quinta-feira, 2 de outubro de 2025

O orgulho

 

“Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;4

Alguns tentam envernizar o ateísmo como se fosse fruto de uma dúvida bem fundada, calcada em motivos válidos. A verso acima expõe a causa. Altivez do rosto, orgulho.

Sendo a primeira condição para a reconciliação, o “negue a si mesmo”, e o orgulhoso um amante de si mesmo, natural que se oponha a Deus, negando Sua existência.

Alguns citam dezenas de escritos apócrifos, que foram deixados de fora das Escrituras como prova que essas foram manipuladas ao bel prazer de um sistema; será? Na hipótese de Deus existir, não seria Ele zeloso acerca da Sua Palavra vetando que misturassem coisas estranhas?

Onde os orgulhosos ventilam a possibilidade de fraude, os fiéis enxergam O Divino zelo. “Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;6

Se A Palavra fosse mesmo humana, necessariamente, seria alinhada às nossas inclinações, invés de confrontá-las. Os ímpios sempre terão suas “razões”, para maquiar a única razão veraz que os afasta do Eterno; o orgulho.

O necessário


“Porque, na verdade, Ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.” Heb 2;16

Já ouvi gente lendo esse verso e esposando que Deus não quis que os anjos fizessem Sua obra, mas preferiu os homens. Será essa a interpretação correta?

Ora, anjos e homens todos fazem conjuntamente a Divina Obra. Os homens vivendo e testificando de Cristo, e os anjos ajudando-os. “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Heb 1;14

O verso alude à forma que Jesus Cristo escolheu se manifestar. Não num corpo angelical, sem sofrer as tentações carnais; antes, como um de nós. “... convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” Heb 2;17

Em suma, O Salvador optou pelo caminho mais difícil, para nos remir, identificado com nossas fragilidades, dando-nos o exemplo. Quem escolheu o necessário invés do fácil, tem autoridade moral para requerer o mesmo. “Entrai pela porta estreita...” Mat 7;13

Escreve

 “... o que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia...” Apoc 1;11

Jesus Cristo ressurreto, falando a João. Por que, escrever? Não bastaria que mostrasse o que queria a João e ele transmitisse oralmente? Pelo menos duas razões fazem o texto necessário. Alcance e fidelidade.

Enviando um escrito a cada igreja destinatária, o apóstolo “iria” a todas; e o escrito tolheria que se acrescentasse coisas espúrias.

Quando duas ou mais partes fazem um trato, comercial, matrimonial, por que se registra um contrato? Porque as pessoas são voláteis infiéis; mudando circunstâncias mudam interesses; bem poderiam desdizer o que tinham dito, se, não fosse o testemunho leal de um escrito.

Portanto, os que esposam a tradição oral como igual ou superior às Escrituras, são os que, vendo a seriedade que implica pertencer a Cristo, querem “rasgar” o contrato segundo suas rasteiras conveniências.

Nos dias Dele, alguns já faziam; “... invalidais o mandamento de Deus para guardardes vossa tradição.” Mc 6;9

O silêncio


“Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração.” Luc 2;19

Maria bem sabia como o menino Jesus fora gerado, e Quem Ele viria a ser. Por certo, ignorava a que preço, Ele livraria Seu povo dos seus pecados, como dissera-lhe o anjo. Senão, seria mui triste sua sina.

Porém, mesmo acerca do que sabia, não fazia estardalhaço; era como um segredo entre ela e Deus. Guardava em seu coração.

Nem tudo o que sabemos é oportuno que seja dito. “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Algumas coisas do nosso relacionamento com O Senhor, se fossem contadas, não seriam entendidas. São nosso segredo. Devemos guardá-las.

Palavras são como veículos nos quais podemos carregar emoções, sentimentos, informações... e, exagerando nelas, transgressões. “... a voz do tolo (vem) da multidão das palavras.” Ecl 5;3

Óbvio que quem foi comissionado pelo Santo precisa falar. No entanto, há momentos em que nos convém calar. Que saibamos discernir aos tais. “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.”

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Os chamados

 “Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.” Ex 3;5

O Senhor falando a Moisés.

“Não te chegues para cá...” Devemos saber a distância que nos separa do Criador. Antes de resolvida a questão do pecado, a proximidade é indevida, impossível. Para resolver isso, O Salvador fez o caminho inverso: “Vinde a Mim.”

“tira os sapatos dos teus pés;” ou, “Negue a si mesmo.” Quem ousar essa aproximação sem Cristo vai na presunção de justiça própria. Devemos ter, “calçados os pés na preparação do evangelho da paz;” Ef 6;15 Antes de estarmos em paz com Deus, nada feito.

“O lugar que tu estás é terra santa.” Nossa missão é santa. “... Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Enfim, todo ministro do Evangelho fala da parte de Deus. Precisa saber a distância que separa criatura e Criador; tirar o calçado da presunção, zelar pelo testemunho santo. Então, dele se dirá: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia boas novas...” Is 52;7

O alvo

 “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Fp 3;14

Grande é a importância de nos mantermos focados no que devemos atingir. Pois, se alguém está no caminho errado, quanto mais “progride”, mais se afasta da luz.

Infelizmente, muitos, de ministérios outrora relevantes, se perderam nisso. De pregadores do Evangelho se fizeram oponentes dos evangélicos. Realçam coisas escandalosas que acontecem em nosso meio e fazem disso, seu ofício.

Não ignoramos que essas coisas acontecem, tampouco, esposamos que sejam escondidas. Apenas, quem foi separado para Cristo, mire em exaltar Sua Obra e Sua Doutrina, mais do que, em dar mídia aos feitos da oposição, pelos seus infiltrados entre os fiéis.

Fostes chamados, disse Pedro, “... para que anuncieis as virtudes Daquele que vos chamou das trevas para Sua Maravilhosa Luz;” I Ped 2;9

Anunciar às virtudes de Cristo, invés dos defeitos da oposição. Centremo-nos, pois, “Em Quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;3 Quem perde o objetivo, mesmo acertando em cheio, não dá um bom tiro.

Escolhas

“A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19


Eventualmente ouvimos: “Se Deus É Amor, como mandaria alguém para o inferno?” É uma boa pergunta. A rigor, O Eterno não manda ninguém para lá. Chama a Si; “vinde a Mim todos...” Mat 11;28

Os que, infelizmente se perdem, o fazem pelas suas escolhas. Amando mais às trevas que à luz, deixam patente pelos seus atos, o que prezam e o que desprezam.

Se, O Eterno sonegasse as consequências das nossas opções, estaria vilipendiando à justiça que também ama.

Por isso, a advertência: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Enfim, a liberdade pressupõe responsabilidade; façamos bom uso da nossa. “O que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33