sábado, 27 de setembro de 2025

Corações formosos

 



“Dei-te um rei na Minha ira, e tirei-o no Meu furor.” Os 13;11

O Eterno governava através de homens que escolhia; os juízes de Israel. Nos dias que essa função estava sobre Samuel, o povo o rejeitou, querendo ser governado semelhante às nações vizinhas.

“... Eis que já estás velho, teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.” I Sam 8;5

Tinham “bons” argumentos; Samuel envelhecera, os filhos dele não manifestavam a mesma índole do pai. Então, desejaram ser como as nações vizinhas.

Óbvio que O Eterno sabia disso. Da idade de Samuel, bem como, das ações dos filhos dele. Todavia, caberia a Ele agir, quando julgasse oportuno. Bons argumentos quando se fazem patrocinadores de maus intentos, deixam de ser bons. Como dizia Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.”

Deus não viu naquela rejeição, uma atitude previdente, calcada em sadios motivos; antes, foi ao cerne da questão: “... Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois, não te têm rejeitado, antes, a Mim têm rejeitado, para Eu não reinar sobre eles.” V 7

Assim, quando O Eterno “concorda” com algo do qual discorda, está atuando em juízo, não, em graça. “Dei-te um rei na Minha ira, e tirei-o no Meu furor.” Muitos inda carecem aprender o que significa, “Seja feita a Tua vontade.”

Quantos, embora chamados a ser imitadores de Cristo, se fazem imitadores do mundo, a pretexto de contextualizar. Não rejeitam aos obreiros probos que laboram segundo Deus; antes, rejeitam ao próprio Senhor, profanando às coisas santas.

O Eterno advertiu mediante Samuel, dos pesados impostos e explorações diversas, que um reino humano imporia, e concluiu: “Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas, o Senhor não vos ouvirá.” V 18

Contudo, seguiram obstinados; “Porém, o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei.” V 19

Certamente, os reis das nações circunvizinhas eram de meia idade, atléticos, grandes guerreiros. Tanto que, usaram a idade avançada de Samuel, como “motivo.”

Então, O Eterno resolveu encher suas enganosas medidas. Escolheu ao jovem Saul, de compleição física avantajada e beleza singular. “... era Saul, moço, tão belo que, entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo.” Cap 9;2

Que rei melhor poderiam desejar? “Então disse Samuel ao povo: Vedes já a quem o Senhor escolheu? Pois, em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então jubilou todo o povo, e disse: Viva o rei!” I Sam 10;24

Cabe pontuar que, embora contrariado pela rejeição, O Eterno não mandou Saul sozinho. Antes, colocou Seu Espírito sobre ele para o capacitar. Tanto que, até profetizou entre os profetas da época.

Não obstante isso, conhecemos como acabou seu reinado, pela desobediência. Então, o mesmo Samuel foi enviado a Belém, à casa de Jessé para ungir novo rei, quando da rejeição de Saul.

Se, o velho profeta ao ver os filhos de Jessé, bem feitos no aspecto físico, imaginou que o novo rei seria semelhante ao primeiro, se enganou. Deus lhe disse: “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem; pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Embora a distinção necessária entre coisas espirituais e naturais, tenha sido amplamente ensinada, nem sempre as escolhas práticas atentam para elas. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” I Cor 2;14

Em muitos casos, invés de escolher pessoas sadias no espírito, a despeito da idade e dos dotes físicos, a igreja moderna parece olhar para as “nações vizinhas”; desejar obreiros “sarados” como os programas de TV, exibem.

Tais, poderão se revelar atraentes, sedutores a uma geração que parece ter apenas olhos onde deveria ter ouvidos. Invés de poder espiritual, truques de marketing, invés da Palavra de Deus, motivações antropocêntricas ao estilo coach. Por certo, os ajuntamentos desses se fazem volumosos; mas, quantos reconciliam com Deus?

Velhinhos ultrapassados, do Senhor, continuam por aí. Como O Eterno preza o coração, sobretudo, e esse não envelhece, aliás, melhora com o tempo, há mais frutos onde ecoa menos barulho. “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos.” Sal 92;13 e 14

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