualmente: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Dentre os milhares de denominações existentes, grande parte se diz cristã. Lógico que, nem tudo o que reluz é ouro. 

Entre os probos, há diferenças de compreensão, rituais, administrativas, formais; mas, se nas coisas basilares, salvação pela graça, mediante a fé, remissão pelo Sangue de Cristo, reconhecimento do Seu Senhorio, pela Sua vitória na Cruz, direção da Igreja pelo Espírito Santo, os que a isso aderem, pertencem a Ele.

Essa balela de “única Igreja verdadeira”, é coisa de sectário adoecido. Embora as denominações organizadas sejam importantes para difusão do Evangelho, na hora do acerto final, O Senhor não procurará por denominações; “Os Meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Há diferenças de compreensão, de capacitação de obreiros, mas todos os que se encomendam fielmente a Cristo, são Dele. A Unidade da Igreja é espiritual, não, denominacional.

Por isso, de todos os que invocam ao Nome Dele, é requerida uma postura coerente com isso, não, com a diretriz de um “dono” humano; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Usemos como ilustração a mesma figura que O Salvador usou; o alimento. Em alguns “restaurantes” a comida é mais rebuscada, o ambiente é mais chique, o serviço, esmerado; noutros, o menu é mais simples, bem como as características do local onde a comida é servida; nem por isso, deixa de alimentar.

Se, invés de dominar o grego e o hebraico, ser versado em teologia e outras disciplinas, o obreiro for um simplório, com vernáculo pífio e domínio rudimentar, mesmo assim, se conheceu a Jesus e Dele se alimenta, pertence ao Senhor, e pode levar outros a Ele, os que lhe derem ouvidos. Afinal, “Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são;” I Cor 1;29

Então, invés do que dispõe de uma cultura mais refinada, estar mais perto de Deus por isso, corre o risco de se perder, se der ao “mise em scène”, mais peso que ao cardápio.

Deus inverteu a ordem e advertiu disso: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21 Por isso, muitos “loucos” se avantajam, para salvação, pelo melhor e mais natural encaixe no Divino propósito.

Enfim, dissipada a fumaça da oposição, existem apenas duas religiões na terra, posto que, as manifestações de ambas sejam diversas: a) uma, que tem Jesus Cristo como Salvador e Senhor, e A Palavra de Deus como doutrina; b) outra, disseminada nas múltiplas variações da oposição, que labora para negar isso.

A tentativa de confundir desavisados com números mirabolantes e supostas divisões onde essas não existem, é mais uma dessas variações; gerar descrença é mais fácil que ensejar fé. Para sujar, qualquer porção de fezes serve; para alimentar, o labor é mais criterioso; a menu pode ser simples, mas Cristo é indispensável. somos carentes dele, “O Pão da Vida.”

Obreiros da oposição seguirão esperneando, segundo as punções do seu líder. Os que Cristo capacitou estarão a postos, para colocar todas as falácias contrárias, nas devidas prateleiras; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Tédio alheio

 “Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.” Jó 10;1

A situação de Jó era mui peculiar; perdera todos os bens e filhos de uma vez; portanto, nossas frustrações por grandes que sejam não chegam perto das que dele. Não obstantes, todos os percalços, perseverou ele, crendo no Eterno.

O quê, nos levaria a entediar, desistir de viver? Não poucos buscam refúgio na porta enganosa do suicídio, infelizmente. Me atrevo a dizer que, na maioria dos casos razões fúteis, incidindo sobre almas sem a devida têmpera assumem um peso desproporcional, fazendo um tigre de papel parecer uma fera sanguinária. O excesso de amor próprio, ocupando o que deveria ser amor ao próximo ajuda nisso.

No mundo como está hoje, onde os mais pueris devaneios podem ser retratados como realidades vividas, nas falsas vitrines das redes sociais, as pessoas sugestionáveis por essas farsas tendem a se deprimir por não serem tão “felizes” quanto, aqueles que desfilam solertes em suas “janelas”. Por que fulano consegue e eu não?

