sexta-feira, 26 de setembro de 2025

O pranto dos palhaços

 

“O homem sábio é forte, o homem de conhecimento consolida a força.” Prov 24;5

Não são dois homens; o sábio e o de conhecimento; antes, dois matizes do mesmo. Quem possui a força do saber, e, conhecimento de como usá-lo, isso o solidifica; faz firme, perene.

Os insetos mimetistas assumem a cor do ambiente onde estão, seja o tom que for. Não significa que possuam todas as cores; a rigor, não possuem uma definida. São dotados da capacidade de refletir as nuances circunstantes. Assim, os homens sem caráter. No afã de agradar a todos, acabam não sendo úteis a ninguém.

Nossas almas na forja da vida balançam numa espécie de pêndulo emocional, que, oscila do triunfo às privações, às angústias. Da euforia à comiseração, com intermédios de monotonia, tédio.

Nos eventos auspiciosos, os louvores que recebemos nos hão provar; “Como o crisol é para a prata, e o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21 Quem se derrete a um elogio é casa sem trancas, contra os ataques da lisonja.

No outro extremo do figurado pêndulo, temos os momentos difíceis que acabam por testar nossas têmperas; “Se te mostrares fraco no dia da angústia, tua força será pequena.” Prov 24;10

Se, o sábio é o forte, o fraco durante a angústia, necessariamente, será aquele que reagir de modo estúpido.

Outro dia vimos a indecência de um “tribunal” onde bufões togados encenavam um julgamento, incapazes de se manter nos limites solenes e sóbrios que a ocasião demandava. Enquanto decidiam sobre destinos alheios, como se fossem brinquedos seus, se mostravam jocosos, faziam piadas, brincavam sobre futilidades espúrias ao processo.

Agora, que há indícios de que estão sendo empurrados para o outro lado, muitos daqueles bufões se revelaram aptos para o ofício de carpideiras. Chora Barroso; chora Gilmar Mendes; soluçam Xandão e Zanin...

Se mostraram réprobos em ambas as situações. Riram num momento que exigia seriedade respeitosa; choraram infantis, noutro, onde a firmeza resignada faria melhor figura.

Quando os “grandes” numa área nobre como a que deveria cuidar do direito, são desse tamanho, inevitável que recordemos um vaticínio de Isaías: “... o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Eles podem ser altos pela posição a que foram guindados, sem que estejam, necessariamente, aptos para ela. “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo.” Ecl 10;6

Quando alguns discípulos do Senhor pareceram duvidar da firmeza de João Batista, O Salvador o defendeu nesses termos: “Partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento?” Mat 11;7

Óbvia figura de linguagem, retratado aos que mudam de posição, uma vez alteradas as circunstâncias. Tais, não são fortes, tampouco, sólidos. A excelência da maturidade é passarmos, de certa forma, incólumes, aos elogios e às vaias. Esses vertem de estados emocionais espúrios; não temos que ser atingidos por febres alheias.

Sabemos, os cristãos, que nossa força não é estritamente nossa; “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu Poder.” Ef 6;10

A luz espiritual preceitua que saibamos disso e nisso confiemos; “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Paulo aludiu a um “freio” que lhe foi posto para que não se exaltasse por ter vivido uma experiência ímpar; ter sido arrebatado e visto coisas inefáveis nos Céus. Chamou ao tal, figuradamente, de “espinho na carne”; depois pormenorizou: “Um mensageiro de Satanás”. Orou a Deus para que tal óbice fosse removido, porém, não foi atendido; antes, escutou: “... A Minha Graça te basta, porque o Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo.” II Cor 12;9

Portanto, um homem sábio é forte porque conhece a própria fraqueza; sabe que não pode confiar no seu braço. Consolida essa força quando se dispõe a agir segundo a mesma. Quando está fraco em si, é fortalecido pela atuação do Espírito Santo no seu espírito.

Quem assim atua, tanto em momentos venturosos, quanto, noutros, angustiosos, há de se portar de modo probo; pois, para isso O Santo o capacitará.

Esses de almas enfermas que oscilam do escárnio ao choro, em breve intervalo temporal, nada valem em termos de sanidade das almas. São canas agitadas aos ventos, que se dobram aos ditames de rasos interesses, quando, deveriam estar firmados em valores.

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