quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Os irracionais

 

“... se falei mal, dá testemunho do mal; se bem, por que Me feres?” Mat 18;23

Jesus, após ter sido agredido por um lacaio do sumo sacerdote, que, não gostou de uma resposta do Mestre àquele, acerca do teor dos Seus ensinos.

Gostar ou não de algo é direito inalienável. Agora, como manifestamos eventual desgosto é um derivado da essência das nossas almas, mostrando se essas são civilizadas ou bestiais. “Paixão e razão, não têm províncias distintas e separadas; mas, consistem na mudança da própria mente, para melhor ou para pior.” Sêneca

Enquanto a razão considera, pesando motivos e fatos, a paixão arde e dispara de modo automático, como se ela fosse o piloto das ações; seu hospedeiro, mero títere. Sina degradante de um ser com potenciais múltiplos, criado à Imagem e Semelhança do Eterno, que, pela desobediência contumaz se fez simples parasita no seio das próprias punções desordenadas.

“Aqueles que se jogaram num precipício, não têm controle sobre seus movimentos, nem podem parar ou abrandar o ritmo quando começaram, pois, seu próprio estouvamento precipitado, e irremediável, não deixa espaço para reflexão ou remorso...” Sêneca.

A razão aconselhada na Palavra, preceitua que cada um enfrente a si mesmo, sacrificando as más inclinações, submisso ao Divino querer; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

A coisa mais “racional” que podemos esposar é que nós não temos razão; O Eterno a possui; dependemos Dele. Então, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

Quando O Salvador requereu os motivos do Seu agressor, pois, evidenciou a cegueira apaixonada dele, num ambiente onde deveria ser assento da razão.

As bestas desse tempo que ancoram suas almas nas narrativas convenientes em prejuízo dos fatos, fizeram duma crítica de Kirkegaard, seu “modus operandi”; “Para dominar as multidões - disse – basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentiras.”

Nunca a cegueira apaixonada foi tão pujante, quanto hoje. Basta discordar dum modo de pensar, para “cancelar” a outrem, invés de, contra-argumentar; alguns chegam aos extremos de desejar a morte dos oponentes. Quando foi que a verdade passou a ser crime, o convite à razão se tornou uma ameaça insuportável?

Isaías anteviu nossos dias: “Ninguém há que clame pela justiça, nem compareça em juízo pela verdade; confiam na vaidade e falam mentiras; concebem o mal e dão à luz, iniquidade... Por isso, o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar; sim, a verdade desfalece; quem se desvia do mal, arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu e pareceu mal aos Seus Olhos que não houvesse justiça.” Is 59;4, 14 e 15

Malgrado, a clareza dos Seus ensinos, O Príncipe da Paz continua sendo esbofeteado por cegos apaixonados, cujo fogo que neles arde, gera calor sem produzir luz.

A cada servo que é sonegado o direito à justiça, é como se O Senhor fosse novamente agredido sem nenhuma razão, que não, o aflorar da enfermidade moral e espiritual que tomou as almas dos ímpios. “A condenação é esta: A luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Assim, o mero demandar pela razão de uma atitude animalesca é uma “agressão” ao reino das trevas, que não suporta o mínimo concurso da luz.

Alguns que se esforçam em “contextualizar” a mensagem de Cristo, adotando parâmetros mundanos para soarem mais “palatáveis”, deveriam prestar mais atenção na Palavra: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” II Cor 6;14 e 15

O fato do Senhor ser O Príncipe da Paz, não significa que seja um pacifista. Convida pecadores à paz com Deus, e ao confronto com as trevas. “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;” Mat 10;34

A espada da justiça fere aos que vivem na injustiça, sem carecer violência; apenas expondo a verdade.

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