Invés de um choque de realidade visitando hospitais, observando a bravura indômita dos cristãos martirizados na Nigéria, favelas, velórios, e outros ambientes sisudos de vida real, esses mentecaptos se perdem no reino encantado da fantasia; aí, acabam se sentindo entediados, infelizes, por cotejarem suas sortes com a dos que, supostamente estão nos “paraísos” que eles merecem.

Enquanto um adolescente padece privação de alimentos, num recanto obscuro da vida dura, lhe são sonegados os direitos mais elementares, outro, da mesma idade “sofre horrores” porque um colega seu tem um aparelho celular mais moderno que o dele. Duas ou três “frustrações” assim, e presto teremos um “deprimido” entediado, se sentindo a mais infeliz das criaturas. Quem suportaria tamanha dor?

Não raro, escolhemos como referenciais, aqueles que estão “acima” de nós; não obstante, milhares de pessoas bem de perto, estejam em situações flagrantemente inferiores. Vivemos de modo inconsequente, como se a vida nos devesse e nos apressássemos a “cobrar”.

O consumo em doses excessivas de ilusão, produz como efeito colateral, pessoas sem noção, divorciadas da realidade; a fusão entre o mundo virtual e o real turba uma alma adoecida; e, turbada, pega uma arma, entra num colégio e sai matando aleatoriamente, como se, a dívida da vida estivesse pra lá de vencida, e esse fosse o jeito certo de acertar as contas.

Com o advento da Inteligência Artificial a coisa piorou muito. Primeiro, os ímpios governos tolheram a difusão de uma educação de qualidade que formaria seres livres, capazes de pensar; depois, as redes sociais alienaram da realidade fomentando toda sorte de ilusões, ao alcance de crianças; agora, a IA “empodera” mentecaptos, como que, ensinado a técnica de bio-fertilizantes; o resultado é idêntico; ambos os sistemas logram a proeza de transformar bosta em dinheiro.

Num sistema assim, que invés de premiar o mérito, fornece de bandeja, um imoral método, o que a presente geração legará à vindoura? Se houver outra.

No momento mais crítico da saga Divino humana, quando os sinais escatológicos apontam para iminente acerto de contas do Senhor com a humanidade, essa se encontra em seu mais ridículo estágio; pífia, nos prismas, intelectual, moral e espiritual.

A negligência em buscar por formação quando ainda era possível, que daria discernimento para ver, amiúde, os atuais dias, e têmpera para suportá-los, cobrará alto preço, como já aconteceu em tempos idos; A Palavra do Senhor registra e tudo caminha para se repetir.

“O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de Mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Me esquecerei de teus filhos.” Os 4;6

Algumas dezenas de escritos apócrifos “surgem” do nada para colocar em dúvida o que sempre soubemos via Palavra de Deus. Quem, antes dessa avalanche satânica não fez o bom depósito, como o fará agora? Como discernirá entre santo e profano, se, jamais se esforçou para aprender isso?

E, alguém enxergando um metro além das retinas, queda impotente para comunicar o que vê; sobretudo, por dois óbices; absoluta falta de interesse, e total incapacidade de quem precisa urgente, divisar os riscos que corre.

Se, no caso de Jó eram sobejas as razões e particulares, para ele estar entediado da vida, hoje, quem pode ver um tiquinho, corre risco de entediar pela inacessibilidade satisfeita, duma imensa leva de medíocres suicidas.

Quem os adverte do abismo para onde estão rumando, corre o risco de sofrer violência até, dada a “certeza” com que esses encarcerados de alma defendem seus feitores.

“Como é perigoso libertar a um povo que prefere a escravidão!” Maquiavel

A paz possível

 

“O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Isso, após o derramamento do Espírito Santo sobre a humanidade. Aconteceu em Pentecostes depois da ressurreição do Salvador. Por que, tantos embates, guerras, desavenças, então?

