quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Sobre montes

 

“Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Deus desejou para Sua habitação; O Senhor habitará nele eternamente." Sal 68;16

Simples entender que, “montes” aqui, é figura se referindo a governantes. Têm qualidades humanas. Saltam. O texto deixa implícito o motivo; em demanda do monte de Sião, onde está Jerusalém.

Qualquer semelhança com a geopolítica atual, onde, a capital israelense é desejada por muitos, não é coincidência; é cumprimento profético.

Isaías figurou as lideranças espirituais dos dias do Senhor, como montes que seriam aplanados. Isto é; colocados semelhantes aos lugares baixos, significando que receberiam o mesmo chamado ao arrependimento, que os rejeitados da sociedade. Os “vales”, prostitutas e publicanos, os baixos naqueles dias, teriam a mesma chance que os montes.

Até se avantajaram; O Salvador observou: “... Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes, mas publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32

“Todo o vale será exaltado; todo monte e todo outeiro será abatido...” Is 40;4 os líderes religiosos se revelaram “montanhosos” demais, para se colocar ao mesmo nível dos outros pecadores; seu orgulho lhes fechou a porta.

Esse é, certamente, o maior “inconveniente” da doutrina de Cristo; não reconhece aos montes sociais; antes, tem especial afeto pelos pequenos; “Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 28 e 29

Esse nivelamento no raso tolhe aos orgulhosos, porque os coloca ao lado dos que eles desprezam.

Ezequiel também falou aos “montes” nos dias do seu ministério; “Montes de Israel, ouvi a Palavra do Senhor.” Ez 36;1 Tanto eram os montes literais, lugares onde eles cultuavam ídolos, quanto, os líderes, culpados pela apostasia.

Quando as pessoas pensam na “fé que remove montanhas” costumam promover seus problemas cotidianos, pequenos punhados de terra, ao status de grandezas. Muitos, não obtendo resposta se afastam ofendidos dizendo que a Palavra não se cumpre.

Não que O Eterno não possa remover isso. Mas, muitas vezes permite que pequenos incômodos concorram, quando pode usá-los para nosso aperfeiçoamento. Davi escreveu: “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse Teus estatutos.” Sal 119;71

As melhores lições que nossas almas recebem são nela gravadas em baixo relevo; digo, são em momentos de dor, privações. “Melhor é ir à casa onde há luto, que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;2 e 3

Muitas vezes, nossas perdas são disfarces de ganhos; bens de valor eterno sendo forjados nas intempéries efêmeras que O Santo permite que nos toquem. Nossa finitude tende a inflacionar as coisas como se, minúcias efêmeras fossem uma cordilheira. Esses montes de enganos também, uma fé sadia no Senhor se encarrega de remover.

Se, nosso ego usurpador e doentio pretender reinar em lugar do Senhor, Certamente esse é o primeiro “monte” a dar trabalho para a fé, quando ela for veraz. “negue a si mesmo”. “... Ele remove reis e estabelece os reis; dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz.” Dn 2;21 e 22

Se, aos montes apreciados é possível saltar, desejar, se entristecer, prerrogativas humanas, os que são edificados de modo a desenvolver confiança irrestrita no Senhor, não hão de mudar por nada, quaisquer que sejam as circunstâncias pelas quais sua fé deva passar; evidenciarão uma qualidade dos montes reais, cuja perenidade é notória; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Todavia, o “monte” governante que escolhe a impiedade como modo de atuar, no tempo do juízo deixará de ser; “Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” v 3

Para sua perda, todos os “montes” da terra se unirão; “Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra O Senhor e contra Seu Ungido...” Sal 2;2 “Eu, porém, ungi meu Rei sobre o meu santo monte de Sião.” V 6 

Daniel completa a figura do fim dos governos ímpios e o reino global de Cristo; “... a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, encheu toda a terra.” Dn 2;35

As heresias

“Até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem.” I Cor 11;19

Nada mais desafiador para um cristão sincero, que, identificar algo herético, espúrio, sendo ensinado em meio aos demais? Em tal contexto é inevitável sua manifestação em defesa da verdade.

