quinta-feira, 9 de outubro de 2025

A necessidade da fé


“Que guardes os mandamentos do Senhor e Seus estatutos, que hoje te ordeno, para teu bem?” Deut 10;13

Se, considerarmos apenas o fim das coisas, salvação para uns e perdição de outros, ninguém terá dúvidas acerca do que foi o bem, e do que se revelou um mal imensurável.

O problema é que, em geral, nos perdemos em minúcias circunstancias, no processo; por acharmos penosas, as nuances necessárias no curso desse, tendemos a redefinir as coisas ao bel prazer dos nossos desejos, nem que para isso troquemos às coisas de prateleiras.

A Palavra adverte: “Ai dos que ao mal chamam, bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

A salvação ser pela fé, não é um capricho Divino; antes, uma necessidade humana. Dada nossa visão imediatista, nossos entendimentos apressados distorcem as coisas; por isso carecemos crer Naquele que vê, deveras, como as coisas são.

“Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Utilitarismo


“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca.” Os 13;5

Deus falando a Israel mediante o profeta. Em geral, o homem costuma se aproximar solícito de ambientes vantajosos, e manter distância dos que soam penosos.

Encontrar alguém no deserto, não costuma ser o “modus operandi”. Deus foi ao encontro dos israelitas no Egito; de lá os libertou com forte mão. O livramento deveria ser bastante para ensejar gratidão e fidelidade; contudo, não foi assim. “Depois se fartaram, em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso esqueceram de Mim.” V 6

O mesmo Deus que foi bem-vindo, na escravidão e no deserto, deixou de ser, na fartura, embora fora Ele que lhes dera.

Muitos confundem utilitarismo com fé. “Crer” quando isso acena com alguma vantagem imediata, é sinal seguro de apostasia, quando o cenário mudar.

Quem conhece ao Senhor não se move por circunstâncias; a “fé” que pede socorro mesmo o ateu manifesta quando a terra treme. A veraz, brilha até no escuro. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

A honra alheia

“Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponham a coroa real na sua cabeça.” Et 6;8

Quem seria assim, enfeitado de monarca? O Rei Assuero perguntara ao príncipe Hamã, como deveria honrar a quem o agradava. Certo de que a honra seria para si, o presunçoso pediu aquilo que vimos acima; que o honorável fosse fantasiado de rei.

Infelizmente, para ele, a honra real tinha outro endereço; um desafeto seu, o judeu Mardoqueu que defendera à vida do rei de uma conspiração.

Tolstoi disse: “Há quem passe por um bosque e só veja lenha para sua fogueira.” Assim o egoísta; acredita que as coisas boas existem estritamente para ele.

A Palavra de Deus ensina: “... cada um considere os outros superiores a si mesmo.” Fp 2;3

Se não conseguirmos uma nobre postura assim, ao menos busquemos pela isonomia, quanto às ações. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Sem fermento

 “Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao Senhor, se fará com fermento...” Lev 2;11 “Todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal...” Lev 2;13

Na simbologia bíblica, fermento tipifica corrupção, contaminação; O Senhor aconselhou e evitar o “fermento dos fariseus” aludindo às suas doutrinas; figurou Seus discípulos como “Sal da Terra”, ensinando a sobriedade, gravidade que devem ter, ao falar. “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal...” Col 4;6

Assim, ao servo de Deus, invés da lisonja bajuladora, da tentativa de motivação ao estilo coach, cabe ser prudente, sóbrio, veraz.

Sua fala precisa ser sem fermento, com sal. Cobrir ao ímpio de promessas, antes de ter sido resolvido o problema basilar, a regeneração da vida espiritual, via conversão, arrependimento, é contraproducente como maquiar um morto; dura um momento e se esvai.

O Evangelho que não começar pelo “arrependei-vos”, não começa nunca. Não é Evangelho. A Palavra ensina que “Deus não é Deus de mortos.”

Ministros que não anunciam seriamente a Palavra, também estão mortos; inútil esperar encontrar O Salvador entre eles. “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

A verdade

 “... fixando os olhos nele, viram seu rosto como o rosto de um anjo.” Atos 6;15

Viram e ouviram a Estêvão falar como um anjo. Fez um resumo de história, desde de Abraão, até aqueles dias.

Apresentou a Jesus como O Messias prometido; acusou seus algozes de resistir ao Espírito Santo, foi condenado, apedrejado, morto.

Nada adiantou o que viram e ouviram, embora verdadeiro. O ódio tem razões, diante das quais, a razão se envergonharia.

Acaso se ouve protestos, se envia “flotilhas humanitárias” em defesa dos cristãos massacradas na Nigéria? Não. Por quê? O ódio corrente é contra Israel. Não se trata de defesa humanitária. Antes, de atacá-los a qualquer preço.

