“Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da Sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?” Luc 4;22
Jesus em Nazaré, cidade onde crescera. Depois de ler um fragmento do Isaías, apresentou o vaticínio como cumprido naquele dia, em Sua pessoa.
Espantados com as palavras que Ele falava, lembravam de que Ele era um morador da aldeia. “Não é este o filho de José?” Não pode que um galo dos nossos cante assim; deve ter algo errado.
Ciente dos desafios, e da rejeição que sofreria, O Salvador se antecipou: “... Sem dúvida Me direis este provérbio: Médico, cura a ti mesmo...” v 23 na parte seguinte do verso, o que significava o citado provérbio: “... faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.”
Se, não teriam grandes expectativas acerca do “filho de José”, que crescera entre eles, tinham sido informados de grandes feitos Dele, na cidade de Cafarnaum. Logo, a “honra” da leitura dos profetas, certamente não fora fortuita; escolheram-no, já informados de sinais operados na referida cidade; sinais, e possível concurso de alguns ensinos. Estavam testando-o.
A má disposição na qual fora recebido, pois, estava longe de lhe ser surpresa; disse: “... Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.” V 24 Até então, apresentara-se como profeta, apenas; como alguém escolhido e ungido pelo Espírito de Deus; mesmo assim, as nuances da rejeição já lhe eram bem visíveis.
Então, alistou dois profetas do Antigo Testamento, que foram rejeitados pelos seus, e serviram de bênçãos para estrangeiros. “Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio.” Vs 25 a 27
Dois profetas de Israel, desconsiderados pelos seus, e usados para abençoar pessoas de outras nações; uma mulher sidônia, e um general sírio.
Quantas igrejas providas de obreiros aptos, idôneos, os ignoram em seus eventos, trazendo de longe ao custo de altos cachês, gente estranha; de moral duvidosa! Isso de um profeta não ser apreciado entre os seus, é um mal que perdura ainda.
Além de dizer que não se costumava receber bem um profeta entre os seus, O Salvador ofereceu exemplos inequívocos.
Qual foi a reação? “Todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.” V 28
Quando a exposição da verdade leva alguém à ira, necessária a conclusão que esse não possui um relacionamento sadio com “véritas”. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20
A falta de argumentos contraditórios, quando, a vontade de contradizer é maior que outra qualquer, acaba ensejando um abalo emocional. Tal lapso de recursos dá espaço aos “argumentos ad hominem”. Não podendo combater aos ensinos, combatem à pessoa.
Na verdade, queriam um pouco mais que ataques pessoais contra O Senhor; desejaram matá-lo. “Levantando-se, o expulsaram da cidade, o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se.” Vs 29 e 30
Pretendiam jogar ao Senhor do precipício; mas, aproveitando o tumulto Ele evadiu-se das suas mãos.
É fácil cantar loas a valores estabelecidos, como justiça, verdade, democracia, liberdade... difícil é quando, a livre expressão desses, eventualmente, nos desnuda; podemos já não defendê-los com a mesma ênfase, as mesmas certezas.
A rigor a inversão de valores grassa a partir disso. Quando interesses rasos, melindres periféricos recebem maior atenção que as coisas como são; os homens avessos a mudar, segundo a verdade, pervertem as coisas preservando os rótulos estabelecidos e alternando a essência dos mesmos. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20
A Palavra de Deus genuína nunca nos será palatável, sempre nos confrontará, por causa do concurso da nossa natureza carnal; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7
A tentativa inglória de ocultarmos esqueletos no armário, ante O Senhor não funciona. A prosperidade material até pode se dar, ao de maus passos; a espiritual, jamais. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13
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