No antigo pacto, cuja luta era contra carne e sangue pela “Terra Prometida” os omissos foram amaldiçoados, “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48;10

O que dizer dos omissos de agora, no ministério do Espírito? “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...” II Cor 10;4 e 5

Heresias são ataques da oposição aos quais devemos rechaçar. A omissão, invés de tolerância é covardia. As coisas valiosas devem ser guardadas como tais.

Quem foi capacitado para tanto, esteja a postos; “... quem estiver armado, passe adiante da Arca do Senhor.” Js 6;7

Imitadores

“Tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia.” II Tim 3;5

Homens dos últimos dias, segundo Paulo. Por que alguém desejaria a aparência de algo, não sua eficácia? Apenas aparentar ser piedoso?

Encenar algo virtuoso costuma abrir portas na terra; viver, abre-as nos Céus. Como as cogitações desses não excedem à busca de “bens”, por aqui, não se ocupam com os de lá, malgrado, a bondade Divina os tenha feito acessíveis.

A eficácia da piedade não é pequena; “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;8

Embora, já tenha reflexos proveitosos na vida terrena, a tal exercício, num modo de vida probo que busca honrar ao Senhor, estão atreladas promessas de valor eterno, feitas por quem não pode, nem quer, mentir.

Inevitável que os homens dos últimos dias sejam como são; entretanto, podemos passar longe de seus exemplos, escolhendo padrões melhores para seguir. “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Os deformadores


“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Elementar, um cristão dizer que confia sem reservas no Senhor. “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Porém, se, seduzidos por sutilezas malignas, negligenciamos à necessária vigilância e albergamos em nossa “teologia”, desvios espúrios, desconfiamos. Incorremos numa traição mais por sonolência irresponsável, que, por perfídia.

A confiança não pode ser meramente formal; antes, deve ser essencial. Dizer que Ele "É O mesmo ontem, hoje e eternamente” Heb 13;8 e aceitar nos lugares onde Sua Doutrina é ensinada, inovações que a contradizem, destoa. Não É Ele, suficiente?

Um dos “pecados” que mais incomodam aos modernistas é a dita religiosidade. Rótulo pretensamente danoso, que colam nos que se ocupam em manter a firmeza doutrinária, sem compactuar com certas mudanças.

Lutero é tido como o grande reformador. A rigor, ele não reformou nada. Apenas desafiou a igreja a voltar para A Palavra de Deus. Os que dela se afastaram, foi que se fizeram deformadores. Sua proposta ortodoxa causou grande abalo, por causa da distância que se tinham afastado os pretensos expoentes de Cristo. Quando o original se torna revolucionário é porque a apostasia foi normalizada.

Quando, os herdeiros da aversão a Lutero escrevem suas diatribes, evitam abordar as teses propostas e se ocupam em difamar ao “herege”; na falta de condições de demonstrar supostos erros, basta que, o desqualifiquem como rebelde e pronto. Para esses, ser fiel ao “papa” mesmo fora das Escrituras importava mais que ser fiel ao Senhor e Suas Palavras. Ainda é assim, vergonhosamente.

Os deformadores da atualidade se igualam em relação aos que decidiram acusar de “religiosidade”; sua fidelidade inegociável incomoda, a quem decidiu ser infiel. A incapacidade de demonstrar erros doutrinários, outra vez, leva a atacar pessoas invés de contra argumentar, aos ensinos. “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Quando, sair fora da casinha se torna o “novo normal”, os que decidem permanecer, incomodam pelas suas monótonas anomalias. Anunciar paz quando a mesma não havia foi o labor preferido dos falsos profetas; ver, Jr 6;14, Ez 13;10 etc. Igualmente hoje, muitos “Coachs” enchem de promessas de bênçãos e Divinos cuidados, aos que ainda estão em guerra contra Deus, pela resiliência no pecado.

Antes de assimilada e aceita a Justiça de Cristo, e reconhecimento arrependido das nossas injustiças, não há paz; “O efeito da justiça será paz,..” Is 32;17 “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Estar errado, eventualmente, pode acontecer com qualquer um, dada a humana imperfeição; porém, recrudescer no erro, e a atacar aos que permanecem centrados no que sempre se ensinou e viveu, é uma temeridade mui grave. Acaso não foi essa disposição mental e espiritual, que levou fariseus e saduceus a pedirem aos romanos a morte do Senhor?

