sábado, 18 de outubro de 2025

Servo solitário


“Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram; julga minha causa.” Lam 3;59

Jeremias tinha sobejas razões para clamar assim. Fora mensageiro por muitos anos, num cenário de apostasia e aversão ao Senhor.

Fora preso, espancado, jogado num poço, confrontado pelos que prediziam uma paz inexistente...

Então, vagava entre ruínas duma cidade arrasada, cujo povo que não fora morto, acabara cativo em Babilônia, como ele advertira.

Cumprir fielmente à Divina comissão, requer do comissionado, que se disponha a sofrer por valores maiores que seus interesses.

É honroso estarmos a serviço duma causa eterna, apesar da nossa finitude. Sofrimento nessa vereda é depósito no banco dos Céus; “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente.” I Ped 2;19

A resiliência do povo e dos líderes, no erro, tornou inevitável o juízo antevisto por Jeremias; ele permaneceu em liberdade.

Se alguém pensa que deve andar como todos, pode acabar cativo como a maioria, que imita. Quem conhece a Voz de Deus, não se move pelas efervescentes inclinações sociais.

Frutos luminosos

 

“... os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.” Tt 3;8

Em geral, o vulgo associa a fé a certo utilitarismo; eu creio, portanto Deus me dará isso, aquilo; Não são essas nuances derivadas de uma fé sadia.

O fragmento acima traz a ideia de servir. Aplicar-se às boas obras, ou “dar frutos” como ensinou O Salvador.

Salvação é pela graça mediante a fé, sabemos; mas deve produzir transformações observáveis pelas obras dos salvos. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Quando O Mestre ensinou que não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte, significava isso; não é possível haurir algo tão luminoso como a salvação eterna, e passar despercebido num mundo de trevas como esse; “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Seriedade da graça


“... Tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá; enchi-o do Espírito de Deus, sabedoria, entendimento, ciência em todo o lavor.” Ex 31;2 e 3

O Senhor escolhendo e capacitando homens para a obra no tabernáculo. Bezalel e Aoliabe iriam forjar itens refinados, em metais preciosos.

Adiante, temos o triste episódio do bezerro de ouro. Ninguém em especial foi escolhido para forjar a nefasta escultura.

Esse incidente deixa ver a diferença entre as coisas Divinas e as demais. Enquanto as primeiras demandam ordem, disciplina, capacitação, as outras podem ser feitas de qualquer maneira; afinal, tudo o que contraria a Deus serve ao canhoto.

Ministros do Eterno devem ser escolhidos segundo Divinos critérios; “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido duma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar...” I Tim 3;2

Não confundamos a Divina graça com permissividade, desordem, indisciplina; “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e concupiscências mundanas, vivamos no presente século sóbria, justa e piamente.” Tt 2;11 e 12

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

O imitador


“Subirei sobre as alturas das nuvens; serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14;14

O sonho de Satanás; ser semelhante ao Criador. Como criatura limita-se à árvore da ciência. As imitações possíveis pelos frutos dessa árvore, alcançará no fim do tempo.

Imitará a Onipotência exercendo poder global; a Onisciência, coletando dados de todo o saber, via Inteligência Artificial; a Onipresença, pelo domínio interligado de todas as redes de comunicações, de onde exigirá adoração, como se estivesse em todos os lugares.

Porém, esses engenhosos simulacros engendrados ao longo de muito tempo, se revelam totalmente inócuos para produzir vida. A fusão trans humanista, homem máquina, que está sendo forjada pelo canhoto, será insuportável à alma humana.

Os que sofrerem o governo ímpio global, na hora da verdade, seu resíduo humano desejará a morte. Os artifícios neurotransmissores amalgamados à vida negarão. “Naqueles dias os homens buscarão à morte não acharão; desejarão morrer e a morte fugirá deles.” Apoc 9;6

Pensar que Cristo está ainda perto, acessível... “E não quereis vir a Mim, para terdes vida.” Jo 5;40

Bênçãos


“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Bem-aventurado significa, abençoado, feliz. Em geral vemos as bênçãos como intervenções Divinas graciosas em nosso favor.

Entretanto, o verso acima parece sugerir que as simples escolhas humanas, são coautoras de bênçãos. Devemos evitar três coisas. A) o conselho dos ímpios; b) a companhia dos maus; c) os ambientes dos zombadores.

Há bênçãos, não apenas em recebermos algo da parte do Senhor; porém, em evitarmos coisas de espúria origem, companhias e ambientes que fariam mal à sanidade das nossas almas.

Feitas essas coisas, “meditarmos na Lei do Senhor”. Não apenas fugirmos daquilo, cuja procedência é deletéria; antes, suprirmos nossos anelos espirituais bebendo da mais pura Fonte.

Ele garante, aliás, que Seu suprimento é inesgotável; “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

A cruz


“Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.” Rom 6;10

A cruz nem sempre é entendida corretamente. O vulgo costuma chamar os problemas que enfrenta no viver, por esse nome. A cruz de Cristo não tem a ver, necessariamente, com dificuldades; antes, com a busca pela santidade.

Os pecados não desfilam como difíceis; geralmente, se apresentam mui deleitosos, fáceis de praticar. Logo, a cruz, uma vez que trata diretamente com eles, traz “dificuldades” de outra ordem; a renúncia das inclinações carnais. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5;24

Infelizmente muitos conseguem se mostrar valentes diante das lutas, das dificuldades, e covardes para enfrentar as seduções dos prazeres.

A eficácia da Cruz de Cristo, requer o concurso da nossa; o que a Palavra chama de, “andar em espírito.” “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

O reino

 

“Desde então começou Jesus a pregar e dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus.” Mat 3;17

Não que O Eterno tenha deixado de reinar. Todavia, como entregara o governo da Terra ao homem, e esse perdera pela desobediência, o que fora um belo projeto de vida tornara-se reino da morte. “... a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão...” Rom 5;14

Após a Lei, mediante Moisés, o peso do pecado passou a ser outro; “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.” V 13

Então, quando O Reino dos Céus chegou, não foi o governo, mas o convite ao homem para que mudasse, de modo a poder participar desse Reino. “Arrependei-vos”.

Abraão fora convidado a “uma terra que te mostrarei.” A todos que ouvem o Evangelho, o convite é ao Reino dos Céus.

Não carecemos migração; antes, deposição dum falso regente, o ego, que ocupa o trono do Rei; “Negue a si mesmo.”