Todos dizem, alguns, apenas quando lhes convém, que Deus É Amor. A Palavra corrobora isso. Se, o amor “não folga com a injustiça, mas com a verdade”, I Cor 13;6 podemos mudar ‘amor’ por Deus e teremos: “Deus não folga com a injustiça, mas com a verdade.”

Antes de nos ouriçarmos em defesa de algo, passemos pela “peneira da verdade”. Pois, “Ficarão de fora, cães, feiticeiros, prostitutos, homicidas, idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

terça-feira, 7 de outubro de 2025

A fé dos ateus


“... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Vemos que, o relacionamento com Deus deve ser racional; isto é, calcado na razão. No entanto, essa, do ponto-de-vista humano, posa como mestra independente. Fonte autônoma.

A razão segundo Deus, requer mudança de mentalidade, firmada na obediência, a Ele. Na contramão das inclinações naturais. Chama primeiro por uma porta “irracional”, a da fé, para, depois, iluminar aos que creem. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

A chamada traz um jugo, além do estreito caminho; “apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo”; para a “matrícula” na faculdade eterna, pois, se requer ruptura com o modo corrente; “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”; uma vez admitidos, pouco a pouco passamos a conhecer as razões Divinas. “Porque Meus pensamentos não são os vossos...” Is 55;8

A “patrocinadora” do ateísmo é a moral, não o intelecto; a recusa em renunciar às inclinações carnais, o “sacrifício vivo” a cruz; fruto dum viés volitivo, não, intelectual.

A “distância segura” que alguns precisam manter em relação à luz, por causa dos hábitos que pretendem conservar, pode ser tudo, menos, racional. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A aversão desses, invés de uma lacuna inteligível da parte de Deus, que seria aceitável, verte do anelo de se manter no escuro, temendo reprovação. De onde esses entendem que, se vistos plenamente, hão de ser reprovados? No fundo, sabem o que é probo e o que é réprobo. E a “visão” do invisível é prerrogativa da fé; “A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das que se não vê.” Heb 11;1

Tendo escolhido um modo de vida alheio à probidade, invés de buscar pela luz, que seria sensato, preferem buscar esconderijo, impunidade. É um rasgo de fé que os leva à negação do que conseguem entender.

Logo, o ateísmo é moral, não, intelectual; fruto de uma escolha consciente, invés da incapacidade de conhecer à luz. No início da epístola Paulo dissera: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;21

Ele toca na ferida rotulando-os como insensatos, não como ignorantes. Faltou-lhes bom senso, invés de entendimento.

Portanto, os “racionais” que apregoam urbe et orbe que a fé é cega, no fundo, estão apenas tentando camuflar suas cegueiras voluntárias. Ante O Eterno, aquele que nega o óbvio não é digno de atenção, antes, de desprezo. “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.” Sal 14;1

Além da obtusa posição, o concurso da corrupção, ações abomináveis, e uma decidida escolha pelo mal.

Mas, dirá alguém: Há muitos ateus que vivem vidas moralmente retas. Os fariseus também viviam; “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer a própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.” Rom 10;3

A pretensão de justiça própria em lugar da de Deus é arrogância, orgulho; a recusa em crer na Divina revelação, é blasfêmia; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus, de Seu Filho deu.” I Jo 5;10

Parece chique, notórios ateus discursando em auditórios de universidades, usando sua luz para cegar seus pupilos. Se, o “sine qua non” da razão espiritual é se desvincular do modo mundano de pensar e agir, e esses produzem falácias segundo os as vulgares inclinações, fecham-se à luz, tolhendo aos que lhes escutam. Mas, o que ouvem esses, no recôndito das suas almas, quando repousam a cabeça nos travesseiros?

Usar o talento do discurso para produzir objeções vazias, é transformar a própria luz em trevas. O Salvador advertiu: “... Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Enfim, o ateísmo não é fruto duma impossibilidade; eventual cegueira, honesta; antes, é uma escolha; um desvio inconsequente. “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

Os despenseiros

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Os líderes espirituais deveriam ser depositários dos Divinos conselhos, como disse Malaquias: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Quando O Eterno precisa despertar um profeta para profetizar contra os “profissionais”, “contra os pastores”, isso evidencia a necessária interferência duma supervisão, porque os comissionados abandonaram à comissão.

O obreiro merece estar em consideração perante os homens; “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus.” I Cor 4;1 Porém, não deve perder de vista que está desnudo diante do Eterno; daí, “... requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” V 2

Se assim não fizermos, Deus sempre terá um “Ezequiel” a Seu serviço para nos denunciar.