“...Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.” Ecl 2;12
Desejar singularidade é compreensível em se tratando de criações artísticas. Expor algo ainda não pensado oxigena a excelência da arte, cujo produto deve visar a exposição do belo; toda a criatividade busca ensejar enlevo; e como um anelo quase impossível à veia criativa mira a excelência da proposição original.
Assim, mais do mesmo não soaria de bom tom, nessa arena. Acontece que, “seguir ao rei” está longe de ser uma arte. É uma postura prudente de quem reconhece como boas as coisas estabelecidas, a ordem social vigente, e acredita que vale empreender esforços para que essa permaneça.
Arruaças em demanda por mudanças, comuns em nossos dias, nos tempos de Salomão, de poder absoluto nas mãos do rei, não eram de bom tom. “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22
Portanto, ao homem prudente que se dispusesse a seguir ao rei, lhe cabia antes, o ser comedido, mais que, inovador.
A célere marcha tecnológica, patrocina mudanças todos os dias. Cada aparato, por rebuscado que seja, acaba superado por outro mais “hightec”, que, em breves dias também será novamente suplantado. Não seria essa saga, uma advogada imbatível em defesa das mudanças?
Uma distinção é necessária antes de maiores explicações. A mudança de método, não é sinônima de um câmbio de mérito. Os meios podem ser aperfeiçoados diuturnamente, sem que isso signifique mudar os valores, os objetivos.
Uma fraude eletrônica, pode soar mais prática, menos custosa, que um roubo à mão armada. Mas, tanto uma, quanto a outra ação, serão afrontosas a um mandado da Divina Lei: “Não furtarás.” Por esse ou aquele método, o erro será o mesmo. Assim a facilidade dos meios não tem nenhuma ingerência, que altere os fins. Furtar continua sendo um erro.
De igual modo, a difusão do Evangelho, que iniciou oral, depois foi escrito; com a modernidade passou a usar a arte, cinema, teatro, poesia... e agora pode dispor da celeridade da Internet em todas suas nuances. Tudo isso é bom; todos esses meios de difusão acabam sendo ferramentas de grande valor, que permitem o fluxo da Palavra da Vida por diversos meios.
Entretanto, no que tange ao teor do que é veiculado velozmente, nenhuma alteração foi concedida. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16
Nossos melhoramentos tecnológicos que a toda hora se superam são retratos das nossas imperfeições; se, tivéssemos potencial para fazer algo perfeito e esse não seria mais superado. Assim são as coisas Divinas. A Santa Doutrina é perfeita e eficaz para sempre.
Os meios podem cambiar à velocidade da luz; o conteúdo permanece inalterável. “O céu e a terra passarão, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Mat 24;35
Somos desafiados à “monotonia” da perseverança na doutrina perfeita do Senhor. A sentença de Salomão naqueles dias, se aplica a isso também; “Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.”
Infelizmente os da “teologia liberal” que estão infiltrados em vários espaços do cristianismo, já não se conformam com a “mesmice”; fazem seu barulho “teológico” em demanda por mudanças.
Como o foco desses é agradar ao homem, e os homens modernos preferem alterar à Palavra de Deus a terem suas vidas transformadas por ela, a cada dia aumentam pleitos revisionistas, dos que, sonham em reescrever à Palavra de Deus.
Se, aos que pretendem seguir ao Rei estão previstas as mesmas coisas de sempre, esses modernistas modernizantes assumem, implicitamente, que se recusam a seguir O Rei dos Reis. No máximo, preservarão o rótulo; a essência não lhes interessa, absolutamente.
A diversidade de “mestres” cada um com suas adições e alterações ao gosto do freguês na interpretação da Palavra Divina, tem feito a festa de gente imprudente, que, prefere um engano palatável, a um confronto medicinal.
“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4
Circula nas redes uma postagem na qual a caneta BIC permanece a mesma desde que foi criada em meados do século passado. “Às vezes é só questão de fazer o básico, bem feito.” Diz na legenda.
Quem pretende seguir ao Senhor aprenda dessa ideia. Sem novidades; apenas, “o mesmo que outros já fizeram.”