Tais agem como se, o filho pródigo, tendo desperdiçado tudo, perdido “amigos” e estando entre porcos, invés de reconhecer seu erro e voltar ao pai, arrependido, decidisse partir para a difamação do seu velho, e do irmão que permanecera leal. Assim se sentiria “justificado” em suas danosas escolhas.

Assim fazem os deformados, que, tendo deixado a “simplicidade que há em Cristo”, desperdiçaram nos bordéis das conveniências mundanas, os tesouros da Sã Doutrina; passam a menosprezar os que não fazem o mesmo.

Se, as mentes dos tais não estão confortáveis com suas escolhas, não serão, essas, testemunhas contra eles nos tribunais das próprias consciências? “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.”

“Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Enfim, erram os coachs das motivações amorais e das promessas incondicionais, feitas a gente inconsequente que busca reles motivação mesmo carecendo de salvação; erram também os teólogos liberais, excessivamente “inclusivos” fazendo parecer que o Divino Amor ama aos homens antes de amar à justiça.

Quem segue firme em Cristo fatalmente será perseguido, pelo canhoto, pelo mundo e pelos falsos cristãos; não terá paz com esses, por motivos alheios à sua vontade.

Essa “guerra” será o mais eloquente testemunho que está em paz com O Senhor. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;11 e 12

O perdão



“Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como Eu tive misericórdia de ti?” Mat 18;33

A isonomia horizontal é um ensino pacífico. Tanto que, nos códigos humanos se diz que “todos são iguais perante a Lei”, embora, a prática negue isso.

Pois, almas viciosas incluem nos seus vícios o exercício teórico nas coisas virtuosas.

Em Cristo, somos chamados a viver isonomia, com Deus, no relacionamento com o próximo. Tratá-lo como Deus nos tratou. No modelo de oração ensinado, temos: “Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores;” Mat 6;12

Acaso alguém oraria pedindo que seus erros não fossem perdoados? Pois, seria o significado do pedido acima, não tendo ele perdoado, eventual devedor.

O perdão é libertador. Faz mais bem a quem oferece, do que, a quem recebe. Perdoar é livra-se de um câncer; quem é perdoado, contrai uma dívida.

Fomentar o ódio é da oposição. “... Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4;6 e 7

Coisas de cima

“Porque os Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos Meus, diz o Senhor” Is 55;8

O Eterno explicando a razão pela qual, o homem deve deixar seus pensamentos e abraçar aos Divinos. As mais altas cogitações humanas, ainda são sobre coisas terrenas.

Se, aos salvos é facultada a “Mente de Cristo” como ensinou Paulo, então, lhes é possível se exercitarem em coisas mais elevadas que as daqui, atuando de acordo com a nova posição.

O mesmo apóstolo exortou: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas da terra;” Col 3;1 e 2

Tais coisas, não são tão de cima assim, que, não sejam conhecidas. Todos versam da superioridade do ser, ao ter, das coisas que o dinheiro não compra. Os salvos devem viver por esses valores, não apenas falar.

Muitos deploram à inversão de valores; pois, o “cristão” materialista também inverte, para sua perda. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males...” I Tim 6;10

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Tentações

 

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” Mat 26;41

Acostumamos com a ideia que seria bom não cairmos em tentações. Todavia, O Salvador aconselhou a nem entrarmos nela.

Há certas “permissões” que podemos nos conceder, atinente a nos aproximarmos do terreno minado das tentações, que soam como brincarmos com fogo; outro dia vimos o acidente onde uma brasileira caiu num vulcão na Indonésia. Infelizmente, acabou falecendo.

Brincar com a tentação é como andar numa trilha daquelas; o menor descuido pode nos levar a pisar onde seria fatal.

Então, mesmo nos pensamentos devemos estar vigilantes, para não abrirmos portas facilitando o trabalho do tentador.

Devemos vigiar, “... levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;5

Não cairmos é uma necessidade para preservação da vida espiritual; não entrar, é uma atitude prudente, de quem evita riscos desnecessários.

Somos aconselhados a evitar até a aparência do mal, por que brincaríamos em sua presença? “... teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7