sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Máquina do tempo
“Tudo tem seu tempo determinado, há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1
A relação do Eterno com o tempo não é a mesma nossa, óbvio! As vicissitudes para as quais o tempo está determinado ocorrem “debaixo do céu”. No humano existenciário.
Infelizmente, muitos fazem mau uso da Divina longanimidade vivendo desleixadamente, como se, o teatro da vida fosse palco para pecar, dando vazão às suas impuras inclinações. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11
Dada nossa finitude e insipiência, o que dizemos hoje pode não valer amanhã. Fernando Henrique Cardoso, autor de diversos livros, uma vez guindado ao poder, teria aconselhado: “Esqueçam o que escrevi”.
O Eterno não carece rasuras. “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16 Algumas coisas que permitiu, eventualmente, depois aperfeiçoou, o fez em atenção às nossas limitações, não, a alguma rasura como se, dela necessitasse.
Quando disse que Seus ensinos eram “veredas antigas”, atinava aos dias em que foram entregues ao homem, dada a relação desse, com O Tempo. O Senhor é O “Pai da Eternidade” Is 9;6 o tempo lhe obedece.
Como coisas eternas estão em apreço, e somos convidados a arbitrar sobre elas mediante escolhas, O Santo providenciou uma “viagem no tempo”, para que possamos gerir nossas almas, sem um rigor extático, restrito apenas ao presente. Para problemas pretéritos, erros que cometemos lá, providenciou o perdão, mediante arrependimento e rendição a Jesus Cristo.
Se resta alguma pendência dos idos é preciso ser admitida; “arrependei-vos”, e quanto a esperança futura, precisamos ajustar agora, nossos “relógios” segundo o tempo dos Céus; “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I Tim 6;12
Ainda, quanto ao devir, nos cabe o “caminho estreito” que se abraça mediante a fé, pela qual, podemos fazer a melhor escolha, que arrolará nossos nomes no Livro da Vida.
Entretanto, para uma situação ou outra, lidarmos com o passado ou o futuro, o tempo da nossa escolha é o presente. “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, Não endureçais vossos corações...” Heb 3;15
O que fazemos em nossa passagem se torna a “semente” que semeamos, a qual, no devido tempo frutificará; “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8
Apenas duas “semeaduras” são possíveis, no escopo espiritual; na carne ou no Espírito. Para a primeira basta cada um viver dissolutamente, à sua maneira. Qualquer perversão, rebelião contra a Divina vontade provém da mesma “sementeira”; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7
Os que se convertem a Cristo, além de “crucificarem” à carne, recebem, via novo nascimento, o espírito humano regenerado, e o Espírito Santo habitando nele; Assim, “Se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita.” Rom 8;11
A vida eterna não atina apenas à duração da dádiva recebida; mas, ao tipo de vida que devem passar a levar os que se renderam ao Senhor; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4
Se, O Eterno não pune de imediato às más obras, algumas, pelas consequências que ensejam acabam se tornando um caminho sem volta. Quando alguém perece inesperadamente, os fatalistas dizem que estava escrito; na Palavra de Deus está escrito para sermos consequentes. Fazermos o uso mais sábio possível, do nosso tempo.
O fato que a morte pode espreitar em qualquer esquina, deveria ser suficiente estímulo para que tratássemos o precioso dom da vida pelo valor que ele tem. A maioria age como se ele fosse um convite para festa, da qual, Seu Autor não pode participar.
Enfim, O Santo É Eterno; o homem poderá vir a ser. O risco de dormir na gestão do nosso tempo, é acordar demasiado tarde. “Passou a sega, findou o verão e não estamos salvos.” Jr 8;20
Edificadores
“Porquanto porquanto andam enganando o Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica a parede, outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10
A mensagem bíblica chama atenção, também, pela forma; a riqueza poética com que as coisas mais sisudas são ditas.
O falso profeta era o “construtor” erigindo uma parede enganosa; quem o corroborava, um que rebocava à mesma, com argamassa ruim; a exposição da verdade, em tempo, a chuva tempestuosa mesclada à saraiva, que evidenciaria à fraude.
A falsidade era a mesma, comum em nossos dias. Acenos de bênçãos a um povo que anda em rebelião, avesso a Deus.
Basta postar uma promessa auspiciosa, incondicional, nas redes sociais, para ver quantos a “rebocam”; digo, compartilham, como se Deus fosse o servo, não, O Senhor.
Sobre a necessidade de praticarmos profundamente, a Palavra, não, brincarmos com a superfície, O Salvador usou as mesmas figuras. Da edificação dos insensatos disse: “Desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa e caiu; foi grande sua queda.” Mat 7;27
Cuidado com os construtores de enganos; o vero amigo adverte do erro, invés de encorajar nele.
Bondade se aprende
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1
Duas coisas às quais convém atentar. A primeira: Não fomos salvos por ser bons; antes, por crermos no Único que É. Não somos justos, fomos justificados; isto é: reputados justos pela justiça de Cristo, a nós atribuída.
A segunda: O pecado nos fazia inimigos de Deus. Justificados pelos Méritos do Cristo em nosso favor, a inimizade desaparece, e somos realinhados ao Santo. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” I Cor 5;19
Alhures li que, "quem precisa de religião para ser bom não é bom; é um cão amestrado." Pois, quem pretende ter justiça e bondade próprias mostra arrogância e falta de noção.
A Palavra é categórica: “...Não há um justo, nem um sequer.” Rom 3;10 Nada mais arrogante que contradizer a Deus. E nada mais sem noção que, agir como Satanás e se presumir, bom.