A paz interpessoal, internacional, pode se firmar sobre diversas coisas sem depender da justiça, necessariamente. Pelo poderio bélico superior de outrem, muitos vivem em “paz”.

A única paz que depende estritamente da justiça é com Deus. Quando nossos pais aceitaram a sugestão da serpente, que O Criador mentira e fora parcial, a maior das injustiças foi aceita.

Quando João se recusava batizar a Jesus, Ele insistiu dizendo que era necessário cumprir “toda justiça”;

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Enquanto a justiça do Príncipe da Paz, não for recebida e vivida, seguiremos em inimizade com Deus. As alternativas são: lutarmos, ou reconciliarmos; Ele aconselha: “Que se apodere da Minha força e faça paz comigo...” Is 27;5

Os fiéis

“Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Jó 2;9

Jó estava sofrendo por Divina permissão, para desmentir às calúnias de Satanás. Sua mulher achou que era demais e disse as palavras acima.

Partidária da “fé” na qual, muitos são ensinados nesses tempos. Uma relação mercantil que “dá” algo requerendo bens. Quando essa “troca” deixar de ser vantajosa, acaba.

Se, a fé é o “firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 quem precisa ver resultados imediatos dela, não a conhece. “Porque andamos por fé, não por vista” II Cor 5;7

Mesmo em total escuro, os fiéis permanecem, pois, sabem em quem creem; “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

A fé sadia supera circunstâncias adversas, pela integridade de Quem prometeu; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim 2;13

Se há um limite ao qual, ultrapassado, devemos descrer, não é dessa vida. “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

A Cristo moeda

 

“Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso seu pé.” Sal 9;15

O que seria mais justo que, ver quem nos intentou fazer o mal, colher exatamente o mesmo?

Contudo, somos colegas de peregrinação dos demais pecadores. Não nos cabe ser juízes. É estúpido repetir certa frase: “Que Deus te dê em dobro tudo que me desejares.” As pessoas usam isso como “escudo” contra possíveis maus desejos.

Somos exortados ao perdão; um “pagamento”, não, na mesma moeda. Quem teve tempo e ocasião para mudar, se arrepender e não fez, oportunamente, a Divina justiça o alcançará.

No que depender nós, o antídoto ao alheio mal, não deve ser o anseio pela justa punição; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber... Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Os tolos

Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23;9

Esse conselho se refere a alguém, reconhecidamente tolo, com o qual, não adianta gastar latim.

Em se tratando da pregação do Evangelho deve ser inclusiva, apresentada a “todo a criatura”; caia a semente no solo que cair, como ensinado na parábola do semeador.

Depois de estabelecermos relação com as pessoas, temos condições de avaliar suas motivações, seus anseios, suas índoles.

Percebido se tratar dum escarnecedor, que escolhe a tolice como diretriz, então, se aplica o conselho do Salvador, de não darmos aos cães as coisas santas, nem lançarmos pérolas aos porcos.

Como dizia Spurgeon, “Basta um homem para levar um cavalo às águas; cem homens não serão suficientes, para forçá-lo a beber.”

Enfim, não é a eloquência do pregador que convence; antes, a ação do Espírito Santo que testifica nos corações que ouvem.

A voz de Deus busca por todos, dos mais diversos modos. Porém, aquele que ouvindo e fecha-se, estupidamente trai a si mesmo.

Caminho estreito


“A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Duas coisas chamam atenção sobre a caminhada dos “justos”; (embora diante de Deus não haja nenhum, bondosamente assim chama, àquele que se deixa por Ele instruir.)

As duas coisas: O caminho é estreito, uma vereda; e a luz da instrução incide num processo progressivo.

Embora, “vereda” permita conotações alternativas, O Salvador foi preciso sobre o que convém aos Seus: “Porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;14

Para nossa progressão na iluminação espiritual, O Senhor estabeleceu mestres, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus; homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

Assim, sempre haverá trabalho em nós, no prisma do aprendizado. De ponto-de-vista do Eterno, o mesmo será levado a efeito. “... aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6