Precisamos aprender bondade, não duma religião, mas duma pessoa; de quem a demonstrou, como ninguém, ao perdoar os próprios algozes. Ele disse: “aprendei de Mim...” Mat 11;29
Precisamos aprender bondade, não duma religião, mas duma pessoa; de quem a demonstrou, como ninguém, ao perdoar os próprios algozes. Ele disse: “aprendei de Mim...” Mat 11;29
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
A inveja
“Também vi que todo o trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4
Olhar mal para algum bem alheio é a nuance mais notória da inveja. Quando O Eterno aceitou o sacrifício de Abel e não o de Caim, esse se encheu de inveja, ira.
“O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito...” Gn 4;6 e 7
Não havia um favoritismo em relação a Abel; Deus o aprovara, enquanto, reprovara Caim. Vendo a ira desse, lembrou: “Se bem fizeres, não é certo que será aceito?” Porém, ao invejoso sempre parece mais fácil destruir ao próximo, que melhorar.
Invés de descontentar com a própria falta, se irrita contra outro, cuja excelência evidencia sua mediocridade. Ora, quando outros fazem algo melhor que nós, isso é estímulo para que melhoremos; não, afronta.
Quem tenta transformar mérito alheio em defeito é culpado; não porque outrem faz algo melhor; mas, porque recusa a lidar com a verdade. O invejoso ama à mentira pela própria feiura, não porque haja beleza naquela.
Olhar mal para algum bem alheio é a nuance mais notória da inveja. Quando O Eterno aceitou o sacrifício de Abel e não o de Caim, esse se encheu de inveja, ira.
“O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito...” Gn 4;6 e 7
Não havia um favoritismo em relação a Abel; Deus o aprovara, enquanto, reprovara Caim. Vendo a ira desse, lembrou: “Se bem fizeres, não é certo que será aceito?” Porém, ao invejoso sempre parece mais fácil destruir ao próximo, que melhorar.
Invés de descontentar com a própria falta, se irrita contra outro, cuja excelência evidencia sua mediocridade. Ora, quando outros fazem algo melhor que nós, isso é estímulo para que melhoremos; não, afronta.
Quem tenta transformar mérito alheio em defeito é culpado; não porque outrem faz algo melhor; mas, porque recusa a lidar com a verdade. O invejoso ama à mentira pela própria feiura, não porque haja beleza naquela.
Em busca de luz
“Se, algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente...” Tg 1;5
Esse “se”, poderia ser uma ironia; afinal, quem não tem falta de sabedoria? Mas, atrevo-me a pensar que não foi essa a intenção; Tiago quis dizer: Se alguém tem dificuldade para entender algo ensinado em Nome do Senhor, peça-lhe por luz; Ele dará.
A sabedoria plena, pela capacidade dos nossos “HDs” não pode ser recebida num passe de mágica.
A cada vicissitude onde somos desafiados a interagir, quem desejar atuar de modo sábio, consulte ao Senhor antes; sem uma “resposta” já decidida que ao Senhor caberia apenas confirmar; o faça de coração aberto, mesmo a um eventual veto. Só assim, poderemos consultar ao Senhor; do contrário, enganamo-nos.
Crescer em sabedoria é um processo lento e contínuo; requer índoles ensináveis e almas submissas. De que adiantaria O Santo mostrar-me o caminho reto, se, prefiro entortar e fazer à minha maneira?
Antes da luz, pois, cabe a justa postura de servos ante O Senhor, para sermos iluminados. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18
Sem medo da lua
“O sol não te molestará de dia nem a lua de noite.” Sal 121;6
Que o sol tenha predicados molestos é de fácil entendimento; mas, a lua? Como assim? De que males “lunáticos” são livres os que confiam no Senhor?
Analisamos o fragmento dum salmo, um cântico; portanto, a linguagem poética precisa ser entendida.
Os males da “lua”, é uma forma criativa de se referir aos temores que assolam no período noturno; sem serem derivados da lua, necessariamente.
Quantos padecem pavores noturnos, insônia, pânico, depressão, males que mostram suas ameaças no período escuro?
A ideia da poesia hebraica é que, os que confiam no Senhor, tanto de dia, quanto de noite, são por Ele guardados. O valor de um sono tranquilo, restaurador, melhor aprecia, quem, eventualmente, padece sua falta.
Daquele que busca sabedoria no Senhor, encontramos: “Quando te deitares, não temerás; ao contrário, teu sono será suave ao te deitares. Não temas o pavor repentino, nem a investida dos perversos quando vier.” Prov 3;24 e 25
Essa confiança no Eterno traz calmaria sem preço; “Em paz também me deitarei e dormirei, porque só Tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” Sal 4;8
A necessidade da fé
“Que guardes os mandamentos do Senhor e Seus estatutos, que hoje te ordeno, para teu bem?” Deut 10;13
Se, considerarmos apenas o fim das coisas, salvação para uns e perdição de outros, ninguém terá dúvidas acerca do que foi o bem, e do que se revelou um mal imensurável.
O problema é que, em geral, nos perdemos em minúcias circunstancias, no processo; por acharmos penosas, as nuances necessárias no curso desse, tendemos a redefinir as coisas ao bel prazer dos nossos desejos, nem que para isso troquemos às coisas de prateleiras.
A Palavra adverte: “Ai dos que ao mal chamam, bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo!” Is 5;20
A salvação ser pela fé, não é um capricho Divino; antes, uma necessidade humana. Dada nossa visão imediatista, nossos entendimentos apressados distorcem as coisas; por isso carecemos crer Naquele que vê, deveras, como as coisas são.
“Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6
Assinar:
Comentários (Atom)